30/12/2010

CRIL: Alteração na obra não atenua queixas sobre impactos causados

In Expresso Online (29/12/2010)

«A notícia de que a ligação do último troço da CRIL/IC17 não seria concluída foi bem recebida pelos moradores do bairro de Santa Cruz de Benfica, mas estes dizem que medida não apaga os impactos causados pela obra.

Os moradores de Santa Cruz de Benfica (Lisboa) dizem que a decisão "positiva" de não construir uma ligação da CRIL ao bairro não apaga os impactos ambientais "aberrantes" da obra e exigem "coragem" para tentar corrigir os erros.

O anúncio de que a Estradas de Portugal desistiu de criar aquela ligação do último troço da Circular Regional Interior de Lisboa (CRIL/IC17), na sequência de um pedido da câmara, foi recebido com satisfação no bairro residencial.

Jorge Alves, da comissão de moradores, explica que o recuo evita a existência de maior tráfego numa área sustentada num lençol freático (e por isso sem estrutura para suportar uma grande carga de trânsito) e onde muitas pessoas andam a pé.

Além disso, a saída/entrada da via ficaria mesmo junto a uma escola.

Desistência da obra foi pequena vitória


O representante diz, contudo, que esta é uma pequena vitória numa luta que os habitantes esperam tornar um "exemplo" no setor das obras públicas e que está a ser travada em tribunal, para pedir a nulidade da declaração de impacto ambiental que permitiu avançar com o troço Buraca-Pontinha, ainda a ser construído pelo Governo.

Na Rua Comandante Augusto Cardoso, paralela a uma parte da via em túnel que se mantém sem cobertura, são visíveis alguns dos motivos das preocupações: um longo muro de betão como vista, quintais que foram reduzidos e estão colados a essa "barreira" e, sobretudo, muitas fissuras nas casas, inclusive com mais de um centímetro.

Os serviços camarários detetaram que as escavações têm motivado "assentamentos em moradias", presumivelmente devido ao rebaixamento do nível freático que os trabalhos terão provocado.

Moradores prejudicados


João Fernandes, proprietário do número 42, teve de pedir um empréstimo bancário para fazer obras, depois de as paredes ganharem grandes rachas e de uma vistoria dos bombeiros detetar um assentamento no chão da sala.

"Não podia estar à espera de que a Estradas de Portugal e a construtora Bento Pedroso assumissem as obras. Pelo menos não podia estar à espera pela conclusão da CRIL", conta à Lusa, adiantando que recebeu recentemente uma carta a dizer que as empresas iriam assumir danos, mas "só no final da obra e em relação a danos visíveis".

João Fernandes pede intervenção da autarquia, da qual os moradores esperam também apoio a propósito dos mais de 300 metros de túnel que vão ficar a céu aberto, provocando "uma concentração de gases e de ruído que vai ultrapassar os níveis legais permitidos", como admitem pareceres técnicos de entidades públicas.

Se nada for feito para resolver estes problemas até à abertura do troço, a comissão vai promover medições e avançar com uma providência cautelar.

"A Estradas de Portugal tem de perceber que o que está aqui à vista já não é possível de esconder com imagens ou fotomontagens. Há que ter a coragem de tentar corrigir o que está mal feito e, se possível, responsabilizar alguém", afirma Jorge Alves.»

1 comentário:

Anónimo disse...

então, então, querem ir de pópó para todo o lado, deixam o pópó em todo o lado incomodando os outros e não querem sofrer as chatices que a vossa escolha exclusiva do pópó acarreta? a cril é só o começo do que ai vem - cada vez terão mais auto estradas a passar ao lado das vossas casas. só há um responsável - a vossa opção exclusiva pelo pópó. vocês exigem mais e mais "aceços". fizeram a cama, agora deitem-se nela.