O nosso alerta a todos quantos se interessam pela nossa luta em prol da preservação e transformação da casa mandada construir por Garrett em casa-museu - causa que deu origem a este movimento - , para a crónica de Jacinto Lucas Pires, na edição de hoje, dia 28 de Julho, n' A Capital, e que AQUI reproduzimos na íntegra.
Agradecemos sinceramente a sua simpática e atenciosa crónica, caro Jacinto Lucas Pires, e a oportuníssima chamada de atenção que a mesma representa para os candidatos à CML.
MUITO OBRIGADO
PF
22/07/2005
4 anos de CML, que Cultura?
Numa altura em que a CML procura (?) salvar o Ballet Gulbenkian, achamos que era de elementar justiça fazer-se um balanço à actuação da CML ao longo dos últimos 4 anos, um balanço que se resume pouco mais que meia dúzia de colóquios e exposições, e um verdadeiro «choque cultural»: a instalação de comes e bebes e carrinhos-de-choque na Av.24 de Julho, e a abertura de um ringue de gêlo numa tenda no Pátio das Missas, em Belém, a fim, certamente, de os lisboetas aperfeiçoarem os seus dotes de condutores e «patinadores».
Passado o choque inicial, queremos dizer à CML que teria sido melhor ter antes agido da mesma forma decidida e empenhada na resolução de 4 casos sintomáticos de abandono, desleixo e incompetência a nível de gestão e programação dos próprios equipamentos culturais da CML, a saber: Cinema São Jorge, Maria Matos, Espaço A Capital e Museu Bordalo Pinheiro.
1. Como é possível ter-se mandado encerrar o Espaço A Capital, despejando os Artistas Unidos, por perigo de derrocada e estar tudo na mesma passados 4 anos, sem sequer se ter dado início ao projecto de reabilitação tantas vezes publicitado? O projecto artístico dos Artistas Unidos para o espaço A Capital é uma excelente oferta cultural para o Bairro Alto e para Lisboa. O C.V. da companhia fala por si. Por isso, pedimos ao próximo Presidente da CML que dê andamento imediato ao respectivo projecto de recuperação.
2. Como é possível comemorar-se o 100º aniversário da morte de Bordalo Pinheiro e ter-se o respectivo museu fechado há anos?
Bordalo Pinheiro é uma fígura ímpar da cultura alfacinha e nacional. O espólio é imenso, muito mais do que o que exígua casa-museu deixa ver. Encontre-se outro espaço. Renegoceie-se o espólio e os ditos testamentários de quem cedeu o espaço!
3. Como é possível o São Jorge ainda não ter sido transformado em sala única e recuperado o estatuto de sala mais frequentada de Lisboa?
O Cinema São Jorge só tem futuro se for sala única, e se for a "casa do cinema português", com filmes portugueses em estreia obrigatória e em "reprise" . Deve-se apostar em protocolos com distribuidores e com a Cinemateca, que garantam a exclusividade da exibição. E complementar essa aposta com espectáculos musicais que se adequem à sala.
4. Como é possível ter-se fechado o Teatro Maria Matos sem saber o que programar para lá, e anunciar uma hipotética revitalização do Parque Mayer?
O Maria Matos foi a primeira sala a ser património municipal. Está num bairro em que poderia ser o pólo cultural de toda a zona. Com programação variada, desde teatro infantil a peças clássicas, passando por concertos e ópera. Abra-se a sua gestão a privados. Porque não começar pelos empresários do Parque Mayer?
Mas o futuro Presidente da CML vai ter também que equacionar novas formas de gestão, abrindo os espaços à iniciativa privada, com contratos de execução física e orçamental, claros, que contemplem gestão por objectivos, partilha de receitas e avaliação periódica por parte da CML. Terá que pensar em “mecenato municipal”. Eventualmente, equacionar também a própria existência da EGEAC. E deve apostar numa maior adesão da população de Lisboa (e não só) aos espaços culturais da CML, contemplando, por exemplo, o lançamento de passes sócio-culturais.
Por fim, se a próxima vereação quiser apostar em mais carrinhos-de-choque e em mais patinagem no gêlo, por favor, que o faça nos espaços próprios, concebendo uma nova Feira Popular em local adequado, devidamente arborizada e de fácil acesso, onde até poderá construir de raíz, também, um ringue de patinagem no gêlo, à semelhança, aliás, do que é feito lá fora. Lisboa agradece e não choca!
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Bernardo Ferreira de Carvalho
Passado o choque inicial, queremos dizer à CML que teria sido melhor ter antes agido da mesma forma decidida e empenhada na resolução de 4 casos sintomáticos de abandono, desleixo e incompetência a nível de gestão e programação dos próprios equipamentos culturais da CML, a saber: Cinema São Jorge, Maria Matos, Espaço A Capital e Museu Bordalo Pinheiro.
1. Como é possível ter-se mandado encerrar o Espaço A Capital, despejando os Artistas Unidos, por perigo de derrocada e estar tudo na mesma passados 4 anos, sem sequer se ter dado início ao projecto de reabilitação tantas vezes publicitado? O projecto artístico dos Artistas Unidos para o espaço A Capital é uma excelente oferta cultural para o Bairro Alto e para Lisboa. O C.V. da companhia fala por si. Por isso, pedimos ao próximo Presidente da CML que dê andamento imediato ao respectivo projecto de recuperação.
2. Como é possível comemorar-se o 100º aniversário da morte de Bordalo Pinheiro e ter-se o respectivo museu fechado há anos?
Bordalo Pinheiro é uma fígura ímpar da cultura alfacinha e nacional. O espólio é imenso, muito mais do que o que exígua casa-museu deixa ver. Encontre-se outro espaço. Renegoceie-se o espólio e os ditos testamentários de quem cedeu o espaço!
3. Como é possível o São Jorge ainda não ter sido transformado em sala única e recuperado o estatuto de sala mais frequentada de Lisboa?
O Cinema São Jorge só tem futuro se for sala única, e se for a "casa do cinema português", com filmes portugueses em estreia obrigatória e em "reprise" . Deve-se apostar em protocolos com distribuidores e com a Cinemateca, que garantam a exclusividade da exibição. E complementar essa aposta com espectáculos musicais que se adequem à sala.
4. Como é possível ter-se fechado o Teatro Maria Matos sem saber o que programar para lá, e anunciar uma hipotética revitalização do Parque Mayer?
O Maria Matos foi a primeira sala a ser património municipal. Está num bairro em que poderia ser o pólo cultural de toda a zona. Com programação variada, desde teatro infantil a peças clássicas, passando por concertos e ópera. Abra-se a sua gestão a privados. Porque não começar pelos empresários do Parque Mayer?
Mas o futuro Presidente da CML vai ter também que equacionar novas formas de gestão, abrindo os espaços à iniciativa privada, com contratos de execução física e orçamental, claros, que contemplem gestão por objectivos, partilha de receitas e avaliação periódica por parte da CML. Terá que pensar em “mecenato municipal”. Eventualmente, equacionar também a própria existência da EGEAC. E deve apostar numa maior adesão da população de Lisboa (e não só) aos espaços culturais da CML, contemplando, por exemplo, o lançamento de passes sócio-culturais.
Por fim, se a próxima vereação quiser apostar em mais carrinhos-de-choque e em mais patinagem no gêlo, por favor, que o faça nos espaços próprios, concebendo uma nova Feira Popular em local adequado, devidamente arborizada e de fácil acesso, onde até poderá construir de raíz, também, um ringue de patinagem no gêlo, à semelhança, aliás, do que é feito lá fora. Lisboa agradece e não choca!
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Bernardo Ferreira de Carvalho
21/07/2005
Convento dos Inglesinhos: PCP/AR requer explicações ao MC
Relativamente ao assunto mencionado em epígrafe, recebemos um e-mail do Grupo Parlamentar do PCP dando-nos conta de um requerimento feito ao Governo, na pessoa da Senhora Ministra da Cultura, que passamos a divulgar:
"Requerimento
(15-07-2005)
Assunto: O Convento dos Inglesinhos
Apresentado por: Deputada Luísa Mesquita (PCP)
Exmo. Senhor
Presidente da Assembleia da República
A Comissão de Educação Ciência e Cultura recebeu, recentemente, em audiência representantes do Fórum Cidadania Lisboa que vieram dar notícia da sua indignação perante o desaparecimento daquele “magnífico tesouro” – o Convento dos Inglesinhos.
Após o parecer favorável da Câmara Municipal de Lisboa ao projecto da empresa Amorim Imobiliária que pretende converter o referido património em condomínio fechado, de imediato “se passou ao esventramento do recheio do espaço, à destruição dos jardins,…etc, num edifício que não só se encontra num recinto, o Bairro Alto, classificado pelo IPPAR como IIP, como o próprio convento é classificado pela DGEMN”.
Inúmeras foram as medidas entretanto tomadas, nomeadamente petições, interposição de uma providência cautelar e debates com o objectivo de parar os procedimentos em curso e motivar as entidades responsáveis para a importância patrimonial do edifício a destruir.
Afirmam os interlocutores neste apelo à Comissão de Educação Ciência e Cultura que “tememos que só nos restem V. Exas na prossecução das nossas expectativas e dos protestos de todos quantos, de Lisboa ao estrangeiro, se mostram indignados por verem aquele espaço ser convertido e mais um condomínio, especialmente numa zona, o B. A. que tem uma taxa de habitante por hectare muito superior à média de Lisboa”
Perante este apelo e a obrigatoriedade que nos assiste no cumprimento da Lei nº 107 de 2001 que no seu artigo 2º considera como “património cultural todos os bens que, sendo testemunho com valor de civilização ou de cultura portadores de interesse cultural relevante, devam ser objecto de especial protecção e valorização” e no seu artigo 11º, nº 2 determina que “Todos têm o dever de defender e conservar o património cultural, impedindo, no âmbito das faculdades jurídicas próprias, em especial, a destruição, deterioração ou perda de bens culturais”, solicito ao Governo, ao abrigo das alíneas d) e) do artigo 156º da Constituição da República Portuguesa e da alínea l) do nº 1 do artigo 5º do Regimento da Assembleia da República através do Ministério da Cultura, que me informe, com urgência, o seguinte:
1. Como pretende o governo, de acordo com a Lei de Bases do Património Cultural, intervir na defesa e protecção deste património cultural que é - o Convento dos Inglesinhos.
A Deputada
Luísa Mesquita"
O nosso obrigado à senhora deputada, e fazemos votos para que o pedido não caia em saco roto.
PF
"Requerimento
(15-07-2005)
Assunto: O Convento dos Inglesinhos
Apresentado por: Deputada Luísa Mesquita (PCP)
Exmo. Senhor
Presidente da Assembleia da República
A Comissão de Educação Ciência e Cultura recebeu, recentemente, em audiência representantes do Fórum Cidadania Lisboa que vieram dar notícia da sua indignação perante o desaparecimento daquele “magnífico tesouro” – o Convento dos Inglesinhos.
Após o parecer favorável da Câmara Municipal de Lisboa ao projecto da empresa Amorim Imobiliária que pretende converter o referido património em condomínio fechado, de imediato “se passou ao esventramento do recheio do espaço, à destruição dos jardins,…etc, num edifício que não só se encontra num recinto, o Bairro Alto, classificado pelo IPPAR como IIP, como o próprio convento é classificado pela DGEMN”.
Inúmeras foram as medidas entretanto tomadas, nomeadamente petições, interposição de uma providência cautelar e debates com o objectivo de parar os procedimentos em curso e motivar as entidades responsáveis para a importância patrimonial do edifício a destruir.
Afirmam os interlocutores neste apelo à Comissão de Educação Ciência e Cultura que “tememos que só nos restem V. Exas na prossecução das nossas expectativas e dos protestos de todos quantos, de Lisboa ao estrangeiro, se mostram indignados por verem aquele espaço ser convertido e mais um condomínio, especialmente numa zona, o B. A. que tem uma taxa de habitante por hectare muito superior à média de Lisboa”
Perante este apelo e a obrigatoriedade que nos assiste no cumprimento da Lei nº 107 de 2001 que no seu artigo 2º considera como “património cultural todos os bens que, sendo testemunho com valor de civilização ou de cultura portadores de interesse cultural relevante, devam ser objecto de especial protecção e valorização” e no seu artigo 11º, nº 2 determina que “Todos têm o dever de defender e conservar o património cultural, impedindo, no âmbito das faculdades jurídicas próprias, em especial, a destruição, deterioração ou perda de bens culturais”, solicito ao Governo, ao abrigo das alíneas d) e) do artigo 156º da Constituição da República Portuguesa e da alínea l) do nº 1 do artigo 5º do Regimento da Assembleia da República através do Ministério da Cultura, que me informe, com urgência, o seguinte:
1. Como pretende o governo, de acordo com a Lei de Bases do Património Cultural, intervir na defesa e protecção deste património cultural que é - o Convento dos Inglesinhos.
A Deputada
Luísa Mesquita"
O nosso obrigado à senhora deputada, e fazemos votos para que o pedido não caia em saco roto.
PF
20/07/2005
CML anuncia "Praça de Entre-campos"
A CML parece estar ufana: "Praça de Entrecampos - Um empreendimento Facilitador de Vida . Felizmente o sonho de ter casa própria deixou de ser um problema", pode ler-se no seu site. Tudo isto a propósito de um empreendimento que a EPUL acaba de lançar na Avenida das Forças Armadas, onde até há poucos anos funcionava o mercado abastecedor. O empreendimento assenta num conjunto de 5 edifícios, de volumetria considerável, dispostos em volta de uma pseudo-praça, e compreende habitação, comércio e escritórios. E destina-se exclusivamente a jovens até aos 39 anos de idade.
Onde a CML rejubila mesmo é com o denominado o “Lisboa Arte Fórum”, um futuro espaço de arte contemporânea, que irá contribuir para uma nova dimensão cultural e urbana na capital. Para ter tudo à mão de semear, à sua porta ou ao virar da esquina!".
É uma iniciativa de aplaudir, obviamente, sobretudo se se tiver em conta que naquela zona abundam os estabelecimentos de ensino universitário ... mas, sejamos realistas, por enquanto, o que lá está são tapumes e «outdoors», e o que se vê no site da CML são apenas fotos virtuais, portanto imaginárias.
PF
Onde a CML rejubila mesmo é com o denominado o “Lisboa Arte Fórum”, um futuro espaço de arte contemporânea, que irá contribuir para uma nova dimensão cultural e urbana na capital. Para ter tudo à mão de semear, à sua porta ou ao virar da esquina!".
É uma iniciativa de aplaudir, obviamente, sobretudo se se tiver em conta que naquela zona abundam os estabelecimentos de ensino universitário ... mas, sejamos realistas, por enquanto, o que lá está são tapumes e «outdoors», e o que se vê no site da CML são apenas fotos virtuais, portanto imaginárias.
PF
Santana quer condicionar trânsito no Castelo
Santana Lopes quer condicionar o trânsito no bairro do Castelo de São Jorge! Óptimo. Só que uma coisa é querer, ou anunciar querer, outra, bem diferente, é fazer.
Sendo que é também de lamentar que o desejo anunciado peque por tardio (4 anos é muito ano!) e incompleto, já que a par do Castelo, também os bairros de Alvalade, Azul e Campo de Ourique têm que ser rapidamente condicionados a nível de trânsito e o seu estacionamento disciplinado.
PF
Sendo que é também de lamentar que o desejo anunciado peque por tardio (4 anos é muito ano!) e incompleto, já que a par do Castelo, também os bairros de Alvalade, Azul e Campo de Ourique têm que ser rapidamente condicionados a nível de trânsito e o seu estacionamento disciplinado.
PF
18/07/2005
Casa Garrett no Provedor de Justiça
Acabamos de receber de André Folque, coordenador do Senhor Provedor da Justiça, resposta à nossa exposição do passado dia 27 de Junho, que muito agradecemos e da qual passamos a transcrever o mais importante:
"(...) Vai proceder-se à análise das questões suscitadas e à audição da CML e do Ippar, de modo a procurar esclarecer o assunto, nos termos que se justificarem".
Mais se esclarece que "(...) nos termos da legislação em vigor, a intervenção do Provedor da Justiça não suspende o decurso de quaisquer prazos, quer administrativos quer judiciais (...) o Provedor não tem competência legal para anular, revogar ou modificar os actos dos poderes públicos (...) sendo a sua actuação apenas persuasória e baseada em propostas ou recomendações".
PF
"(...) Vai proceder-se à análise das questões suscitadas e à audição da CML e do Ippar, de modo a procurar esclarecer o assunto, nos termos que se justificarem".
Mais se esclarece que "(...) nos termos da legislação em vigor, a intervenção do Provedor da Justiça não suspende o decurso de quaisquer prazos, quer administrativos quer judiciais (...) o Provedor não tem competência legal para anular, revogar ou modificar os actos dos poderes públicos (...) sendo a sua actuação apenas persuasória e baseada em propostas ou recomendações".
PF
15/07/2005
E agora que o Capitólio é propriedade da CML?
O que pensam fazer?
O que nós pensamos é que, o próximo Presidente da CML, seja com Gehry ou sem ele, deve preservar o Capitólio, recuperá-lo e abri-lo ao público (no Parque Mayer ou trasladado) com cinema e teatro de revista. Como?
Disso damos conta em http://cidadanialx.tripod.com/capitolio.html.
Onde também damos conta do comunicado de imprensa dos nossos amigos, os "Cidadãos pelo Capitólio", a propósito da recente classificação do Capitólio na lista dos 100 monumentos em perigo da World Monuments Fund.
PF
Nota: O Capitólio passou a fazer companhia ao Cinema Odéon, na fabulosa base de dados do Cinema Treasures!
O que nós pensamos é que, o próximo Presidente da CML, seja com Gehry ou sem ele, deve preservar o Capitólio, recuperá-lo e abri-lo ao público (no Parque Mayer ou trasladado) com cinema e teatro de revista. Como?
Disso damos conta em http://cidadanialx.tripod.com/capitolio.html.
Onde também damos conta do comunicado de imprensa dos nossos amigos, os "Cidadãos pelo Capitólio", a propósito da recente classificação do Capitólio na lista dos 100 monumentos em perigo da World Monuments Fund.
PF
Nota: O Capitólio passou a fazer companhia ao Cinema Odéon, na fabulosa base de dados do Cinema Treasures!
13/07/2005
Convento Inglesinhos, balanço ida à AR
Valeu a pena ter ido à AR, expôr a nossa posição e ouvir os membros da Comissão Parlamentar de Ciência, Educação e Cultura da AR; e queremos desde já agradecer a amabilidade e o interesse demonstrados pelos senhores deputados António José Seguro (Presidente), Manuela Melo e Nuno da Câmara Pereira ... embora estranhemos a ausência dos membros do PC, CDS e BE.
E valeu a pena ir à AR porque, do nosso ponto de vista, os deputados da AR ficam agora a conhecer de forma mais real e profunda este escândalo de atentado ao património de Lisboa e do país, pelo que poderão e deverão surgir novas formas de pressão junto da CML e do MC para que o monumento não se perca, nem seja mais adulterado do que já foi. E que seja encontrada uma solução alternativa, em conjunto com o próximo Presidente da CML, que agrade a todas as partes, a começar por Lisboa.
Agradecemos mais uma vez a colaboração inexcedível dos jornalistas que nos têm dado voz, e, na impossibilidade de reproduzirmos aqui todas as menções que fizeram sobre este assunto, aqui fica o balanço feito hoje pelo "Jornal de Notícias":
"Comissão parlamentar ouve defesa do Convento
inglesinhos Fórum Lisboa e Cidadania lamenta ausência de alguns grupos parlamentares Deputados estão informados sobre a matéria arquivo jn
Defesa do convento dos Inglesinhos na Assembleia da República
AComissão Parlamentar de Cultura ouviu, ontem, na Assembleia da República, José Fonseca e Costa, Raúl Hestnes Ferreira e Pedro Policarpo, que ali foram explicar a sua posição contra a demolição do convento dos Inglesinhos, no Bairro Alto. Para o local está previsto um condomínio de luxo.
No fim da audiência (solicitada há dois meses) Pedro Policarpo, do Fórum Cidadania Lisboa, contou, ao JN, que os três defensores do edifício foram recebidos pelo presidente da comissão, António José Seguro e pelos deputados do grupo parlamentar do PS, Manuela Melo e o independente Nuno da Câmara Pereira, em representação do PP. Os outros grupos parlamentares não se representaram. "Estranhamos a falta de interesse dos outros grupos parlamentares por esta matéria", lamentou. "No entanto os que nos receberam mostraram estar bem informados e vão entrar em contacto com a Câmara de Lisboa para obterem mais informações".
"Congratulamo-nos pela forma como fomos recebidos, uma vez que nesta fase estamos a dar mais conhecimento do que se passa ao maior número de pessoas que possa influenciar nesta matéria", explicou.
Pedro Policarpo recordou ainda, quando em Setembro do ano passado o cineasta Fonseca e Costa foi ouvido na Assembleia Municipal de Lisboa, "sem grande sucesso". "Temos em atenção que as obras estão licenciadas e que o proprietário tem direitos daquiridos", admitiu, mas, "enquanto o património lá estiver, acreditamos ser possível e tudo faremos para que se mantenha".
PF
E valeu a pena ir à AR porque, do nosso ponto de vista, os deputados da AR ficam agora a conhecer de forma mais real e profunda este escândalo de atentado ao património de Lisboa e do país, pelo que poderão e deverão surgir novas formas de pressão junto da CML e do MC para que o monumento não se perca, nem seja mais adulterado do que já foi. E que seja encontrada uma solução alternativa, em conjunto com o próximo Presidente da CML, que agrade a todas as partes, a começar por Lisboa.
Agradecemos mais uma vez a colaboração inexcedível dos jornalistas que nos têm dado voz, e, na impossibilidade de reproduzirmos aqui todas as menções que fizeram sobre este assunto, aqui fica o balanço feito hoje pelo "Jornal de Notícias":
"Comissão parlamentar ouve defesa do Convento
inglesinhos Fórum Lisboa e Cidadania lamenta ausência de alguns grupos parlamentares Deputados estão informados sobre a matéria arquivo jn
Defesa do convento dos Inglesinhos na Assembleia da República
AComissão Parlamentar de Cultura ouviu, ontem, na Assembleia da República, José Fonseca e Costa, Raúl Hestnes Ferreira e Pedro Policarpo, que ali foram explicar a sua posição contra a demolição do convento dos Inglesinhos, no Bairro Alto. Para o local está previsto um condomínio de luxo.
No fim da audiência (solicitada há dois meses) Pedro Policarpo, do Fórum Cidadania Lisboa, contou, ao JN, que os três defensores do edifício foram recebidos pelo presidente da comissão, António José Seguro e pelos deputados do grupo parlamentar do PS, Manuela Melo e o independente Nuno da Câmara Pereira, em representação do PP. Os outros grupos parlamentares não se representaram. "Estranhamos a falta de interesse dos outros grupos parlamentares por esta matéria", lamentou. "No entanto os que nos receberam mostraram estar bem informados e vão entrar em contacto com a Câmara de Lisboa para obterem mais informações".
"Congratulamo-nos pela forma como fomos recebidos, uma vez que nesta fase estamos a dar mais conhecimento do que se passa ao maior número de pessoas que possa influenciar nesta matéria", explicou.
Pedro Policarpo recordou ainda, quando em Setembro do ano passado o cineasta Fonseca e Costa foi ouvido na Assembleia Municipal de Lisboa, "sem grande sucesso". "Temos em atenção que as obras estão licenciadas e que o proprietário tem direitos daquiridos", admitiu, mas, "enquanto o património lá estiver, acreditamos ser possível e tudo faremos para que se mantenha".
PF
12/07/2005
Lisboa, Cidade de Bairros, Como? Onde?
É com imensa satisfação que vemos os candidatos a Lisboa recuperarem para a acções de campanha o tema "Lisboa Cidade de Bairros", apostando, e bem, no conceito de bairro de há 50-60 anos, tantas vezes vilipendiado no decurso das últimas décadas.
Com efeito, muitas das virtudes subjacentes ao modelo "casa-logradouro-escola-comércio tradicional-zona pedonal-mercado-sala de espectáculos-igreja-bombeiros-clube recreativo-espaço verde-praça-cafés-esplanadas-vizinhança" foram sendo violadas seriamente nos últimos tempos, quando não perdidas para sempre. Por isso, congratulamo-nos com essa preocupação.
E propomos ao futuro Presidente da CML um conjunto de medidas com vista à melhoria efectiva de 3 bairros, que julgamos preencherem na íntegra o modelo pretendido: Alvalade, Bairro Azul e Campo de Ourique.
Bernardo Ferreira de Carvalho, Paulo Ferrero e Pedro Policarpo
Com efeito, muitas das virtudes subjacentes ao modelo "casa-logradouro-escola-comércio tradicional-zona pedonal-mercado-sala de espectáculos-igreja-bombeiros-clube recreativo-espaço verde-praça-cafés-esplanadas-vizinhança" foram sendo violadas seriamente nos últimos tempos, quando não perdidas para sempre. Por isso, congratulamo-nos com essa preocupação.
E propomos ao futuro Presidente da CML um conjunto de medidas com vista à melhoria efectiva de 3 bairros, que julgamos preencherem na íntegra o modelo pretendido: Alvalade, Bairro Azul e Campo de Ourique.
Bernardo Ferreira de Carvalho, Paulo Ferrero e Pedro Policarpo
11/07/2005
Convento Inglesinhos na AR, amanhã às 11h
No seguimento das acções de protesto já feitas contra a destruição do Convento dos Inglesinhos (denúncia pública, vigília, petição, providência cautelar - lançada pelos moradores do Bairro Alto - e debate no CNC), a 8ª Comissão Parlamentar de Cultura da Assembleia da República aceitou o nosso pedido de audiência de há 2 meses e irá receber amanhã, Terça-feira, dia 12 de Julho, pelas 11h, José Fonseca e Costa, Raúl Hestnes Ferreira e Pedro Policarpo.
Com esta iniciativa, desejamos que a AR conheça e se pronuncie sobre o assunto, emitindo parecer ou recomendação à CML e ao Ministério da Cultura, no sentido de se evitar a delapidação daquele importante património de Lisboa, e se encontre uma solução alternativa a contento de todos, a começar por Lisboa.
Paulo Ferrero e Pedro Policarpo
Com esta iniciativa, desejamos que a AR conheça e se pronuncie sobre o assunto, emitindo parecer ou recomendação à CML e ao Ministério da Cultura, no sentido de se evitar a delapidação daquele importante património de Lisboa, e se encontre uma solução alternativa a contento de todos, a começar por Lisboa.
Paulo Ferrero e Pedro Policarpo
União Zoófila: S.O.S. recebido via e-mail
da boa amiga Helena Carvalho Pereira:
"Quando forem às compras, lembrem-se deste email e comprem um saco de ração para cão gato. Ainda que seja o mais barato do LIDL. É melhor do que nada. Cães e Gatos, são SERES VIVOS, RESPIRAM, COMUNICAM, SENTEM, BRINCAM E TAMBÉM CHORAM.
Não falhem...
Amigos,
A União Zoófila está na iminência de FECHAR. A primeira medida é despedir a pessoa que cozinha para os animais diariamente, já no fim deste mês. Como sabem é uma instituição que vive essencialmente da quotização aos sócios e até esses deixaram de pagar. Eles são 800 cães e não sei quantos gatos ! Então aqui vai o meu apelo: Eles necessitam de comida para os animais, sobretudo de secos para os cães. Solicitaram que cada pessoa leve um saco, para poderem "manter o barco". Claro, que o dinheiro também ajuda, mas se quiserem, convertam-no em COMIDA!
AGORA OUTRA AJUDA TÃO IMPORTANTE E URGENTE COMO ESTA! AJUDEM-ME A PASSAR ESTA INFORMAÇÃO!
Façam chegar este e-mail aos Directores de Redacção, ou a quem achem mais apropriado, para que todas as revistas e jornais FALEM DESTE ASSUNTO. Uma boa reportagem, em todos os meios, dava certamente mais impacto e ajudava a dar a conhecer as dificuldades da UNIÃO ZOÓFILA.
Acredito que não estavam à espera deste meu "press release", mas façam circular este e-mail (não ofereço telemóveis nem viagens), pois estou convencida que vamos conseguir entre todos, contar SEMPRE com a UNIÃO ZOÓFILA para acolher os "nossos" bichinhos."
"Quando forem às compras, lembrem-se deste email e comprem um saco de ração para cão gato. Ainda que seja o mais barato do LIDL. É melhor do que nada. Cães e Gatos, são SERES VIVOS, RESPIRAM, COMUNICAM, SENTEM, BRINCAM E TAMBÉM CHORAM.
Não falhem...
Amigos,
A União Zoófila está na iminência de FECHAR. A primeira medida é despedir a pessoa que cozinha para os animais diariamente, já no fim deste mês. Como sabem é uma instituição que vive essencialmente da quotização aos sócios e até esses deixaram de pagar. Eles são 800 cães e não sei quantos gatos ! Então aqui vai o meu apelo: Eles necessitam de comida para os animais, sobretudo de secos para os cães. Solicitaram que cada pessoa leve um saco, para poderem "manter o barco". Claro, que o dinheiro também ajuda, mas se quiserem, convertam-no em COMIDA!
AGORA OUTRA AJUDA TÃO IMPORTANTE E URGENTE COMO ESTA! AJUDEM-ME A PASSAR ESTA INFORMAÇÃO!
Façam chegar este e-mail aos Directores de Redacção, ou a quem achem mais apropriado, para que todas as revistas e jornais FALEM DESTE ASSUNTO. Uma boa reportagem, em todos os meios, dava certamente mais impacto e ajudava a dar a conhecer as dificuldades da UNIÃO ZOÓFILA.
Acredito que não estavam à espera deste meu "press release", mas façam circular este e-mail (não ofereço telemóveis nem viagens), pois estou convencida que vamos conseguir entre todos, contar SEMPRE com a UNIÃO ZOÓFILA para acolher os "nossos" bichinhos."
Mercado de Santa Clara em obras de reabilitação
Mais um boa notícia que nos é dada pela voz do "Jornal de Notícias". É caso para dizer "finalmente". E parabéns à Junta local e à CML. Mas também "cuidado". Cuidado com a estrutura centenária. Cuidado os pormenores exteriores e interiores, nada de falsificações! E que a programação escolhida o torne o factor dinamizador de toda aquela maravilhosa zona de Lisboa, tão mal aproveitada.
PF
PF
08/07/2005
Para quê empresas municipais?
Alguém me sabe dizer para que serve isto, isso e aqueloutra?
Alguém me sabe dizer com que dinheiro e como é possível existirem respectivos conselhos de administração para cada um dos sítios (na sua esmagadora não sabendo ao que vão, e ainda acumulando com outro lugar e com outro vencimento camarário), mais respectivas mordomias?
Tem a palavra o futuro Presidente da CML.
PF
Alguém me sabe dizer com que dinheiro e como é possível existirem respectivos conselhos de administração para cada um dos sítios (na sua esmagadora não sabendo ao que vão, e ainda acumulando com outro lugar e com outro vencimento camarário), mais respectivas mordomias?
Tem a palavra o futuro Presidente da CML.
PF
07/07/2005
Visitem a Quinta Bensáude!
Desconhecida da maioria dos lisboetas, mesmo dos que diariamente passam por ela, na Estrada da Luz, em São Domingos de Benfica, a Quinta Bensaúde abriu ao público no passado mês de Maio e vai voltar a fechar, no final de Setembro, porque a Câmara Municipal de Lisboa (CML) não tem condições para a manter aberta durante todo o ano ... Ora aí está uma excelente dica para a Lisboa bonita que ainda falta descobrir. Obrigado "Jornal de Notícias"!
PF
PF
06/07/2005
chiado, parabéns, mas é preciso mais
O seu a seu dono: foi esta vereação da CML que interveio na recuperação física dos dois locais mais genuinamente literários do Chiado: o Círculo Eça de Queiroz e o Grémio Literário. Mais ninguém o fez.
Portanto, só temos que aplaudir a homenagem do primeiro à CML, na figura do actual Presidente, em sinal de retribuição pela inclusão do Círculo no Fundo Remanescente de Reconstrução do Chiado, e pela comparticipação financeira de 40.000 € nas obras dos interiores.
Só que, Sr.Presidente, faltam muito mais coisas para que o Chiado seja melhor. Alguns exemplos:
* renovação de algumas artérias, a começar pela Rua do Ferragial;
* reconversão do Tribunal da Boa-Hora em unidade hoteleira;
* reconversão do edifício da antiga Universidade Livre em unidade hoteleira;
* alargamento do Museu de Arte Contemporânea;
* condicionamento de facto do trânsito;
* protecção e recuperação de interiores de lojas e outros;
* fecho do Largo do Carmo, Largo Bordalo Pinheiro e Calçada do Sacramento, ao trânsito (mantendo circulação descendente Rua Nova da Trindade-Rua Trindade-Calçada do Carmo);
* reabertura do passadiço do Elevador de Santa Justa;
* recuperação dos pátios interiores e escadarias criados por Siza Vieira na zona ardida;
* recuperação do que resta do Convento da Trindade;
* harmonização das esplanadas;
etc., etc..
PF
Portanto, só temos que aplaudir a homenagem do primeiro à CML, na figura do actual Presidente, em sinal de retribuição pela inclusão do Círculo no Fundo Remanescente de Reconstrução do Chiado, e pela comparticipação financeira de 40.000 € nas obras dos interiores.
Só que, Sr.Presidente, faltam muito mais coisas para que o Chiado seja melhor. Alguns exemplos:
* renovação de algumas artérias, a começar pela Rua do Ferragial;
* reconversão do Tribunal da Boa-Hora em unidade hoteleira;
* reconversão do edifício da antiga Universidade Livre em unidade hoteleira;
* alargamento do Museu de Arte Contemporânea;
* condicionamento de facto do trânsito;
* protecção e recuperação de interiores de lojas e outros;
* fecho do Largo do Carmo, Largo Bordalo Pinheiro e Calçada do Sacramento, ao trânsito (mantendo circulação descendente Rua Nova da Trindade-Rua Trindade-Calçada do Carmo);
* reabertura do passadiço do Elevador de Santa Justa;
* recuperação dos pátios interiores e escadarias criados por Siza Vieira na zona ardida;
* recuperação do que resta do Convento da Trindade;
* harmonização das esplanadas;
etc., etc..
PF
BAIRRO AZUL "EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO" CONTINUA ABANDONADO
Em 1981, a Secretaria de Estado da Cultura considerava que o Bairro Azul deveria ser alvo de um estudo tendente à sua classificação como “interesse público”.
Em 1988 os arquitectos José Manuel Fernandes e Maria de Lurdes Janeiro fizeram para a Câmara Municipal de Lisboa um levantamento sistemático e um estudo classificativo da Arquitectura Modernista na cidade de Lisboa (1925-1940). Esse estudo permitiria à Câmara “ proteger (...) ou recuperar (...) imóveis ou conjuntos de imóveis (...) dentro de uma perspectiva de valorização do património arquitectónico de Lisboa”. O Bairro Azul aparece classificado como um conjunto “Muito Bom“. Dever-se-iam “manter obrigatoriamente (os edifícios) adaptando, recuperando ou valorizando”.
Em 1994 a CML elaborou o Inventário Municipal do Património (IMP)[1] que assinala os imóveis e conjuntos edificados com interesse histórico, arquitectónico e/ou ambiental. Na freguesia nº 50 - S. Sebastião da Pedreira - o conjunto urbano Bairro Azul integra o IMP do Plano Director Municipal (IMP 50.02). “As condições a impor à reabilitação dos edifícios e conjuntos constantes do IMP serão definidas, enquanto não for publicada a Carta Municipal do Património, caso a caso, com o apoio de estruturas consultivas a constituir, compostas por técnicos do Município e por personalidades e entidades tecnicamente qualificadas”.
No mesmo ano de 1994 a CML/ DPPE elaborou mais um documento - “Estudos Preliminares da Carta Municipal do Património”, Abril 1994 (policopiado) - no qual foi proposta a classificação do Bairro Azul.
Em Julho de 2002, face à acelerada destruição que se verificava no Bairro, a Comissão de Moradores entregou à CML uma proposta para a sua classificação. Esta integrava uma contribuição escrita da professora Raquel Henriques da Silva, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa: “ (…) O Bairro reúne todas as condições para ser classificado. E tal tornou-se indispensável para que a vida que nele existe não estiole. Mas a classificação visa também ser uma via propiciatória para o requalificar”.
Vinte e quatro anos passados sobre o Despacho nº 76/81, o Bairro Azul, em vias de classificação, continua abandonado!
Antes que seja tarde, é urgente a classificação deste conjunto que constitui o Bairro Azul, com a consequente implementação de medidas de salvaguarda e protecção. A cidade agradece.
A Comissão de Moradores do Bairro Azul
--------------------------------------------------------------------------------
[1] Inventário Municipal do Património – anexo I ao Plano Director Municipal – aprovado pela Assembleia Municipal em 26 de Maio de 1994, ratificado pelo Governo em 14 de Julho de 1994 (resolução do C.M. 94/94 ) – publicado no D.R. nrº 226, de 29 de Setembro de 1994.
Ana Alves de Sousa
Em 1988 os arquitectos José Manuel Fernandes e Maria de Lurdes Janeiro fizeram para a Câmara Municipal de Lisboa um levantamento sistemático e um estudo classificativo da Arquitectura Modernista na cidade de Lisboa (1925-1940). Esse estudo permitiria à Câmara “ proteger (...) ou recuperar (...) imóveis ou conjuntos de imóveis (...) dentro de uma perspectiva de valorização do património arquitectónico de Lisboa”. O Bairro Azul aparece classificado como um conjunto “Muito Bom“. Dever-se-iam “manter obrigatoriamente (os edifícios) adaptando, recuperando ou valorizando”.
Em 1994 a CML elaborou o Inventário Municipal do Património (IMP)[1] que assinala os imóveis e conjuntos edificados com interesse histórico, arquitectónico e/ou ambiental. Na freguesia nº 50 - S. Sebastião da Pedreira - o conjunto urbano Bairro Azul integra o IMP do Plano Director Municipal (IMP 50.02). “As condições a impor à reabilitação dos edifícios e conjuntos constantes do IMP serão definidas, enquanto não for publicada a Carta Municipal do Património, caso a caso, com o apoio de estruturas consultivas a constituir, compostas por técnicos do Município e por personalidades e entidades tecnicamente qualificadas”.
No mesmo ano de 1994 a CML/ DPPE elaborou mais um documento - “Estudos Preliminares da Carta Municipal do Património”, Abril 1994 (policopiado) - no qual foi proposta a classificação do Bairro Azul.
Em Julho de 2002, face à acelerada destruição que se verificava no Bairro, a Comissão de Moradores entregou à CML uma proposta para a sua classificação. Esta integrava uma contribuição escrita da professora Raquel Henriques da Silva, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa: “ (…) O Bairro reúne todas as condições para ser classificado. E tal tornou-se indispensável para que a vida que nele existe não estiole. Mas a classificação visa também ser uma via propiciatória para o requalificar”.
Vinte e quatro anos passados sobre o Despacho nº 76/81, o Bairro Azul, em vias de classificação, continua abandonado!
Antes que seja tarde, é urgente a classificação deste conjunto que constitui o Bairro Azul, com a consequente implementação de medidas de salvaguarda e protecção. A cidade agradece.
A Comissão de Moradores do Bairro Azul
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[1] Inventário Municipal do Património – anexo I ao Plano Director Municipal – aprovado pela Assembleia Municipal em 26 de Maio de 1994, ratificado pelo Governo em 14 de Julho de 1994 (resolução do C.M. 94/94 ) – publicado no D.R. nrº 226, de 29 de Setembro de 1994.
Ana Alves de Sousa
05/07/2005
Mais e melhores esplanadas, s.f.f.
A propósito deste oportuníssimo "post" chamado Esplanar, conviria ao próximo Presidente de CML legislar, decretar e fazer aplicar umas quantas regras de bom gosto, estética e bom senso; a saber:
* acabar com as esplanadas feitas de cadeirinhas de plástico pindérico e guarda-sol frutacores, com publicidade gratuita;
* intervenção de fundo no ordenamento das esplanadas, a nível da área ocupada, número de mesas, material, etc.;
* delimitar as esplanadas existentes com sebes de pequeno porte, móveis, à semelhança do que é feito no estrangeiro;
* acabar gradualmente com a existência de marquises "agaioladas", substituindo-as por outro tipo de marquise, com toldo, e de estrutura móvel;
* introduzir animação musical de forma continuada, colocando palanques adequados, e atribuindo a cada praça, a cada esplanada, um determinado tipo de música que permita identificar cada qual ao gosto do frequentador da praça, da rua, etc.;
* intervir prioritariamente em zonas-chave como a Rua Garrett, o Largo do Carmo, o Rossio, as Portas de Santo Antão, Jardins-Miradouro, etc.
PF
* acabar com as esplanadas feitas de cadeirinhas de plástico pindérico e guarda-sol frutacores, com publicidade gratuita;
* intervenção de fundo no ordenamento das esplanadas, a nível da área ocupada, número de mesas, material, etc.;
* delimitar as esplanadas existentes com sebes de pequeno porte, móveis, à semelhança do que é feito no estrangeiro;
* acabar gradualmente com a existência de marquises "agaioladas", substituindo-as por outro tipo de marquise, com toldo, e de estrutura móvel;
* introduzir animação musical de forma continuada, colocando palanques adequados, e atribuindo a cada praça, a cada esplanada, um determinado tipo de música que permita identificar cada qual ao gosto do frequentador da praça, da rua, etc.;
* intervir prioritariamente em zonas-chave como a Rua Garrett, o Largo do Carmo, o Rossio, as Portas de Santo Antão, Jardins-Miradouro, etc.
PF
nomes ilustres em casas esquecidas
Muito bom, o artigo "Casas Ilustres" do "Diário de Notícias" de hoje, dedicado ao estado calamitoso de uma série de casas onde viveram escritores célebres do nosso burgo, que se tivessem vivido lá fora seriam hoje casas-museu, de permanente fruição, estudo e devoção. Estando em Lisboa, arriscam-se a já nem sequer serem empecilhos à especulação imobiliária.
Parabéns à autora do artigo!
PF
Parabéns à autora do artigo!
PF
04/07/2005
Queremos recolocar a Ajuda no mapa de Lisboa!
É urgente pôr em prática um Plano de Pormenor da área envolvente ao Palácio da Ajuda, que abranja as seguintes componentes:
* Intervenção no próprio palácio, com recuperação da zona ardida, finalização do lado Norte e remodelação das actividades dos próprio palácio;
* Intervenção na zona circundante a nível da requalificação da área, recuperando o património e alargando a mobilidade dos cidadãos, nomeadamente no Jardim das Damas, na torre sineira (Galo da Ajuda), no Paço Velho, no próprio largo e terreiro de feiras, nos espaços verdes circundantes, e nas antigas pedreiras da Rua Eduardo Bairrada, a Sul do palácio.
* Potenciar a proximidade com Belém, Jardim Botânico, Tapada da Ajuda, Monsanto e Santo Amaro, com a criação de ciclovias, circuitos pedonais e turísticos que possibilitem um melhor usufruto de toda a zona;
* Intervenção de fundo na Tapada da Ajuda, designadamente na programação do Pavilhão de Exposições, na reformulação da utilização do Instituto de Agronomia e do Observatório Astronómico da Ajuda, de modo a acabar com a construção desenfreada dentro da tapada, recuperando-se lagos e espaços lúdicos, e alargando o usufruto da tapada pela população;
* Apoio ao Belém Clube, apoiando a recuperação e programação do belíssimo teatrino da Calçada da Ajuda;
* Alargamento do percurso do eléctrico nº 18 até Belém/Museu dos Coches, através da bifurcação da actual rede entre a Calçada da Ajuda e Belém, permitindo assim uma maior mobilidade a quem se queira deslocar no "arco" Belém-Calçada da Ajuda-Palácio da Ajuda-Monsanto-Tapada da Ajuda-Calçada do Galvão-Santo Amaro;
* Intervir em 3 casos escandalosos de património ao abandono nesse mesmo arco: Quinta das Águias, Palacete da Ribeira Grande (ambos na Rua da Junqueira) e antigas cocheiras do Palácio Valle Flor, no Alto de Santo Amaro;
* Apoio à revitalização do Atlético Clube de Portugal, como pilar social e desportivo de toda uma comunidade, pólo mobilizador da juventude;
Que o próximo Presidente da CML tenha vontade política para o fazer!
Bernardo Ferreira de Carvalho, Paulo Ferrero e Pedro Policarpo
* Intervenção no próprio palácio, com recuperação da zona ardida, finalização do lado Norte e remodelação das actividades dos próprio palácio;
* Intervenção na zona circundante a nível da requalificação da área, recuperando o património e alargando a mobilidade dos cidadãos, nomeadamente no Jardim das Damas, na torre sineira (Galo da Ajuda), no Paço Velho, no próprio largo e terreiro de feiras, nos espaços verdes circundantes, e nas antigas pedreiras da Rua Eduardo Bairrada, a Sul do palácio.
* Potenciar a proximidade com Belém, Jardim Botânico, Tapada da Ajuda, Monsanto e Santo Amaro, com a criação de ciclovias, circuitos pedonais e turísticos que possibilitem um melhor usufruto de toda a zona;
* Intervenção de fundo na Tapada da Ajuda, designadamente na programação do Pavilhão de Exposições, na reformulação da utilização do Instituto de Agronomia e do Observatório Astronómico da Ajuda, de modo a acabar com a construção desenfreada dentro da tapada, recuperando-se lagos e espaços lúdicos, e alargando o usufruto da tapada pela população;
* Apoio ao Belém Clube, apoiando a recuperação e programação do belíssimo teatrino da Calçada da Ajuda;
* Alargamento do percurso do eléctrico nº 18 até Belém/Museu dos Coches, através da bifurcação da actual rede entre a Calçada da Ajuda e Belém, permitindo assim uma maior mobilidade a quem se queira deslocar no "arco" Belém-Calçada da Ajuda-Palácio da Ajuda-Monsanto-Tapada da Ajuda-Calçada do Galvão-Santo Amaro;
* Intervir em 3 casos escandalosos de património ao abandono nesse mesmo arco: Quinta das Águias, Palacete da Ribeira Grande (ambos na Rua da Junqueira) e antigas cocheiras do Palácio Valle Flor, no Alto de Santo Amaro;
* Apoio à revitalização do Atlético Clube de Portugal, como pilar social e desportivo de toda uma comunidade, pólo mobilizador da juventude;
Que o próximo Presidente da CML tenha vontade política para o fazer!
Bernardo Ferreira de Carvalho, Paulo Ferrero e Pedro Policarpo
Obrigado, candidato, mas a gente já sabia
A propósito das acções de campanha de Sá Fernandes, pode ler-se no "Jornal de Notícias", de Sábado passado:
" (...) o candidato pôs-se a caminho da Travessa do Convento de Jesus, na freguesia de Santa Catarina, onde decorre a construção de um parque de estacionamento subterrâneo junto ao Convento dos Inglesinhos. Intervenção que está a provocar grande alvoroço entre os moradores e comerciantes, já que a travessa, devido à colocação de separadores de cimento junto à berma, se encontra limitada em termos de circulação e a via paralela - Rua do Vale - está fechada ao trânsito por um estaleiro de uma obra camarária.
"Isto é um barril de pólvora, se acontecer alguma coisa as ambulâncias e os bombeiros não conseguem aqui chegar", acusou Fernandes Rodrigues, comerciante. "Tenho uma oficina aqui e já perdi muitos clientes", acrescentou Luís Pato. Além disso, os moradores queixam-se dos muitos assaltos que ali ocorrem e afirmam não entender o porquê da suspensão das obras de construção do estacionamento. "Isto é o caos", alertam."
Bom, para além de chamar a atenção para não se confundir conventos (Inglesinhos vs. Jesus) convém esclarecer o seguinte:
Por motivos particulares sou frequentador habitual daquele largo, pelo que confirmo aqui a necessidade de construção do estacionamento subterrâneo em causa. Porquê?
Porque antes do candidato se importar com a circulação das ambulâncias, elas já quase não circulavam uma vez que aquele pobre largo tem sido um autêntico amontoado de carros, completamente anárquico (carros dos moradores, carros dos alunos do Passos Manuel, carros dos médicos e das enfermeiras do Hospital de Jesus, carros dos moradores, carros dos comerciantes, carros abandonados, etc.), que dificultava em muito o acesso de doentes ao hospital, mas não só. Situação que se potencia ainda mais com a idiotice de quem planeou a circulação nas ruas vizinhas, uma vez que não faz o mínimo sentido que o trânsito não tenha sido ainda condicionado naquele perímetro (Largo Academia das Ciências, Rua Cruz dos Poiais, etc.).
Nunca percebi foi como é possível ter aquela zona assim, e só me posso congratular com a construção do dito parque, se o mesmo disciplinar o estacionamento à superfície. Não só pelo hospital, pelo liceu e pelos moradores, mas porque até há um riquíssimo património ali bem perto que merece ser visitado: Convento de Jesus e Academia das Ciências.
PF
Nota: O pior de tudo é que a construção do parque defronte ao Convento de Jesus demonstra à saciedade que o auto-silo da Calçada do Combro é tão redundante quanto inútil.
" (...) o candidato pôs-se a caminho da Travessa do Convento de Jesus, na freguesia de Santa Catarina, onde decorre a construção de um parque de estacionamento subterrâneo junto ao Convento dos Inglesinhos. Intervenção que está a provocar grande alvoroço entre os moradores e comerciantes, já que a travessa, devido à colocação de separadores de cimento junto à berma, se encontra limitada em termos de circulação e a via paralela - Rua do Vale - está fechada ao trânsito por um estaleiro de uma obra camarária.
"Isto é um barril de pólvora, se acontecer alguma coisa as ambulâncias e os bombeiros não conseguem aqui chegar", acusou Fernandes Rodrigues, comerciante. "Tenho uma oficina aqui e já perdi muitos clientes", acrescentou Luís Pato. Além disso, os moradores queixam-se dos muitos assaltos que ali ocorrem e afirmam não entender o porquê da suspensão das obras de construção do estacionamento. "Isto é o caos", alertam."
Bom, para além de chamar a atenção para não se confundir conventos (Inglesinhos vs. Jesus) convém esclarecer o seguinte:
Por motivos particulares sou frequentador habitual daquele largo, pelo que confirmo aqui a necessidade de construção do estacionamento subterrâneo em causa. Porquê?
Porque antes do candidato se importar com a circulação das ambulâncias, elas já quase não circulavam uma vez que aquele pobre largo tem sido um autêntico amontoado de carros, completamente anárquico (carros dos moradores, carros dos alunos do Passos Manuel, carros dos médicos e das enfermeiras do Hospital de Jesus, carros dos moradores, carros dos comerciantes, carros abandonados, etc.), que dificultava em muito o acesso de doentes ao hospital, mas não só. Situação que se potencia ainda mais com a idiotice de quem planeou a circulação nas ruas vizinhas, uma vez que não faz o mínimo sentido que o trânsito não tenha sido ainda condicionado naquele perímetro (Largo Academia das Ciências, Rua Cruz dos Poiais, etc.).
Nunca percebi foi como é possível ter aquela zona assim, e só me posso congratular com a construção do dito parque, se o mesmo disciplinar o estacionamento à superfície. Não só pelo hospital, pelo liceu e pelos moradores, mas porque até há um riquíssimo património ali bem perto que merece ser visitado: Convento de Jesus e Academia das Ciências.
PF
Nota: O pior de tudo é que a construção do parque defronte ao Convento de Jesus demonstra à saciedade que o auto-silo da Calçada do Combro é tão redundante quanto inútil.
01/07/2005
Hoje, ligue a Antena 1 às 9H30!
O debate na Antena 1 passa esta manhã, entre as 9H30-12H05 e tem um espaço dedicado aos ouvintes. Não se façam rogados!
Tudo em http://195.245.179.232/EPG/radio/epg-dia.php?canal=1
Nota: leia o rescaldo (possível), no "Diário Digital", em http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=181225
PF
Tudo em http://195.245.179.232/EPG/radio/epg-dia.php?canal=1
Nota: leia o rescaldo (possível), no "Diário Digital", em http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=181225
PF
29/06/2005
Que fizeram à Pompadour?!!
Faço minhas as palavras de Criar-te, que acabo de ler, tardiamente, por culpa minha:
"a 19 de Março fiquei feliz quando vi que iam recuperar a antiga Pompadour na Rua Garrett.
depois da "obra" feita devo confessar que estou desiludida e triste: os frescos do tecto e os balcões que faziam conjunto com as portas desapareceram; fizeram uns acabamentos a que os “senhores empreiteiros” costumam chamar de luxo, com mármores e focos encastrados na montra. surge assim um espaço comercial de confecções estrangeiras com decoração de mau gosto requintado.o “novo riquismo” e o “pastiche” mal feito apagam as memórias da perfumaria que ainda me lembro. estava decadente mas tinha muito potencial.
entristece-me ver que o alumínio (o verdadeiro e o figurado) falam sempre mais alto neste país, que podia ser um dos mais bonitos da Europa."
É lamentável o que fizeram com a velhinha Pompadour, no Chiado - aliás o mesmo se passou com a loja da Rua Garrett (será perseguição?), que faz esquina com a Serpa Pinto. Já resta tão pouco do comércio dos bons tempos: Perfumaria Benamor, Sapataria Lorde, Alfaiataria Ramiro Correia, Intimissimi (Rua Augusta), a leitaria Camponesa (Rua dos Sapateiros), cada vez menos barbearias e casas de chá e café, algumas tabacarias por aí, e as retrosarias na Rua da Conceição. Pouco, muito pouco.
Duas perguntas:
- Será que ninguém pode intervir enquanto ainda é tempo?
- Será que estas obras de gosto duvidoso são comparticipadas ao abrigo do Fundo de Reconstrução do Chiado? Se for esse o caso, feche-se já o fundo!
PF
"a 19 de Março fiquei feliz quando vi que iam recuperar a antiga Pompadour na Rua Garrett.
depois da "obra" feita devo confessar que estou desiludida e triste: os frescos do tecto e os balcões que faziam conjunto com as portas desapareceram; fizeram uns acabamentos a que os “senhores empreiteiros” costumam chamar de luxo, com mármores e focos encastrados na montra. surge assim um espaço comercial de confecções estrangeiras com decoração de mau gosto requintado.o “novo riquismo” e o “pastiche” mal feito apagam as memórias da perfumaria que ainda me lembro. estava decadente mas tinha muito potencial.
entristece-me ver que o alumínio (o verdadeiro e o figurado) falam sempre mais alto neste país, que podia ser um dos mais bonitos da Europa."
É lamentável o que fizeram com a velhinha Pompadour, no Chiado - aliás o mesmo se passou com a loja da Rua Garrett (será perseguição?), que faz esquina com a Serpa Pinto. Já resta tão pouco do comércio dos bons tempos: Perfumaria Benamor, Sapataria Lorde, Alfaiataria Ramiro Correia, Intimissimi (Rua Augusta), a leitaria Camponesa (Rua dos Sapateiros), cada vez menos barbearias e casas de chá e café, algumas tabacarias por aí, e as retrosarias na Rua da Conceição. Pouco, muito pouco.
Duas perguntas:
- Será que ninguém pode intervir enquanto ainda é tempo?
- Será que estas obras de gosto duvidoso são comparticipadas ao abrigo do Fundo de Reconstrução do Chiado? Se for esse o caso, feche-se já o fundo!
PF
Antena 1, debate com os cinco candidatos
A propósito do debate de amanhã entre os 5 candidatos a Lisboa, na Antena 1 - a ser gravado amanhã, 5ª Feira, e a ser transmitido na 6ª Feira - gostava que lhes perguntassem o seguinte:
1. Será desta que o Tejo começa a ser despoluído?
2. Porque razão a Feira Popular não há-de ser fora de Lisboa?
3. Qual dos candidatos tem coragem para acabar com as empresas municipais?
4. Quem se compromete a fazer regressar as linhas de eléctrico aos eixos fundamentais de Lisboa, ligando-os à periferia?
5. Como é possível que os prédios a cair sejam na sua maioria propriedade de bancos?
PF
P.S. No caso de alguém querer colocar perguntas aos candidatos deve fazê-lo para: antena1@rdp.pt ou antena1.direccao@rdp.pt.
1. Será desta que o Tejo começa a ser despoluído?
2. Porque razão a Feira Popular não há-de ser fora de Lisboa?
3. Qual dos candidatos tem coragem para acabar com as empresas municipais?
4. Quem se compromete a fazer regressar as linhas de eléctrico aos eixos fundamentais de Lisboa, ligando-os à periferia?
5. Como é possível que os prédios a cair sejam na sua maioria propriedade de bancos?
PF
P.S. No caso de alguém querer colocar perguntas aos candidatos deve fazê-lo para: antena1@rdp.pt ou antena1.direccao@rdp.pt.
Palácio da Rosa: falta de espaço emperra hotel
Eis uma notícia que convém repescar para a campanha eleitoral, e que vai de encontro às nossas preocupações: é preciso reavaliar a questão da instalação de um hotel no Palácio da Rosa, mais a mais com as exigências que parece serem agora as da empresa madeirense envolvida!
Porquê? Porque tal como sugerimos aqui, aquela zona tem que ser objecto de uma solução integrada património-mobilidade-cidadania, e nunca à base de um equipamento único, mais a mais um hotel. Ou seja, tem que se
- resolver o problema do acesso ao Castelo de São Jorge, teatro romano, Teatro Taborda, sem destruir a silhueta da colina, optando pela construção de uma série de escadas-rolantes (dentro de prédios da Rua Fanqueiros e Rua Madalena; escadinhas do Chão do Loureiro e escadinhas do Largo da Rosa);
- demolir o mercado do Chão do Loureiro, construindo estacionamento subterrâneo e jardim à superfície;
- condicionar o trânsito em toda zona à semelhança do Bairro Alto, Bica e Alfama;
- reavaliar a instalação do hotel no Palácio da Rosa (até porque está também previsto um hotel de charme no Convento Corpus Christi, na Rua dos Fanqueiros), porque não abrindo alas para a instalação da Colecção Berardo no Palácio da Rosa?
PF
Porquê? Porque tal como sugerimos aqui, aquela zona tem que ser objecto de uma solução integrada património-mobilidade-cidadania, e nunca à base de um equipamento único, mais a mais um hotel. Ou seja, tem que se
- resolver o problema do acesso ao Castelo de São Jorge, teatro romano, Teatro Taborda, sem destruir a silhueta da colina, optando pela construção de uma série de escadas-rolantes (dentro de prédios da Rua Fanqueiros e Rua Madalena; escadinhas do Chão do Loureiro e escadinhas do Largo da Rosa);
- demolir o mercado do Chão do Loureiro, construindo estacionamento subterrâneo e jardim à superfície;
- condicionar o trânsito em toda zona à semelhança do Bairro Alto, Bica e Alfama;
- reavaliar a instalação do hotel no Palácio da Rosa (até porque está também previsto um hotel de charme no Convento Corpus Christi, na Rua dos Fanqueiros), porque não abrindo alas para a instalação da Colecção Berardo no Palácio da Rosa?
PF
Casa Garrett, congratulamo-nos com suspensão da demolição!
Enquanto autores da petição em prol da Casa Garrett, congratulamo-nos com a suspensão da demolição ordenada pelo Senhor Presidente da CML, felicitando o Dr. Pedro Santana Lopes pela atitude de extremo bom senso e oportunidade política; e que vem ao encontro do que havíamos solicitado publicamente ao proprietário do imóvel, isto é, que ele aguardasse pelo próximo presidente da CML, para então sim se decidir sobre a melhor forma de todas as partes sairem satisfeitas, incluindo a memória do próprio Garrett.
Sendo assim, renovamos aqui o nosso pedido público ao próximo presidente da CML, Prof. Manuel Maria Carrilho ou Prof. Carmona Rodrigues, para que imediatamente após as eleições, resolva este assunto de vez, classificando a casa de Garrett como imóvel de interesse concelhio, e negociando a aquisição da casa. Uma vez isto feito, a CML deve avançar com:
- A recuperação do edifício, seguindo as descrições nos próprios escritos do autor, e encetando negociações com os herdeiros do dramaturgo, e com os especialistas em Garrett, com vista a reunir o espólio necessário para a instalação de uma casa-museu-café-tertúlia (com menús à base das receitas descritas por Garrett, vide Edições Colares);
- O estabelecimento de protocolos com as Edições Sá da Costa e com a Europa-América, apoiando, se necessário, reedições das obras de Garrett, com vista ao municiamento da casa-museu com obras em português, castelhano, inglês, francês e alemão;
- O estabelecimento de protocolos com escolas e com o Teatro Dona Maria II, com vista a visitas de estudo e intercâmbio de programação;
- O envolvimento activo do Instituto Camões enquanto pilar da cultura e línguas portuguesas, solicitando-lhe a melhor divulgação da casa-museu e a ajuda indispensável ao próprio municiamento desta;
- A atribuição da gestão do espaço ao Centro Nacional de Cultura, entidade de enorme prestígio e reconhecida competência para zelar pela nossa cultura e para gerir um espaço como o que se pretende para ali.
Agradecemos o empenho de todos quantos têm vindo a envolver-se directamente nesta batalha (CNC, APE, Pen Clube, SPA, deputados municipais e da AR), bem como a simpatia, o profissionalismo e o empenho dos jornalistas de A Capital, Correio da Manhã, Destak, Diário de Notícias, Expresso, Jornal da Região, Jornal de Notícias, Lusa, Magazine de Artes, Metro, O Independente, Público, RTP e SIC, que têm dado voz às nossas reivindicações. Aos blogues e à Net, sem a qual tudo seria muito mais difícil.
Bernardo Ferreira de Carvalho, Paulo Ferrero e Pedro Policarpo
Sendo assim, renovamos aqui o nosso pedido público ao próximo presidente da CML, Prof. Manuel Maria Carrilho ou Prof. Carmona Rodrigues, para que imediatamente após as eleições, resolva este assunto de vez, classificando a casa de Garrett como imóvel de interesse concelhio, e negociando a aquisição da casa. Uma vez isto feito, a CML deve avançar com:
- A recuperação do edifício, seguindo as descrições nos próprios escritos do autor, e encetando negociações com os herdeiros do dramaturgo, e com os especialistas em Garrett, com vista a reunir o espólio necessário para a instalação de uma casa-museu-café-tertúlia (com menús à base das receitas descritas por Garrett, vide Edições Colares);
- O estabelecimento de protocolos com as Edições Sá da Costa e com a Europa-América, apoiando, se necessário, reedições das obras de Garrett, com vista ao municiamento da casa-museu com obras em português, castelhano, inglês, francês e alemão;
- O estabelecimento de protocolos com escolas e com o Teatro Dona Maria II, com vista a visitas de estudo e intercâmbio de programação;
- O envolvimento activo do Instituto Camões enquanto pilar da cultura e línguas portuguesas, solicitando-lhe a melhor divulgação da casa-museu e a ajuda indispensável ao próprio municiamento desta;
- A atribuição da gestão do espaço ao Centro Nacional de Cultura, entidade de enorme prestígio e reconhecida competência para zelar pela nossa cultura e para gerir um espaço como o que se pretende para ali.
Agradecemos o empenho de todos quantos têm vindo a envolver-se directamente nesta batalha (CNC, APE, Pen Clube, SPA, deputados municipais e da AR), bem como a simpatia, o profissionalismo e o empenho dos jornalistas de A Capital, Correio da Manhã, Destak, Diário de Notícias, Expresso, Jornal da Região, Jornal de Notícias, Lusa, Magazine de Artes, Metro, O Independente, Público, RTP e SIC, que têm dado voz às nossas reivindicações. Aos blogues e à Net, sem a qual tudo seria muito mais difícil.
Bernardo Ferreira de Carvalho, Paulo Ferrero e Pedro Policarpo
28/06/2005
Casa Garrett, que balanço até agora?
Numa altura em que há novos desenvolvimentos relativamente à Casa de Garrett, e que outros hão-de vir, julgamos conveniente deixar aqui um memento sobre os resultados práticos daquilo que foi dito e feito desde que lançámos a nossa petição, em Outubro passado (por sinal uma petição que já vem no seguimento de múltiplas chamadas de atenção públicas, feitas isoladamente durante os últimos anos). Petição que entregámos à CML, ao Ippar e ao Instituto Camões, em Março passado, por alturas do nascimento de Garrett, com cerca de 2.300 assinaturas de lisboetas, portugueses e estrangeiros. Aqui vai:
Apelámos a:
- Sua Excelência o Senhor Presidente da República, enquanto supremo magistrado, homem culto e ex-Presidente da CML;
- Sua Excelência o Senhor Primeiro-Ministro, enquanto responsável pelo governo, líder partidário e homem culto;
- Senhor Provedor da Justiça, enquanto zelador dos valores de cidadania;
Análise objectiva ao comportamento da CML:
- A CML fez ouvidas moucas aos pedidos que lhe foram feitos nos últimos 150 anos por quem sempre apelou à compra do imóvel e à sua transformação em casa-museu:
- A CML, não contente com o facto de ter permitido uma operação imobiliária de contornos especulativos, foi indiferente ao projecto de demolição do actual proprietário, aprovando-o como se fosse relativo a um outro edifício qualquer;
- A CML não respondeu aos promotores da petição;
- A CML desresponsabilizou-se do assunto ignorando a hipótese de classificar a casa como "imóvel de interesse municipal", remetendo responsabilidades para o IPPAR/MC;
- A CML justificou-se com "desculpas de mau pagador" (ex. falta de verba, suposta ausência de espólio do escritor, suposto pouco valor arquitectónico da casa, existência da casa-museu Pessoa nas vizinhanças - esta mesma num edifício sem qualquer valor arquitectónico e de pouca de memória do poeta), como se comprovam nas afirmações das Senhoras Vereadoras da Cultura e da Reabilitação Urbana;
- A CML mentiu sobre o estado actual do interior do edifício, como se comprova no local;
- Já em relação à Junta de Freguesia de Santa Isabel, cuja sede está na mesma rua da Casa de Garrett, o seu silêncio ao longo dos anos é revelador da tamanha inutilidade da instituição "junta de freguesia".
Análise objectiva ao comportamento do MC/IPPAR:
- A Senhora Ministra da Cultura mostrou-se sensível ao caso, e disse ir estar atenta ao parecer do IPPAR; mas após o parecer deste último desresponsabilizou-se do assunto, passando a responsabilidade novamente para a CML e para os cidadãos (!);
- O IPPAR, ao contrário do que as suas posições iniciais faziam supôr, recusou-se a classificar o edifício como sendo de interesse público, declarando que o melhor seria classificá-lo como "imóvel de interesse concelhio", confessando desconhecer que existe espólio, que o escritor tinha deixado escritos no sentido de vir ter ali a sua casa-museu, e desconhecendo que o projecto de construção nova de 4 andares nada tem a ver com a traça da rua;
- O IPPAR nem sequer respondeu aos promotores da petição.
Análise objectiva ao comportamento do Instituto Camões:
- O Instituto Camões não respondeu aos promotores da petição.
- O Instituto Camões não tomou qq posição pública sobre o assunto, pelo que se conclui que acha que a língua portuguesa é apenas abrir centros de português no mundo, editando livros em português, ignorando que a língua portuguesa é também feita de lugares como espaços de memória dos artistas dessa língua, a começar por Garrett. É caso para dizer o que faz Garrett no site do Instituto Camões?
Agradecemos a ajuda amiga do Centro Nacional de Cultura:
- O CNC, na figura do seu Presidente, sempre esteve do lado da preservação, classificação e conversão da casa de AG em casa-museu, e deu mostras públicas disso ao promover a nossa petição, a ao intervir publicamente de forma continuada e determinada na prossecução daqueles objectivos. Pelos resultados alcançados, e infelizmente, conclui-se que o peso do CNC ainda não é o devido numa sociedade culta e desenvolvida.
- Foi-lhe feito um repto no sentido de se arregimentarem vontades para a abertura de uma conta bancária, em nome do CNC, no sentido de possibilitar a compra da casa ao proprietário, pelo que se aguarda por decisão da Direcção do CNC nesse sentido. Pelas declarações do proprietário estão em causa cerca de largos milhares de contos.
Agradecemos a ajuda amiga da Assembleia da República e da Assembleia Municipal, nomeadamente aos deputados que defenderam publicamente os nossos propósitos (a começar por Manuel Alegre, vice-presidente e deputado da AR, e putativo candidato a PR). Infelizmente, o resultado prático é nulo. Mas é à AR e à AM que compete legislar e fazer cumprir a lei para que no futuro não seja permitido que, a coberto da legalidade, aconteçam mais casos como o da Casa Garrett.
Agradecemos a ajuda amiga da Sociedade Portuguesa de Autores, da Associação Portuguesa de Escritores e do Pen Clube que se têm mostrado indignados pela situação a que se chegou, própria de um país de iletrados e displicentes face ao património que os nossos antepassados nos vêm deixando.
Não agradecemos às fundações Gulbenkian, Oriente, etc., contactadas no sentido de se disponibilizarem como mecenas nesta operação de resgate da casa do autor de "Viagens da Minha Terra", porque nem sequer responderam ao que lhes solicitámos.
Nem agradecemos à Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, porque se recusou a incluir na programação da Feira do Livro, uma sessão sobre o assunto, refugiando-se em falsos argumentos. A CML, estamos certos, agradece.
Em relação ao proprietário, que por acaso é ministro, queremos esclarecer que
- Sempre agiu dentro da lei, o que revela o quão mal está a lei;
- Enquanto homem culto, ainda não demonstrou sê-lo (ser-se coleccionador de fotos de Man Ray não chega!);
- Enquanto cidadão, portou-se mal pois quando comprou a casa sabia-a envolta em polémica, e veio falar de números quando a ocasião aconselhava ao silêncio e à ponderação; agora recusa-se a esperar pelos resultados das eleições de Outubro, tendo iniciado os preparativos para a demolição da casa em plena época estival;
- Enquanto ministro, portou-se mal pois os bons exemplos têm que vir de cima.
Bernardo Ferreira de Carvalho, Paulo Ferrero e Pedro Policarpo
Apelámos a:
- Sua Excelência o Senhor Presidente da República, enquanto supremo magistrado, homem culto e ex-Presidente da CML;
- Sua Excelência o Senhor Primeiro-Ministro, enquanto responsável pelo governo, líder partidário e homem culto;
- Senhor Provedor da Justiça, enquanto zelador dos valores de cidadania;
Análise objectiva ao comportamento da CML:
- A CML fez ouvidas moucas aos pedidos que lhe foram feitos nos últimos 150 anos por quem sempre apelou à compra do imóvel e à sua transformação em casa-museu:
- A CML, não contente com o facto de ter permitido uma operação imobiliária de contornos especulativos, foi indiferente ao projecto de demolição do actual proprietário, aprovando-o como se fosse relativo a um outro edifício qualquer;
- A CML não respondeu aos promotores da petição;
- A CML desresponsabilizou-se do assunto ignorando a hipótese de classificar a casa como "imóvel de interesse municipal", remetendo responsabilidades para o IPPAR/MC;
- A CML justificou-se com "desculpas de mau pagador" (ex. falta de verba, suposta ausência de espólio do escritor, suposto pouco valor arquitectónico da casa, existência da casa-museu Pessoa nas vizinhanças - esta mesma num edifício sem qualquer valor arquitectónico e de pouca de memória do poeta), como se comprovam nas afirmações das Senhoras Vereadoras da Cultura e da Reabilitação Urbana;
- A CML mentiu sobre o estado actual do interior do edifício, como se comprova no local;
- Já em relação à Junta de Freguesia de Santa Isabel, cuja sede está na mesma rua da Casa de Garrett, o seu silêncio ao longo dos anos é revelador da tamanha inutilidade da instituição "junta de freguesia".
Análise objectiva ao comportamento do MC/IPPAR:
- A Senhora Ministra da Cultura mostrou-se sensível ao caso, e disse ir estar atenta ao parecer do IPPAR; mas após o parecer deste último desresponsabilizou-se do assunto, passando a responsabilidade novamente para a CML e para os cidadãos (!);
- O IPPAR, ao contrário do que as suas posições iniciais faziam supôr, recusou-se a classificar o edifício como sendo de interesse público, declarando que o melhor seria classificá-lo como "imóvel de interesse concelhio", confessando desconhecer que existe espólio, que o escritor tinha deixado escritos no sentido de vir ter ali a sua casa-museu, e desconhecendo que o projecto de construção nova de 4 andares nada tem a ver com a traça da rua;
- O IPPAR nem sequer respondeu aos promotores da petição.
Análise objectiva ao comportamento do Instituto Camões:
- O Instituto Camões não respondeu aos promotores da petição.
- O Instituto Camões não tomou qq posição pública sobre o assunto, pelo que se conclui que acha que a língua portuguesa é apenas abrir centros de português no mundo, editando livros em português, ignorando que a língua portuguesa é também feita de lugares como espaços de memória dos artistas dessa língua, a começar por Garrett. É caso para dizer o que faz Garrett no site do Instituto Camões?
Agradecemos a ajuda amiga do Centro Nacional de Cultura:
- O CNC, na figura do seu Presidente, sempre esteve do lado da preservação, classificação e conversão da casa de AG em casa-museu, e deu mostras públicas disso ao promover a nossa petição, a ao intervir publicamente de forma continuada e determinada na prossecução daqueles objectivos. Pelos resultados alcançados, e infelizmente, conclui-se que o peso do CNC ainda não é o devido numa sociedade culta e desenvolvida.
- Foi-lhe feito um repto no sentido de se arregimentarem vontades para a abertura de uma conta bancária, em nome do CNC, no sentido de possibilitar a compra da casa ao proprietário, pelo que se aguarda por decisão da Direcção do CNC nesse sentido. Pelas declarações do proprietário estão em causa cerca de largos milhares de contos.
Agradecemos a ajuda amiga da Assembleia da República e da Assembleia Municipal, nomeadamente aos deputados que defenderam publicamente os nossos propósitos (a começar por Manuel Alegre, vice-presidente e deputado da AR, e putativo candidato a PR). Infelizmente, o resultado prático é nulo. Mas é à AR e à AM que compete legislar e fazer cumprir a lei para que no futuro não seja permitido que, a coberto da legalidade, aconteçam mais casos como o da Casa Garrett.
Agradecemos a ajuda amiga da Sociedade Portuguesa de Autores, da Associação Portuguesa de Escritores e do Pen Clube que se têm mostrado indignados pela situação a que se chegou, própria de um país de iletrados e displicentes face ao património que os nossos antepassados nos vêm deixando.
Não agradecemos às fundações Gulbenkian, Oriente, etc., contactadas no sentido de se disponibilizarem como mecenas nesta operação de resgate da casa do autor de "Viagens da Minha Terra", porque nem sequer responderam ao que lhes solicitámos.
Nem agradecemos à Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, porque se recusou a incluir na programação da Feira do Livro, uma sessão sobre o assunto, refugiando-se em falsos argumentos. A CML, estamos certos, agradece.
Em relação ao proprietário, que por acaso é ministro, queremos esclarecer que
- Sempre agiu dentro da lei, o que revela o quão mal está a lei;
- Enquanto homem culto, ainda não demonstrou sê-lo (ser-se coleccionador de fotos de Man Ray não chega!);
- Enquanto cidadão, portou-se mal pois quando comprou a casa sabia-a envolta em polémica, e veio falar de números quando a ocasião aconselhava ao silêncio e à ponderação; agora recusa-se a esperar pelos resultados das eleições de Outubro, tendo iniciado os preparativos para a demolição da casa em plena época estival;
- Enquanto ministro, portou-se mal pois os bons exemplos têm que vir de cima.
Bernardo Ferreira de Carvalho, Paulo Ferrero e Pedro Policarpo
Casa Garrett, o CNC tem sido incansável, mas é preciso mais!
No seguimento dos últimos desenvolvimentos relativos à casa que Garrett mandou construir, onde viveu e morreu, CNC renova apelo em defesa da última casa de Garrett. Obrigado Dr. Oliveira Martins, mas, infelizmente, é preciso mais; que se avance com a criação de conta bancária!
PF
PF
27/06/2005
Moradores do Bairro de São João de Brito realojados na Mata de Alvalade?!!
Fiquei a conhecer este bairro há 5 anos, por altura da polémica à volta de uma possível transferência dos seus moradores daquele (e de outro bairro ilegal, na mesma freguesia) para local que não era do agrado dos moradores. Uns quantos foram, mas a maioria haveria de ficar. Há 4 anos todos os candidatos à CML foram visitar o bairro, prometendo mundos e fundos. São pouco mais de 200 pessoas, cujos votos até poderão ser importantes, se nos lembrarmos dos últimos resultados em Lisboa. Por isso fico contente em finalmente se fazer justiça para quem nunca viveu em barracas antes de para ali ser votado ao abandono, na sequência da descolonização de 74-75.
Contudo, a coisa muda radicalmente de tom se pensarmos que os terrenos onde este bairro se encontra, na chamada Quinta do Carrapato, são terrenos muito apetecíveis pois estão paredes meias com a 2ª Circular, bem juntinho ao ainda Aeroporto de Lisboa. E ainda muda mais de tom quando vemos que a CML, afinal, se prepara para mais uma vez mudar ajeitar o PDM à vontade e à ocasião do momento, ao querer transformar uma zona verde de Alvalade - a Mata de Alvalade - numa zona de construção, com tudo de mau que advirá disso.
Não haverá por acaso outras zonas para instalar as famílias do Bairro de São de Brito? É que, de repente, estou a lembrar-me de uma zona, bem junto à actual Junta de Freguesia de São João de Brito (por detrás dela, aliás), onde podiam construir perfeitamente as casas para as 120 famílias, que ficariam bem instaladas, perto da zona onde actualmente estão e com fácil acesso aos transportes públicos. E assim se evitava mudar o PDM e, sobretudo, dar cabo de uma das poucas zonas verdes de Alvalade.
PF
Contudo, a coisa muda radicalmente de tom se pensarmos que os terrenos onde este bairro se encontra, na chamada Quinta do Carrapato, são terrenos muito apetecíveis pois estão paredes meias com a 2ª Circular, bem juntinho ao ainda Aeroporto de Lisboa. E ainda muda mais de tom quando vemos que a CML, afinal, se prepara para mais uma vez mudar ajeitar o PDM à vontade e à ocasião do momento, ao querer transformar uma zona verde de Alvalade - a Mata de Alvalade - numa zona de construção, com tudo de mau que advirá disso.
Não haverá por acaso outras zonas para instalar as famílias do Bairro de São de Brito? É que, de repente, estou a lembrar-me de uma zona, bem junto à actual Junta de Freguesia de São João de Brito (por detrás dela, aliás), onde podiam construir perfeitamente as casas para as 120 famílias, que ficariam bem instaladas, perto da zona onde actualmente estão e com fácil acesso aos transportes públicos. E assim se evitava mudar o PDM e, sobretudo, dar cabo de uma das poucas zonas verdes de Alvalade.
PF
23/06/2005
Casa Garrett: começou a demolição!
Aproveitando a época estival e a desresponsabilização de quem de direito (CML, Ippar e MC), o proprietário da Casa de Garrett começou a demolição daquela que tem sido a causa de muitos de nós: a preservação e recuperação da última morada do autor de "Viagens da Minha Terra".
Com efeito, já está montada uma grua no Cemitério dos Inglesinhos, bem como afixado um anúncio na porta da referida casa, informando os transeuntes que a mesma vai para "obras". A destruição do interior já começou.
Como autores da petição pela classificação e transformação da casa de Garrett em casa-museu do dramaturgo, escritor e político - por sinal, desejo que o próprio escritor manifestou e que tem sido reivindicado ao longo dos últimos 150 anos - , queremos reafirmar o nosso mais profundo repúdio pela atitude do proprietário, que deste modo se recusa a esperar pelo resultado das eleições autárquicas, e a parar para pensar na hipótese de transferir o seu projecto de construção para outro local que não aquele; indo assim contra o sentimento de milhares de pessoas para quem a memória de Garrett não se resume a um nome de rua, sala de teatro ou pastelaria.
Compreendemos o "esforço titânico" que o proprietário demonstra em querer impulsionar a economia portuguesa, através de um política tipicamente keynesiana de disparo da despesa agregada, naquilo que ela tem de mais genuinamente português: a construção civil. No entanto, chamamos a atenção do proprietário que isso talvez nem o mais comum dos diplomados no livro de razão tivesse sequer a ideia de fazer, perante a memória e o legado de alguém como Garrett.
Neste momento não sabemos que mais poderemos fazer, que não apelarmos a todos os amigos desta causa, dos jornalistas às individualidades e ao comum dos cidadãos que se solidarizaram connosco; para denunciarem estes últimos acontecimentos e juntarmos esforços concretos no sentido de se evitar a perda irreversível da casa de Garrett.
Muito obrigado a todos!!
Bernardo Ferreira de Carvalho, Paulo Ferrero e Pedro Policarpo
Com efeito, já está montada uma grua no Cemitério dos Inglesinhos, bem como afixado um anúncio na porta da referida casa, informando os transeuntes que a mesma vai para "obras". A destruição do interior já começou.
Como autores da petição pela classificação e transformação da casa de Garrett em casa-museu do dramaturgo, escritor e político - por sinal, desejo que o próprio escritor manifestou e que tem sido reivindicado ao longo dos últimos 150 anos - , queremos reafirmar o nosso mais profundo repúdio pela atitude do proprietário, que deste modo se recusa a esperar pelo resultado das eleições autárquicas, e a parar para pensar na hipótese de transferir o seu projecto de construção para outro local que não aquele; indo assim contra o sentimento de milhares de pessoas para quem a memória de Garrett não se resume a um nome de rua, sala de teatro ou pastelaria.
Compreendemos o "esforço titânico" que o proprietário demonstra em querer impulsionar a economia portuguesa, através de um política tipicamente keynesiana de disparo da despesa agregada, naquilo que ela tem de mais genuinamente português: a construção civil. No entanto, chamamos a atenção do proprietário que isso talvez nem o mais comum dos diplomados no livro de razão tivesse sequer a ideia de fazer, perante a memória e o legado de alguém como Garrett.
Neste momento não sabemos que mais poderemos fazer, que não apelarmos a todos os amigos desta causa, dos jornalistas às individualidades e ao comum dos cidadãos que se solidarizaram connosco; para denunciarem estes últimos acontecimentos e juntarmos esforços concretos no sentido de se evitar a perda irreversível da casa de Garrett.
Muito obrigado a todos!!
Bernardo Ferreira de Carvalho, Paulo Ferrero e Pedro Policarpo
22/06/2005
O Europa volta a ser usado
Movimento de defesa do Europa volta à carga: reconversão Instalar no imóvel um pólo multifuncional continua a ser desejo dos cidadãos Sá Fernandes defende que a Câmara pode expropriar, pode ler-se na edição do "Jornal de Notícias" de ontem. Mais à frente, o representante do movimento "S.O.S. Cinema Europa" diz: "O cinema, enquanto pólo de actividades culturais e artísticas, faz falta ao bairro e à cidade". E que "está agora em cima da mesa, a hipótese de o edifício integrar o Arquivo Municipal de Lisboa".
Estas declarações vêm no mesmo sentido de outras feitas anteriormente, que confirmam o seguinte: o antigo Europa está a ser usado. Os ditos moradores ora bem reclamam o Europa como cinema, ora como centro cultural, ora como auto-silo com espaço cultural (?), ora como arquivo municipal.
Paralelamente, parece que o candidato Sá Fernandes alinha na utilização do Europa como joguete eleitoral, porque defender, como ele defendeu, que "o que importa é que a Câmara accione os mecanismos legais para que o imóvel não caia e negoceie com o proprietário a sua aquisição, com permutas ou não. E caso nenhuma das hipóteses seja aceite, a autarquia deve expropriar" e que "o que importa é saber como decorreu o processo de desclassificação" é exactamente isso. Vamos por partes:
1. O Europa actual não tem nada que ver com o antigo Europa, objecto de obras na década de 60 que o desvirtuaram para sempre.
2. O Europa actual não tem nenhum elemento que justifique a sua classificação, seja por quem for.
3. O Europa actual foi objecto de promessas camarárias durante o mandato de João Soares, apenas porque estava na Junta do Condestável, de maioria PS/PC. Enquanto que ali ao lado, o Paris (cinema com muito mais história, inserido numa ZEP e com um projecto digno para a sua re-utilização) agonizava, sem estar nas boas graças do mesmo executivo, apenas porque era de uma Junta, de maioria PSD/CDS.
4. Era o que faltava que a prorrogativa da expropriação fosse usada por isto e aquilo, à vontade do freguês.
5. Um conselho ao candidato Sá Fernandes: antes de pensar em termos judiciais, pense em soluções viáveis, exequíveis e sensatas.
PF
Estas declarações vêm no mesmo sentido de outras feitas anteriormente, que confirmam o seguinte: o antigo Europa está a ser usado. Os ditos moradores ora bem reclamam o Europa como cinema, ora como centro cultural, ora como auto-silo com espaço cultural (?), ora como arquivo municipal.
Paralelamente, parece que o candidato Sá Fernandes alinha na utilização do Europa como joguete eleitoral, porque defender, como ele defendeu, que "o que importa é que a Câmara accione os mecanismos legais para que o imóvel não caia e negoceie com o proprietário a sua aquisição, com permutas ou não. E caso nenhuma das hipóteses seja aceite, a autarquia deve expropriar" e que "o que importa é saber como decorreu o processo de desclassificação" é exactamente isso. Vamos por partes:
1. O Europa actual não tem nada que ver com o antigo Europa, objecto de obras na década de 60 que o desvirtuaram para sempre.
2. O Europa actual não tem nenhum elemento que justifique a sua classificação, seja por quem for.
3. O Europa actual foi objecto de promessas camarárias durante o mandato de João Soares, apenas porque estava na Junta do Condestável, de maioria PS/PC. Enquanto que ali ao lado, o Paris (cinema com muito mais história, inserido numa ZEP e com um projecto digno para a sua re-utilização) agonizava, sem estar nas boas graças do mesmo executivo, apenas porque era de uma Junta, de maioria PSD/CDS.
4. Era o que faltava que a prorrogativa da expropriação fosse usada por isto e aquilo, à vontade do freguês.
5. Um conselho ao candidato Sá Fernandes: antes de pensar em termos judiciais, pense em soluções viáveis, exequíveis e sensatas.
PF
16/06/2005
Que Passeio na Avenida?
A Avenida é o único «boulevard» de Lisboa, mas já não tem nem 10% da traça e da qualidade de vida dos tempos dos nossos pais. Porquê?
- Porque 90% do edificado antigo já não existe e os 10% que restam estão em risco de desaparecer;
- Porque a habitação deu lugar a escritórios;
- Porque se respira um mau ar e se ouve ruído em demasia;
- Porque das salas de espectáculo que a faziam viver apenas resta um Tivoli telenovelesco e um São Jorge a meio gás;
- Porque a Avenida está «emparedada» por automóveis, semáforos, etc.;
- Porque a Avenida não tem «chama própria».
Por isso propomos ao futuro Presidente da CML um conjunto de soluções para a Avenida da Liberdade; propostas a nível da mobilidade, do equipamento e do lazer: AQUI.
Estaremos a ser demasiadamente ambiciosos? Ingénuos? Tontos?
- Porque 90% do edificado antigo já não existe e os 10% que restam estão em risco de desaparecer;
- Porque a habitação deu lugar a escritórios;
- Porque se respira um mau ar e se ouve ruído em demasia;
- Porque das salas de espectáculo que a faziam viver apenas resta um Tivoli telenovelesco e um São Jorge a meio gás;
- Porque a Avenida está «emparedada» por automóveis, semáforos, etc.;
- Porque a Avenida não tem «chama própria».
Por isso propomos ao futuro Presidente da CML um conjunto de soluções para a Avenida da Liberdade; propostas a nível da mobilidade, do equipamento e do lazer: AQUI.
Estaremos a ser demasiadamente ambiciosos? Ingénuos? Tontos?
09/06/2005
Carmona quer passeio ribeirinho, e eu também
Pois é, é tudo muito bonito: "(...) proposta de Carmona Rodrigues para o Terreiro do Paço inclui a criação de um museu dedicado aos 250 anos após o terramoto de 1755 e à Baixa Pombalina.". Carmona pretende "trazer mais animação cultural e turística", reutilizando a zona ribeirinha entre o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré, quando terminarem as obras do Metro, proposta que deve apresentar em breve numa reunião da Câmara. Carmona quer recuperar a antiga doca seca do Arsenal da Marinha e fazer um cais para que estejam ali em permanência a fragata Dom Fernando II e Glória e a Sagres, além da criação do Museu das Descobertas, frisou o candidato ao "Jornal de Notícias". Só que durante 4 anos nada se fez por isso. Creio mesmo que Carmona perdeu a sua oportunidade.
Mais, não creio que haja mais passeio ribeirinho com o rio que temos. Explico: o Tejo continua poluidíssimo. Faz quase década e meia que outro Professor se lançou ao Tejo como forma de alertar para a urgência de despoluir o nosso rio. Mas, de então para cá o que se fez por isso? Nada.
Portanto, antes que outro Professor decida lançar-se ao Tejo, convinha, por exemplo, importar algumas das ideias e dos métodos que outras cidades mais evoluídas do que Lisboa, tiveram e usaram para despoluir os seus rios, o seu mar interior. Quem?
Por exemplo, seria importante ouvir o que têm para nos dizer os responsáveis pela despoluição das águas que circundam a bela Estocolmo, outrora poluidíssmas, e hoje objecto de peregrinação, onde não falta quem a beba. Por isso, seria bom que alguém decidisse tentar despoluir o Tejo antes de falar em "zona ribeirinha".
Convoquem até cá os responsáveis da Skanska, que foi ela quem purificou as águas da capital-modelo que é Estocolmo. Seria bom, que por uma vez na vida, Lisboa importasse uma boa receita.
E convinha que, antes de se falar em museus das Descobertas, hotéis de pseudo-charme e fragatas, se resolvesse o escândalo terceiro-mundista que é termos, em pleno séc.XXI, um buraco gigantesco no Terreiro do Paço, obra e graça de governantes, técnicos e empreiteiros incompetentes e descarados.
PF
Mais, não creio que haja mais passeio ribeirinho com o rio que temos. Explico: o Tejo continua poluidíssimo. Faz quase década e meia que outro Professor se lançou ao Tejo como forma de alertar para a urgência de despoluir o nosso rio. Mas, de então para cá o que se fez por isso? Nada.
Portanto, antes que outro Professor decida lançar-se ao Tejo, convinha, por exemplo, importar algumas das ideias e dos métodos que outras cidades mais evoluídas do que Lisboa, tiveram e usaram para despoluir os seus rios, o seu mar interior. Quem?
Por exemplo, seria importante ouvir o que têm para nos dizer os responsáveis pela despoluição das águas que circundam a bela Estocolmo, outrora poluidíssmas, e hoje objecto de peregrinação, onde não falta quem a beba. Por isso, seria bom que alguém decidisse tentar despoluir o Tejo antes de falar em "zona ribeirinha".
Convoquem até cá os responsáveis da Skanska, que foi ela quem purificou as águas da capital-modelo que é Estocolmo. Seria bom, que por uma vez na vida, Lisboa importasse uma boa receita.
E convinha que, antes de se falar em museus das Descobertas, hotéis de pseudo-charme e fragatas, se resolvesse o escândalo terceiro-mundista que é termos, em pleno séc.XXI, um buraco gigantesco no Terreiro do Paço, obra e graça de governantes, técnicos e empreiteiros incompetentes e descarados.
PF
08/06/2005
Requalifiquem a Graça, s.f.f.
José Sá Fernandes veio falar recentemente do Convento da Graça, e do que fez há 5 anos. Nós vamos mais longe. Apontamos uma solução para o Convento da Graça: AQUI!
Resumindo, queremos que a próxima CML negoceie com o Ministério da Defesa (à semelhança do que foi feito com a CMC no que toca à Cidadela de Cascais e a outras fortalezas da Linha) para a sua cedência definitiva à CML, de modo a que esta o possa reconverter na sede da Orquestra Metropolitana de Lisboa, que ali poderá dar aulas em regime de semi-internato, ensaiar e dar espectáculos.
Mas queremos também que se faça uma intervenção de fundo no bairro da Graça,que passe pela criação de uma linha de metro ligeiro de superfície, em "L", que una o Largo da Graça ao Jardim da Paiva Couceiro, pela Av.General Roçadas, e que vá até à Madre de Deus e a Santa Apolónia. Queremos que o próximo Presidente da CML reconverta as instalações da Fábrica de Chocolates da Favorita em habitação jovem. E queremos o trânsito condicionado tal qual Alfama, o Bairro Alto e a Bica, em toda a zona do Largo da Graça, Calçada da Ajuda e Voz do Operário.
Resumindo, queremos que a próxima CML negoceie com o Ministério da Defesa (à semelhança do que foi feito com a CMC no que toca à Cidadela de Cascais e a outras fortalezas da Linha) para a sua cedência definitiva à CML, de modo a que esta o possa reconverter na sede da Orquestra Metropolitana de Lisboa, que ali poderá dar aulas em regime de semi-internato, ensaiar e dar espectáculos.
Mas queremos também que se faça uma intervenção de fundo no bairro da Graça,que passe pela criação de uma linha de metro ligeiro de superfície, em "L", que una o Largo da Graça ao Jardim da Paiva Couceiro, pela Av.General Roçadas, e que vá até à Madre de Deus e a Santa Apolónia. Queremos que o próximo Presidente da CML reconverta as instalações da Fábrica de Chocolates da Favorita em habitação jovem. E queremos o trânsito condicionado tal qual Alfama, o Bairro Alto e a Bica, em toda a zona do Largo da Graça, Calçada da Ajuda e Voz do Operário.
06/06/2005
Não, Prof. Carmona, os moradores já pagam o seu estacionamento
Confesso que não ouvi a totalidade da entrevista do Prof. Carmona Rodrigues, de ontem à noite, à SIC-N. Mas se foi como os 2 minutos finais, estamos conversados. Porquê? Porque nesses minutinhos finais, o candidato à CML e vice-presidente desde há 4 anos, anunciou - fugindo a uma pergunta sobre as eventuais taxas-portagens de entrada em Lisboa - como "solução" para o estacionamento em cima dos passeios, que "os moradores usassem os parques de estacionamento subterrâneo que estão vazios, a preços convidativos", dando como exemplo o parque da Alameda D.Afonso Henriques. Ora:
1. O estacionamento indevido, em 99,9% dos casos não é feito por moradores, mas por visitantes. Visitantes que todos os dias são "convidados" a trazerem o automóvel para Lisboa e a inundarem os passeios de Lisboa e, pior, os lugares de estacionamento destinados a moradores.
2. E os visitantes são "convidados" a trazer o automóvel para Lisboa porque todos os dias se anunciam mais medidas de oferta de estacionamento, mais asfalto, etc., em vez de se restringir a procura,
- investindo-se definitivamente na melhoria da qualidade e eficiência e eficácia da Carris e Metro;
- investindo-se definitivamente em interfaces de transportes públicos, à entrada de Lisboa, com parques de estacionamento compatíveis e ligação aos transportes da periferia;
- investindo-se em linhas de metro ligeiro de superfície ("tram") não poluidor, designadamente no Campo Grande, Av. República, Av.Fontes Pereira de Melo, Marquês; Bº Encarnação-Olivais-Avenida Gago Coutinho-Almirante Reis, Martim Moniz.
3. Os moradores já pagam para ter um lugar de estacionamento por automóvel; e pagam por um direito que lhes assiste enquanto moradores o que é imoral. Pagam o dístico para estacionarem junto a suas casas, e pagam, como qualquer outro cidadão, para estacionarem nas outras zonas de Lisboa, quando não são coagidos a pagarem ainda ao arrumador ilegal.
4. Por outro lado, os moradores não têm culpa que a proliferação de parques de estacionamento subterrâneo - a maior parte dos quais pondo em risco valioso património, desde árvores e espaços verdes a fundações antigas, etc. - e dos chamados auto-silos se destine a proveitosos negócios para construtor civil, e para tapar o sol com a peneira, ou seja, adiar as grandes medidas de fundo no que toca ao trânsito e ao estacionamento em Lisboa.
5. Finalmente, e no que se refere às portagens à volta de Lisboa, lembro ao Prof. Carmona Rodrigues que já há portugueses a pagar, injustamente, entrada em Lisboa: são os moradores da margem sul do Tejo. Por isso, portagens a norte de Lisboa seriam, sob esse ponto de vista, uma medida de justiça social imediata.
PF
1. O estacionamento indevido, em 99,9% dos casos não é feito por moradores, mas por visitantes. Visitantes que todos os dias são "convidados" a trazerem o automóvel para Lisboa e a inundarem os passeios de Lisboa e, pior, os lugares de estacionamento destinados a moradores.
2. E os visitantes são "convidados" a trazer o automóvel para Lisboa porque todos os dias se anunciam mais medidas de oferta de estacionamento, mais asfalto, etc., em vez de se restringir a procura,
- investindo-se definitivamente na melhoria da qualidade e eficiência e eficácia da Carris e Metro;
- investindo-se definitivamente em interfaces de transportes públicos, à entrada de Lisboa, com parques de estacionamento compatíveis e ligação aos transportes da periferia;
- investindo-se em linhas de metro ligeiro de superfície ("tram") não poluidor, designadamente no Campo Grande, Av. República, Av.Fontes Pereira de Melo, Marquês; Bº Encarnação-Olivais-Avenida Gago Coutinho-Almirante Reis, Martim Moniz.
3. Os moradores já pagam para ter um lugar de estacionamento por automóvel; e pagam por um direito que lhes assiste enquanto moradores o que é imoral. Pagam o dístico para estacionarem junto a suas casas, e pagam, como qualquer outro cidadão, para estacionarem nas outras zonas de Lisboa, quando não são coagidos a pagarem ainda ao arrumador ilegal.
4. Por outro lado, os moradores não têm culpa que a proliferação de parques de estacionamento subterrâneo - a maior parte dos quais pondo em risco valioso património, desde árvores e espaços verdes a fundações antigas, etc. - e dos chamados auto-silos se destine a proveitosos negócios para construtor civil, e para tapar o sol com a peneira, ou seja, adiar as grandes medidas de fundo no que toca ao trânsito e ao estacionamento em Lisboa.
5. Finalmente, e no que se refere às portagens à volta de Lisboa, lembro ao Prof. Carmona Rodrigues que já há portugueses a pagar, injustamente, entrada em Lisboa: são os moradores da margem sul do Tejo. Por isso, portagens a norte de Lisboa seriam, sob esse ponto de vista, uma medida de justiça social imediata.
PF
03/06/2005
1998-2002: Obras virtuais no Teatro Tália
Voltando ao Teatro Tália, a que já fizemos referência anteriormente, para dizermos que a Net não pára de nos surpreender, senão vejamos:
* Em 1998, o Ministério da Reforma do Estado e da Administração Pública fez incluir no seu plano de actividades a recuperação do Teatro Tália. Estimou até um orçamento de 630.000 cts., por fases, estimando para 98 cerca de 100 mil cts, 52.300 cts. para 1999, 100 mil cts. para 2000, 206 mil cts. para 2001, 160.700 cts. para 2002 e 10.000 cts. para os anos seguintes.
* E em 2002, a Direcção-Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais fez questão de incluir o Teatro Tália no seu plano de actividades para 2002, sob o título pomposo de "Recuperação do Património Classificado", cabimentando despesas com a estabilidade do edifício, instalação de electricidade, esgotos, etc. Orçamento: 38.000 €.
Tem graça como o Teatro Tália se mantém na mesma ...
PF
* Em 1998, o Ministério da Reforma do Estado e da Administração Pública fez incluir no seu plano de actividades a recuperação do Teatro Tália. Estimou até um orçamento de 630.000 cts., por fases, estimando para 98 cerca de 100 mil cts, 52.300 cts. para 1999, 100 mil cts. para 2000, 206 mil cts. para 2001, 160.700 cts. para 2002 e 10.000 cts. para os anos seguintes.
* E em 2002, a Direcção-Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais fez questão de incluir o Teatro Tália no seu plano de actividades para 2002, sob o título pomposo de "Recuperação do Património Classificado", cabimentando despesas com a estabilidade do edifício, instalação de electricidade, esgotos, etc. Orçamento: 38.000 €.
Tem graça como o Teatro Tália se mantém na mesma ...
PF
31/05/2005
O cartaz independente de JSF
Nisto dos cartazes faltava ver o que o candidato José Sá Fernandes tinha a dizer sobre a matéria. Fiquei hoje a sabê-lo: um "outdoor" gigantone, lado a lado com o de Carrilho, mas de tom verde ervilha, em que se afirma "Lisboa É Gente", sobre uma miríade de nomes. O pormenor fica para os mais atentos: o logo do BE (que é quem os paga, suponho), ao canto superior esquerdo do cartaz, escrito a branco. Ainda pensei que em matéria de cartazes houvesse diferença, mas não há.
PF
P.S. Ainda a propósito da candidatura de JSF foi com grande mágoa que o ouvi e vi responder com total alergia a uma pergunta da RR sobre como reagiria se o CDS viesse a apoiá-lo, tal qual o BE.
PF
P.S. Ainda a propósito da candidatura de JSF foi com grande mágoa que o ouvi e vi responder com total alergia a uma pergunta da RR sobre como reagiria se o CDS viesse a apoiá-lo, tal qual o BE.
30/05/2005
Por um melhor acesso ao Castelo!
Há 4 anos não se falava de outra coisa que não fosse o Elevador do Castelo. E hoje?
Hoje, as pessoas continuam a calcorrear muitos degraus para acederem ao castelo desde a Baixa, e ninguém parece interessar-se por mudar a situação, muito menos revitalizar aquela zona tão bonita de Lisboa, que engloba a Freguesia de São Cristóvão e São Lourenço, e que importa descobrir e valorizar.
Por isso, propomos um conjunto de medidas, e queremos que os candidatos a Lisboa se vinculem com todos nós, no dia a seguir à próxima noite eleitoral de Outubro,
* solucionando o problema do acesso ao castelo (mas também ao Teatro Taborda e ao Teatro Romano, por ex.), mas sem se destruir a silhueta de Lisboa e sem haver custos elevados para o erário público, isto é; abrindo concurso e executando empreitada com vista à instalação de sistema de lanços de escadas-rolantes, desde a Rua dos Fanqueiros, Rua da Madalena, escadinhas do Chão do Loureiro e Rosa;
* solucionando o caos do estacionamento, mas sem se substituir um mamarracho (o mercado do Chão do Loureiro) por outro mamarracho (auto-silo), isto é; demolindo o mercado, construindo estacionamento subterrâneo, e fazendo um jardim à superfície; bem como restringindo a circulação automóvel;
* revitalizando o mais importante edifício da zona, o Palácio da Rosa e Igreja de São Lourenço, mas sem ser transformando-o em "hotel de charme", antes fazendo com que ele albergue a Colecção Berardo, que será o foco de revitalização de toda a zona.
Hoje, as pessoas continuam a calcorrear muitos degraus para acederem ao castelo desde a Baixa, e ninguém parece interessar-se por mudar a situação, muito menos revitalizar aquela zona tão bonita de Lisboa, que engloba a Freguesia de São Cristóvão e São Lourenço, e que importa descobrir e valorizar.
Por isso, propomos um conjunto de medidas, e queremos que os candidatos a Lisboa se vinculem com todos nós, no dia a seguir à próxima noite eleitoral de Outubro,
* solucionando o problema do acesso ao castelo (mas também ao Teatro Taborda e ao Teatro Romano, por ex.), mas sem se destruir a silhueta de Lisboa e sem haver custos elevados para o erário público, isto é; abrindo concurso e executando empreitada com vista à instalação de sistema de lanços de escadas-rolantes, desde a Rua dos Fanqueiros, Rua da Madalena, escadinhas do Chão do Loureiro e Rosa;
* solucionando o caos do estacionamento, mas sem se substituir um mamarracho (o mercado do Chão do Loureiro) por outro mamarracho (auto-silo), isto é; demolindo o mercado, construindo estacionamento subterrâneo, e fazendo um jardim à superfície; bem como restringindo a circulação automóvel;
* revitalizando o mais importante edifício da zona, o Palácio da Rosa e Igreja de São Lourenço, mas sem ser transformando-o em "hotel de charme", antes fazendo com que ele albergue a Colecção Berardo, que será o foco de revitalização de toda a zona.
27/05/2005
O IST e os estudos de mobilidade para Lisboa
Ainda a propósito da ideia de, aproveitando as obras do Metro, esventrar a Praça Duque de Saldanha, para ali fazer nascer mais um viaduto que permita (virtualmente) aos automóveis circularem "sem parar" desde Monsanto à Segunda Circular, convém pensar um pouco na origem desta verdadeira miríade de projectos: Centro de Sistemas Urbanos e Regionais (CESUR), do Instituto Superior Técnico.
Ainda mais interessante se torna a reflexão quando se vê que os protagonistas são sempre os mesmos, ora à esquerda, ora mais à direita, consoante a cor da vereação do momento.
Eu, por mim, não hesitava nem um minuto nesta coisa dos estudos e projectos: concurso internacional, sempre.
PF
Ainda mais interessante se torna a reflexão quando se vê que os protagonistas são sempre os mesmos, ora à esquerda, ora mais à direita, consoante a cor da vereação do momento.
Eu, por mim, não hesitava nem um minuto nesta coisa dos estudos e projectos: concurso internacional, sempre.
PF
Vêm aí mais túneis?!
A propósito da aceitação do Prof. Carmona Rodrigues da proposta de novo túnel, desta feita no Saldanha, há coisas que ninguém me faz compreender:
1. Porquê continuar a querer fazer de Lisboa uma auto-estrada?
2. Porquê continuar a aumentar a oferta de estacionamento em vez de incentivar a procura a baixar?
Será que os túneis e os parques de estacionamento trazem alguma melhoria de qualidade de vida, que não seja para quem os constrói (e abstenho-me de pensar em quem os licencia)?
É que se assim não é, então não compreendo como é possivel não construir inter-faces à entrada de Lisboa; como é possível não restringir o trânsito automóvel na Baixa e numa série de zonas da cidade; como é possível não apostar em linhas de eléctrico ligeiro de superfície; etc, etc.. e se continua a apostar em esventrar o chão, incentivar os abusos de condução, a poluição e, pior, em ameaçar as colinas de Lisboa.
PF
1. Porquê continuar a querer fazer de Lisboa uma auto-estrada?
2. Porquê continuar a aumentar a oferta de estacionamento em vez de incentivar a procura a baixar?
Será que os túneis e os parques de estacionamento trazem alguma melhoria de qualidade de vida, que não seja para quem os constrói (e abstenho-me de pensar em quem os licencia)?
É que se assim não é, então não compreendo como é possivel não construir inter-faces à entrada de Lisboa; como é possível não restringir o trânsito automóvel na Baixa e numa série de zonas da cidade; como é possível não apostar em linhas de eléctrico ligeiro de superfície; etc, etc.. e se continua a apostar em esventrar o chão, incentivar os abusos de condução, a poluição e, pior, em ameaçar as colinas de Lisboa.
PF
5 Génios, uma mão cheia de nada?
Desde 1999 que nos tem sido dado a saber pela CML que a nossa capital estaria na iminência de ver nascer 5 novos projectos, de 5 génios da arquitectura mundial: Norman Foster, Renzo Piano, Frank Gehry, Jean Nouvel e Ricardo Bofill.
Passado todos estes anos, e sem que nada de concreto exista no horizonte a não ser muita propaganda e muita polémica, achamos que é tempo de os lisboetas ficarem a saber o que de facto aqueles 5 nomes já fizeram de concreto, quem lhes paga, e quando vão estar feitos os seus projectos, se é que algum deles vai sair do atelier. Tentámos ver o que há de facto, e fomos à Net.
Do que ficámos a saber seleccionámos 2 projectos, o de Foster e o de Piano, por os acharmos verdadeiras mais-valias para Lisboa, e colocámo-los no nosso "site", respectivamente aqui e aqui. Porquê?
1. Porque o que existe de Gehry é quase nada a não ser maquette, e mesmo assim, só de a ver, imagina-se o que sufocaria no Parque Mayer e na Avenida...
2. Porque o que existe de Nouvel é confuso e confunde-se com o chamado "Alcântara XXI".
3. Porque o que existe de Bofill é mau: uma torre de 105 mt. de altura, designada por "Edifício Compave", em frente à Maternidade Alfredo da Costa, com 6 pisos subterrâneos para estacionamento automóvel, e uma área de 132 mt2, e desvirtuará para sempre o pouco que ainda resta do antigo "boulevard" da Av.Fontes Pereira de Melo.
PF
Passado todos estes anos, e sem que nada de concreto exista no horizonte a não ser muita propaganda e muita polémica, achamos que é tempo de os lisboetas ficarem a saber o que de facto aqueles 5 nomes já fizeram de concreto, quem lhes paga, e quando vão estar feitos os seus projectos, se é que algum deles vai sair do atelier. Tentámos ver o que há de facto, e fomos à Net.
Do que ficámos a saber seleccionámos 2 projectos, o de Foster e o de Piano, por os acharmos verdadeiras mais-valias para Lisboa, e colocámo-los no nosso "site", respectivamente aqui e aqui. Porquê?
1. Porque o que existe de Gehry é quase nada a não ser maquette, e mesmo assim, só de a ver, imagina-se o que sufocaria no Parque Mayer e na Avenida...
2. Porque o que existe de Nouvel é confuso e confunde-se com o chamado "Alcântara XXI".
3. Porque o que existe de Bofill é mau: uma torre de 105 mt. de altura, designada por "Edifício Compave", em frente à Maternidade Alfredo da Costa, com 6 pisos subterrâneos para estacionamento automóvel, e uma área de 132 mt2, e desvirtuará para sempre o pouco que ainda resta do antigo "boulevard" da Av.Fontes Pereira de Melo.
PF
25/05/2005
Mais cartazes poluidores
Já aqui criticámos os cartazes da candidatura do Prof.Carrilho, não tanto pelas "gaffes" fotográficas mas pela oportunidade: estamos a 6 meses das eleições, e a poluição visual já começou. Cabe agora criticarmos os cartazes do Prof.Carmona que, não contentes em poluir ainda mais as nossas ruas e praças (veja-se Entre-Campos!), têm uma fotografia politicamente correcta em demasia: um professor no meio do povo, a que só falta um representante eslavo. Quando é que as empresas de "marketing" e publicidade se deixam de parvoíces e se limitam a poluir Lisboa única e exclusivamente durante a campanha eleitoral?
PF
PF
23/05/2005
Acta Assembleia Municipal 13-4-2005
Ainda sobre este tema da Casa de Garrett, deixamos aqui a acta da sessão ordinária da Assembleia Municipal de Lisboa, de 13 de Abril de 2005, porque, como verão os interessados, trata-se de uma pérola do parlamentarismo lisboeta, que Bordalo, Fialho, Eça e ... Garrett não desdenhariam comentar da maneira que todos sabemos. São 76 páginas mas que vale a pena ler, sem pressas.
Entre muitas coisas genéricas e eslarecedoras sobre a maneira como Lisboa é governada, ficámos a saber pelas Senhoras Vereadoras Napoleão e Pinto Barbosa, que "há "n" casas como aquela em Lisboa". Que a casa de Fernando Pessoa pode ser também de Garrett!!!. Que "se os cidadãos se cotizassem, então sim haveria condições para se estudarem outras alternativas". Só lamentar a demolição, parece curto à Drª Pinto Barbosa.
E que "a memória de Garrett está sim ligada ao Teatro Nacional". Apetece-me dizer que, se é com as peças que a Sala Garrett leva a cena, então, sim, é melhor ir comer um "quadradinho de moca" à Pastelaria Garrett.
Paulo Ferrero
Entre muitas coisas genéricas e eslarecedoras sobre a maneira como Lisboa é governada, ficámos a saber pelas Senhoras Vereadoras Napoleão e Pinto Barbosa, que "há "n" casas como aquela em Lisboa". Que a casa de Fernando Pessoa pode ser também de Garrett!!!. Que "se os cidadãos se cotizassem, então sim haveria condições para se estudarem outras alternativas". Só lamentar a demolição, parece curto à Drª Pinto Barbosa.
E que "a memória de Garrett está sim ligada ao Teatro Nacional". Apetece-me dizer que, se é com as peças que a Sala Garrett leva a cena, então, sim, é melhor ir comer um "quadradinho de moca" à Pastelaria Garrett.
Paulo Ferrero
Feira do Livro - Casa Garrett: resposta da APEL
Ao nosso apêlo à realização de um debate sobre a Casa de Garrett, no pavilhão de seminários da 75ª Feira do Livro, recebemos uma resposta da APEL, que aqui transcrevemos, bem como o nosso pronto comentário:
"From: "APEL"
To:
Subject: Feira do Livro de Lisboa
Date: Mon, 23 May 2005 08:50:52 +0100
Exmo. Senhor,
Recebemos o seu fax sobre a questão da Casa Gerrett e a possibilidade de fazermos algo por esta causa na Feira do Livro de Lisboa, que agradecemos.
Face ao momento em que a questão nos foi colocada, lamentamos dar conta da impossibilidade da realização das iniciativas propostas.
Relativamente à utilização dos stands das editoras que publicam Almeida Garrett, deverão as mesmas ser contactadas directamente.
Com os melhores cumprimentos
Isabel Carvalho
APEL - Associação Portuguesa de Editores e Livreiros
Av. Estados Unidos da América, 97 - 6º Esqº
1700-167 Lisboa
T.:(00 351) 21 843 51 80
F.:(00 351) 21 848 93 77
e.mail: apel@apel.pt
www.apel.pt"
Resposta enviada:
"Exma.Senhora
Muito me decepciona a resposta de V.Exa. dado que já perdi conta aos e-mails que vos enviei, desde há 2 semanas. Inclusivamente, telefonei para a APEL perguntando se os e-mails tinham chegado e se havia algo de errado no v/endereço.
De qq forma, julgo que celebrando-se, como se celebram, os 150 anos da morte de Garrett, a Feira do Livro devia ter tido a clarividência de, ela própria, organizar um debate sobre a questão da "Casa de Garrett", dada a sua extrema actualidade e importância, sem esperar por pedidos dos cidadãos.
Sem outro assunto, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos.
PF"
"From: "APEL"
To:
Subject: Feira do Livro de Lisboa
Date: Mon, 23 May 2005 08:50:52 +0100
Exmo. Senhor,
Recebemos o seu fax sobre a questão da Casa Gerrett e a possibilidade de fazermos algo por esta causa na Feira do Livro de Lisboa, que agradecemos.
Face ao momento em que a questão nos foi colocada, lamentamos dar conta da impossibilidade da realização das iniciativas propostas.
Relativamente à utilização dos stands das editoras que publicam Almeida Garrett, deverão as mesmas ser contactadas directamente.
Com os melhores cumprimentos
Isabel Carvalho
APEL - Associação Portuguesa de Editores e Livreiros
Av. Estados Unidos da América, 97 - 6º Esqº
1700-167 Lisboa
T.:(00 351) 21 843 51 80
F.:(00 351) 21 848 93 77
e.mail: apel@apel.pt
www.apel.pt"
Resposta enviada:
"Exma.Senhora
Muito me decepciona a resposta de V.Exa. dado que já perdi conta aos e-mails que vos enviei, desde há 2 semanas. Inclusivamente, telefonei para a APEL perguntando se os e-mails tinham chegado e se havia algo de errado no v/endereço.
De qq forma, julgo que celebrando-se, como se celebram, os 150 anos da morte de Garrett, a Feira do Livro devia ter tido a clarividência de, ela própria, organizar um debate sobre a questão da "Casa de Garrett", dada a sua extrema actualidade e importância, sem esperar por pedidos dos cidadãos.
Sem outro assunto, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos.
PF"
20/05/2005
Odéon: obrigado, Prof.Carrilho!
Considerando que o Odéon é o único exemplo lisboeta de salas de espectáculo dos anos 20; considerando que neste momento está em classificação pelo IPPAR; considerando o seu interior e exterior (tecto em pau do Brasil, frontão de palco Arte-Déco, pilastras, elementos decorativos, lustre de néons, galerias exteriores, etc.); considerando que o Odéon se está a arruinar a cada dia que passa, dados os vidros partidos da clarabóia e o facto de estar fechado há quase 10 anos; considerando que o Odéon se encontra à venda; é de aplaudir de pé a coragem do candidato Manuel Maria Carrilho em falar abertamente da necessidade em recuperar o Odéon para o convívio dos lisboetas e de todos quantos querem uma oferta cultural diversificada e verdadeiramente europeia e civilizada.
Eu, particularmente, que luto há quase 5 anos pela recuperação do Odéon, aplaudo de pé, e proponho o seguinte:
1. A CML deve exercer o seu direito de preferência e comprar o Odéon.
2. A CML deve recuperar o Odéon respeitando integralmente o seu interior e o seu exterior, isto é, deve repor os vidros coloridos das galerias exteriores, deve reabrir o segundo balcão, deve repor os telões exteriores, deve reactivar o tecto de abrir, etc.;
3. A CML deve transformar o Odéon na "Casa do Cinema Independente", e complementar essa aposta com teatro "chave-na-mão" (que não exija um palco e uma caixa de palco maiores do que os que o Odéon tem actualmente), e deve apostar em nichos modernos como o "merchandise" e o aproveitamento da cervejaria anexa e as caves como cyber-café, etc.
4. A futura gestão do Odéon deve ser privada, por alguém que já tenha dado provas suficientes na exibição de cinema independente, e na organização de festivais.
5. A futura gestão dever ser objecto de avaliação periódica, e deve ser objecto de contrato a parametrização de objectivos claros, quanto a tipo de programação e avaliação de públicos.
Obrigado, Prof.Carrilho.
PF
Eu, particularmente, que luto há quase 5 anos pela recuperação do Odéon, aplaudo de pé, e proponho o seguinte:
1. A CML deve exercer o seu direito de preferência e comprar o Odéon.
2. A CML deve recuperar o Odéon respeitando integralmente o seu interior e o seu exterior, isto é, deve repor os vidros coloridos das galerias exteriores, deve reabrir o segundo balcão, deve repor os telões exteriores, deve reactivar o tecto de abrir, etc.;
3. A CML deve transformar o Odéon na "Casa do Cinema Independente", e complementar essa aposta com teatro "chave-na-mão" (que não exija um palco e uma caixa de palco maiores do que os que o Odéon tem actualmente), e deve apostar em nichos modernos como o "merchandise" e o aproveitamento da cervejaria anexa e as caves como cyber-café, etc.
4. A futura gestão do Odéon deve ser privada, por alguém que já tenha dado provas suficientes na exibição de cinema independente, e na organização de festivais.
5. A futura gestão dever ser objecto de avaliação periódica, e deve ser objecto de contrato a parametrização de objectivos claros, quanto a tipo de programação e avaliação de públicos.
Obrigado, Prof.Carrilho.
PF
19/05/2005
Palácio da Ajuda: haja Plano de Pormenor!
Acerca do anúncio feito por Carmona Rodrigues ontem sobre o plano de pormenor para a área envolvente ao Palácio da Ajuda, esperamos, sinceramente, que o "plano" inclua o seguinte:
1. Recuperação da zona ardida do Palácio da Ajuda;
2. Finalização do lado Norte do palácio;
3. Recuperação do "Jardim das Damas";
4. Recuperação da torre sineira "Galo da Ajuda";
5. Libertação e reutilização do chamado "Paço Velho", hoje com ocupação militar;
6. Libertação e reutilização da chamada "Sala de Física", hoje com habitação;
7. Libertação e desvio do trânsito no Largo da Ajuda;
8. Recuperação e valorização de facto dos jardins à volta do palácio:
9. Programa contínuo de exposições e iniciativas culturais mobilizadoras;
10. Criação de circuitos pedonais e turísticos que possibilitem, além de um melhor usufruto da Tapada da Ajuda, que comporta estruturas ímpares como o Jardim Botânico, o Observatório Astronómico, o Pavilhão de Exposições, o Instituto de Agronomia e o próprio Parque de Monsanto; possibilitem também uma efecitva interligação Belém-Ajuda.
PF
1. Recuperação da zona ardida do Palácio da Ajuda;
2. Finalização do lado Norte do palácio;
3. Recuperação do "Jardim das Damas";
4. Recuperação da torre sineira "Galo da Ajuda";
5. Libertação e reutilização do chamado "Paço Velho", hoje com ocupação militar;
6. Libertação e reutilização da chamada "Sala de Física", hoje com habitação;
7. Libertação e desvio do trânsito no Largo da Ajuda;
8. Recuperação e valorização de facto dos jardins à volta do palácio:
9. Programa contínuo de exposições e iniciativas culturais mobilizadoras;
10. Criação de circuitos pedonais e turísticos que possibilitem, além de um melhor usufruto da Tapada da Ajuda, que comporta estruturas ímpares como o Jardim Botânico, o Observatório Astronómico, o Pavilhão de Exposições, o Instituto de Agronomia e o próprio Parque de Monsanto; possibilitem também uma efecitva interligação Belém-Ajuda.
PF
Museu dos Coches: muita parra e pouca uva
A propósito do centenário do Museu Nacional dos Coches - que se mantém recordista absoluto em número de visitantes/ano, aliás - foi muito noticiado um projecto de mudança do mesmo para as antigas Oficinas Gerais de Material de Engenharia, que distam 50 mt. do actual museu, e que terão, um dia, as condições ideais para o museu e respectiva escola de arte equestre. Inclusivamente, foi assinado um protocolo com a presença do então Primeiro-Ministro, Dr.Santana Lopes, e do então Presidente da CML, Prof.Carmona Rodrigues.
Esse protocolo foi assinado pelos responsáveis do Serviço Nacional Coudélico (Ministério da Agricultura, Pescas e Florestas), do Instituto Português do Património Arquitectónico (Ministério da Cultura) e da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (Ministério das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional) - estabelece a intervenção de cada uma das entidades nas diversas fases de desenvolvimento do projecto: abertura de concursos, financiamento, fiscalização e execução da obra.
Mas, a meu ver, esqueceram-se de mencionar as evidências seguintes:
1. O mesmo protocolo, ou algo muito semelhante, tinha já sido assinado (e devidamente publicitado) ao tempo do então Ministro da Cultura, e actual candidato à CML, Prof.Carrilho. Pelo número exagerado de entidades envolvidas, como isto de protocolos costuma ser letra morta a seguir aos mesmos serem assinado; pelo andar da carruagem vislumbro mais uns 10 anos até que o Museu dos Coches se mude de armas e bagagens para um espaço mais preparado, libertando assim o espaço que agora ocupa para o projecto tão aguardado do Real Picadeiro.
2. As visitas ao Museu dos Coches resultam essencialmente de três vectores: situação privilegiada do actual museu, beleza interior do espaço, e sumptuosidade dos 3 coches de D.João V, verdadeiras jóias nacionais. Mas, passados que estão 7 anos sobre a Expo'98 e sobre o restauro do "Coche dos Oceanos", a promessa então feita, de recuperar os outros dois coches d' O Magnânimo, está por cumprir, encontrando-se os mesmos profundamente abandonados ao gosto das traças de serviço e da patine dos anos.
PF
Esse protocolo foi assinado pelos responsáveis do Serviço Nacional Coudélico (Ministério da Agricultura, Pescas e Florestas), do Instituto Português do Património Arquitectónico (Ministério da Cultura) e da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (Ministério das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional) - estabelece a intervenção de cada uma das entidades nas diversas fases de desenvolvimento do projecto: abertura de concursos, financiamento, fiscalização e execução da obra.
Mas, a meu ver, esqueceram-se de mencionar as evidências seguintes:
1. O mesmo protocolo, ou algo muito semelhante, tinha já sido assinado (e devidamente publicitado) ao tempo do então Ministro da Cultura, e actual candidato à CML, Prof.Carrilho. Pelo número exagerado de entidades envolvidas, como isto de protocolos costuma ser letra morta a seguir aos mesmos serem assinado; pelo andar da carruagem vislumbro mais uns 10 anos até que o Museu dos Coches se mude de armas e bagagens para um espaço mais preparado, libertando assim o espaço que agora ocupa para o projecto tão aguardado do Real Picadeiro.
2. As visitas ao Museu dos Coches resultam essencialmente de três vectores: situação privilegiada do actual museu, beleza interior do espaço, e sumptuosidade dos 3 coches de D.João V, verdadeiras jóias nacionais. Mas, passados que estão 7 anos sobre a Expo'98 e sobre o restauro do "Coche dos Oceanos", a promessa então feita, de recuperar os outros dois coches d' O Magnânimo, está por cumprir, encontrando-se os mesmos profundamente abandonados ao gosto das traças de serviço e da patine dos anos.
PF
17/05/2005
CML vs. CMC, descubra as diferenças
Apêlo: casa de Garrett na Feira do Livro!
Aos amigos da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, da Sociedade Portuguesa de Autores, da Associação Portuguesa de Escritores, das Publicações Europa-América, das Edições Sá da Costa e do Centro Nacional de Cultura, apelamos a que, aproveitando o decorrer da Feira do Livro, nos apoiem nesta causa conceptualizando e executando as ideias seguintes:
1. Dêem destaque a esta causa nos «stands» das editoras de Garrett, afixando cartazes alertando para o perigo de demolição da casa e para a necessidade de a preservar como casa-museu-tertúlia.
2. Promovam o "Dia de Garrett", com livros de Garrett a preço ainda mais especial.
3. Organizem uma sessão sobre Garrett e a casa, no «stand» do topo da feira, com a presença de especialistas na vida, obra e espólio do escritor, bem como com representantes dos organismos de quem depende o futuro da casa, e com o próprio proprietário da casa.
Pensamos que seria uma óptima ajuda em prol desta causa.
Ficamos na expectativa e apresentamos os melhores cumprimentos
PF
1. Dêem destaque a esta causa nos «stands» das editoras de Garrett, afixando cartazes alertando para o perigo de demolição da casa e para a necessidade de a preservar como casa-museu-tertúlia.
2. Promovam o "Dia de Garrett", com livros de Garrett a preço ainda mais especial.
3. Organizem uma sessão sobre Garrett e a casa, no «stand» do topo da feira, com a presença de especialistas na vida, obra e espólio do escritor, bem como com representantes dos organismos de quem depende o futuro da casa, e com o próprio proprietário da casa.
Pensamos que seria uma óptima ajuda em prol desta causa.
Ficamos na expectativa e apresentamos os melhores cumprimentos
PF
16/05/2005
CNC, parabéns a você
Mais vale tarde que nunca. Por isso, embora atrasados, aqui ficam os meus parabéns ao Centro Nacional de Cultura, pelos seus 60 anos de idade. Que sejam apenas os primeiros de muitos 60 anos!
PF
PF
13/05/2005
Teatro Tália: respostas do PM e do MCTES
Há cerca de 20 dias pedimos a quem tutela o Teatro Tália, que fizesse exactamente aquilo que se comprometeu fazer há mais de 20 anos, i.e., recuperá-lo. Publicamos aqui as respostas que nos foram transmitidas pelo Gabinete do Exmo. Senhor Primeiro Ministro, e do Senhor Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (*), a quem agradecemos, desde já, a simpatia e a receptividade demonstrada, e de quem esperamos que recuperem o Teatro Tália, que é uma vergonha para todos nós ter-se mantido como está ao longo de décadas!!
PF
(*) No caso de não ser possível aceder a estes dois «links», por favor tente, indirectamente, aqui
PF
(*) No caso de não ser possível aceder a estes dois «links», por favor tente, indirectamente, aqui
Casa de Garrett: outro falso argumento
Há quem pense que uma das razões porque quem de direito tem reticências a preservar a casa onde Garrett viveu e morreu, e ali fazer nascer uma casa-museu (como o escritor deixou bem explícito em vários documentos) é o mau "case study" da casa-museu Fernando Pessoa.
Sejamos claros:
1. Se a casa dedicada a Pessoa não tem qualquer valor arquitectónico, nem sequer é das mais representativas na história atribulada de Pessoa, a culpa não é de Garrett.
2. Se a casa de Pessoa dista poucas centenas de metros da casa que pretendemos salvar, a culpa não é de Garrett.
3. Se a casa dedicada a Pessoa tem 3-4 visitantes por dia (quando tem), a culpa não é de Garrett.
4. Se a casa de Pessoa representou e representa um investimento elevadíssimo, em termos materiais e humanos, face aos resultados práticos que daí advêm de se dar a conhecer ao mundo Pessoa, a culpa não é de Garrett.
6. Se a casa de Pessoa apresenta dificiências graves em termos de municiamento de livros em línguas estrangeiras, em falta de propaganda nos meios e circuitos adequados, em manter a chama acesa, a culpa não é de Garrett.
7. Para mais, o universo de Pessoa não é o mesmo de Garret, nunca foi nem será.
Por isso, uma casa nada tem que ver com a outra.
PF
Sejamos claros:
1. Se a casa dedicada a Pessoa não tem qualquer valor arquitectónico, nem sequer é das mais representativas na história atribulada de Pessoa, a culpa não é de Garrett.
2. Se a casa de Pessoa dista poucas centenas de metros da casa que pretendemos salvar, a culpa não é de Garrett.
3. Se a casa dedicada a Pessoa tem 3-4 visitantes por dia (quando tem), a culpa não é de Garrett.
4. Se a casa de Pessoa representou e representa um investimento elevadíssimo, em termos materiais e humanos, face aos resultados práticos que daí advêm de se dar a conhecer ao mundo Pessoa, a culpa não é de Garrett.
6. Se a casa de Pessoa apresenta dificiências graves em termos de municiamento de livros em línguas estrangeiras, em falta de propaganda nos meios e circuitos adequados, em manter a chama acesa, a culpa não é de Garrett.
7. Para mais, o universo de Pessoa não é o mesmo de Garret, nunca foi nem será.
Por isso, uma casa nada tem que ver com a outra.
PF
Por um Príncipe Real ainda mais bonito
Enquanto cidadãos interessados numa Lisboa com melhor qualidade de vida estamos preocupados com o estado actual da Praça do Príncipe Real, ou seja, com o estado de abandono da maior parte dos palacetes que a compõem; com a ameaça de esventramento do imenso e valioso logradouro do Palacete Ribeiro da Cunha no caso do "plano de pormenor" da CML para aquele palacete ir adiante (conforme está exposto na Exposição "Sentir Lisboa", no edifício da CML no Campo Grande); e com o trânsito caótico que ali existe, especialmente aos dias úteis, na Rua da Escola Politécnica e perpendiculares.
Por isso, apresentamos propostas para aquele que é um dos locais mais bonitos, mas também mais subaproveitados de Lisboa, propostas agora disponíveis no no nosso "site", em Por um Príncipe Real ainda mais bonito.
Já sabe, queremos a sua opinião e os seus contributos!
PF
Por isso, apresentamos propostas para aquele que é um dos locais mais bonitos, mas também mais subaproveitados de Lisboa, propostas agora disponíveis no no nosso "site", em Por um Príncipe Real ainda mais bonito.
Já sabe, queremos a sua opinião e os seus contributos!
PF
12/05/2005
Símbolos ao abandono (2)
O Arco da Rua Augusta é o símbolo do Paço, sede de poder; antes mesmo de ser corolário de uma praça de simbologia maçónica. Mas também é uma peça de beleza única na cidade de Lisboa, que está degradada, abandonada, preta de suja, com a pedra lascada, poluída, e com as suas câmaras interiores votadas a armazém de materiais de construção.
O Arco como está é uma vergonha para Lisboa e para todos nós. A sua recuperação é continuamente adiada, apesar de continuamente anunciada; e a falta de entendimento entre as várias entidades que tutelam o Arco da Rua Augusta, é a principal razão para esse facto.
Mas a sua recuperação é urgente, porque reivindicação de quem acha que o poder deve ser dignificado e o Estado deve dar o exemplo!
PF
O Arco como está é uma vergonha para Lisboa e para todos nós. A sua recuperação é continuamente adiada, apesar de continuamente anunciada; e a falta de entendimento entre as várias entidades que tutelam o Arco da Rua Augusta, é a principal razão para esse facto.
Mas a sua recuperação é urgente, porque reivindicação de quem acha que o poder deve ser dignificado e o Estado deve dar o exemplo!
PF
Símbolos ao abandono (1)
O Aqueduto das Águas Livres é um símbolo de Lisboa e de Portugal, e é neste momento proto-candidato a Património da UNESCO. O Aqueduto vale como um todo, e não pode ser seccionado em bocados. O Aqueduto já foi vandalizado no passado, mas não o pode ser de novo, como se projecta na finalização da CRIL, porque se dantes era tudo a preto e branco, agora o mundo é a cores.
Por isso, o troço da CRIL tem que ser alterado, devendo ser utilizada a opção de viaduto, cujos custos, aliás, não se provou serem maiores do que demolindo os cerca 185 metros do Aqueduto Principal e os 55 metros do Aqueduto das Francesas.
Mas, infelizmente, nenhum dos candidatos à CML, nenhum ministro ou secretário de estado se manifestou até hoje pela preservação dessa extensão ameaçada. Porquê?
PF
Por isso, o troço da CRIL tem que ser alterado, devendo ser utilizada a opção de viaduto, cujos custos, aliás, não se provou serem maiores do que demolindo os cerca 185 metros do Aqueduto Principal e os 55 metros do Aqueduto das Francesas.
Mas, infelizmente, nenhum dos candidatos à CML, nenhum ministro ou secretário de estado se manifestou até hoje pela preservação dessa extensão ameaçada. Porquê?
PF
09/05/2005
Alerta Azul ...
Parece haver da parte do Metropolitano de Lisboa a intenção de abrir um poço de ventilação na frente do Bairro Azul. Esta localização é contrária à vontade, tantas vezes formalmente expressa, dos moradores.
Este local é um local habitual de convívio, e árvores de grande porte não podem ser sacrificadas.
Estes plátanos encontram-se em bom estado fitossanitário e funcionam para o Bairro Azul como ''barreira de protecção'' da intensa poluição atmosférica e sonora que actualmente existe no cruzamento da Rua Marquês de Fronteira com a Av. António Augusto de Aguiar.
É OBRIGAÇÃO dos técnicos do Metropolitano de Lisboa, em conjunto com os técnicos da CML, estudarem uma localização mais adequada para o referido poço de ventilação, de forma a preservar as poucas árvores existentes em Lisboa, fundamentais para minimizar os impactos da poluição nas pessoas que aqui habitam ou trabalham.
Apelamos a todos que subscrevam via internet esta declaração, a fim da mesma ser posteriormente entregue às entidades responsáveis pelo planeamento desta obra: http://www.bairroazul.net/bassinado/bassinado.asp
PP
Este local é um local habitual de convívio, e árvores de grande porte não podem ser sacrificadas.
Estes plátanos encontram-se em bom estado fitossanitário e funcionam para o Bairro Azul como ''barreira de protecção'' da intensa poluição atmosférica e sonora que actualmente existe no cruzamento da Rua Marquês de Fronteira com a Av. António Augusto de Aguiar.
É OBRIGAÇÃO dos técnicos do Metropolitano de Lisboa, em conjunto com os técnicos da CML, estudarem uma localização mais adequada para o referido poço de ventilação, de forma a preservar as poucas árvores existentes em Lisboa, fundamentais para minimizar os impactos da poluição nas pessoas que aqui habitam ou trabalham.
Apelamos a todos que subscrevam via internet esta declaração, a fim da mesma ser posteriormente entregue às entidades responsáveis pelo planeamento desta obra: http://www.bairroazul.net/bassinado/bassinado.asp
PP
06/05/2005
Parque Mayer: Gehry ou Jardim?
Jardim, sem hesitar!
O Prof.Carrilho lançou anteontem a ideia, que não é nova (até nós já aqui pusemos essa hipótese), e o Prof.Carmona diz hoje que isso seria uma enorme "trapalhada pois a CML deixaria de encaixar 97 milhões de euros se desistisse de Gehry".
Bom, eu digo que maior trapalhada do que aquela que o executivo de Santana Lopes fez em relação ao Parque Mayer é impossível, posto que a trapalhada que este executivo fez só teve 2 resultados práticos até hoje:
* O Casino Estoril viu aprovada pelo Governo uma lei à exacta medida dos seus propósitos, obtendo uma licença para construir um casino, que afinal não é nem no Parque Mayer, nem no Cais do Sodré, nem junto a Santa Apolónia, mas em plena zona residencial da antiga Expo;
* A Bragaparques, proprietária do Parque Mayer (juntamente com o Grupo Amorim), conseguiu ver o preço dos terrenos do P.Mayer sobrevalorizados de tal maneira que lhe garantirem direito de construção e exploração aos terrenos da Feira Popular, em Entre-Campos.
Enquanto isso acontecia, Frank Gehry veio duas vezes a Lisboa, disse umas larachas, comeu umas sardinhas assadas, foi escoltado por batedores da Polícia Municipal, encaixou (para utilizar a expressão do Prf.Carmona) uns milhares de contos, e anunciou que o seu projecto, a ir para a frente, só mesmo daqui a 10 anos.
Portanto, a CML ainda não "encaixou" nada com Gehry, muito menos Lisboa.
Se a isto juntarmos o facto do teatro de revista ser um género que muito dificilmente consegue encher as cadeiras de 1 teatro (muito menos de 3 ou 4), se pensarmos que os teatros que lá estão (à excepção do Capitólio, Imóvel de Interesse Público e reconhecido internacionalmente) são barracões que por acaso têm espectáculos, e se reconhecermos que os lisboetas não usufruem da Avenida nem do Jardim Botânico como podiam e deviam, então concluiremos que a solução menos onerosa, mais potenciadora de bem estar e que mais mais-valias traz em termos de qualidade de vida para os lisboetas é, sem sombra de dúvida, a criação de um JARDIM no Parque Mayer.
Aliás, um jardim que se deve designar por "Jardim do Parque Mayer", e que deve estar em perfeita sintonia com o Jardim Botânico e com os jardins das traseiras dos palacetes do Príncipe Real, a começar pelo do Palacete Ribeiro da Cunha.
E que deve ter num Capitólio restaurado e dignificado, uma sala de cinema e de teatro de revista, em articulação com as outras salas emblemáticas de Lisboa, a começar com o Cinema São Jorge, esquecido e sub-aproveitado há demasiado tempo.
PF
O Prof.Carrilho lançou anteontem a ideia, que não é nova (até nós já aqui pusemos essa hipótese), e o Prof.Carmona diz hoje que isso seria uma enorme "trapalhada pois a CML deixaria de encaixar 97 milhões de euros se desistisse de Gehry".
Bom, eu digo que maior trapalhada do que aquela que o executivo de Santana Lopes fez em relação ao Parque Mayer é impossível, posto que a trapalhada que este executivo fez só teve 2 resultados práticos até hoje:
* O Casino Estoril viu aprovada pelo Governo uma lei à exacta medida dos seus propósitos, obtendo uma licença para construir um casino, que afinal não é nem no Parque Mayer, nem no Cais do Sodré, nem junto a Santa Apolónia, mas em plena zona residencial da antiga Expo;
* A Bragaparques, proprietária do Parque Mayer (juntamente com o Grupo Amorim), conseguiu ver o preço dos terrenos do P.Mayer sobrevalorizados de tal maneira que lhe garantirem direito de construção e exploração aos terrenos da Feira Popular, em Entre-Campos.
Enquanto isso acontecia, Frank Gehry veio duas vezes a Lisboa, disse umas larachas, comeu umas sardinhas assadas, foi escoltado por batedores da Polícia Municipal, encaixou (para utilizar a expressão do Prf.Carmona) uns milhares de contos, e anunciou que o seu projecto, a ir para a frente, só mesmo daqui a 10 anos.
Portanto, a CML ainda não "encaixou" nada com Gehry, muito menos Lisboa.
Se a isto juntarmos o facto do teatro de revista ser um género que muito dificilmente consegue encher as cadeiras de 1 teatro (muito menos de 3 ou 4), se pensarmos que os teatros que lá estão (à excepção do Capitólio, Imóvel de Interesse Público e reconhecido internacionalmente) são barracões que por acaso têm espectáculos, e se reconhecermos que os lisboetas não usufruem da Avenida nem do Jardim Botânico como podiam e deviam, então concluiremos que a solução menos onerosa, mais potenciadora de bem estar e que mais mais-valias traz em termos de qualidade de vida para os lisboetas é, sem sombra de dúvida, a criação de um JARDIM no Parque Mayer.
Aliás, um jardim que se deve designar por "Jardim do Parque Mayer", e que deve estar em perfeita sintonia com o Jardim Botânico e com os jardins das traseiras dos palacetes do Príncipe Real, a começar pelo do Palacete Ribeiro da Cunha.
E que deve ter num Capitólio restaurado e dignificado, uma sala de cinema e de teatro de revista, em articulação com as outras salas emblemáticas de Lisboa, a começar com o Cinema São Jorge, esquecido e sub-aproveitado há demasiado tempo.
PF
Mais uma voz pela Casa de Garrett
Desta vez, a voz a juntar-se ao coro de protestos é a da Associação Portuguesa de Escritores. Sejam bem-vindos a esta luta!
PF
PF
04/05/2005
Arquivo da CML é "arquivo morto"?
Ontem tive um experiência extraordinária: fui consultar um processo camarário ao seu arquivo, sito na Rua B, Bairro da Liberdade, por detrás da Estação de Caminhos-de-Ferro de Campolide, ou seja, por detrás do sol posto.
Digo experiência única porque só mesmo em Portugal se pode ter um arquivo nas condições em que a CML o tem:
No R/C de um edifício de habitação social, de aparência decrépita, isolado do mundo, sem qualquer serviço de transporte público sem ser a carreira Nº 2 da Carris (cujo traçado é bastante peculiar...), e com umas instalações perfeitamente terceiro-mundistas, desde o mobiliário às paredes. Para cúmulo, o horário de atendimento e consulta é das coisas mais caricatas que há, sendo que da parte da tarde funciona das 13H30 às 16H.
Portanto, parece que a CML, ao colocar o Arquivo no Bairro da Liberdade só quis duas coisas: dificultar a consulta de todo e qualquer processo por parte do público, e amorfanhar a vida dos funcionários que lá trabalham.
PF
Digo experiência única porque só mesmo em Portugal se pode ter um arquivo nas condições em que a CML o tem:
No R/C de um edifício de habitação social, de aparência decrépita, isolado do mundo, sem qualquer serviço de transporte público sem ser a carreira Nº 2 da Carris (cujo traçado é bastante peculiar...), e com umas instalações perfeitamente terceiro-mundistas, desde o mobiliário às paredes. Para cúmulo, o horário de atendimento e consulta é das coisas mais caricatas que há, sendo que da parte da tarde funciona das 13H30 às 16H.
Portanto, parece que a CML, ao colocar o Arquivo no Bairro da Liberdade só quis duas coisas: dificultar a consulta de todo e qualquer processo por parte do público, e amorfanhar a vida dos funcionários que lá trabalham.
PF
Trânsito condicionado em mais zonas de Lisboa, S.F.F.
Esta é uma boa notícia, que tardava anunciar, pois só com fiscalização, multas e mais multas se faz cumprir a lei. Infelizmente, por aqui é assim. O condicionamento do trânsito e estacionamento no Bairro Alto, Bica, Santa Catarina e Alfama foi uma das poucas boas medidas da CML, que aplaudi durante estes 4 anos. Trata-se de um passo que devia ter sido dado há muito mais tempo, mas que deve ser corigido e adaptado conforme os resultados vão aparecendo, como agora foi feito.
Mas o estacionamento e o trânsito também devem ser condicionados em outras zonas de Lisboa, como a Penha de França, a Avenida da Igreja (e perpendiculares), o Castelo, o Bairro Azul e Campo de Ourique, por exemplo.
PF
Mas o estacionamento e o trânsito também devem ser condicionados em outras zonas de Lisboa, como a Penha de França, a Avenida da Igreja (e perpendiculares), o Castelo, o Bairro Azul e Campo de Ourique, por exemplo.
PF
03/05/2005
Respostas à confissão da Vereadora Napoleão
A Srª Vereadora da Reabilitação Urbana, Eduarda Napoleão, decidiu escrever um acto de contrição na edição do "Público" de Sábado, transcrito agora no "site" da CML, aqui, mas que, apesar do arrependimento subjacente, contém justificativas do mais lamentável possível. Por isso, acho que devo esclarecer a Srª Vereadora nalguns pontos que acho fundamentais, que passo a enumerar:
Diz a Srª Vereadora que "...as competências que me estão atribuídas exigem que, em cada decisão, das várias vertentes que o interesse público contempla, eleja o interesse urbanístico. Por muito que gostasse que este interesse primordial que devo privilegiar coincidisse com todos os outros interesses igualmente importantes, como o interesse económico, social, ambiental, histórico e até aqueles que me são tão caros, em virtude da minha própria formação académica, como são os interesses culturais e artísticos, tal nem sempre é possível.".
Lembro à Srª Vereadora que, desde que a sua vereação tomou posse, a CML autorizou a demolição do Cinema Alvalade, do Convento de Arroios, do Convento dos Inglesinhos, de uma moradia Arte-Nova na Av.Duque d'Ávila/Av.Marquês de Tomar e, agora, da casa de Garrett. Todas estas demolições e/ou transformações destruidoras do património de Lisboa, serviram/servem/servirão para construções novas, feitas por privados.
Não vejo como o interesse público tenha sido salvaguardado, muitos menos a reabilitação urbana, mas sim a demolição urbana e o interesse privado.
Mais à frente, afirma que "As decisões urbanísticas são estritamente vinculadas, porque interferem de forma directa com direitos subjectivos, de que resulta não ser juridicamente admissível indeferir um projecto de licenciamento se os fundamentos para tal não estiverem claramente identificados na lei."
Bom, então fico sem saber qual o critério que essa digníssima vereação seguiu no caso do Cinema Paris, já que ele nem sequer está referenciado na DGEMN, ao contrário de todos os casos acima citados.
"A Casa onde Morreu Almeida Garrett, foi objecto, no âmbito da apreciação do pedido de licenciamento que deu entrada na CML em 2001, de uma vistoria efectuada pelo Núcleo de Estudos Patrimoniais (NEP) a meu pedido, que veio a constatar, que o imóvel se encontra bastante degradado, com ocupações precárias no logradouro e vegetação selvagem. Constataram também as técnicas que se deslocaram ao local que o edifício tem um insignificante valor arquitectónico, tanto individualmente como em termos de conjunto, está devoluto, encontrando-se apenas ocupado ilicitamente por toxicodependentes no último piso. Estes foram os pressupostos de facto em que assentou a minha decisão."
Este é o parágrafo mais demagógico de todos, já que não é verdade que a casa esteja a cair, nem é verdade que o seu interesse seja insignificante. Caso assim fosse, não haveria um privado, que por acaso é ministro, a interessar-se pela casa de Garrett, nem haveria milhares de interessados em preservar a casa desde há 150 anos a esta parte.
Mais à frente diz que "não consta do Inventário Municipal do Património, nem por si mesma, nem enquanto integrante de um conjunto edificado com interesse histórico, arquitectónico e ou ambiental, nem se encontra sequer em zona de protecção."
Isto é um argumento totalmente capcioso, pois a CML devia ter classificado este imóvel há décadas e décadas, por respeito pela memória e vontade colectivas, por respeito por Garrett e em prol das gerações futuras que pensarão ser Garrett nome de rua, ou de pastelaria do Estoril (por sinal, óptima).
Segundo a Srª Vereaddora "o projecto é considerado pelos técnicos uma vantagem urbanística evidente em termos arquitectónicos e paisagísticos, de onde se destaca a ligação equilibrada com a envolvente."
Pois eu não percebo como um projecto que prevê a demolição total da casa de Garrett, com vista à construção de um prédio de 3 andares, com estacionamento subterrâneo (previsivelmente no logradouro "selvagem") tem mais vantagens urbanísticas do que uma casa romântica do séc.XIX, de 2 pisos, harmoniosa e encantadora, bem construída e plena de história.
Seguem-se os argumentos mais rocambolescos de todos. Diz a Srª Vereadora que "o escritor, embora se tenha chegado a mudar para esta Casa viveu lá apenas alguns meses. Não terá escrito nesta Casa qualquer obra, ao contrário do que ocorreu nas muitas outras casas onde viveu, inclusive no Porto, onde já existe uma Casa Almeida Garrett."
Bom, a casa-museu de John Keats, em Roma, foi habitada pelo poeta romântico apenas durante 3 meses. Por sua vez, a casa-museu de Edith Piaf, em Paris, nunca foi habitada pela célebre cantor. Por outro lado, se o Porto já tem a sua casa de Garrett e Lisboa não precisa de ter uma igual, então não percebo como aqui ao lado, em Espanha, Cervantes, Lope de Vega ou Calderón de la Barca (só para mencionar personalidades da mesma área de Garrett) têm casas-museu em praticamente cada província espanhola.
Finalmente, diz a Srª Vereadora Napoleão que "Como exemplar característico do prédio romântico lisboeta, este edifício é um entre muitos outros, infelizmente não tantos como alguns de nós gostaríamos".
Bom, eu prevejo que se a Vereação da Reabilitação Urbana continuar por muito mais tempo a reabilitar desta forma, então, a muito breve trecho NÃO HAVERÁ mais nenhum edifício romântico em Lisboa.
Paulo Ferrero
Diz a Srª Vereadora que "...as competências que me estão atribuídas exigem que, em cada decisão, das várias vertentes que o interesse público contempla, eleja o interesse urbanístico. Por muito que gostasse que este interesse primordial que devo privilegiar coincidisse com todos os outros interesses igualmente importantes, como o interesse económico, social, ambiental, histórico e até aqueles que me são tão caros, em virtude da minha própria formação académica, como são os interesses culturais e artísticos, tal nem sempre é possível.".
Lembro à Srª Vereadora que, desde que a sua vereação tomou posse, a CML autorizou a demolição do Cinema Alvalade, do Convento de Arroios, do Convento dos Inglesinhos, de uma moradia Arte-Nova na Av.Duque d'Ávila/Av.Marquês de Tomar e, agora, da casa de Garrett. Todas estas demolições e/ou transformações destruidoras do património de Lisboa, serviram/servem/servirão para construções novas, feitas por privados.
Não vejo como o interesse público tenha sido salvaguardado, muitos menos a reabilitação urbana, mas sim a demolição urbana e o interesse privado.
Mais à frente, afirma que "As decisões urbanísticas são estritamente vinculadas, porque interferem de forma directa com direitos subjectivos, de que resulta não ser juridicamente admissível indeferir um projecto de licenciamento se os fundamentos para tal não estiverem claramente identificados na lei."
Bom, então fico sem saber qual o critério que essa digníssima vereação seguiu no caso do Cinema Paris, já que ele nem sequer está referenciado na DGEMN, ao contrário de todos os casos acima citados.
"A Casa onde Morreu Almeida Garrett, foi objecto, no âmbito da apreciação do pedido de licenciamento que deu entrada na CML em 2001, de uma vistoria efectuada pelo Núcleo de Estudos Patrimoniais (NEP) a meu pedido, que veio a constatar, que o imóvel se encontra bastante degradado, com ocupações precárias no logradouro e vegetação selvagem. Constataram também as técnicas que se deslocaram ao local que o edifício tem um insignificante valor arquitectónico, tanto individualmente como em termos de conjunto, está devoluto, encontrando-se apenas ocupado ilicitamente por toxicodependentes no último piso. Estes foram os pressupostos de facto em que assentou a minha decisão."
Este é o parágrafo mais demagógico de todos, já que não é verdade que a casa esteja a cair, nem é verdade que o seu interesse seja insignificante. Caso assim fosse, não haveria um privado, que por acaso é ministro, a interessar-se pela casa de Garrett, nem haveria milhares de interessados em preservar a casa desde há 150 anos a esta parte.
Mais à frente diz que "não consta do Inventário Municipal do Património, nem por si mesma, nem enquanto integrante de um conjunto edificado com interesse histórico, arquitectónico e ou ambiental, nem se encontra sequer em zona de protecção."
Isto é um argumento totalmente capcioso, pois a CML devia ter classificado este imóvel há décadas e décadas, por respeito pela memória e vontade colectivas, por respeito por Garrett e em prol das gerações futuras que pensarão ser Garrett nome de rua, ou de pastelaria do Estoril (por sinal, óptima).
Segundo a Srª Vereaddora "o projecto é considerado pelos técnicos uma vantagem urbanística evidente em termos arquitectónicos e paisagísticos, de onde se destaca a ligação equilibrada com a envolvente."
Pois eu não percebo como um projecto que prevê a demolição total da casa de Garrett, com vista à construção de um prédio de 3 andares, com estacionamento subterrâneo (previsivelmente no logradouro "selvagem") tem mais vantagens urbanísticas do que uma casa romântica do séc.XIX, de 2 pisos, harmoniosa e encantadora, bem construída e plena de história.
Seguem-se os argumentos mais rocambolescos de todos. Diz a Srª Vereadora que "o escritor, embora se tenha chegado a mudar para esta Casa viveu lá apenas alguns meses. Não terá escrito nesta Casa qualquer obra, ao contrário do que ocorreu nas muitas outras casas onde viveu, inclusive no Porto, onde já existe uma Casa Almeida Garrett."
Bom, a casa-museu de John Keats, em Roma, foi habitada pelo poeta romântico apenas durante 3 meses. Por sua vez, a casa-museu de Edith Piaf, em Paris, nunca foi habitada pela célebre cantor. Por outro lado, se o Porto já tem a sua casa de Garrett e Lisboa não precisa de ter uma igual, então não percebo como aqui ao lado, em Espanha, Cervantes, Lope de Vega ou Calderón de la Barca (só para mencionar personalidades da mesma área de Garrett) têm casas-museu em praticamente cada província espanhola.
Finalmente, diz a Srª Vereadora Napoleão que "Como exemplar característico do prédio romântico lisboeta, este edifício é um entre muitos outros, infelizmente não tantos como alguns de nós gostaríamos".
Bom, eu prevejo que se a Vereação da Reabilitação Urbana continuar por muito mais tempo a reabilitar desta forma, então, a muito breve trecho NÃO HAVERÁ mais nenhum edifício romântico em Lisboa.
Paulo Ferrero
02/05/2005
Casa Garrett/Nota Imprensa (2.5.05)
Enquanto promotores da petição sobre a casa de Garrett, e dando seguimento às acções de sensibilização que temos vindo a desencadear com o objectivo de salvarmos aquele edifício e ali vermos instalada uma casa-museu dedica ao autor de «Frei Luís de Sousa», somos a informar o seguinte:
1. Consideramos injustificável o comportamento da CML, uma vez que esta devia ter classificado o edifício há décadas e devia ter exercido o seu direito de preferência quando o mesmo foi colocado à venda. E queremos que nos esclareçam se o que tem sido feito e dito em nome da CML é da responsaibilidade apenas das Vereações da Cultura e da Reabilitação Urbana, ou se é partihado pelo Dr.Santana Lopes, enquanto Presidente, e pelo Prof. Carmona Rodrigues, enquanto potencial futuro Presidente. Aliás, esperamos que todos os candidatos digam o que acham deste caso, e como pretendem solucioná-lo.
2. Consideramos desresponsabilizador o comportamento do IPPAR, já que existe muito património classificado de interesse público que terá, porventura, menor valor patrimonial e menor carga simbólica do que a casa onde Garrett viveu e morreu. Compreendemos que o IPPAR tenha limitações de orçamento e de meios coercivos para fazer cumprir a lei, mas não podemos aceitar que se instale o espírito «laissez-faire, laissez-passer».
3. Não compreendemos o despacho da Senhora Ministra da Cultura ao sugerir aos cidadãos que adoptem medidas. Que se saiba, o que é suposto acontecer é serem aqueles que os cidadãos elegem a governá-los, isto é, a encontrarem soluções para os problemas, e não o contrário. Muito menos serem os cidadãos a estabelecer contacto com o proprietário. Não estamos em regime anárquico, nem de auto-gestão, e Portugal não é a República de Weimar.
4. Por acharmos que Garrett merece que Lisboa lhe dê muito mais do que uma simples placa de rua, ou o nome de uma sala de teatro, recorremos ao Senhor Presidente da República, enquanto magistrado de influência, enquanto homem da Cultura e enquanto ex-autarca lisboeta, para que se faça ouvir; na certeza de que uma palavra sua neste caso, fará toda a diferença.
6. Uma vez que também muitos estrangeiros se têm manifestado a favor da preservação da casa de Garrett, apelámos aos institutos Britânico, Italiano de Cultura, Goethe, Cervantes e Franco-Português, bem como às fundações Calouste Gulbenkian, Oriente, Luso-Brasileira e Luso-Americana para que se solidarizem connosco, seja como mecenas seja como divulgadores desta causa.
5. Finalmente, sugerimos aos 2.300 cidadãos que assinaram a petição (e a todos aqueles que se têm feito ouvir em prol desta causa) a criação da "Associação de Amigos da Casa Almeida Garrett", para o que queremos contribuir com quotas, ideias e trabalho. Achamos que o Centro Nacional de Cultura poderá ser o organizador no terreno dessa mesma associação, pelo que já lhe sugerimos esta ideia.
Obrigado aos Media!, pelo constante apoio e divulgação desta causa junto da opinião pública. Bem-hajam!
Bernardo Ferrreira de Carvalho, Paulo Ferrero e Pedro Policarpo
1. Consideramos injustificável o comportamento da CML, uma vez que esta devia ter classificado o edifício há décadas e devia ter exercido o seu direito de preferência quando o mesmo foi colocado à venda. E queremos que nos esclareçam se o que tem sido feito e dito em nome da CML é da responsaibilidade apenas das Vereações da Cultura e da Reabilitação Urbana, ou se é partihado pelo Dr.Santana Lopes, enquanto Presidente, e pelo Prof. Carmona Rodrigues, enquanto potencial futuro Presidente. Aliás, esperamos que todos os candidatos digam o que acham deste caso, e como pretendem solucioná-lo.
2. Consideramos desresponsabilizador o comportamento do IPPAR, já que existe muito património classificado de interesse público que terá, porventura, menor valor patrimonial e menor carga simbólica do que a casa onde Garrett viveu e morreu. Compreendemos que o IPPAR tenha limitações de orçamento e de meios coercivos para fazer cumprir a lei, mas não podemos aceitar que se instale o espírito «laissez-faire, laissez-passer».
3. Não compreendemos o despacho da Senhora Ministra da Cultura ao sugerir aos cidadãos que adoptem medidas. Que se saiba, o que é suposto acontecer é serem aqueles que os cidadãos elegem a governá-los, isto é, a encontrarem soluções para os problemas, e não o contrário. Muito menos serem os cidadãos a estabelecer contacto com o proprietário. Não estamos em regime anárquico, nem de auto-gestão, e Portugal não é a República de Weimar.
4. Por acharmos que Garrett merece que Lisboa lhe dê muito mais do que uma simples placa de rua, ou o nome de uma sala de teatro, recorremos ao Senhor Presidente da República, enquanto magistrado de influência, enquanto homem da Cultura e enquanto ex-autarca lisboeta, para que se faça ouvir; na certeza de que uma palavra sua neste caso, fará toda a diferença.
6. Uma vez que também muitos estrangeiros se têm manifestado a favor da preservação da casa de Garrett, apelámos aos institutos Britânico, Italiano de Cultura, Goethe, Cervantes e Franco-Português, bem como às fundações Calouste Gulbenkian, Oriente, Luso-Brasileira e Luso-Americana para que se solidarizem connosco, seja como mecenas seja como divulgadores desta causa.
5. Finalmente, sugerimos aos 2.300 cidadãos que assinaram a petição (e a todos aqueles que se têm feito ouvir em prol desta causa) a criação da "Associação de Amigos da Casa Almeida Garrett", para o que queremos contribuir com quotas, ideias e trabalho. Achamos que o Centro Nacional de Cultura poderá ser o organizador no terreno dessa mesma associação, pelo que já lhe sugerimos esta ideia.
Obrigado aos Media!, pelo constante apoio e divulgação desta causa junto da opinião pública. Bem-hajam!
Bernardo Ferrreira de Carvalho, Paulo Ferrero e Pedro Policarpo
Construção Civil 3- Lisboa 0
Este foi o resultado do fim-de-semana, futebolisticamente falando.
Golos:
Ippar na própria baliza, no que diz respeito à casa de Garrett, ao passar a bola para a CML.
Tribunal Administrativo, ao recusar a providência cautelar, no caso do Convento dos Inglesinhos.
Ministério do Ambiente, no caso do túnel da Pç.Marquês de Pombal, ao emitir um estudo de impacte ambiental concordando com a inclinação do mesmo, etc., etc..
PF
Golos:
Ippar na própria baliza, no que diz respeito à casa de Garrett, ao passar a bola para a CML.
Tribunal Administrativo, ao recusar a providência cautelar, no caso do Convento dos Inglesinhos.
Ministério do Ambiente, no caso do túnel da Pç.Marquês de Pombal, ao emitir um estudo de impacte ambiental concordando com a inclinação do mesmo, etc., etc..
PF
28/04/2005
Casa de Garrett: nota à imprensa e a quem de direito
Como autores da petição pela casa de Almeida Garrett, que juntou mais de 2.300 assinaturas e que foi entregue à CML, ao IPPAR e ao Instituto Camões, cumpre-nos comentar os últimos acontecimentos vindos a público e relativos a este assunto. Assim:
1. É triste constatar que 150 anos após a morte de Garrett e 150 anos depois das primeiras diligências de cidadãos a favor da preservação da casa onde ele viveu e morreu, e da sua transformação em casa-museu (ver DN de 20.04.05), as entidades que elegemos para nos governar e aquelas de quem depende a vida cultural do país continuem exactamente na mesma, passando o assunto de uns para os outros, refugiando-se em argumentos desresponsabilizadores e miserabilistas, rejeitando a tão proclamada aposta na recuperação de património
2. É lamentável que se continue a dizer que a casa de Almeida Garrett esteja em ruínas, o que é profundamente mentira, pois basta ir até lá para se verificar que os tectos do 1º andar existem e mantêm os estuques, a escadaria também, o que faz supôr que até mesmo o telhado esteja em estado razoável.
3. É revoltante que seja considerada letra morta pelo IPPAR e pela CML, a prorrogativa legal que obriga todo e qualquer proprietário a comunicar àqueles a intenção de vender um qualquer imóvel, concedendo-lhes o direito de preferência.
4. É lamentável que o proprietário afirme que desconhecia a polémica sobre a casa quando a comprou, uma vez que o que veio a público foi que a comprou muito depois da nossa petição ter sido lançada; lançada, aliás, no seguimento do desconforto que a notícia da sua demolição vinha causando, desde há meses.
5. Face ao jogo do "não me comprometa" e do impasse a nível político e institucional a que este assunto chegou, vimos propôr o seguinte:
a) Ao proprietário, que reafirme a sua honradez e aguarde 6 meses pelo resultado das próximas eleições e por um entendimento com o novo Presidente da CML.
b) Ao novo Presidente da CML, Prof. Manuel Maria Carrilho ou Prof.Carmona Rodrigues, que, após a sua eleição, apresente ao proprietário uma proposta de permuta para construção noutra zona da cidade, de preferência nas vizinhanças da Rua Saraiva de Carvalho, por forma a que aquele leve por diante o seu legítimo projecto de habitação.
O novo Presidente da CML deve recuperar o edifício seguindo as descrições dos próprios escritos do autor, e deve encetar negociações com os herdeiros do dramaturgo, bem como com os especialistas em Garrett, com vista a reunir-se o espólio necessário para a instalação de uma casa-museu-café-tertúlia.
Deve estabelecer um acordo com as edições Sá da Costa, apoiando, se necessário, reedições das obras de Garrett, com vista ao municiamento da casa-museu com obras em português, castelhano, inglês, francês e alemão.
Igualmente, deve desenvolver esforços para que o Instituto Camões assuma as suas responsabilidades enquanto pilar da cultura e línguas portuguesas, solicitando-lhe a melhor divulgação da casa-museu e ajuda indispensável ao próprio municiamento desta.
Propomos ainda ao próximo Presidente da CML que atribua a gestão da futura casa-museu ao Centro Nacional de Cultura, entidade de enorme prestígio e reconhecida competência para zelar pela nossa cultura e para gerir um espaço como o que se pretende para ali.
c) Aos media, a quem agradecemos toda a colaboração prestada, e a prestar, propomos que não se esqueçam de agendar a "casa de Garrett" como tema de debate para a próxima campanha autárquica entre os candidatos partidários a Lisboa.
6. Por último, e no caso de nem o Prof. Carrilho nem o Prof.Carmona Rodrigues quererem resolver este assunto, e/ou o proprietário se mostrar relutante em esperar 6 meses, teremos que pensar em alternativas enquanto cidadãos determinados, tal qual nos aconselha a Srª Ministra da Cultura, que poderão passar por:
a) Abertura de conta bancária, em nome do Centro Nacional de Cultura, que a gerirá a fim de se reunir uma verba capaz de produzir um entendimento com o proprietário.
b) Apêlo aos Institutos Britânico, Cervantes, Goethe, Franco-Português e Italiano de Cultura, e à Casa do Brasil de Lisboa, no sentido de eles próprios participarem na recolha de fundos e na divulgação deste caso, uma vez que os nossos organismos se recusam a actuar.
Quem sabe se haverá a possibilidade de estrangeiros comprarem a casa de Garrett, restaurando-a e devolverendo-a aos portugueses, tal qual o que Pacheco Pereira relata (no seu "Abrupto") ter acontecido com o atelier de Cézanne, em Aix-en-Provence?
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1. É triste constatar que 150 anos após a morte de Garrett e 150 anos depois das primeiras diligências de cidadãos a favor da preservação da casa onde ele viveu e morreu, e da sua transformação em casa-museu (ver DN de 20.04.05), as entidades que elegemos para nos governar e aquelas de quem depende a vida cultural do país continuem exactamente na mesma, passando o assunto de uns para os outros, refugiando-se em argumentos desresponsabilizadores e miserabilistas, rejeitando a tão proclamada aposta na recuperação de património
2. É lamentável que se continue a dizer que a casa de Almeida Garrett esteja em ruínas, o que é profundamente mentira, pois basta ir até lá para se verificar que os tectos do 1º andar existem e mantêm os estuques, a escadaria também, o que faz supôr que até mesmo o telhado esteja em estado razoável.
3. É revoltante que seja considerada letra morta pelo IPPAR e pela CML, a prorrogativa legal que obriga todo e qualquer proprietário a comunicar àqueles a intenção de vender um qualquer imóvel, concedendo-lhes o direito de preferência.
4. É lamentável que o proprietário afirme que desconhecia a polémica sobre a casa quando a comprou, uma vez que o que veio a público foi que a comprou muito depois da nossa petição ter sido lançada; lançada, aliás, no seguimento do desconforto que a notícia da sua demolição vinha causando, desde há meses.
5. Face ao jogo do "não me comprometa" e do impasse a nível político e institucional a que este assunto chegou, vimos propôr o seguinte:
a) Ao proprietário, que reafirme a sua honradez e aguarde 6 meses pelo resultado das próximas eleições e por um entendimento com o novo Presidente da CML.
b) Ao novo Presidente da CML, Prof. Manuel Maria Carrilho ou Prof.Carmona Rodrigues, que, após a sua eleição, apresente ao proprietário uma proposta de permuta para construção noutra zona da cidade, de preferência nas vizinhanças da Rua Saraiva de Carvalho, por forma a que aquele leve por diante o seu legítimo projecto de habitação.
O novo Presidente da CML deve recuperar o edifício seguindo as descrições dos próprios escritos do autor, e deve encetar negociações com os herdeiros do dramaturgo, bem como com os especialistas em Garrett, com vista a reunir-se o espólio necessário para a instalação de uma casa-museu-café-tertúlia.
Deve estabelecer um acordo com as edições Sá da Costa, apoiando, se necessário, reedições das obras de Garrett, com vista ao municiamento da casa-museu com obras em português, castelhano, inglês, francês e alemão.
Igualmente, deve desenvolver esforços para que o Instituto Camões assuma as suas responsabilidades enquanto pilar da cultura e línguas portuguesas, solicitando-lhe a melhor divulgação da casa-museu e ajuda indispensável ao próprio municiamento desta.
Propomos ainda ao próximo Presidente da CML que atribua a gestão da futura casa-museu ao Centro Nacional de Cultura, entidade de enorme prestígio e reconhecida competência para zelar pela nossa cultura e para gerir um espaço como o que se pretende para ali.
c) Aos media, a quem agradecemos toda a colaboração prestada, e a prestar, propomos que não se esqueçam de agendar a "casa de Garrett" como tema de debate para a próxima campanha autárquica entre os candidatos partidários a Lisboa.
6. Por último, e no caso de nem o Prof. Carrilho nem o Prof.Carmona Rodrigues quererem resolver este assunto, e/ou o proprietário se mostrar relutante em esperar 6 meses, teremos que pensar em alternativas enquanto cidadãos determinados, tal qual nos aconselha a Srª Ministra da Cultura, que poderão passar por:
a) Abertura de conta bancária, em nome do Centro Nacional de Cultura, que a gerirá a fim de se reunir uma verba capaz de produzir um entendimento com o proprietário.
b) Apêlo aos Institutos Britânico, Cervantes, Goethe, Franco-Português e Italiano de Cultura, e à Casa do Brasil de Lisboa, no sentido de eles próprios participarem na recolha de fundos e na divulgação deste caso, uma vez que os nossos organismos se recusam a actuar.
Quem sabe se haverá a possibilidade de estrangeiros comprarem a casa de Garrett, restaurando-a e devolverendo-a aos portugueses, tal qual o que Pacheco Pereira relata (no seu "Abrupto") ter acontecido com o atelier de Cézanne, em Aix-en-Provence?
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