E a propósito do post anterior - um exemplo de boas práticas na gestão urbanística - aqui temos um exemplo do que ainda se faz em Portugal, neste caso em Lisboa:
Rua do Monte Olivete, 55
Demolição e construção nova aprovada em 16 de Abril deste ano (698/EDI/2008), pelo Vereador Manuel Salgado, que graças à conveniente delegação de competências não teve de ir a reunião de CML.
Claro que nada foi afixado no local, para além do inútil clássico «AVISO» em branco (ou ilegível). E agora que todo o processo de apreciação terminou já pouco ou nada podemos fazer enquanto cidadãos. Resumo da história: Informação = Zero; Participação e consulta pública = Zero. Secretismo, opacidade e concentração de poder foi o mote de mais este processo urbanístico que afinal até propõe uma alteração radical numa rua, e bairro, consolidado. A mensagem que a CML parece estar a dar é: quem não gostar que mude de rua, de bairro (mudar de cidade? de país?).
E se sabemos tudo isto sobre este imóvel é simplesmente porque alguém se deu ao trabalho de telefonar ao Pelouro do Urbanismo e insistiu que lhe fosse dada a informação a que todos temos direito. Parece que ainda há heranças do Estado Novo em muitos gabinetes da CML.
11 comentários:
pois, o papá salgado é que sabe o que é melhor para nós, as crianças que votam no dia das eleições
É por este caos e desleixo que Lisboa nunca será uma verdadeira capital europeia, capaz de atrair os investimentos que verdadeiramente lhe interessam. Tal como a cadeia do Orient Express que acaba de desistir do Hotel da Lapa disse: "While Lisbon is a key European capital city, it is not a prime leisure destination, and as such does not have sufficient appeal for our elite leisure audience."
http://www.foxbusiness.com/story/markets/industries/retail/orient-express-hotels-sells-lapa-palace-hotel-lisbon-498380426/
Já há umas semanas se tinha falado neste caso aqui.
Reparem no que se promete para o mesmo sítio:
http://montolivete.blogspot.com/
Fui ao site indicado acima por Joao Pedro Barreto e a minha reacção imediata à fotografia nele mostrada foi uma gargalhada. Pois apesar de ser triste o que querem lá fazer, não deixa de ser cómico. Como é que é possivel?
(...) ou absurda a reacção, porque trata-se de um projecto com qualidade, feito a pensar no local, sem receio da sua linguagem/ formalização contemporânea, com a enorme vantagem (colectiva) de se evitar mais um devoluto/ruína em Lisboa.
Critique-se, sim, de acordo e o que importa debater, com bom senso e a força dos argumentos, senão cai-se no ridículo, como esta coisa de um PP, ou de um PU (= Plano de Urbanização) para o Terreiro do Paço!!!?? ele/a há coisas ;)
AB
Este senhor anónimo das 2,04 além de defender o abandono de edifícios, punido pela regulamentação camarária desde há 500 anos, e nas últimas décadas não aplicada (excepto nas obras coercivas de Santana Lopes)certamente odeia a identidade e a paisagem urbana de Lisboa.
A demolição deste edifício, memória dessa antiga zona, próxima da R. S. Bento, é um acto de barbárie e de obscurantismo, contrariando a praxis internacional CONTEMPORÂNEA, um acto próprio de tempos retrógrados ou totalitários.
Só gostava de saber porque razão este imóvel não pode ser reabilitado e assim ser devolvido à cidade, servindo para o uso a que sempre foi destinado: habitação, pessoas que Lisboa bem precisa!
é que há casos e (o)casos*!
a maior dificuldade (e desafio) está em... separá-los (desdizendo e discordando do senhor anónimo das 7:09 ;)
AB
*, sim, os edifícios também se substituem, chega uma altura em pode valer a pena que dêem lugar a outros, a começar pela diferença de cérceas!
Sem duvida que este imovel podia muito bem ser reabilitado uma vez que sera sempre muito mais interessante que o cagalhao que no lugar dele querem construir!Este edificio bem recuperado daria uma excelente moradia unifamiliar,ou talvez duas,uma de R/C+1andar e outra de 2andar+aguas furtadas). Isto e o que se faz nos paises desenvolvidos.Renova-se e adapta-se e respeitando o edificado mas tambem tendo em conta as necessidades actuais.As demolicoes sao praticas terceiro-mundistas...
amigos do obscurantismo: ide mamar!
Nem é preciso ir aos paises desenvolvidos do norte da europa. Mesmo numa rua paralela, na Calçada Eng. Miguel Pais, um edifício idêntico (do mesmo periodo e dimensões) foi recuperado e transformado em 2008. Estava na mais completa ruína e agora está de regresso à cidade com todo o conforto que se espera de uma habitação em 2009 (fachada pintada de verde claro).
Não querer ver isto é que é uma atitude obscurantista.
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