Outro palacete em frente do Palácio da Anunciada. Também este devoluto e vandalizado.
Toda esta zona da cidade, Rua das Portas de Santo Antão e Rua de São José, deveria ser classificada na íntegra. O número de palácios é impressionante, Almada, Povolide, Ordem de Malta, Anunciada, Alverca, só para mencionar alguns, acrescentem-se algumas igrejas, São Luís dos Franceses, Anunciada, São José dos Carpinteiros (esta última num estado de degradação aflitivo, pese embora a riqueza dos seus paineis de azulejos e os embutidos de pedras duras) e, por fim, uma ocupação cultural com o Coliseu dos Recreios, Politeama, Sociedade de Geografia e o defunto Ódeon como testemunhos da Lisboa boémia.
Foi precisamente na Sociedade de Geografia de Lisboa que teve lugar a semana da reabilitação. Não poderia ter sido mais indicado o local para falar daquilo que a cidade precisa de fazer para inventar uma verdadeira reabilitação urbana e não aquela, que temo, tenha sido a mais focada nesta iniciativa: a que defende destruições integrais de interiores, aumentos de cérceas e construção de cabeçudos, manutenção "pastiche" de fachadas para que a elas se acoplem caixas de betão armado, destruição sistemática de logradouros, abertura de garagens em fachadas classificadas e em zonas de protecção. Exemplos destas famigeradas reabilitações: recente hotel PortoBay na Rosa Araújo, prédio Ventura Terra na Avenida da República, palácio do bichinho-de-conta e a lista seria interminável. Se se acha que são essas as intervenções que entrariam na categoria das reabilitações, está a vender-se gato por lebre em detrimento da cidade e do seu património. O que, quero crer, não foi a tese defendida na semana da reabilitação. |
1 comentário:
Gosto!
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