Não há volta a dar.
O "reinado" de Manuel Salgado e dos seus muitos acólitos, Flávio Lopes, Teresa Gamboa e o arqo. Catarino, director dos serviços de urbanismo da CML, tem dado cabo de tudo o que resta em Lisboa.
Estas fotografias mostram o que se passa na Lapa, um bairro que deveria ser preservado e em que todos os projectos de urbanismo deveriam ser passados no crivo da mais-valia para o espaço. Mas não é assim. Assiste-se ao império do mau-gosto e da insidiosa invasão do urbanismo à la calçada de carriche de má memória.
Acaba-se com tudo, prédios populares a que se acrescentam andares, em que se abrem bocas de garagem, palacetes absolutamente desvirtuados com inoxes e marquises, prédios construídos de raíz com ar de morgues, zinco por todos o lado.
O que se mostra é uma ínfima parte do que acontece no terreno sob o olhar desatento de moradores da Lapa e demais lisboetas.
Os senhores acima são os responsáveis pela morte arquitectónica de um dos bairros mais carismáticos de Lisboa.
Bom Ano 2019!
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9 comentários:
O problema não é só do Sr. Salgado e companhia. O problema é também (eu diria mesmo, sobretudo) da nossa burguesia endinheirada que compra estas porcarias e gosta. Se isto não tivesse procura, o problema resolvia-se pela raiz. Mas basta ver a casa do próprio presidente da câmara...
Nas ruas de Santa Marta, São José, Salitre, passa-se a mesma coisa!Ruas cenários de prédios ocos. Lisboa desaparece a cada dia que passa.
Olá Miguel,
tenho mais 3 exemplos terríveis aqui na Estrela/Lapa.
Podemos lamentar isto, mas isso não chega. O que podemos fazer? Como foram possíveis estes licenciamentos? Podemos reclamar formalmente contra eles? Há outras vias para apresentar queixas contra estes atentados?
Como não tenho um endereço google (porque estou a tentar boicotar o monstro ;-), enviei as fotos para o endereço do fórum.
Reagindo ao comentário de Mischa,
Obrigado pelo interesse.
De facto, há pouco que se possa fazer. Muitos destes licenciamentos são autorizados sem discussão pública., sem escrutínio nenhum.
A Lapa é um bairro sem plano de pormenor, sem nada que o possa salvaguardar.
Está-se a tentar fazer o seu levantamento para pedir a classificação como conjunto urbano. Aí seria mais fácil limitar os estragos.
Veremos.
Em relação ás fotografias, o administrador do blogue já as deve ter consigo.
Cumprimentos e Bom Ano,
Miguel de Sepúlveda Velloso
Tanta estupidez que para aqui anda, dizem mal de tudo sem critério!
O que querem fazer aos carros? É preferível ficarem na rua em cima dos passeios?
Ao anónimo das 10:34, que pergunta "O que querem fazer aos carros? É preferível ficarem na rua em cima dos passeios?"
Porquê em cima dos passeios? E se têm assim tantos carros, porque raio é que querem viver num bairro antigo? Podem ir viver para o Parque dos Príncipes ou para o Parque das Nações, há lá muitos apartamentos óptimos com belíssimas garagens.
Reagindo ao anónimo das 10.34,
Estupidez é defender o indefensável sob a capa fresca e hipócrita do anonimato.
Noutras cidades também há carros, não há é atentados deste calibre. Salzburgo é um bom exemplo, centro histórico habitado e não há garagens de pato-bravo. ou capoeiras onde os anónimos do seu calibre gostariam de viver?
Lisboa teria tudo para pertencer às grandes metrópoles históricas do ocidente, infelizmente a malta que manda acha o contrário e obstina-se em consegui-lo.
Nivelar por baixo é a norma. A sua também, pelos vistos. E esse é a única e imperdoável estupidez.
Nivelar por baixo é o que se faz aqui, em Londres, Paris, etc... Também se adapta edifícios para garagens, e grande parte dos edifícios que aparecem nas imagens são edifícios novos com garagem.
Os carros existem em todas as cidades, e as cidades nos últimos séculos foram pensadas para a existência de transporte, cavalos, carros, etc...
Este grupo parece um grupo fascista que acha que é o dono da razão e querem obrigar os outros a fazerem e a viverem da forma que os responsáveis da plataforma acham ser a mais correcta.
Não percebo se são assim tão donos da verdade porque é que não utilizam meios próprios para implementar as vossas ideias ou então da mesma maneira que dizem para ir viver para o Parque das Nações ou Parque dos Principes, porque é que não vão vossas excelências viver para Salzburgo, já que lá é que se vive bem e sem carros!
O Anónimo, António Manuel
O Salgado leva com a culpa de tudo. Com que argumentos impediria ele estes projectos, mesmo que sejam maus projectos? A legislação obriga a X lugares de estacionamento. Argumentar sobre estética é um quebra-cabeças que acaba em tribunal, a não ser que seja uma área muito específica com plano de pormenor. Por último os investidores quase que obrigam os projectos a ter determinadas características, e muitos arquitectos sujeitam-se para não perder trabalho. A culpa é do todo e não exclusivamente do Salgado.
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