23/01/2012

Mais de 450 pessoas pedem "suspensão imediata" do silo automóvel na Ribeira das Naus

In Publico de 23-01-2012. Via Lusa

Mais de 450 pessoas contestam a construção do silo automóvel no largo do Corpo Santo, numa petição que exige à Câmara de Lisboa a “suspensão imediata” do projecto e uma discussão pública com alternativas “para o desenvolvimento” desta zona.



Em causa está a construção de um silo automóvel com três andares no largo do Corpo Santo, para onde estavam inicialmente projectados um estacionamento subterrâneo e um jardim à superfície, no âmbito da requalificação da Ribeira das Naus.

A alteração ao projecto foi justificada pela Câmara de Lisboa com o facto de esta solução permitir uma poupança superior a cinco milhões de euros.

Na petição, lançada por moradores do Cais do Sodré, os signatários consideram que esta “não se trata de uma construção térrea, discreta, que se possa perder entre os edifícios circundantes”, mas uma obra que irá “constituir uma enorme barreira visual entre a cidade e o rio e descaracterizar de forma irreversível uma zona tão sensível” de Lisboa.

Em declarações à Lusa, o primeiro signatário, Alexandre Vasconcelos e Sá, explicou que a petição foi lançada online na sexta-feira à noite e, em pouco mais de 48 horas, recolheu mais de 450 assinaturas.

Os moradores deste bairro lisboeta sustentam que o projecto é “um monstro, uma aberração urbanística e arquitectónica que tapa a única vista para o Tejo”.

A petição pede “a suspensão imediata da construção do silo automóvel, antes que sejam constituídos direitos adquiridos que dificultem a busca de alternativas” e solicita ao município da capital, presidido por António Costa, que o projecto não seja retomado “sem que antes seja alvo de uma discussão pública alargada”, em que devem ser “apresentadas alternativas para o desenvolvimento desta zona da cidade”.

Para os subscritores, a Câmara Municipal deve “explicar as premissas que justificam a construção de um equipamento destas proporções”.

A petição tece várias críticas ao projecto: questiona como é que “numa zona classificada, onde ninguém pode sequer alterar uma janela, se autoriza a construção de um edifício com esta volumetria” e considera que a obra vai incentivar a circulação automóvel no local e agravar o trânsito, “já insuportável”, na rua do Arsenal.

Por outro lado, os peticionários alegam que esta é uma das zonas mais bem servidas por transportes públicos da cidade e “só se sente verdadeiramente a falta de estacionamentos nas noites de quinta-feira e de fins-de-semana, resultado de um hábito que deve ser desincentivado, o de conduzir numa noite de consumo abundante de álcool”.

Alexandre Vasconcelos e Sá adiantou à Lusa que mais de 150 residentes e trabalhadores no Cais do Sodré solicitaram hoje uma audiência ao presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, a quem pretendem pedir explicações sobre o projecto, que, consideram, tem sido feito “às escondidas”.

4 comentários:

Anónimo disse...

Quem vê a maquete fica esclarecido:
1) A "praia" é uma rampa de betão com palas laterais bloqueando a vista da balustrada "roubada" do Terreiro do Paço, impede as vistas dos Torreões.
2) A Piscina, junto à Casa da Balança, vai ser um nojo, mesmo com redes, vai provocar uma enorme sujidade. Trazer agua salgada para junto de um edificio estabilizado à 250 anos é um disparate. Fazer uma caixa em betão nesse local irá provocar danos irreversíveis ao Torreão mais antigo. E ainda por questões de segurança impossibilita o acesso a viaturas de socorro, se por qualquer motivo a cidade ficar bloqueada na rua do Arsenal ou ainda de acesso ao edificio.
3) Fazer do pateo do Arsenal umas docas, é básico e revela uma visão redutora, mas encher com arvores não faz sentido pois nas docas não há arvores.
Em conclusão, gastar 10 milhões de euros é um perfeito disparate.
Pergunta: Quanto vai custar a manutenção desta fantasia?

Anónimo disse...

Acedi agora e já são 684.

Que cada um traga mais cinco!

Já chega e sobra o asneirame dos edifícios das agências, sobretudo o que pespegaram bem em cima do Tejo, cujo "avançado" não se perdia nada se fosse implodido - coisa horrorosa.

R Dias disse...

Eu já assinei!

João das Regras disse...

O projecto é tão mau que consegue fazer com que a situação actual seja melhor.