04/12/2009

Bastonário dos Engenheiros na administração da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa

In Público (4/12/2009)
Por Ana Henriques

«Presidente da EPUL mantém-se no cargo. Vogais que vão ser substituídos tinham tomado posse há menos de um ano

O bastonário dos engenheiros, Fernando Santo, integra a nova administração da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa, que mantém como presidente o major-general Luís Sequeira mas altera os seus dois vogais menos de um ano depois de terem tomado posse.

Isabel Vaz recusa-se a explicar as razões da sua saída, mas o PÚBLICO sabe que foram vários os seus desentendimentos e os do seu colega Paulo Neves com o presidente da empresa, cujos directores financeiro e de recursos humanos estão demissionários há perto de um ano. A EPUL perdeu ainda o seu director informático, que não foi substituído, estando a directora de empreendimentos igualmente de saída. Com 59 anos, Fernando Santo está na empresa desde 1983, tendo nela ocupado diversos cargos. O segundo vogal vem de fora da EPUL. Trata-se de um especialista em recursos humanos, Luís Bento, de 58 anos, consultor do Ministério da Defesa com carreira académica.

A maioria socialista que governa a Câmara de Lisboa deverá pôr à votação na próxima reunião do executivo os nomes de Luís Sequeira, Fernando Santo e Luís Bento para dirigir a empresa nos próximos quatro anos. A esta equipa caberá pôr em prática o plano estratégico da EPUL, que inclui a entrega aos promitentes compradores de dezenas de casas a preços controlados destinadas a jovens, depois de vários anos de atrasos. Das novas missões da empresa consta ainda o desenvolvimento de programas de reabilitação urbana, com vista à colocação no mercado de fogos até aqui degradados. Também não está posto de parte o recurso a fundos imobiliários fechados, ou a fundos comunitários, para viabilizar a recuperação do espaço urbano.

As operações de reabilitação urbana até hoje desenvolvidas pela empresa não têm tido o melhor resultado: a várias obras paradas junta-se a necessidade de reconfigurar um destes programas.

Promover a urbanização de áreas desocupadas da cidade, desenvolvendo projectos com entidades públicas ou privadas, é um dos objectivos enunciados no plano estratégico, documento que reconhece a má imagem que a empresa tem neste momento, não apenas por causa dos atrasos na entrega das casas mas também devido aos vários escândalos associados à gestão de anteriores administrações. Para hoje estão marcadas as alegações finais de um julgamento relacionado com os prémios de produtividade recebidos por anteriores administradores.»

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