15/09/2008

PSD repudia “desleixo e abandono” do Bairro Alto

O PSD vai aprovar na próxima Assembleia Municipal uma moção a repudiar o “desleixo e abandono” do Bairro Alto por parte da autarquia e exigir “medidas urgentes” para a insegurança e falta de limpeza urbana naquele bairro lisboeta, centro da vida nocturna da capital.

“Se o País vive um dos piores períodos de insegurança da sua história, com toda a incapacidade do actual e anterior ministro da Administração Interna em enfrentar a onda de violência (...) o Bairro alto é o pior exemplo em Lisboa”, afirmam os deputados municipais do PSD, que exigem da autarquia a “tomada de medidas urgentes”, que deveriam passam por “um plano de salvaguarda a aprovar pela Assembleia Municipal”.

“A Câmara Municipal de Lisboa, ao contrário de qualquer outro município responsável, tem desprezado olimpicamente um dos seus bairros mais emblemáticos”, afirmam, lembrando que “nas ruas é visível o lixo por recolher” e “as paredes ao longo de todo o bairro cobertas de cartazes”.

“O Bairro Alto representa para Lisboa um dos seus principais patrimónios turísticos, com uma grande actividade económica”, sublinha o PSD, lembrando que a insegurança tem obrigado os comerciantes a contratar “vigilância privada para defender a integridade física e património deles e seus clientes”.

Esta situação – sublinham os deputados municipais social-democratas – “representa um claro retrocesso no esforço que anteriores executivos vinham desenvolvendo no sentido da valorização do Bairro Alto e da total erradicação da publicidade selvagem e grafittis das paredes”.

Câmara prepara programa especial

Contactada pela Lusa, fonte da presidência da autarquia afirmou que os níveis de insegurança no Bairro Alto “têm vindo a melhorar” e sublinhou que o Executivo está a preparar um programa especial para aquele bairro que será lançado em Outubro.

“O plano vai envolver a limpeza de grafittis, a readaptação da limpeza e recolha de resíduos sólidos e inclusive engloba um pedido de instalação de videovigilância ao Ministério da Administração Interna”, acrescentou.

No início do mês, num balanço feito à Lusa, os comerciantes do Bairro Alto que pagam o reforço policial em vigor desde Agosto afirmavam que a medida teve resultados positivos, mas continuavam a defender que o pagamento por restes serviços deveria ser da responsabilidade do Governo.

O reforço policial entrou em funcionamento a 1 de Agosto, com um dispositivo de nove elementos – oito agentes e um oficial superior – e cada estabelecimento comercial (mais de 70 proprietários de restaurantes e bares) paga 120 euros mensais.
in publico

7 comentários:

Anónimo disse...

Então mas só agora é que começaram a preocupar-se com o bairro alto ? nos anteriores mandatos estava melhor ?

Anónimo disse...

Acredito mesmo que gastar dinheiro a apagar os graffiti do Bairro Alto é gastá-lo bem gasto.

Diogo Moura disse...

O PSD está no seu melhor... Em Novembro de 2006 e Fevereiro de 2008, o CDS-PP apresentou na Assembleia Municipal apresentou moções com propostas concretas para melhorar o Bairro Alto e tirá-lo da imensa confusão urbana em que se encontra.
A proposta foi rejeitada pelo PSD, quando as outras forças políticas, da esquerda à direita, sempre aprovaram.
O PSD invocou que apresentaria mais tarde um plano concreto. E o plano é esta moção: VAZIA DE CONTEÙDO. Apenas solicita à Câmara que intervenha no Bairro, sem mencionar medidas.
É por estas e outras atitudes que a política não é levada a sérios pelos cidadãos.

Lesma Morta disse...

Não será pelo PSD ter votado contra uma moção que agora se desvalorizará uma sua atitude de contrição que só os enobrece. Espero consenso entre todos e verdadeiramente só uma força politica ganharia e essa chama-se Lisboa.

Diogo Moura disse...

Caro Jorge (lesma morta):

Está a ir ao encontro daquilo que disse. O PSS apenas votou contra porque na 1ª vez era executivo na CML; e na 2ª vez porque queria ser ele a apresentar medidas concretas.
Chumbou com a promessa de que as apresentaria. E o que constatamos (e digo porque li o texto na íntegra) é que, em vez de ápresentar medidas, recomenda à CML que intervenha com urgência.
Ora, isso já o podia ter feito com as outras moções que, embora tenham dito na altura que concordavam, votaram contra.
Para além de não ser coerente, demonstra que o interesse não é a cidade.

Mas a sessão de hoje da AML foi diferente. Vimos moções e recomendações de esquerda serem aprovadas pela direita e vice-versa.
Isso sim, é trabalhar de forma construtiva pela cidade.

Diogo Moura disse...

Deixe-me acrescentar que, na altura da apresentação, o PS prometeu, embora tenha sido chumbada, a criação de um Grupo de Trabalho sobre o Bairro. E a verdade é que chegámos a Setembro e o grupo está a trabalhar no terreno.

Lesma Morta disse...

Olá Diogo
De facto surpreende-me ou talvez não a pequenez que graça na politica portuguesa e é desde sempre (com excepçoes). Há que chumbar, atrasar, desdizer, maltratar, tudo o que seja uma ideia, um conceito, uma proposta, contando que não seja a da maioria. Tanto faz que o seja na Assembleia Municipal como na Camara, na AR seja onde for. Institucionalizou-se que as propostas da oposição são para chumbar e vai daí não se faz outra coisa. Sabes de onde vem o termo Lesma Morta que assino no meu blog? tem tudo a ver com esta situação. Vem duma frase do Eça que diz a respeito do país o seguinte: "A capital é, no fim de tudo, o único ponto vivo desta fétida lesma morta que se espapa à beira do velho Atlântico, sob o nome desacreditado de Portugal". Não mudou nada.