30/11/2007

Anarquia lisboeta

Ele já não bastam os buracos, a sinalética destruida ou inexistente, as passadeiras e pinturas apagadas, os carros em segunda fila. Chega-nos agora a praga dos jornais e outros papéis gratuitos, distribuidos por entre os carros, com os distrivuidores a fazerem faenas dignas do Campo Pequeno. Há três semanas, assisti ao que julguei impensável: um grupo de quatro ou cinco jovens, eles e elas, munidos de botas saltadoras (a meio metro do chão), andavam por entre os carros no cruzamento da João XXI com a Av. da República, a distribuirem propaganda de uma operadora móvel. Mas hoje o caos foi mais longe, se isso é possível - depois de fazer a gincana que é hoje o autêntico Paris-Dakar António Augusto Aguiar - Praça de Espanha, dou de caras no sinal com um par de miudos a empunharem um cartaz, a toda a largura da faixa de rodagem - faziam propaganda a uma cadeia de electrodomésticos. Quando o sinal para os peões se punha vermelho, enrolavam a faixa e lá iam para o passeio, onde outro grupo se tinha começado a instalar para distribuir um outro jornal gratuito.
Perguntas: esta gente é paga? como? descontam? têm seguro? as posturas municipais dizem alguma coisa sobre esta ocupação selvática do espaço público? se um deles levar uma "passa", a culpa é de quem?

1 comentário:

Anónimo disse...

A história das "botas saltadoras" é tão incrível como indigna de país civilizado. E a polícia não trata destas palhaçadas?
Que bom se a criatividade portuga fosse aproveitada para melhores coisas.

JA