Se este pretende ser o discurso de grande visão Civlizacional e Europeia para um Candidato a Presidente da República … lembro o Dr. António Costa que ainda é candidato a garantir a segurança e combater a degradação geral em Lisboa …
E mais uma vez relembro que não me dirijo políticamente a um político … mas dirijo-me como cidadão a um Cidadão Político, que se utiliza da Política para ser eleito por outros cidadãos, e assim, assumir a responsabilidade de dirigir e decidir estratégicamente sobre uma Cidade …
Não temos razões para nos sentirmos também enganados como eleitores em relação aos compromissos eleitorais que assumiu.?
António Sérgio Rosa de Carvalho
Ver o “post”seguinte:
António Costa diz que o maior medo da sociedade portuguesa é o da incerteza quanto ao futuro e que esta crise é muito mais grave do que a de 1983
in Público
No livro retoma o seu pensamento sobre segurança. Uma das suas peculiaridades na esquerda foi sempre a de ter um discurso muito concreto sobre segurança, que o fazia ser visto como um OVNI no PS. Como vê hoje a crescente intervenção policial e o que muitos classificam de crescendo de democracia musculada na Europa?
Eu faço parte da geração que fez a transição na esquerda sobre os temas da segurança. Grande parte das pessoas que nos antecederam, por se ter formado no combate à ditadura, entendeu sempre a polícia como uma ameaça às liberdades. Eu faço parte de uma geração que se formou no Estado de Direito democrático e, portanto, sente a polícia não como uma ameaça, mas como uma garantia das liberdades. Isso é fundamental a esquerda perceber. A segurança é um direito e é-o, sobretudo, para os mais desprotegidos. Mas defender a segurança não é defender um Estado policial e orgulho-me bastante por ter contribuído para que muitas das forças de segurança que tutelei tivessem feito um percurso de reforço do seu compromisso com os valores da liberdade. A Europa assenta num compromisso de liberdade, segurança e justiça e no livro encontra vários dos passos para assegurar esse compromisso no combate ao crime organizado, mas também o trabalho essencial que fizemos para poder abrir as fronteiras.
O acordo de Schengen.
E eu acredito que a liberdade e segurança não são valores antinómicos. Pelo contrário.
Mas não se vive hoje na sociedade portuguesa com mais medo?
É sabido que há pouca correlação entre os sentimentos de insegurança das pessoas e a criminalidade efectivamente registada. E aquilo que é essencial é garantir o sentimento de segurança. Durante muitos anos desvalorizou-se isso, dizendo que o que é essencial é a criminalidade registada. Isto porque é o sentimento de insegurança que limita a liberdade de cada um.
É um medo determinado só pela segurança ou pela crise económica?
Há um dado interessante, os momentos de crise são os que em que as pessoas mais têm sentimentos de insegurança, mas em que o crime diminui mais. Há mais crime nos momentos de expansão do que nos de recessão.
Como vê hoje o medo na sociedade portuguesa?
A sociedade portuguesa hoje vive com muito medo. E o maior medo de todos não é sobre o crime. É o medo da incerteza sobre o dia de amanhã. Porque a crise que estamos a viver é bem distinta das que vivemos no passado. A crise de 1983 era gravíssima mas era muito localizada regionalmente, teve grande impacto em Setúbal, no Vale do Ave, e socialmente dirigida ao operariado e aos sectores tradicionais. Hoje a crise é transversal e abrange todo o território nacional. Está atingir toda a gente. Diria que há sectores da classe média mais atingidos que os sectores tradicionais.
As medidas que têm sido adoptadas são suficientes?
A margem de manobra nacional é limitada, a resposta tem que ser dada no quadro europeu. E ela é desequilibrada. Ela é muito centrada nos equilíbrios orçamentais, mas tem sido muito insuficiente no que respeita ao crescimento do emprego. E o que temos estado a assistir - e a Grécia tem sido um caso de laboratório -é que entramos num círculo vicioso, mais austeridade gera e mais recessão, mais recessão gera mais desequilíbrio, mais desequilíbrio gera mais austeridade. Temos de romper este círculo vicioso, para entrar num círculo virtuoso onde o equilíbrio macroeconómico seja condição, mas também garantia para um crescimento sustentável da economia.
Disse que a solução não passa só por Portugal. Não passa só mas passa também. Como vê a actuação do Governo português?
O Governo tem sido paradigmático nesta orientação europeia e faz gala em exibir as suas opções doutrinárias. Muita gente começou por pensar que a nova liderança do PSD era só desajeitada no bilhete de identidade ideológico com que se apresentou na proposta de revisão constitucional. Mas a verdade é que em cada novo documento que apresenta tem sido coerente nas ideias. Não há nenhuma razão para alguém estar surpreendido com a política que este governo anuncia e quer praticar. Quando Passos Coelho diz que não executa esta política por obrigação dos compromissos internacionais, mas por vontade própria e que quer ir mais além e que o fará custe o que custar, não tenho a menor dúvida da convicção e da sinceridade com que o faz.
Mas concorda com as soluções?
Não. Eu discordo das soluções. Mas do ponto de vista ideológico ele não enganou ninguém. Enganou-se ou enganou os eleitores em relação aos compromissos eleitorais que assumiu.
1 comentário:
António Costa começa lentamente a sua tentativa de demarcação do PS, para não ficar "refém" do passado terrível que os últimos dois governos do PS deixaram em Portugal. Esquece-se que ele próprio foi um dos protagonistas desses dois governos, sobretudo do primeiro governo de Sócrates em que foi ministro da administração interna (e ainda por cima com resultados calamitosos quanto ao sistema de segurança nacional, para o qual o Estado, pelas suas mãos, contribuiu com mais de 80 milhões de euros num projeto que nunca funcionou). Será que os Lisboetas, e como se prevê, os portugueses vão dar crédito a um personagem, boy gigante do PS, a uma qualquer futra candidatura?
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