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28/02/2018

Enquanto isso, no Palacete Mendonça, classificado de Interesse Público (edifício e parque)


Enquanto isso, a fundação de lenhadores mais hipócritas do mundo continua a sua bela e "autorizada" obra. Bom, vislumbro que os dragoeiros junto ao betão tenham um "futuro assegurado" (fotos AAS)

08/02/2018

Imagens fresquinhas da "recuperação do parque" do Palacete Mendonça


A grande epopeia da fundação continua a todo o gás. Que importa que tudo aquilo seja de interesse público?! É a caridade, senhores.

01/02/2018

Ainda sobre a (des)ilusão geral em volta do Palacete Mendonça


Ainda sobre a (des)ilusão geral em volta do Palacete Mendonça (foto antiga de Marco Verch) fica o depoimento de Ana Alves de Sousa, escrito para para o projecto “Memórias das Avenidas” antes da tragédia se abater sobre o parque:

«O jardim do Palacete Mendonça
Avós e Netos de Mãos Dadas

Agradecimento
Ao Eng.º Rui Romão por tudo o que nos ensinou, pelo extraordinário exemplo de perseverança, amor e respeito pela natureza, por todo o trabalho que realizou neste jardim centenário durante mais de 25 anos.

Quando eu era pequena a minha Mãe falava-me das visitas que em tempos fizera com o seu Avô paterno a um palacete rodeado por um grande parque que ficava relativamente perto da casa onde ambos viviam, na Avenida António Augusto de Aguiar. Recordava sobretudo o jardim e a quinta, o moinho de vento, a água que escorria de cascatas forradas de fetos e de avencas, os túneis de buxo e, a meio da tarde, os chás e as bolachinhas servidos ao ar livre na sombra cheirosa de um caramanchão coberto de rosas de Santa Teresinha.

O palacete pertencia a Carolina e a Henrique de Mendonça, proprietários de roças em São Tomé. Sem ter certezas, penso que essas visitas dever-se-iam ao facto de Henrique de Mendonça ter sido, entre 1913 e 1925, Vice-Governador do Banco Nacional Ultramarino e de o meu Bisavô ter inaugurado a agência de Quelimane desse mesmo banco em 1902 e, anos mais tarde, ter sido responsável pela agência de Lourenço Marques. Assim sendo, existiria uma relação profissional que justificava esses encontros, bem como uma eventual amizade resultante do facto de terem ambos uma paixão imensa por África e de aí terem trabalhado e passado largos anos das suas vidas. Fosse por que razão fosse, o meu Bisavó era visita da casa. A minha Mãe acompanhava-o sempre que possível e essas tardes de passeio de mão dada com o seu Avô ficaram gravadas na sua memória.

Quando, em meados dos anos 60, viemos morar para o Bairro Azul, eu costumava passar rente ao muro do Palacete Mendonça, a caminho do Liceu Maria Amália. Espreitava através do gradeamento de ferro forjado e imaginava como teriam sido os tempos em que a minha Mãe brincava naquele enorme parque murado que parecia agora meio abandonado e selvagem, quase como se de uma floresta tropical se tratasse.

Durante muitos anos o jardim permaneceu inacessível até que finalmente, nos anos 90, a Universidade Nova, então proprietária do palacete, celebrou um acordo com a Câmara Municipal de Lisboa: os serviços camarários responsabilizar-se-iam pelo arranjo e limpeza do parque e, como contrapartida, este passava a ser público mediante a apresentação de uma identificação. Anos mais tarde, a Fundação Calouste Gulbenkian emprestou à Universidade 13 esculturas que foram estrategicamente colocadas em diferentes pontos do parque, convidando à sua descoberta.

Pouco a pouco, o parque recuperou a sua beleza e dignidade e a minha Mãe voltou a passear pelo jardim da sua infância, agora de mão dada com os seus Netos.

O parque do Palacete Mendonça é pois, para a minha família - tal como, certamente, para muitas outras pessoas - um espaço mágico e foi com enorme alegria que soubemos da sua venda à Fundação Aga Khan na convicção de que esta irá proceder não só ao restauro do edifício mas também do parque e mantê-lo aberto à população, tal como esperado e noticiado. Deste modo, permitirá que aqui se renove essa maravilhosa cadeia de mãos dadas de tantas gerações e o Parque do Palacete Mendonça continuará a fazer parte da memória passada e futura de todos nós.

Ana Maria de Mendonça T.S. Alves de Sousa»

30/01/2018

Carta Aberta a Sua Alteza o Príncipe Aga Khan


fotografia (site +Lisboa)

Perante o a constatação de um brutal abate de árvores de grande porte no jardim ( classificado ) do Palacete Mendonça e o consequente silêncio das entidades públicas responsáveis, fazemos um apelo ao novo proprietário.


Your Highness Prince Aga Khan,

We are writing you with an urgent plea, taking into consideration the Foundation's legacy in regards to the rehabilitation of gardens and parks as well as the restoration of historic buildings all over the world.

We ask you to, please, stop the knocking down of hundreds of centenary trees, namely Celtis australis, in the gardens of the Foundation's future headquarters, in Lisbon. Along with the construction of a garage and a lake, these acts will certainly compromise the future of other trees in the park, such as the ensemble of dragon trees (Dracaena draco). This park is classified as of "Public Interest", according to Portuguese law, which gives the dimension of the important patrimony the Foundation has in hands.

We also call your attention to the reformation works inside the Palace Mendonça itself. This palace was conceived by one of the most important Portuguese architects of the beginning of the 20th century, Ventura Terra, and it stands for the most accomplished Art Nouveau buildings in Portugal. Any changes to its structure will compromise the coherence of the whole and examples of this architectural style do not abound in our country.

What is happening both in the park and the building does not live up to the standards the Foundation has put in other projects elsewhere and this is the more intriguing when what is at stake are its headquarters that should stand as a showcase of the Foundation's standards.

We kindly ask Your Highness for your intervention in stoping the destruction of Portuguese patrimony.

Thank you for your time and consideration.

Yours sincerely,

Plataforma em Defesa das Árvores
Fórum Cidadania Lx
Comissão de Moradores do Bairro Azul
Vizinhos das Avenidas Novas
Rui Romão (former Gardner of Palace Mendonça)
Associação de Moradores das Avenidas Novas de Lisboa

26/01/2018

Além de lenhadores são hipócritas...


Enquanto "Aga Khan doa 100 mil euros para recuperação do Pinhal de Leiria" (https://sol.sapo.pt/artigo/590231/aga-khan-doa-100-mil-euros-para-recuperacao-do-pinhal-de-leiria), já começaram a abater árvores com 100 anos no parque (CLASSIFICADO) do Palacete Mendonça:

25/01/2018

Afinal, a digníssima fundação é apenas uma firma de lenhadores ...



E isto é apenas o princípio. Ok, estamos conversados quanto ao palacete Mendonça. Obrigado, claro, à DGPC e à CML pelo excelente trabalho feito a bem da nação (a foto abaixo é de Abril do ano passado).

24/01/2018

Palacete Mendonça (Imóvel de Interesse Público) – Alerta à 12ª comissão da AR


Exmos. Senhores


No seguimento do e-mail infra, e conforme combinado oportunamente pelo telefone, serve o presente para alertar essa Comissão para a iminência das obras relativas ao edifício e ao jardim do palacete Mendonça, classificados de Interesse Público. Com efeito, estão já montados no local: tapumes, andaimes e grua.

Mais informamos que a situação continua a ser tudo menos transparente, não existindo informação pública sobre os projectos (a executar no palacete e nos jardins) e sem que a DGPC ou o MC, muito menos a CML, pareçam assegurar a integridade do conjunto, uma vez que, segundo tudo leva a crer, se mantém a intenção de escavar o subsolo defronte ao palacete para construção de estacionamento subterrâneo, ao qual será acoplado um tanque, com espelho de água, numa situação inventiva pretensiosa "à la" Taj Mahal e, pior, desvirtuando o jardim biomórfico.

Ter-se-á conseguido (a confirmar) evitar a destruição de parte da fachada do palacete para instalação de dois elevadores externos – a destruição foi inicialmente considerada de "aceitar" porque, imagine-se, seria reversível uma vez que os elementos da fachada seriam guardados em depósito para um dia voltarem a ser reintegrados…

Tal passividade referir-se-á à atribuição (?), a nosso ver bastante estranha, do estatuto de “estado soberano” à comunidade Imamat Ismaili, sendo considerado o palacete a sua “embaixada”.

Junto anexamos os elementos do projecto que pudemos reunir.

Solicitamos a melhor intervenção dessa Comissão no sentido de se garantir a preservação total do edifício e do seu jardim.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Paulo Lopes, Alexandra de Carvalho Antunes, António Araújo, Júlio Amorim, Luís Serpa, Jorge Pinto, Ana Celeste Glória, Luís Mascarenhas Gaivão, Fernando Jorge, Fernando Silva Grade, Fátima Castanheira

12/10/2017

Palacete Mendonça (Imóvel de Interesse Público) – Pedido de audiência URGENTE à 12ª comissão da AR


Exmos. Senhores Deputados
Membros da 12ª Comissão da Assembleia da República


Na sequência da presença de máquinas de sondagens nos jardins do Palacete Mendonça (na foto em anexo, da autoria de Marco Verch), sito na Rua Marquês de Fronteira, em Lisboa, que é Imóvel de Interesse Público [Decreto n.º 28/82, DR, I Série, n.º 47, de 26-02-1982, que classifica o edifício “incluindo os elementos decorativos que a integram e o respectivo parque” (sic)], solicitámos em Agosto à CML e à DGPC que nos esclarecessem sobre o que passava uma vez que não havia nenhuma informação afixada no local. Apenas recebemos da parte da CML a resposta de que apenas decorriam sondagens no local (ver ofício da CML em anexo). Poucos dias passados, fomos informados por locais que decorriam obras dentro do próprio palacete, que é hoje propriedade do Imamat Ismaili, via Fundação Aga Khan (https://dre.pt/home/-/dre/74385263/details/maximized?serie=I&day=2016-05-09&date=2016-05-01).

Sabemos agora que as mesmas significaram já a abertura de vários buracos no chão da cozinha e em pelo menos uma das salas do palacete, para sondagens com vista a apurar-se da resistência estrutural do edifício a obras futuras de alterações, para a colocação de elevadores, abertura de vãos, etc. Tal fará parte de um projecto de arquitectura da autoria do arq. Frederico Valsassina, cujo pedido de informação prévia deverá entrar nos serviços da CML e da DGPC muito em breve, mas que parece ter já aprovação garantida.
Desse projecto fará também parte a ampliação em 2 metros de todo o muro projectado em 1900-1902 por Miguel Ventura Terra (cujo sesquicentenário se acaba de comemorar, aliás...) em volta da propriedade, seguida de recolocação do gradeamento.
Desse projecto fará parte, ainda, a construção de um parque de estacionamento subterrâneo (!) na parte da frente do jardim, bem como a alteração da configuração actual do parque arbóreo a tardoz, implicando o abate de várias árvores.

Face a este cenário, serve o presente para solicitar a melhor atenção dessa Comissão para este assunto, tratando-se, como tudo leva a crer, de obras profundamente intrusivas a executar num conjunto classificado de Interesse Público e que, em conformidade, solicite esclarecimentos à DGPC (cujo parecer é vinculativo) e à CML.

Solicitamos ainda a Vossas Excelências a melhor reflexão sobre o facto do Imamat Ismaili paracer estar a protagonizar estas obras ao abrigo do estatuto de Embaixada, o que nos parece estranho, e ignorar assim os impedimentos legais decorrentes de uma classificação patrimonial de Interesse Público, como a presente.

Com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Júlio Amorim, Jorge Pinto, Ricardo Mendes Ferreira, Gonçalo Cornélio da Silva, Gustavo da Cunha, Inês Beleza Barreiros, Fernando Silva Grade, Ana Celeste Glória, Carlos Moura-Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Maria de Morais, Alexandra de Carvalho Antunes a Ana Alves de Sousa

C.c. PCML, AML, DGPC, JF Avenidas Novas e media

04/08/2017

Obras nos jardins do Palacete Mendonça (IIP) - Pedido de esclarecimentos à CML


Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


Cc. PCML, DGPC e AML

Const​atada a presença de máquinas de sondagens (?) nos jardins do Palacete Mendonça, imóvel e jardins classificados como de Interesse Público, bem como a marcação de várias árvores de grande porte junto ao gradeamento virado à Rua Marquês de Fronteira; e uma vez que se desconhece qualquer aprovação de projecto de alterações para aquele lote, somos a solicitar a V. Exa. que nos informe se a CML tem conhecimento deste assunto e qual a razão da presença das máquinas e das marcações às árvores.

Junto enviamos foto tirada ontem, dia 3 de Agosto.

Com os melhores cumprimentos


​Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Ana Alves de Sousa, ​Fátima Castanheira, Maria do Rosário Reiche, Inês Beleza Barreiros, Rui Martins, Júlio Amorim, Nuno Caiado, Miguel de Sepúlveda Velloso, Leonor Areal, António Araújo, Fernando Silva Grade, Pedro Ribeiro, João Oliveira Leonardo, Gonçalo Cornélio da Silva, Beatriz Empis, José Amador e Fernando Jorge

24/10/2008

Jardim da Praça José Fontana: jardim 'Matadouro'

Vale a pena dar destaque ao comentário de um lisboeta a propósito da degradação do jardim na Praça José Fontana, denunciado neste blogue no passado dia 21 de Outubro:

«Nasci em Lisboa, no Hospital D. Estefânia. Vivi toda a minha infância e adolescência no Largo D. Estefânia. Em criança, o meu avô levava-me a brincar ao Jardim da Praça José Fontana, a 5 minutos de casa, e a que chamávamos o Jardim do Matadouro (porque teria existido outrora um matadouro no local onde hoje se situa o Fórum Picoas. Foi neste jardim que andei de triciclo pela primeira vez. Foi neste jardim que conheci a minha primeira amiga - a Marisa (a quem perdi o rasto há muito tempo). Brincávamos no coreto e na pequena sala que havia em baixo e que tinha uma pequena porta de duendes. Foi neste jardim que dei o meu primeiro beijo. Estudei no Liceu Camões, defronte do Jardim. Foi neste jardim que eu e os meus colegas e amigos fazíamos as nossas travessuras nos intervalos das aulas, sobretudo no intervalo grande de 20 minutos, a meio da manhã. Lembro-me de nos sentarmos nas escadas do coreto a comer castanhas assadas nas manhãs frias de outono. Lembro-me sobretudo de uma árvore enorme, centenária, que abarcava todo o recanto do jardim junto à Av. Duque de Loulé. Eram necessárias quatro pessoas para a abraçar. Tinha no seu canteiro uma placa com um poema sobre a árvore, dirigido a um eventual viajante. É um poema muito conhecido que se costuma ver pelos jardins, um pouco por todo o país. Mas um dia, sem aviso, cortaram a árvore. Nunca percebi porquê. Mas nesse dia morri um pouco. Hoje sinto que morri um bocadinho mais. C.»