Município diz que "não tem nem é suposto que tenha" conhecimento de que o proprietário do espaço vai despejar o estabelecimento. Câmara de Lisboa sublinha não ter "quaisquer competências na regulação dos arrendamentos comerciais entre particulares"
A Câmara de Lisboa diz que “não tem, nem é suposto que tenha” conhecimento de que o proprietário do prédio na Rua do Alecrim em cujo rés-do-chão funciona a loja da Fábrica de Sant’Anna tenha dado ordem de despejo à empresa, instalada no local há 99 anos, acrescentando que não tem competências nesta matéria.
A notícia do despejo, marcado para Outubro e motivado pela transformação do prédio num hotel, gerou uma onde de indignação e de solidariedade para com aquela que se apresenta como a “última grande fábrica de azulejos e faianças artesanais da Europa”. Além dos muitos privados que fizeram chegar à Fábrica de Sant’Anna mensagens de apoio, saíram em defesa desta causa o Fórum Cidadania Lisboa e a União de Associações do Comércio e Serviços.
Também a Junta de Freguesia da Misericórdia, presidida pelo PS, se pronunciou contra o fecho anunciado da loja, apelando ao promotor, o Grupo Visabeira, para que a integrasse no seu “projecto de requalificação do edificado”. Já a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou, por unanimidade, uma recomendação do MPT, na qual se pede à câmara que “acompanhe o processo entre o proprietário do imóvel e os proprietários da Fábrica de Sant’Anna, de forma a possibilitar a permanência desta montra de azulejaria portuguesa no seu actual local”.
Nessa recomendação, que foi apresentada a 16 de Junho, sugeria-se ainda ao município que “considere a loja da Fábrica de Sant’Anna como um estabelecimento a preservar no âmbito do programa Lojas com Histórias”, um programa camarário que foi criado no início deste ano com o objectivo de promover o comércio tradicional da capital. Em nome do PS, o deputado Pedro Delgado Alves considerou que está em causa “património relevante, que urge preservar e manter naquele local”.
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2 comentários:
Pois claro, a câmara de Lisboa nem tem nada que saber que o prédio é para transformar num hotel.
A câmara de Lisboa está lá para ver passar os tuk-tuks e isso já dá muito trabalhinho.
Equívoco: o prédio está todo, inteirinho, no Inventário Municipal do Património.
Omissão: o prédio consta do Conjunto de Interesse Público da Baixa Pombalina (https://dre.pt/.../pdf2sdip/2012/12/248000001/0008600087.pdf) pelo que não se percebe como é que a comissão permanente inter-CML/DGPC aprova sem pestanejar o projecto em si, mas isso é outra conversa, aliás, recorrente em todos os projectos aprovados por essa estrutura.
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