No dia 16 de outubro, no Auditório do MUDE - Museu do Design e da Moda, foi apresentado publicamente o programa "Lojas com História", perante uma audiência de uma centena de lojistas de Lisboa. A criação deste programa, bem como de um Grupo de Trabalho para a prossecução dos seus objetivos, consta de uma deliberação de Câmara no dia 19 de fevereiro, aprovada por unanimidade, visando a apoiar e promover o comércio local tradicional como marca diferenciadora da cidade, sob o lema “preservar inovando”.
Coube às vereadoras Graça Fonseca, do pelouro da Economia e Inovação, e Catarina Vaz Pinto, do pelouro da Cultura, apresentar os objetivos genéricos do programa. Graça Fonseca traçou o historial do trabalho entretanto desenvolvido, com a constituição de um grupo de trabalho transversal aos serviços municipais (Economia, Cultura e Urbanismo) e integrado por uma equipa do Departamento de Design da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, e com a formação de um Conselho Consultivo (composto por historiadores, olisipógrafos, jornalistas, empresários, académicos, arquitetos, empresários, representantea da UACS - União das Associações de Comércio e Serviços de Lisboa, ...), que vem acompanhando os trabalhos daquela equipa, nomeadamente, no cruzamento das diversas bases de dados da Câmara envolvendo este tipo de estabelecimentos, no levantamento no terreno das diversas situações (com visitas aos estabelecimentos e entrevistas aos seus responsáveis) e no estabelecimento dos critérios a adotar - entretanto aprovados em reunião do Conselho Consultivo) para a sua inclusão numa lista.
Segundo a vereadora Graça Fonseca, os critérios adotados deverão ser presentes a reunião de Câmara e, em consequência, com a constituição de um grupo de trabalho permanente, aplicados aos estabelecimentos para seleção dos que irão integrar a lista inicial das "Lojas com História". Para a autarca, este é o início de um processo, posto que, para além das lojas inicialmente escolhidas, outras se poderão depois candidatar, posto que os critérios de inclusão serão públicos. A grupo de trabalho permanente funcionará como "front office" para ajudar as candidaturas dos lojistas que o entendam fazer. Em termos práticos, da inclusão dos estabelecimentos nesta lista resultará um guia para lisboetas e visitantes, um selo identificativo do estabelecimento selecionado, ações de divulgação, promoção e animação deste comércio e outros benefícios.
Para a vereadora Catarina Vaz Pinto, "o que faz a identidade de uma cidade é o seu património vivo, material ou imaterial" e as lojas com história "são uma marca distintiva da cidade de Lisboa". Álbio Nascimento, da Faculdade de Belas Artes de Lisboa, acompanhado por Isabel Castro, apresentou à audiência as tarefas realizadas nas diversas fases pelo grupo de trabalho, as situações similares de proteção destes estabelecimentos noutras cidades e regiões da Europa e os critérios adotados e o modo como serão aplicados, em três grandes categorias: atividade, património material (arquitetura, elementos artísticos, decoração, etc.) e património imaterial (acervo de vivências, importância para a história da cidade, etc.).
Depois da apresentação, segui-se um período de intervenção dos lojistas e representantes das associações presentes, que foi muito participado. O tom geral foi de congratulação por esta iniciativa de salvaguarda do comércio histórico da cidade, e também de apreensão pela aplicação da atual Lei do Arrendamento, que tem levado ao encerramento de algumas lojas de referência por falta de sensibilidade dos proprietários dos edifícios.
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1 comentário:
Insisto nisto:
E para quando “apresentar” o projeto (quiçá, possa mesmo extravasar Lisboa) das “Lojas de Tradição”, “Lojas com História”, à “nova” tutela do Comércio?
Será nesta fase que “as tutelas” procuram ideias, projetos, enfim … algo “para fazer”, algo de palpável para comprometer !!!!!!
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