18/04/2009

A solução ideal para o antigo Palácio dos Condes da Ribeira Grande?


Por detrás deste palacete, antigo Liceu Raínha Dona Amélia e hoje prova dos nove do estado de abandono e destruição a que o Estado costuma votar o seu património), vais nascer isto, sob o nome pomposo de Museu-Hotel Palacio Condes Ribeira Grande:






O projecto está incluído no chamado "Plano de Pormenor em modalidade simplificada de projecto urbano para o Centro de Congressos de Lisboa" (o que, a meu ver, é uma aberração, porque, primeiro, a figura de PP em regime simplificado já não existe; segundo, este palacete fica completamente fora da zona afecta à antiga FIL, do lado de dentro da Rua da Junqueira, dando assim a ideia que é um 'PP à medida').

Estranhezas à parte, a verdade é que o estado do palacete é uma lástima completa. Os interiores já foram. E a sua transformação em espaço nobre de um hotel de categoria superior, misto de museu e galeria de exposições da Fundação A.Martins é uma boa solução.

Já o desenho dos corpos novos para o logradouro me parece excessivamente ... excessivos. Porquê tanta construção? E porquê tanta dissonância? Aceito que o que lá esteja hoje (pavilhões anexos e ... ilegais) seja de substituir por corpos novos, para, ao fim e ao cabo, fazer ... quartos, mas podia ser uma coisa com mais bom gosto e, sobretudo, mais comedido, ou não?

Este projecto vai a reunião de CML no próximo dia 15.

...

No resto do PP é de estranhar, ainda, a ausência de lotes significativos entre a AIP e a OML, esses sim no enfiamento da zona do PP (por contraposição à inclusão estapafúrdia do Pal. Cdes. Ribeira Grande); à remoção de parte significativa dos passeios na Rua da Junqueira e defronte à clínica vizinha à AIP para inclusão de mais estacionamento à superfície; e (já é hábito) à inusitada projecção virtual de árvores de grande e belo porte em cima dos parques de estacionamento subterrâneo existentes e a construir.

Fotos: Metrourbe e blogue Suggia

...
Aprovada com maioria com 8 votos a favor (6PS e 2LCC) e 7 abstenções (2PPD/PSD, 2CPL, 2 PCP e 1 Indep.)


Texto editado

23 comentários:

Anónimo disse...

É pá lindo! Deve ser parente do mono do rato.
Cambada de ignorantes,f***** da p*** a cidade não lhes pertence!
Não há quem ponha cobro a isto!

Anónimo disse...

é uma aberração.

compeletamente dissonante, sem qualquer respeito pelo antecedente.

Já vi coisas moderníssimas instaladas ou em extensão de palácios, nos jardins, e havia uma sensação de continuidade, apesar fas diferenças.

havia harmonia, linhas de contacto, uma mistura orgânica.

até o gugenhein de bilbao é mais entrosado com a envolvente do que isto.

isto é um ovni a aterrar na lisboa antiga, que ao aterrar, esmaga o que está em baixo e não se acomoda nos espacinhos que existem

alguém põe cobro a isto?

Anónimo disse...

Qual terramoto qual quê? Basta os ignorantes destes nossos arquitectos portugueses.
Enquanto não destruirem tudo e transformarem a cidade num vulgar suburbio não descansam.
Quando viajam é velos a passear pelos centros históricos, na nossa terra é o que se vê.
Resalva, o promotor também deve ser um ignorante, um modernaço!
Qualidade sabem o que é?

Anónimo disse...

Mas o palacete vai lá continuar, apenas as "traseiras" vão ser alvo das obras, a fachada mantem-se.

Anónimo disse...

Em Portugal, é proibido criticar o bando de arquitectos gurus que tomaram conta deste tipo de obras. A critica nos Media é sempre o elogio e a troca de favores.
E esses arquitectos odeiam o gosto, a funcionalidade e a escala dos antigos edifícios. Tudo é concebido para humilhar o património e contrariar a vivência dos portugueses, e até o clima! Horizontalidade excessiva dos volumes, ausência de telhados, de janelas, ou de passeios de lojas/rua, habitabilidade interior forçada, superfícies envidraçadas voltadas ao sol, candeeiros encastrados de solo, etc, etc,
Além de odiarem o património, e apesar da imagem de "intelectuaia", são de uma boçal ignorância sobre a história da arte e da arquitectura em Portugal, mesmo a do século XX.

Anónimo disse...

Um bom arquitecto não deveria saber construir em vários estilos arquitectónicos? Parece que na escola só lhes ensinam um, e tem que ser imposto á bruta, seja onde for.

Realmente odeiam o passado e a herança que temos, pois só assim se pode explicar este tipo de obras. Ou se calhar não odeiam...mas a tentação do ego fala mais alto.

Ora se a Arquitectura sempre foi e será um dos principais meios de identificação das populações ao seu ambiente, como pode um estilo arquitectónico destes, demasiado centrado na pessoa criadora, funcionar?

Não é um bocado adolescente o ir contra o que está feito, e experimentar tudo, arrojar , chocar?
Fico triste que as coisas tenham tomado este rumo.

Anónimo disse...

Basta ver o que o famosíssimo e galardoado internacionalmente Siza Vieira fez na baixa.
Não digo que seja feio, mas é como disse alguém acima, é de subúrbio. Vergonha!
O raciocíonio deve este: ele tem nome deve saber algo que a gente não sabe.

Bic Laranja disse...

Da falta de respeito à falta de gosto tudo isto que vejo acontecer enjoa. Enoja. Há por aí gente que preferia meter botox na avó a respeitar-lhe as rugas. Tenho até vontade de dizer palavrões.
Cumpts.

Anónimo disse...

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

(...)
Ele no século XVI já sabia.

Fabio(Santo Tirso) disse...

Caro anonimo das 7:34PM, nao foi na baixa mas sim no chiado, pequena correçao:-))
Para falar do projecto, o monumento em si nao vai mudar nada, esta parte moderna é para as traseiras. Se nao me engano;-).
Como vocês todos perceberam, ja nao estamos nos séculos XVII,XVIII ou XIX, é claro o que se fazia antigamente era excellente, mas a mao de obra nos tempos de hoje é muito cara por isso a modernidade é de vigor.
Cada tempo deixa a sua marca.
Até breve.

Anónimo disse...

"Modernidade é de vigor", deves ter algum problema de afirmação pessoal. Não é de certeza por ser de Santo Tirso pois vive lá muito e boa gente sem os teus problemas existenciais.

Fabio(Santo Tirso) disse...

Desculpe la, mas problemas existenciais deve ter o(a) senhor(a).
-Primeiro, porque vivemos numa democracia, e eu nao ofendi ninguem em dar uma opiniao que eu acho justa(para mim, é claro) nos tempos que correm hoje. Nao estou a obrigar ninguem a aderir.
-Segundo, eu dei o meu nome e local aonde eu nasci, nao me escondo em "anonimo" para depois ofender pessoas meu caro amigo(a).
-Terceiro, este blog serve para abrir consciencias, falar de arquitectura ou de discutir sobre urbanismo etc,etc,etc...
Nao para lançar parolices e mostrar que se é mal educado em tratar alguem por tu quando nao a conhecemos.
Mas bom desculpo eram 9:27AM você ainda nao deveria estar bem acordado:-))))).

Anónimo disse...

Fábio, também não percebi o que quis dizer com a modernidade ser de vigor.
É verdade que cada tempo deixa a sua marca, mas já reparou que neste tempo a relação dos arquitectos com a sociedade é marcada pela polémica? não é só cá, até Arquitectos como Jean Nouvel geram esse mal estar.
Fazer Arq. deveria ir ao encontro das pessoas e não criar nelas repulsa, que é o que a modernidade (com excepções, claro) faz em abundância.
Parece-me a mim que istro deveria ser suficiente para se repensar o caminho que se seguiu, mas não é isso que acontece, antes pelo contrário.

Fabio(Santo Tirso) disse...

-Caro(a) anonimo das 8:32AM, a modernidade é de vigor porque, como eu ja disse, nos nao vivemos nos séculos XVI, XVII, XVIII, XIX. ja nao se aprende a construir como antigamente nas nossas faculdades nem nas faculdades dos outros paises.
A mao de obra seria excessivamente cara, e sobretudo ja nao se sabe construir como antigamente.

-Mas o problema nao é esse. Mas sim como você disse e que eu estou completamente de acordo. Tem de haver uma discussao entre o arquitecto e a populaçao, tal como foi para o parque Mayer, com o arquitecto AIRES MATEUS.

-Para mais informaçao podem visitar o site WWW.METROURBE.COM/SITE/

Anónimo disse...

Caro anónimo, em total acordo com o Fábio, só queria lembrar que muitos edificios que hoje são adorados, foram á época da sua construção considerados aberrantes... temos disso alguns exemplos aqui em Lisboa, talvez o mais embelemático seja o elevador de Santa Justa.
Os arquitectos, como aliás os artistas em geral, têm a obrigação de andar à frente do seu tempo e depois a história os julgará.
Já Camões criou uma figura para pessoas como você, que com inveja dos que embarcam e correm riscos ficam na praia praguejando - o Velho do Restelo.

HOMOSAPIENS disse...

Completamente de acordo com o anonimo das 12:10AM, e com o FABIO.
Estas pessoas ainda pessam que se pode construir MOSTEIROS DOS JERONIMOS ou ainda SAO VICENTES DE FORA :-)), devem estar a sonhar:-))

Ja nao para falar do anonimo das 9:27AM, que falta de tacto nossa senhora, ou se vem aqui para comentar ou divulgar ideias para Lisboa, ou entao é melhor ficar calado. Que pessoas tao PSYCHO-RIGIDAS:-)).

FABIO obrigado pelo site, a informaçao esta muito bem detalhada, e o projecto é muito bom. Continue assim, ja li comentarios vossos muito bons.

Anónimo disse...

Decididamente o que não se aprende nem se ensina nas faculdades de arquitectura é o respeito pelo património construído e a unidade heterogénea consolidada das cidades como Lisboa. Também não ensinam que fazer arquitectura não é um exercício de exultação do ego do arquitecto que o impõe a todos os que vivem realmente nas cidades. Esse ego é tantas vezes tão grande que não se importam com a destruição daquilo que nunca mais se irá fazer - como disse já não se constrói como se construia. Bem sei que é difícil resistir às pressões daqueles que têm os meios económicos e contratam os arquitectos mas contra esse hábito uma Ordem dos Arquitectos operante e que cumprisse o seu papel teria os meios de exterminar, caso punisse os seus membros quando pactuassem com a destruição de património. Se tal fosse o caso nenhum arquitecto se atreveria a participar no que Lisboa está cheia - prédios esventrados dos seus belos interiores e edifícios sacrificados à ganância e substituídos por caixas monótonas envidraçadas somente destinadas a existir algumas décadas. O que as faculdades também não ensinam é a construir para a posteridade.

Anónimo disse...

Caro anónimo das 12:10, os artistas andarem à frente do seu tempo quer dizer que os outros andam todos atrás. Podem portanto fazer o que bem lhes entender porque são seres muito á frente e depois no futuro alguém que já tenha alcançado o seu nível, então sim, poderá julgar.
Chamar velhos do restelo e invejosas ás pessoas que pensam de outra forma é demasiado fácil, mas está no seu direito.
Quanto ao elevador de Santa Justa, se fosse feito hoje levaria rótulo de pastiche, logo impensável.
Quanto a tudo o resto, é só ler o cometário acima,do anónimo das 3:42,está lá tudo.
Cumpts

Anónimo disse...

Ah ah ah quando julgava que já tinha visto as aberrações arquitectónicas todas aqui neste país eis que surge algo ainda pior...
Estamos entregues a imbecis e bestas....

Anónimo disse...

Caro anónimo das 1:31 AM

"Neo-gótico" já era pastiche no séc XIX (o prefixo Neo ajuda a perceber)!
O que eu disse foi que à epoca da construção, iniciada em 1898, muitas vozes se levarantaram contra a construção do "monstro" encostado às Ruínas do Carmo.

E quanto àos artistas andarem à frente do seu tempo, significa que alguém tem de puxar para frente, porque se tantos, como você, puxarem para tráz, ainda acabamos a voltar a morar nas cavernas e aí sim, não precisaremos de arquitectos!

Anónimo disse...

No meu tempo, a cadeira de História da Arquitectura era leccionada no primeiro ano, mas ainda sei o que é neo-gótico.
Quanto a pastiches é mesmo esse o meu ponto. Hoje é mal visto, mas grande parte dos icones arquitectónicos do Mundo são-no.
Ou seja, pelo sua lógica, tudo isso é puxar para trás, o elevador de Santa Justa foi puxar para trás, o arco de triunfo e grande parte de Paris também, etc.
Há uma diferença entre pensar diferente e puxar para trás, amigo(a), eu quero é puxar para a frente.
Defendamos mais a nossa identidade e património, bem como fazer contemporâneo e arrojado, mas cada um no seu sítio, é apenas isto que defendo.

Anónimo disse...

Ah, finalmente percebí o seu ponto de vista. Deixamos o património arruinar-se, sem vida e sem requalificação, e construímos uma cidade nova algures no deserto, "Porreiro Pá"!

Anónimo disse...

ATELIER METROURBE, a falta de talento destes arquitectos e do mau gosto, é bem evidente nos vários exemplos de arquitectura deste atelier.
Os erros são demasiados evidentes para passarem despercebidos. Domina-se este atelier como um “ mamarracho” é bem empregue porque muitos mamarrachos se têm edificado, como é inevitável, por incúrias de várias Câmaras Municipais ao deixarem isto acontecer, mas bem como empresas privadas a quem são solicitados estes arquitectos, sem qualquer talento de arquitectura em que está evidente que não existe conceitos, estudos para este gabinete baseando-se em formas de 3D feitas em 2 dias sem fundamento sem a mínima consideração pelo histórico património arquitectónico edificado este sim de grande valor
Como é possível