09/12/2008

Publicidade enganosa, paga a preço de ouro:




Distribuída nas caixas de correio dos moradores de Alcântara. Ao menos, que fosse sem erros de português.

14 comentários:

Anónimo disse...

que bem que eles esconderam as gruas num cinza que mal se vê!

Luís Serpa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luís Serpa disse...

Caro Paulo Ferrero,

É capaz de ser pedir demais, pedir que se escreva sem erros de português. É aflitivo.

Tal como são aflitivas as "inverdades" do panfleto. Espero que os habitantes de Alcântara não caiam na esparrela.

É fácil desmontar a peça, ponto a ponto:

> Ninguém está contra os contentores; seria como ser contra o sol, o vento norte ou a rotação da terra. Estamos contra o aumento do tráfego de contentores em Alcântara: não é a mesma coisa.

> O que lá está já é uma muralha - a que vier será mais longa e ocupará mais espaço naquela zona do porto, em comprimento e em profundidade. Para não falar da Doca do Espanhol, onde será feito o transbordo para as barcaças e os navios de pequeno curso;

> A ligação das duas linhas de comboio não tem realmente nada a ver com a ampliação do TCA. Até hoje tem-nos sido servida como um dos seus grandes benefícios. Pouco a pouco a verdade virá - toda - acima.

> Três anos, seis... Não há uma única obra pública em Portugal que tenha, até hoje, sido feita nos prazos e dentro do orçamento. O que terá esta para ser diferente? Mais simples do que as outras não é decerto, antes bem pelo contrário;

> Se os contentores vão todos para Lisboa, porque é que são precisas barcaças e navios de transbordo?

> Num país que tem a calamitosa rede de caminhos de ferro que o nosso tem, talvez se devessem considerar outras prioridades;

> A prorrogação da concessão, tal como foi feita, justifica só por si que se recuse este projecto: é indigna de um país que se pretende europeu - se bem possa, naturalmente, parecer normal num que diverge há oito ou nove anos da Europa. Mas não é isso que queremos, pois não?

> A actual circulação ferroviária não incomoda particularmente. Porquê criar problemas que não existem para se poder apresentar soluções caríssimas e com distúrbios enormes na vida de todos os dias?

> Os postos de trabalho não vão desaparecer se o terminal for para outro lado. E podem criar-se outros;

> "Melhoria das condições ambientais?" - triplica-se a capacidade e o ambiente melhora? Não creio.

- "Redução dos custos": de onde vem essa redução - os contentores já são desembarcados em Lisboa? Além de que o custo do transporte é ínfimo (menos de 4 milésimos de euro, 4 décimos de cêntimo, de quilo, por comboio de Sines para Lisboa. Não é significativo.

Luís Serpa disse...

E disfarçaram os contentores no lado Sul da Doca do Espanhol; e deixaram as embarcações de recreio na Doca...

Anónimo disse...

Este é o governo do Markting e da publicidade. Rios e rios de dinheiro gastos neste caso como em tantos outros. Não há dinheiro para reabilitar centros históricos que tanta falta fazem para um turismo de qualidade e para dar condições á pessoas para lá viverem. Lisboa está imunda mas não há dinheiro para contratar pessoal ou para rentabilizar convenientemente o que já existe dando condições dignas de trabalho as pessoas,Para beneficiar o bem publico nunca há dinheiro, mas para favorecer bancos e empresas amigalhaças o dinheiro aparece logo.

Anónimo disse...

E distrubuir so as moradores de alcantara? pois claro, isto ate é um projecto da junta de fregeuesia!

Luís Serpa disse...

Tem toda a razão, caro Anónimo das 10h12 - isto é um projecto no qual todo o país está implicado. Não vai ser pago com os impostos dos moradores de Alcântara, mas sim com os de todos nós.

O debate deve ser feito a nível nacional - os empregos que se perdem em Sines ou Setúbal (por exemplo) também são empregos.

Anónimo disse...

Aquela zona precisa de requalificação portuária. O projecto irá melhorar significativamente a mesma, desde a demolição de edifícios devolutos e sem valor arquitectónico à organização do espaço a nível de arrumação da carga. A altura dos contentores não aumenta, por isso não estou a ver qual o problema do alargamento do terminal. Quero ver a minha cidade com um Porto competitivo a nível mundial.

Já agora: Há algum projecto em Lisboa em relação ao qual a cidadania Lx seja a favor? Parece-me que este movimento é contra tudo e é a favor de não se fazer nada em Lisboa, o que na verdade, é o que tem acontecido. Nada se faz nesta cidade, está num estado simplesmente nojento. Depois quando vão ao estrangeiro admiram-se com as coisas bonitas que lá encontram, só que aqui não deixam fazer nada, porque há sempre pessoas do contra.

Anónimo disse...

Questão que viaduto é aquele a vermelho?
O patchwork de contentores fica bem na camisola de um catraio, e de belo efeito nestes 3D fantasias e modernices.

Luís Serpa disse...

Caro Anónimo das 13h45,

a) Estamos de acordo sobre a necessidade de requalificação portuária daquela zona. Só que deviam ser estudadas outras alternativas, e não apenas a ampliação do terminal de contentores (antes de dizer que é "evidente" que os contentores dão mais dinheiro, lembre-se que antes de Copérnico também era evidente que o Sol andava à volta da Terra - além de que esse não deveria ser o único critério, como muito bem demonstra João Pinto e Castro num artigo que comento em cima).

b) Não respondo pelo Cidadania Lx, mas pessoalmente não sou contra a maioria das coisas que se querem fazer em Lisboa. Antes pelo contrário. E só sou contra a ampliação do terminal por causa da maneira como o processo foi conduzido. Se me demonstrassem por a + b que económica, social e tecnicamente é o melhor; se o prolongamento da concessão não tivesse sido dado de mão beijada a um dos operadores do porto, sem ter em conta os outros; se o projecto tivesse sido transparente desde o início - eu seria, muito provavelmente, a favor. Não tenho nada de pessoal contra contentores, nem contra os portos, nem contra a marinha mercante.

O que acho inadmissível é um terminal de contentores naquele sítio, sem estudos que sustentem essa opção; e práticas que legais ou não são tudo menos transparentes e só contribuem para fragilizar o regime democrático em que vivemos.

Anónimo disse...

Ó Luís, não seja assim. Isso é mau feitio! Forra-se os contentores com vinil da TMN e fica espectacular!!!

Agora mais a sério, admiro muito a sua tenacidade e postura, tal como a do Paulo Ferrero. Levam com todo o tipo de comentários idiotas e desconhecerores e aguentam e respondem de uma forma civilizada e inteligente. Continuem. Faz falta haver mais pessoas assim.

Luís Serpa disse...

Caro João Silva,

Obrigado.

Lesma Morta disse...

Realmente não lembra. Li agora o panfleto aqui publicado e é de ir ás lágrimas. Porque raio em parte alguma se informa qual a capacidade temporal do novo terminal? E o que pensam fazer a seguir quando esse esgotar? Alargá-lo até ao Terreiro do Paço?
Lembrei-me de 1975, altura em que os Lisboetas viam a sua frente ribeirinha completamente entupida por contentores de familiares e amigos que retornavam à metrópole contra a sua vontade, graças a uma classe politica surgida à pressa, que descolonizou sem a alma necessária nestes momentos e sem acautelar o interesse dos milhares que lá viviam.
Durante anos vimos contentores com os bens de quem teve de deixar a terra que já viviam como sua, sobras de uma vida, haveres muitos deles nunca reclamados, pressentindo-se pois o pior desfecho dos seus proprietários.
O local é o mesmo; o contexto é outro. Vamos ter de novo a frente ribeirinha atulhada de contentores, desta vez sem a grave crise humanitária de então, mas na mesma, graças à idiotice dos que nos governam.

Jorge Santos Silva

Luís Serpa disse...

Essa, caro Jorge Santos Silva, é uma questão sobre a qual devemos batalhar, porque não é nada clara. Já ouvi responsáveis da APL dizer que as obras seriam válidas por vinte, vinte e cinco anos.

A ser verdade, parece-me mais uma aberração - a juntar a tantas outras.