A propósito do relatório "Auditoria Urbana 2005" (DG Política Regional), onde Lisboa é a 26ª cidade com maior tempo de espera por autocarro (11 minutos e 24 segundos!), e no seguimento da inauguração (e consequente destruição dos carris de eléctricos), da "via-rápida" à Paiva Couceiro (empreendimento do Vale de Santo António a quanto obrigas!) apetece perguntar, a quem de direito, o que anda a fazer a Carris?
* Não chegam as paragens de autocarro serem exíguas, não terem alpendre e estarem repletas de publicidade?
* Não chega o ritmo penoso com que é substituída a frota da Carris (só 308 dos 813 autocarros foram substituídos)?
* Não chegam os autocarros da Carris continuarem a ser conduzidos aos solavancos como fossem transporte de carga?
* Não chega a Lisboa da Carris ser diferente da Lisboa dos lisboetas, havendo zonas da cidade onde a Carris não vai, ou vai quando lhe apetece?
* Não chega o autismo da Carris em não querer apostar na reabertura de linhas de eléctrico fechadas (C.Sodré-Amoreiras, M.Moniz-Areeiro, Restauradores-Campolide-Sete Rios, Madre Deus-Chile-Graça )?
* Não chegam os estatutos da Carris permitirem ao Estado injectar continuamente dinheiro nela, quando ela continua a apresentar maus resultados financeiros e práticos?
Como afirmamos e explicamos, aqui, em vez de esperarmos 11 minutos e 24 segundos pelo autocarro, poderíamos, com investimento ZERO, esperar, em média, 3 vezes menos!!
Apelamos, por isso, à Carris, mas também à CML e ao Governo para que de uma vez por todas avancem com soluções de longo prazo, e não continuem a alimentar medidas de cosmética que não resolvem, mas antes adiam e agravam o problema de mobilidade em Lisboa.
Pedro Policarpo, Paulo Ferrero e Bernardo Ferreira de Carvalho
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3 comentários:
Parabéns pelo post. Na semana passada, a este propósito, o secretário de estado do ambiente disse à RTP-N que a rede pública de transportes em Lisboa era boa e que ele próprio utiliza transportes públicos. De facto, quem mora na linha de Cascais e trabalha na baixa, tem a vida facilitada - mas isso não é válido para muitas zonas da cidade e muito menos para outras periferias.
Não acho que tenham razão em certos pontos.
- A carris está a mudar a frota... é esperar até chegarem todos autocarros novos;
- A carris vai mudar radicalmente, aliás penso que já começou, os percursos das carreiras, feito a partir de estudos de mobilidade;
- A carris tem feito bastantes melhorias nestes ultimos 2 anos a nível de desempedimento dos corredores BUS e abertura de outros;
-Meter electricos nesses troços só mesmo utopia, com o nível de tránsito que esses percursos apresentam seria o caos;
Acho de certa forma injusta criticarem algo que está a ser remodelado sem esperarem pelo resultado final!
Falem da TST(transportes sul do Tejo) essa sim é muito má gerida.
Eu sei que a frota está a mudar, mas tudo tem que ser diferente, pois todos sabemos como é feita a IPO aos veículos da Carris. o fumo, o barulho tudo isso são factores imporantíssimos no grau elevado de doenças do foro cancerígeno, em cujo ranking que não paramos de subir.
Os percursos das carreiras, são tudo menos feitos a partir de estudos de mobilidade, pois desses partem as nossas sugestões.
A Carris tem feito melhorias ao longo do tempo, era o que faltava que tudo estivesse na mesma, ao tempo de quando os ingleses a criaram. Mas não chega.
Qq cidade que se preze tem que disciplinar o trânsito. Tem que investir em verdadeiros inter-faces de transportes, servidos por redes de metro ligeiro de superfície, eléctricos de grande mobilidade, etc. Recuperar as linhas que foram objecto de má decisão de encerramento devia ser ponto de honra em qualquer vereação camarária, quanto mais na empresa que os gere.
"Remodelações" como a que se opera neste momento, dessas já estamos fartas, porque fica tudo exactamente na mesma... o que aliás não é exclusivo da nossa Carris;-)
Desconhecemos os problemas da TST, e pedimos-lhe que caso tenha info sobre o assunto e deseje tornar públicas as suas opiniões, nos envie o que achar por bem enviar, que ficaremos muito gratos.
PF
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