07/07/2007

Candidatos à Câmara contra túnel no Jardim da Estrela e poderes do Porto de Lisboa

In Público On Line

Os candidatos à Câmara Municipal de Lisboa manifestaram-se hoje contra a construção de um túnel por baixo do Jardim da Estrela, prevista no plano de revitalização da Baixa-Chiado coordenado por Maria José Nogueira Pinto.

Num debate promovido pela rádio Antena 1, os doze cabeças-de-lista às eleições intercalares de 15 de Julho defenderam também que a empresa Administração do Porto de Lisboa perca poderes de gestão territorial.

Embora defendendo alterações ao plano de revitalização da Baixa-Chiado, os candidatos do PS, António Costa, e do PSD, Fernando Negrão, defenderam que não se deve “voltar à estaca zero” e que este deve ser aproveitado.

António Costa reiterou que se a ex-vereadora e ex-militante do CDS-PP Maria José Nogueira Pinto “estiver disponível para lhe dar continuidade, seria uma enorme mais-valia”.

Também Telmo Correia, do CDS-PP, concordou que o plano é “uma boa base de trabalho”.

Oposição à circular das colinas

A candidata independente Helena Roseta criticou o último executivo camarário por não ter promovido a discussão pública do plano e defendeu que este seja revisto, sobretudo em termos de “engenharia financeira”.

O ex-presidente da câmara Carmona Rodrigues, que se recandidata também como independente, respondeu que há muito tempo para debate público e que o plano da antiga militante do CDS-PP Nogueira Pinto é “muito preliminar”.

Roseta considerou ainda um erro o projecto da circular das colinas e contestou os estacionamentos subterrâneos previstos no plano.

O candidato da CDU, Ruben de Carvalho, subscreveu essas críticas e as “reservas em relação à arquitectura financeira”, bem como o candidato do BE, José Sá Fernandes.

Foi Pedro Quartin Graça, candidato do MPT, quem lembrou que “a circular das colinas implica a construção de um túnel por baixo do Jardim da Estrela” – e houve consenso contra essa obra, que Negrão definiu como “muito perigosa”.

Câmara Pereira quer usar o bulldozer”

Quanto à Administração do Porto de Lisboa, todos concordaram que os seus poderes devem ficar cingidos às actividades portuárias. O candidato do PCTP/MRPP, António Garcia Pereira, foi mais longe, propondo a sua extinção.

Já o candidato do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, prometeu, se ganhar as eleições, deitar as obras do Porto de Lisboa todas abaixo, “de bulldozer”.

O candidato do PND, Manuel Monteiro, perguntou “quanto ganha o presidente” da Administração do Porto de Lisboa “e quem o nomeia”.

Por outro lado, sugeriu que “as grandes superfícies a partir de determinada dimensão não estejam abertos ao sábado e ao domingo” para beneficiar o comércio tradicional.

Telmo Correia apontou, em alternativa, a videovigilância nas zonas comerciais. O candidato do PNR, José Pinto Coelho, discordou e defendeu a repovoação da cidade como caminho para mais segurança: “Não queremos viver num ‘Big Brother’”.

2 comentários:

Anónimo disse...

Tou?
É da Câmara?
Eu tenho um pedido a fazer. Um túnel da Praça de Londres até ao Largo da Graça dar-me-ia muito jeito.. Não dá para arranjarem aí nada?
Digam que é para tirar os carros da cidade, diminuir a poluição ou revitalizar o comércio tradicional...

Susana Neves disse...

Afinal o tráfego urbano não vai paralisar por excesso de veículos em circulação. Mas Lisboa, ao que tudo indica, essa sim ameaça desaparecer.