Universidade Nova de Lisboa com novo campus em 2013

In Público (2/11/2010)
Por Bárbara Wong

«FCSH vai deixar a Avenida de Berna e mudar-se para Campolide. Negociações para permuta com a câmara estão "bem encaminhadas"

Cidade Erasmus
"Nunca houve anos fáceis"

Em 2013, a Universidade Nova de Lisboa espera ter o campus de Campolide mais composto. Além da reitoria, dos serviços de acção social, da residência de estudantes e das faculdades de Direito, Economia, Estatística e Gestão de Informação, o espaço vai acolher a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH), que actualmente está na Avenida de Berna. Hoje a Nova faz 37 anos, num período que o reitor António Rendas classifica ser de "grande incerteza".

"São tempos difíceis", reconhece o reitor e actual presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portugueses, não só para a Nova como para todo o ensino superior. Por isso, é tempo de "separar o trigo do joio e aguçar o engenho", que é o mesmo que dizer que a Nova tem uma estratégia de crescimento e de consolidação, explica. Para já, António Rendas está satisfeito porque as negociações com a autarquia e com a Estamo, uma sociedade imobiliária de capitais públicos que gere os imóveis do Estado, estão "bem encaminhadas". No próximo ano arrancam as obras que, como se trata de uma permuta de terrenos, ficarão a custo zero. Na Avenida de Berna, a FCSH já não tinha capacidade de crescer. Com esta mudança, Rendas acredita que poderá atrair mais estudantes, nacionais e internacionais.

A estratégia da universidade para o próximo ano passa também pelo rigor na contratação e pela avaliação dos cursos actualmente oferecidos. "Estamos a olhar com muita atenção para a oferta curricular", diz António Rendas, que não prevê fechar, mas fundir algumas formações. Isso será feito até ao final do ano lectivo e em colaboração com a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, responsável pela avaliação externa dos cursos, informa. Outra preocupação da Nova, para cumprir o contrato de confiança assinado com o Governo, é o de atrair novos públicos e dar mais ênfase ao ensino a distância.

Para António Rendas, "não faz sentido" falar de uma única instituição na capital - além da Nova, a cidade acolhe a Universidade de Lisboa (UL) e a Universidade Técnica de Lisboa. "Todos sentimos a cidade de maneira diferente", começa por dizer. "Nunca tive nenhuma iniciativa de falar disso. O que tem de se discutir é que a oferta seja de qualidade. O que podemos é partilhar espaços e recursos; já o fazemos nos cursos, mas pode ser feito mais. Por que é que há tantos serviços de acção social [um por cada instituição]? O estádio universitário [da responsabilidade da UL] deveria ser gerido em conjunto", sugere. O reitor considera que cabe à tutela tomar a iniciativa de sentar os reitores lisboetas a uma mesma mesa e lançar o desafio.»