27/12/2010
Polícia Judiciária investiga fogos em prédios devolutos
In Diário de Notícias (27/12/2010)
por SÓNIA SIMÕES
«Em menos de 24 horas deflagraram dois incêndios em edifícios em risco de Lisboa. A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais diz que o frio faz disparar os fogos urbanos.
A Polícia Judiciária vai investigar os fogos, ocorridos em menos de 24 horas, que deflagraram em dois prédios devolutos de Lisboa colocando em risco os ocupantes dos edifícios vizinhos. Para a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, os proprietários dos prédios sem condições e desabitados deviam ser devidamente identificados e obrigados a pagar a taxa de protecção civil - que as autarquias vão passar a cobrar.
O edifício onde ontem, pelas 11.00, deflagrou um incêndio foi desocupado há um ano. Era ali que funcionava a esquadra da PSP do Rego, mas a falta de condições do edifício conduziu ao seu encerramento. Segundo fonte dos Sapadores Bombeiros, as chamas consumiram a cobertura do edifício na Rua da Beneficência. Por segurança, os prédios mais próximos e habitados foram evacuados e o trânsito cortado.
No dia anterior, os bombeiros tinham sido chamados a um edifício localizado na Travessa dos Pescadores, junto à Avenida D. Carlos I. Em nenhum dos episódios houve feridos a registar.
De acordo com Fernando Curto, presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, o número de incêndios urbanos aumenta no Inverno. E o risco é maior em prédios com poucas condições ou devolutos. "O grande problema que existe nas cidades são os prédios antigos e a sua habitabilidade", denuncia Fernando Curto ao DN.
Segundo o responsável, "nas zonas históricas" há prédios sem condições ocupados por idosos "que usam aquecedores com resistência, altamente incendiáveis", diz. Outros, completamente devolutos, "albergam sem- -abrigo e toxicodependentes que fazem fogueiras para se aquecerem", diz. Consequência: podem originar focos de incêndio que, não sendo detectados a tempo, "podem atingir graves proporções". Poderá ter sido este o caso nos últimos dois fogos ocorridos na capital e que agora deverão ser investigados.
Há uma semana, as maiores câmaras do País, Lisboa e Porto, anunciaram que vão começar a cobrar uma taxa para a protecção civil. Para Fernando Curto, esta taxa não deve ser apenas exigida aos moradores, mas a todos "os proprietários dos prédios devolutos, que devem ser responsabilizados pelo perigo e por isso até devem pagar mais", explica. A proposta já passou para papel, entregue às autarquias em forma de parecer e vai seguir agora para o Ministério da Administração Interna.
No caso de não serem localizados os respectivos proprietários, "deve a câmara emparedar as janelas e as portas do edifício para evitar que seja ocupado", defende Fernando Curto.
De acordo com um estudo feito em 2008 pela Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, a maior parte dos cerca de 4600 prédios devolutos de Lisboa pertence ao Estado e à Santa Casa da Misericórdia. "Esta é uma situação ainda mais anormal, porque o Estado devia preservar o seu património", critica Fernando Curto.
O responsável refere que devia apostar-se mais em campanhas de sensibilização mal o tempo arrefeça. "Nós actuamos no combate e não há investimento na prevenção", refere. E lança conselhos: usar aquecedores a óleo e não com resistência. Não recorrer a cobertores eléctricos.»
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5 comentários:
falta a etiqueta: "rendas baixas"
Mas o edificio que ardeu junto À antiga esquadra da PSP não está desocupado. É uma bela casa de 3 andares e vive lá uma familia. estas noticias não são esclarecedoras
Que noticia tão mal feita. Estes jornalistas devem ter vindo todos da universidade do Sócrates.
Primeiro, o edificio do Rego que ardeu não é o da esquadra.
Segundo: o edificio estava habitado, e os residentes até tinham uma boa coleção de carros antigos na garagem, que tiveram que ser postos na rua.
É impressionante como uma falácia numa notícia parece que já se tornou uma verdade. Se a esquadra do Rego funcionasse naquele palacete não teria fechado certamente!
A esquadra era a casa branca que fica à frente da cor de rosa.
Fechou em 2008 por falta de condições: risco de derrucada, risco de curto circuito devido a infiltrações e más condições das condutas eletricas e por estar cheia de ratos.
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