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«Quando António Costa se tornou presidente da Câmara de Lisboa, disse que a sua cidade-modelo era Barcelona e que faria os possíveis para elevar Lisboa aos padrões de qualidade da capital da Catalunha.
Cheguei a Barcelona. Um burgo que até ao século XIX não era muito maior do que Lisboa, mas que, graças à intervenção de arquitectos tão proeminentes como Gaudí e Puig i Cadafalch, se tornou rapidamente numa cidade de monumental importância europeia.
Ao passear pelas ruas, avenidas e ramblas da cidade é impossível não notarmos óbvias diferenças com Lisboa, desde o número enorme de pessoas que se vai encontrando à muito bem conseguida harmonização entre o tradicional e o moderno, coisa que em Portugal tem sido posta em causa com sucessivos projectos “pós-contemporâneos” que nem são bonitos nem têm utilidade.
Mas as diferenças mais marcantes são, como é cliché dizer-se, de mentalidade. Vejamos: em Lisboa, o Metro deu-se à liberdade de encetar negociações com uma empresa privada e vender um espaço público da capital aos interesses publicitários dessa mesma empresa. Isto sem avisar ninguém e com uma enorme falta de transparência. Por isso, agora temos uma Baixa-Chiado PT BlueStation, um verdadeiro atentado ao património histórico, cultural e até mesmo físico da cidade.
Em Barcelona, pelo contrário, a autoridade metropolitana de transportes preferiu canalizar os seus recursos para a sensibilização sobre as más práticas nos transportes públicos, que por Lisboa também pululam sem que ninguém se preocupe muito com isso. Assim nasceu o “comboio do incivismo”, um projecto que espalha por algumas estações de metro e comboio e também algumas carruagens desenhos e mensagens do que não se deve fazer num local que é de todos. A saber: não ouvir música aos altos berros, não colocar os pés em cima do banco da frente, não grafitar as carruagens, não ficar parado à esquerda nas escadas rolantes, etc.
Portanto, em vez de criarem estações repletas de pseudo-modernidade e futurismo, eis que os catalães se dedicaram a combater um problema real e a promover uma utilização mais responsável dos transportes públicos, que tanta falta fazem em alturas como estas de crises económicas e ambientais, mas também de valores. E na sua língua materna, não em estrangeirismos ridículos.
João Pedro Pincha»
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17 comentários:
Gostei da parte do "canalizar recursos". É que se há coisa que por cá abunda são "recursos", não é?! Se calhar é por isso que o Metro tem de ir arranjar dinheiro à publicidade...
bueno, quem está fora, tal como quem não vota, perde credibilidade para criticar... acima de tudo lisboa, e o país, precisa de recursos humanos, e esses estão muitas vezes a sair, tal como parece acontecer com o autor (peço desculpa se estiver enganado). disclaimer: eu também saí, infelizmente...
O que tem o rabo a ver com as calças? Ceder direitos de publicidade e canalizar recursos (quem sabe dessa mesma publicidade) para campanhas de sensibilização.
Depois há isto: fala-se de uma estação de metro com pouco mais de 10 anos como um "património" quase tão ou mesmo igualmente importante ao da Baixa e Chiado propriamente ditos.
É uma estação de Metro, for God's sake! (Desculpem o estrangeirismo) Acho a preocupação exagerada. Não concordo com a opção de mudar o nome à estação, mas consigo viver com isso. Incomoda-me mais publicidade permanente nas ruas de Lisboa, esta ao menos está enterrada.
Na maioria das vezes há recursos o que são é muito mal aproveitados.Os transportes de Lisboa são, na sua maioria, mal geridos e mal planeados.Não existe uma politica concreta e eficaz de tansporte publico em toda a área metropolitana de Lisboa.Com recursos mal geridos não há PT blu...que lhe valha pois vai tudo para um buraco sem fundo.
Esta mudança de nome é sobretudo sintomatica da leviendade e descarecterização a que a cidade está votada.A isto chama-se prostituição do espaço público,que não levará a lado nenhum.
Tenho visitado este Blog recentemente, e a conversa do Metro até parece o maior problema de Lisboa. É apenas um metro, a cidade tem que evoluir, andar para a frente como qualquer outra. Parece que o dono/a do blog quer continuar viver na pré-história, e não quer que a cidade evolua de forma alguma. Os tempos mudam e também as cidades/habitantes. Qual é o problema da publicidade no Metro, ainda não entendi. Prejudica alguém? Mata alguém? Publicidade há em todo o lado. Desde que o metro funcione bem e facilite a movimentação na cidade isso é que conta. Lisboa não pode parar no tempo. Lisboa não é um museu. Tem que se criar postos de trabalho, evoluir, andar para a frente. Afinal, alguém me pode explicar o "grave problema" da publicidade? Vai prejudicar quem utiliza o transporte? E já agora: Querem uma Lisboa lisboeta mas neste blog estão sempre a fazer comparações com o estrangeiro. «O país "tal" investiu isto em "não sei o quê"» «O país "tal" faz isto "desta maneira"». Lisboa é Lisboa, é suposto não fazer igual ás outras cidades. Querem identidade a imitar os outros?
Tiro o chapeu ao comentario das 12:47PM. Tem toda a razão.
Pois é ó xico numas coisas és um grande patriota mas quando te querem impingir BlueStation no centro da capital está tudo bem.
Continuas com os fios em curto-circuito ou achas que a nossa língua não chega para dar nomes a estacões de transportes públicos?
Chega, mas o problema principal não é o facto de se chamar bluestation. Quem se pôs contra foi simplesmente por haver publicidade e ponto. Estás a tentar dar a volta mas sem sucesso.
É impressão minha ou a maioria dos críticos está a confundir a estação de metro Baixa-Chiado com a estação de combóios do Rossio? É que falar em património histórico duma estação de metro recente não lembra ao careca...
Há muitas prioridades trocadas por aqui. E há muita gente que se perde no labirinto do seu próprio fundamentalismo.
Portanto achas bem o nome BlueStation xico!
«Por isso, agora temos uma Baixa-Chiado PT BlueStation, um verdadeiro atentado ao património histórico, cultural e até mesmo físico da cidade»
Pois, mas o atentado começa logo na língua portuguesa (?!), com a foleirada do BlueStation.
(Todo este 'filme' é desagradável, mas não tem nada de inesperado - tendo em conta as personagens envolvidas).
Realmente para quem herdou uma das línguas mais completas deste planeta....o BlueStation ficava melhor lá para a latitude 50 e picos.
Anónimo disse...
Portanto achas bem o nome BlueStation xico!
5:45 AM
.......................
Acho.
1º - CONTINUAMOS A ATENTAR CONTRA O PATRIMÓNIO
2º - OS INTERESSES PRIVADOS CONTINUAM A DOMINAR
3º - CONTINUAMOS A ESTRANGEIRAR TUDO O QUE APARECE À FRENTE! Para quê Blue station? Ao menos Estação Azul (até têm o mesmo número de letras ambas as palavras)
PIOR AINDA: QUEREM AVANÇAR COM MAIS ABERRAÇÕES DESTAS. O MARQUÊS SERÁ A PRÓXIMA estação a poder ser "vendida".
Será que um dia destes se começa a dizer vou à meo, em vez de dizermos que vamos ao Saldanha?!
POUPEM OS LISBOETAS!
mas será que alguém pensa que se vai passar a dizer BAIXA-CHIADO PT BLUE STATION?! Toda a gente vai ignorar o novo nome. A PT é que devia arranjar melhores sítios para gastar o seu dinheiro do que criar estas aberrações de nomes e de projectos.
MAU GOSTO PURO!
PS: o comentário anterior é alarmante.espero que não disseminem mesmo esta mania a outras estações.
Anónimo disse :
Será que um dia destes se começa a dizer vou à meo, em vez de dizermos que vamos ao Saldanha?!
POUPEM OS LISBOETAS!
1:32 AM
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Conheces alguem que diga que vai à Praça D. Pedro IV em vez de ir ao Rosssio?
Conheces alguem que diga que vai à Praça do Comércio em vez de dizer que vai ao Terreiro do Paço?
Conheces alguem que diga que vai à Praça Duque da Terceira em vez de dizer que vai ao Cais Sodré?
Conheces alguem (alem de mim) que diga que vai à Rua Avrea em vez de dizer que vai à Rua do Ouro?
Então se respondeste não a tudo ou à maior parte não te preocupes que alguem vá à Meo, para além de isso ser uma mesquinhez que em nada te afecta a vida. Pensa que se tivesses um cancro ou uma trombose era mais grave.
Cumprimentos
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