24/07/2010

Petição on line: Fado – Património Imaterial da Humanidade




Fado – Património Imaterial da Humanidade


Caros Amigos,

Acabei de ler e assinar esta petição online:

«Fado - Património Imaterial da Humanidade»



Eu pessoalmente concordo com esta petição e acho que também podes concordar.

e divulga-a pelos teus contactos.

Obrigado.


Eis o texto da petição:

O fado é uma festa. O fado é, há pelo menos mais de dois séculos, património imaterial nosso.
Uma marca cultural constante e permanente que alimenta a alma de um povo.
O Povo Português. Todo o Povo Português.
Em boa hora decidiram as autoridades nacionais diligenciar junto da UNESCO no sentido de que o Fado seja reconhecido mundialmente como Património Imaterial da Humanidade.
Sabendo que a Candidatura está construída com fortíssima base cultural e científica, confiando na validade e justeza dos fundamentos da mesma Candidatura, tendo a certeza de que tem plena justificação que a Comunidade Internacional qualifique o Fado como património Imaterial da Humanidade, os signatários apoiam a Candidatura e

1 – SOLICITAM

ao Ministério da Cultura e à Comissão nacional da UNESCO que, em tempo oportuno, procedam à entrega desta petição e suas assinaturas na Sede da UNESCO em Paris, directamente ou através do nosso Embaixador junto daquela Organização Internacional Especializada. 

2 - PEDEM

aos distintos membros da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, UNESCO, que quando, em Setembro de 2011, deliberarem sobre esta Candidatura, a APROVEM com alegria e com entusiasmo, porque ela corresponde cabalmente ao sentir do Povo Português.

10 comentários:

Julio Amorim disse...

Não compreendo bem porque é que algo imaterial que "cabalmente corresponde ao sentir do Povo Português" deva ser qualificado como património da humanidade ?

Anónimo disse...

Um tanto estranho que em nenhum passo da petição se diga que coisa é o fado.

Será chuva? Será gente?

Anónimo disse...

É estranho que apoiantes desta classificação (como a CML e seus apoiantes se esqueçam do MATERIAL ligado ao Fado.

Por exemplo:

A ruína de muitos dos locais onde no século XIX se cantava o fado :

o Retiro Quebra-Bilhas no Campo Grande;
o esquecimento de 2 ou 3 locais/tabernas que ainda conservam parte do interioe do século XIX, em Alfama e Madragoa

o palácio do Conde de Vimioso, ao Campo Grande, onde cantou a Severa

E tenham transformado o chamado Museu do Fado num espaço publicitário para alguns, como Carlos do Carmo, Mariza, e amigos, velhoe e novos,
e onde nem a história do fado no séc. XIX é contada

e são exibidos uma quase meia dúzia de objectos ...

Raul Nobre disse...

Entrevista de Joaquim Pais de Brito
a uma estação da Televisão Francesa

(“Les films du Village,TLT/RTP”)


• …O fado é um género musical que se autonomizou, distinguindo-se de todos os outros…

• …Ao contrário dos géneros que circulam de dia, o fado circula de noite. Há como que uma reprodução clandestina que lhe permitiu sobreviver e manter-se até aos dias de hoje…

• … Vamos encontrar o fado naqueles casebres minúsculos, com becos apertados, controlados pelas camadas populares. Também o vamos encontrar para lá das paredes dos palácios onde vive a corte e para onde foi transportado. Mas quando se estudam as rimas, os improvisos, os temas, verifica-se existir um paralelismo entre esses diversos tipos de fado…

• …O fado, mais do que um género é um estilo. É um estilo estético que se demarca e se repete…

• …Cantam-se temas da desgraça, da vida da prostituta, de todas as formas de amor, do amor que corre bem, mas sobretudo do amor que corre mal, na forma do ciúme, da vingança, da raiva, do ódio e também da morte…

• …Pouco a pouco apareceram temas muito próprios, particularmente da cidade. São as crónicas da cidade, que falam das ruas, dos personagens (particularmente dos personagens que vivem na rua), dos fadistas, desses actores sociais que eram também os heróis do povo…

• …Em relação ao vínculo que o fado estabelece com os bairros da cidade, há que referir um aspecto importante. A partir de certa altura a cidade aparece fragmentada em unidades que reivindicam identidades próprias. E por isso aparecem o fado da Mouraria, o fado da Madragoa, o fado de Alcântara, o fado da Bica, ou seja, fados a cantar temas de cada bairro. E no entanto não há diversidade nos ambientes do fado, na maneira de o cantar, na forma de o tocar, nos géneros que em geral se cantam. Continua a existir o tal paralelismo nas rimas, nos improvisos e nos temas..

• …A dada altura surge um tema muito marcante que vai dar origem a uma nova linha do fado: são os touros, os cavalos e tudo o que anda em torno da tourada. Será um tema sempre desenvolvido pelo chamado fado aristocrático…

• …O fado cada vez que busca superar-se deixa de ser fado. Passa a ser outro género, outra música, passa a ser outra coisa. De cada vez que ele está no limite da sua recriação e superação já não é fado. Uma certa coreografia, uma certa estética, uma certa organização dos instrumentos, a precisão na colocação da voz, tudo isso é contrário e completamente diferente do fado. No fado há rouquidão, há imprecisão, há busca, há incerteza, há improviso, há uma certa forma de procurar, de exprimir sentimentos ou de representar, de mimar esses sentimentos…

Anónimo disse...

O fado é uma festa.

"Cantam-se temas da desgraça, da vida da prostituta, de todas as formas de amor, do amor que corre bem, mas sobretudo do amor que corre mal, na forma do ciúme, da vingança, da raiva, do ódio e também da morte".

Anónimo disse...

O texto de Pais do Amaral merece alguns comentários, embora os seus estudos sejam mais rigorosos que os de Nery, sempre cheio de protagonismo, de leituras superficiais, ausência de investigação e de aliança com o poder da CML.

Existe um exagero em ligar o fado à prostituição no sec. XIX: grande parte dos tocadores, compositores e mesmo cantores eram operários e trabalhadores, e não os marginais "fadistas" de navalha afiada, cuja maioria não cantava nem tocava ...

Também pelo menos até cerca de 1920 o fado era cantado DE DIA, nos bairros e também nas hortas e passeios fora de portas. O fado cantado de pé e com luzes apagadas é recente, quem inventou a média luz ... foi Alfredo Marceneiro.

Talvez fosse bom que não houvesse tanta escuridão (que aliás não existe nos palcos)nas casas de fado: a GESTUALIDADE da fadista é única, traduz veracidade, e é própria do fado.

Mas o património MATERIAL do Fado deve ser protegido, e esta petição e os promotores da classificação CONSCIENTEMENTE ESQUECEM porque são do Poder ou estão comprometidos com ele.

A UNESCO devia recusar a classificação, enquanto todo o ambiente e bairros históricos de Lisboa não fossem minimamente conservados e restaurados.

Anónimo disse...

Pais de quê?

Du Seabra Calado disse...

O fado não precisa das nações unidas para nada, muito menos de petições que o considerem património, Ele é património de uma gente de um povo e de uma Pátria!
Já para não dizer que esta discrição do fado é péssima!
Deixem o fado sossegado para quem goste, não o obriguem a concorrer a palhaçadas!
Agora está na moda o fado! Não entendem nadam, mas falam e opinam!

Raul Nobre disse...

Todos nós temos o direito de emitir opiniões. O que podemos é dizer asneiras, mas com os disparates de alguns também se pode aprender.
E assim, aqui vão algumas opiniões (pessoais) sobre o fado.
- Quem goste de fado deve frequentar o meio fadista (premissa fundamental).
- O fado que se ouve nas “Casas de Fado”, nos teatros, nos casinos, nos salões, é um fado de carácter comercial, um fado “para consumo” ou para turistas.
- Ouvir apenas fado em CD, na rádio ou na TV, é ficar muito longe da realidade (embora possa ser melhor do que nada).
- Quem goste realmente de fado deve procurar os locais frequentados pelos fadistas quando saem das tais “Casas de Fado” (onde vão ganhar uns cobres).
- Nessas “capelinhas”, quando se canta ou toca, é por gosto e apenas quando apetece. É então que tem significado aquela expressão “o fado acontece”. Aqueles “grandes nomes” que são lançados pelas editoras e que vemos na televisão, interpretam então o fado de uma forma diferente. E pode acontecer fado (ou não).
- Quanto à questão de o fado aparecer nos meios marginais da sociedade, isso é um facto, ainda que possa incomodar alguns. Mas evidentemente que não é exclusivo desses locais (nem pouco mais ou menos).
- Relativamente aos “intelectuais” do fado, a verdade é que no meio fadista poucos os levam a sério e até são um tanto “gozados”. É que ninguém os vê por cá e quando aparecem é sempre em “ocasiões especiais”, muito bem engravatados e “bem acompanhados” (sem ser à guitarra).
- Quanto aos temas que são cantados, tanto podem ser de “faca e alguidar”, como podem ser belíssimos poemas de conceituados poetas (ou ainda são desconhecidos do grande público). É fado e o fado é do povo.

Fernando B. disse...

Dejando de lado cualquier otra consideración, he de informar que la citada web y la campaña son un engaño para obtener datos personales de incautos como yo. Al día siguiente de "apoyar" la petición, empecé a ser bomardeado con publicidad en mi dirección de correo.