Dr. Fernando Medina
Exma. Senhora Directora-Geral do Património Cultural
Arq. Paula Silva
Exmos. Senhores do Intercontinental Hotels Group
Exmos. Senhores da imobiliária Optylon
C.C. AML, JF e media
Como é do v/conhecimento, o quarteirão do antigo Convento de Chorpus Christi (Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 628, DR, 2.ª série, n.º 182 de 20 setembro 2013), do qual restam partes da igreja tem sido alvo de constantes operações imobiliárias, cujo resultado até ao momento tem sido nulo - tendo sido projectada, e anunciada publicamente a transformação daquele complexo num hotel “Indigo” da cadeia Intercontinental, têm contudo vindo a circular informações muito recentes de que estará a ser pensada neste momento para o mesmíssimo imóvel uma campanha de obras sob a égide da Optylon Krea, com vista à sua transformação em apartamentos de arrendamento de curta duração.
Tratando-se de um imóvel classificado, importa deixar feitas as seguintes perguntas, cujo esclarecimento solicitamos:
- como foi feita a mudança de promotor?
- como foram aquilatados e defendidos os interesses patrimoniais em jogo?
- de que maneira se pode efectuar a consulta de todo o processo?
- por que razão se encontra todo o espaço sem qualquer vigilância, facto extraordinário, dado estarmos em presença de um dos mais emblemáticos edifícios da Baixa Pombalina, e de se ter procedido a despejos vários para dar seguimento ao processo?
- por que razão não são selados vãos de portas e janelas?
O estado de abandono é total, com várias soluções de recurso para impedir eventuais entradas e actos de vandalismo (portas "tapadas" com placas de gesso cartonado, portas com cadeado e respectiva corrente completamente ineficazes uma vez que qualquer pessoa pode entrar pelo espaço deixado em aberto que as respectivas medidas de protecção pretenderiam fechar.)
- qual é o caderno de encargos para as obras de adaptação do antigo convento?
- foi feito o levantamento das coberturas de azulejos?
- que medidas existem para impedir que as espessas portas de madeira com ferragens originais, desapareçam?
- em que ponto estão os trabalhos arqueológicos no local, que, entre outros, identificaram vestígios da Idade do Ferro, diversos conjuntos de tanques de salga romanos (extraordinariamente bem preservados ) e parte da necrópole da antiga Igreja de São Nicolau (noticiada em 2013 - https://ocorvo.pt/vestigios-da-lisboa-romana-encontrados-entre-a-rua-dos-douradores-e-a-rua-dos-fanqueiros/), e o que é feito do espólio e relatório dessas intervenções?
Na expectativa, e com os melhores cumprimentos,
Paulo Ferrero, Miguel de Sepúlveda Velloso, Bernardo Ferreira de Carvalho, Fernando Jorge, Pedro Jordão, Ana Celeste Glória, Pedro de Sousa, Virgílio Marques, Júlio Amorim, Pedro Fonseca, Helena Espvall, Beatriz Empis, Carlos Boavida, Rui Pedro Martins, Carlos Moura-Carvalho, Miguel Jorge, Pedro de Sousa, Jorge Pinto, José Maria Amador, Bruno Palma, Pedro Henrique Aparício, Fátima Castanheira, Margarida Pardal, Maria do Rosário Reiche
2 comentários:
Obrigado pela ação!
A melhor solução para esse edifício é voltar a ser igreja.
A Igreja de São Julião, junto da CML, esteve a ser usada como garagem, foi restaurada e agora é um museu.
E agora na Europa estão a recuperar muitas igrejas: Frauenkirche em Dresden, Catedral do Cristo Salvador em Moscovo...
E totalmente de raiz!
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