A impermeabilização dos solos em algumas zonas de Lisboa está a atingir um grau muito perigoso. As Avenidas Novas são talvez o exemplo mais grave da capital. A maioria dos quarteirões já estão 100% impermeabilizados - tudo em nome do estacionamento. Desde os finais do séc. XIX altura do início da construção das Avenidas Novas, milhares de árvores foram abatidas e milhares de m3 de solo foram retirados para se construirem caves e outras construções que em conjunto resultaram na impermeabilização irresponsável de uma enorme área da cidade. Tomemos o quarteirão formado pelas ruas Viriato, Latino Coelho, Pedro Nunes e Tomás Ribeiro como "caso de estudo". Dos 15 imóveis que formam o quarteirão oitocentista apenas 2 prédios de rendimento datados de 1906 (Rua Tomás Ribeiro, 8 e 10) retêm os seus logradouros ocupados com quintais (onde não faltam as lisboetas Nespereiras e Citrinos). Tudo o resto é o que se vê na imagem: uma massa compacta e caótica de armazéns, garagens, etc. A qauylidade arquitectonica de 90% dos edifícios novos é mediocre ou má. O que ganhou a cidade com esta ocupação selvagem pelo betão? Mais uma ilha de calor, sem as funções ecológicas importantes que os logradouros desempenham nas cidades. E agora o que fazer no futuro? Como reverter o interior dos quarteirões das Avenidas Novas para funções e ocupações mais concordantes com modelos de desenvolvimento sustentável? Uma pergunta para o Dia Mundial da Árvore.
21/03/2011
AVENIDAS NOVAS: interior dos quarteirões impermeabilizados
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7 comentários:
Então e o afilhado do Arq. Ribeiro Telles não vai ao Mário Crespo denunciar esse atentado?
Atenção, as lojas também ocupam muitas vezes estes espaços de forma abusiva...
O que fazer agora?
Ir tentando reverter a situação nos novos projectos (ainda não acontece, pelo contrário), consciencializar as pessoas sobre as vantagens de tal paradigma, que trará melhorias na qualidade de vida, e que numa zona tão nobre como as avenidas novas isso poderá permitir grande valorização do edificado...
Gostava de ter informação sobre o número de oficinas/stands automóveis existentes no centro de Lisboa, construídos numa selvátia ocupação de logradouros outrora permeáveis e agradáveis.
Certamente Lisboa estará muito alto nesse ranking.
sou contra a destruição dos logradouros mas a afirmação de que estes estão 100% impermeabilizados é provavelmente incorrecta e não devia ser feita. se estão impermeabilizados para onde vai a água das chuvas que cai nos logradouros? para a via pública?
Vai para a rede de águas pluviais e por fim ao rio Tejo. Ou seja, vai tudo parar às zonas baixas de Lisboa. Basta ver o que se passou na Baixa em outubro passado quando ocorreram chuvas intensas! Se a água da chuva já não é absorvida pelos quintais/jardins dos quarteirões da cidade alta, só tem um caminho a fazer: BAIXA, ALCÂNTARA, SANTOS, etc
Análise aprofundada dos interiores de quarteirão das Avenidas Novas hoje e na sua origem.
Análise de intervenções contemporâneas em interiores de Quarteirão noutras cidades europeias.
Proposta de estratégias para o futuro:
http://issuu.com/kikux/docs/tese/1
Passe ao próximo e não ao mesmo.
Anónimo disse...
Vai para a rede de águas pluviais e por fim ao rio Tejo. Ou seja, vai tudo parar às zonas baixas de Lisboa. Basta ver o que se passou na Baixa em outubro passado quando ocorreram chuvas intensas! Se a água da chuva já não é absorvida pelos quintais/jardins dos quarteirões da cidade alta, só tem um caminho a fazer: BAIXA, ALCÂNTARA, SANTOS, etc
1:13 PM
...................
Há solução para isso, ponham válvulas a bombar a água para dentro do rio.
No Japão na época das monções chove 10 vezes mais do que em Portugal numa altura de diluvio e não há inundações, porque será... a solução chama-se engenharia.
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