João Cepeda
Serve o presente para lhe enviarmos, a si e a toda a equipa da Time Out, os nossos parabéns e o nosso agradecimento pela renovação em curso no Mercado da Ribeira!
Com efeito, não só estamos perante uma renovação feita com bom gosto, imaginação, e respeito pelo património em apreço, como a mesma é suportada num projecto de exploração que tem tudo para ser viável e fazer daquele espaço o nosso Covent Garden.
Desejamos que as obras a desenvolver e a programação a definir para o restante espaço ainda por renovar, sejam pelo menos do mesmo calibre, talvez abrangendo áreas de negócio ligadas a outras actividades que não a restauração, mas antes o artesanato, as artes e ofícios, livrarias, lojas «vintage», etc. (fica a sugestão), esperando que haja mais empresários disponíveis para este desafio e mais parcerias para concretizar.
Esta intervenção comprova o que há anos vimos defendendo junto de quem de direito: era possível reabilitar o Mercado da Ribeira e recolocá-lo no roteiro cultural da cidade.
Chamamos, no entanto, a sua atenção para um aspecto negativo do projecto que é o grande letreiro em néon «TIME OUT», que deveria estar colocado noutro local que não na porta principal do Mercado, pelo que solicitamos repensem a sua colocação. O Mercado da Ribeira ainda é um mercado mas com este letreiro, ali colocado, pode-se inferir que todo o edifício é agora um projecto da Time Out (alguns turistas podem julgar até que o edifício é o escritório da Time Out!).
Igualmente, parece-nos demasiado elevado o som da música ambiente.
Resumindo, desejamo-vos as maiores felicidades neste projecto, na certeza de que o sucesso da renovada Ribeira será sempre o de Lisboa.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Luís Serpa, Fernando Jorge, José Filipe Soares, Cristiana Rodrigues, Rui Martins, Pedro Gomes, João Mineiro, João Barreta, Carlos-Moura Carvalho, Jorge Lima, João Oliveira Leonardo, Paulo Lopes, Pedro Sanchez, Nuno Caiado, Maria do Rosário Reiche, Beatriz Empis
10 comentários:
Parece que a brigada do moral e dos bons costumes foi à Time Out dar o seu parecer. Passou, mas sem distinção.
É um bom projecto mas a enorme dimensão pontuada con grandes falhas de corte de som/barulho e com poucos locais para se estar sentado confortavelmente durante mais do que uma hora podem comprometer o sucesso futuro depois de passar a moda, se não se repensar nesses dois aspectos, arrisca-se a ser uma espécie de centro comercial de restauração.
De resto, pareceu-me bastante bem. Lisboa precisa de mais projectos destes!
Grato em ver que entre os escribas deste blog ainda há quem perceba o valor de certas iniciativas e opções no contexto de uma cidade e uma população do século XXI. Depois da bílis que vi ser destilada neste blog acerca desta intervenção, este post é uma bem-vinda lufada de ar fresco.
o comentário do anónimo das 10:50 tem um tom paternalista e demagógico que poderia ter evitado; está por provar-se que o que se faz na cidade é o melhor para o cidadão do séc. XXI, principalmente num tempo onde a ecologia, a sustentabilidade, a preservação de memórias e património sãos os grandes temas que movem as sociedades modernas e depois fica igualmente por provar que a bílis que diz destilar-se aqui se deve à má vontade dos autores e participantes e não ao enjoo, ao nojo e à má digestão provocados pela qualidade mais que fraca dos cidadãos e políticos que habitam Lisboa.
A procura de uma soluçâo para o Ruído é primordial, porque o Ruído Ambiente na zona é muito elevado, sobretudo no período nocturno. A sustentabiliade deste projecto passa pela sua integração com a comunidade local e práticas socialmente responsáveis.As colunas de som em alto volume e DJ`s a emitirem enorme decibéis para a rua não são compatíveis com uma vivência harmoniosa com a populaçâo local.
Reitero os parabéns à Time Out e a todos os que assumem ideias, projetos e ... comentários. Os anónimos são como os chapéus ... há muitos, mas poucos se aproveitam !!!!!
Concordo em parte.
Mas, como antigo frequentador do Mercado, achei abusivo que não houvesse a mínima preocupação em realizar as barulhentas obras (que por lá ainda prosseguem) após o fecho do mercado (14h, leram bem CATORZE HORAS, o que teria permitido, com um cuidado mínimo, evitar incomodar enormemente vendedores e clientes).
E nessa zona de comércio de hortaliça, fruta, peixe, etc, melhoramentos NEM VÊ-LOS.
Mais chamo a atenção para o facto de, apesar de o parque subterrâneo ali ter sido terminado após tempos infinitos, o estacionamento junto ao Mercado (e o de fornecedores da nova zona) se fazer absolutamente à balda.
Dêm parabéns é aos contribuintes (futuros) que o edifício foi renovado com dinheiros públicos.
O projecto é desinteressante. Excessivamente uniforme, insistência no preto, barulho infernal, um hangar de comida mais chique, mas na mesma um hangar. Nenhuma loja com produtos originais, nenhum espaço cultural, nenhuma livraria, nenhuma galeria. Comifda e mais comida com o rótulo de gourmet como está na moda e o provincianismo indígena aplaude.
E se os boatos que correm, que dizem que o LUX se irá instalar no mercado, teremos a receita para que a noite se torne ainda mais concorrida, numa espiral de loucura que não tem fim à vista.
Fico abismada em ver comentários negativos a este projeto que trouxe vida ao Cais do Sodré.
Uma variedade gastronómica, aberta a qualquer hora (não como os restaurantes típicos da cidade que fecham às 15h), atraiu jovens, adultos, famílias e turistas.
Barulho? Que mal tem? Era preferível um lugar fechado a cair aos pedaços?
E o letreiro da Time Out está em destaque porque afinal... foi quem teve a iniciativa. Nada mais justo.
A música ambiente é agradável e variada, traz um ar novo ao espaço.
Não só de fado vive Lisboa e há muito mais vida aqui que apenas bitoques e febras.
Espero que construam mais espaços como este em lugares de fácil acesso, para que turistas e lisboetas possam ter opção de gastronomia e lazer.
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