Novo Plano Director Municipal aposta na fixação de jovens
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2010-06-17
Luís Garcia
in "JN"
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A fixação e o rejuvenescimento da população de Lisboa são as palavras de ordem da nova proposta do Plano Director Municipal (PDM) de Lisboa. A concretizar-se o objectivo da autarquia, uma casa de tipologia T2 na capital poderá ser arrendada por 500 euros.
Vânia Araújo conhece a Baixa Pombalina como a palma da mão. Durante os seus primeiros 25 anos de vida, a gestora de projectos viveu, com os pais e a avó, numa casa antiga da Rua dos Correeiros. Já este ano, quando Vânia e o namorado, que residia em Loures, resolveram procurar uma casa para morarem juntos, esbarraram nos preços proibitivos das habitações na capital.
?Queríamos um T3 com garagem e bons acessos. Andámos à procura em Lisboa mas os preços eram muito elevados, até para arrendar?, explica. ?Acabámos por comprar uma casa na Amadora, com boas áreas e infra-estruturas?, remata. Uma habitação semelhante àquela que o casal comprou por 125 mil euros nunca custaria, segundo a sua própria pesquisa, menos de 180 mil euros. E não teria, provavelmente, o sossego, o silêncio e o estacionamento com fartura que tem a nova área residencial de Vânia.
Ainda assim, não fosse a gritante diferença de preços e o casal não hesitaria em comprar casa na capital. Fosse pela qualidade dos transportes públicos, pela proximidade aos locais de trabalho ou, simplesmente, para sentir o pulsar da cidade mais cosmopolita do país.
Dar resposta a casos semelhantes ao de Vânia Araújo é a maior preocupação da Câmara Municipal de Lisboa (CML) no momento em que se prepara a revisão do Plano Director Municipal (PDM), o instrumento estratégico de ordenamento do território mais importante ao nível autárquico.
Para que morar na capital seja mais atractivo, sobretudo para os jovens e a classe média, a CML pretende criar habitação a custos acessíveis, como rendas de 500 euros por um T2.
Segundo o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, a Câmara está a estudar soluções para poder avançar com esta política de habitação, que poderão passar por atribuir maior edificabilidade ao promotor imobiliário ou reduzir as áreas de cedência que lhe são exigidas sob a condição de este reservar uma parte do empreendimento ao arrendamento a preços baixos. De acordo com o autarca, os privados consultados pela CML têm considerado a medida viável desde que o licenciamento seja feito num ano.
Manuel Salgado espera ver, num prazo de cinco anos, os primeiros ?sinais de repovoamento e rejuvenescimento? de uma cidade que perdeu cerca de 100 mil habitantes na última década.A proposta de PDM inclui também a reconversão de antigos espaços do Estado, como quartéis e hospitais, em creches, escolas ou habitação – equipamentos que poderão ser promovidos por privados.
A ser aprovado nos moldes actuais, o PDM deixa um canal para a Terceira Travessia sobre o Tejo e mantém o aeroporto “como está”, dada a imprevisibilidade da transferência para a margem sul. O plano estará em discussão pública a partir de Setembro e deverá estar pronto a entrar em vigor no primeiro semestre de 2011.
A fixação e o rejuvenescimento da população de Lisboa são as palavras de ordem da nova proposta do Plano Director Municipal (PDM) de Lisboa. A concretizar-se o objectivo da autarquia, uma casa de tipologia T2 na capital poderá ser arrendada por 500 euros.
Vânia Araújo conhece a Baixa Pombalina como a palma da mão. Durante os seus primeiros 25 anos de vida, a gestora de projectos viveu, com os pais e a avó, numa casa antiga da Rua dos Correeiros. Já este ano, quando Vânia e o namorado, que residia em Loures, resolveram procurar uma casa para morarem juntos, esbarraram nos preços proibitivos das habitações na capital.
?Queríamos um T3 com garagem e bons acessos. Andámos à procura em Lisboa mas os preços eram muito elevados, até para arrendar?, explica. ?Acabámos por comprar uma casa na Amadora, com boas áreas e infra-estruturas?, remata. Uma habitação semelhante àquela que o casal comprou por 125 mil euros nunca custaria, segundo a sua própria pesquisa, menos de 180 mil euros. E não teria, provavelmente, o sossego, o silêncio e o estacionamento com fartura que tem a nova área residencial de Vânia.
Ainda assim, não fosse a gritante diferença de preços e o casal não hesitaria em comprar casa na capital. Fosse pela qualidade dos transportes públicos, pela proximidade aos locais de trabalho ou, simplesmente, para sentir o pulsar da cidade mais cosmopolita do país.
Dar resposta a casos semelhantes ao de Vânia Araújo é a maior preocupação da Câmara Municipal de Lisboa (CML) no momento em que se prepara a revisão do Plano Director Municipal (PDM), o instrumento estratégico de ordenamento do território mais importante ao nível autárquico.
Para que morar na capital seja mais atractivo, sobretudo para os jovens e a classe média, a CML pretende criar habitação a custos acessíveis, como rendas de 500 euros por um T2.
Segundo o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, a Câmara está a estudar soluções para poder avançar com esta política de habitação, que poderão passar por atribuir maior edificabilidade ao promotor imobiliário ou reduzir as áreas de cedência que lhe são exigidas sob a condição de este reservar uma parte do empreendimento ao arrendamento a preços baixos. De acordo com o autarca, os privados consultados pela CML têm considerado a medida viável desde que o licenciamento seja feito num ano.
Manuel Salgado espera ver, num prazo de cinco anos, os primeiros ?sinais de repovoamento e rejuvenescimento? de uma cidade que perdeu cerca de 100 mil habitantes na última década.A proposta de PDM inclui também a reconversão de antigos espaços do Estado, como quartéis e hospitais, em creches, escolas ou habitação – equipamentos que poderão ser promovidos por privados.
A ser aprovado nos moldes actuais, o PDM deixa um canal para a Terceira Travessia sobre o Tejo e mantém o aeroporto “como está”, dada a imprevisibilidade da transferência para a margem sul. O plano estará em discussão pública a partir de Setembro e deverá estar pronto a entrar em vigor no primeiro semestre de 2011.
8 comentários:
Alguem que diga ao vereador que T2 a 500€ já há ao pontapé!
E já agora que lhe digam que nem todos os jovens ganham mais de 700€ nem têm hipoteses de desviar dinheiros publicos conforme fazem os politicos.
As estimativas demográficas do INE referentes a 2009 (publicadas em 31/05), não deixam dúvidas, para o concelho de Lisboa são; menos cerca de 100.000 habitantes que em 2001, menos cerca de 200.000habitantes que em 1991 e menos 320.000 habitantes que em 1981.
É uma sangria sem fim e sem retorno possível.
É este o verdadeiro desafio político e social para a cidade, porque esses números não serão recuperáveis.
Outro dado importante, Lisboa já tem mais idosos do que jovens entre os 0 e 24 anos. A continuar com este ritmo, hão de começar a fechar hospitais, centros de saúde, escolas, infantários, etc...
É preciso muito mais do que T2 a € 500 ou € 700/mês (o que para a geração "1000 Euros" é, como disse o Xico, muito caro);
É preciso muito mais do que continuar a construir mais e para ricos;
É preciso acabar com os dogmas de que a defesa das famílias (ou agregados geradores de filhos) são conceitos criados pela igreja católica ou do estado novo.
O verdadeiro legado que deveríamos deixar para o futuro, não são auto-estradas, túneis ou piscinas municipais e pavilhões desportivos. O verdadeiro legado que temos para deixar são as próximas gerações. E nessa missão, já falhámos redondamente.
E acresccento mais: Lisboa tem mais idosos que jovens e saliento que a maioria dos jovens residem em bairros sociais, pelo que têm residência assegurada quando saem de casa dos pais.
Quem está na habitação de mercado não terá outra alternativa senão suburbanizar-se, a não ser que aceite viver num espaço que em tempos foi uma casa e actualmente não teria licença de habitação caso fosse reavaliada. Mas a maioria destas casas é absorvida pelos imigrantes.
Tambem não me parece que seja com T2 que vai haver aumento da taxa de natalidade!!!
Pedem mais natalidade mas querem que as familias vivam em cubiculos apertados!!!
Lisboa precisa de habitações T3 para cima. E de rendas entre os 300€ (topo máximo da habitação social) e os 500€, que é o vazio que faz com que a população se vá embora de Lisboa.
Isto é falácia.
O PDM não pode nem tem instrumentos para fixar populações jovens ou não jovens.
Este é apenas um argumento para procurar ter um maior grupo de apoio.
Este PDM levanta sérias dúvidas, todos sabemos das interferências oportunas de Manuel Salgado no PDM de Grandola/Alcacer realizado por Bruno Soares lá para os lados da Comporta.
a vânia, que tem 25 anos, e o namorado queriam um t3 com garagem e bons acessos em lisboa... ora bem, eu também queria um palacete em lisboa mas isso é outra estória...
o que me parece óbvio é que que o novo revisto PDM da CML não vai responder aos anseios da vânia e da geração dela.
o que se observou em lisboa já aconteceu noutras cidades há mais tempo em que as pessoas pensaram que era fixe e que a qualidade de vida seria melhor mudando para os subúrbios onde poderiam ter uma vivenda com garagem para dois carros mais um suv. lisboa vai-se repovoar como as outras cidades se repovoaram mas com pessoas que veêm e sentem as cidades de modo diferente. é só uma questão de tempo e isso vai acontecer com ou sem PDM revisto.
Para fixar jovens em Lisboa, não basta oferecer casas mais baratas (embora ajude). Eu, que ainda sou "jovem" (de espírito e de idade), saí de Lisboa há perto de dois meses e foi por causa de muitos outros problemas...
Claro é preciso estacionamento não pago para residentes, mais limpeza das ruas e mais policiamento.
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