Assim se evita uma solução ruinosa para o estado, péssima para a qualidade de vida em Lisboa e que apenas servia os interesses da concessionária. A responsabilidade de eventuais consequências será daqueles que precipitadamente decidiram.
Antes de Lisboa ter uma estratégia portuária, é o país que precisa de identificar que papel quer ter neste contexto.
O anúncio da anulação do concurso para a construção da nova travessia do Tejo é outra boa notícia.
Talvez noutro contexto e com outros protagonistas, possamos evitar um erro colossal para a qualidade de vida da cidade de Lisboa e para o desenvolvimento equilibrado da área metropolitana de Lisboa.
Talvez, quando forem outros que não aqueles cujo negócio é a alta velocidade a decidirem, as opções sejam equilibradas, sem a necessidade de despejar mais de 40.000 carros por dia no centro de Lisboa, talvez se perceba que existe alternativa que serve a população do Barreiro sem pôr em causa a cidade de Lisboa.
Talvez um dia (ainda a tempo) se compreenda que a ligação rodoviária na área metropolitana de Lisboa em falta é primordialmente o fecho da ligação entre Algés e a Trafaria.
Talvez se aposte na modernização do transporte ferroviário de mercadorias, vital para Portugal ter uma actividade portuária concorrencial que nos ligue à Europa e não só a Espanha.
A alta velocidade também é importante. Sim. Mas de forma racional. Já agora, que haja coragem para não fazer depender o traçado e a profusão de paragens das pressões locais e dos favores partidários.
Quando não há bom senso, só a penúria nos salva de más decisões. Esta é, infelizmente, a razão que, para já, salva o país de um conjunto de erros.
texto publicado no "Jornal de Lisboa"
4 comentários:
totalmente de acordo com o que escreveu este senhor.
Talvez este fosse um bom artigo se o autor apresentasse mais substância em vez de se ficar pelos talvezes...
A ideia de que faz sentido económicamente um navio atracar em Sines e depois enviar as mercadorias por via ferroviária para a Europa em vez de atracar em Bordeus, Roterdão ou Hamburgo precisa de muita justificação. Talvez o autor pudesse escrever outro artigo a explicar isso...
Um artigo deste tipo torna-se difícil de ler pela falta de coerência ao longo do texto.
É referido que a ligação Lisboa-Barreiro não faz falta, apesar de se sonhar com ela há mais de 150 anos, fazendo sim falta a Algés-Trafaria para fechar a rede rodoviária.
Por outro lado, assumindo que não há ponte, refere-se ainda que o que faz falta é potenciar o caminho de ferro...
Hum... ou sofre de falta de memória ou então desconhece que o caminho de ferro precisa de infraestruturas para circular. E não são as rodoviárias da ponte Trafaria-Algés.
Subscrevo, Filipe.
Secalhar um comboio navegador ou voador é que era!!!
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