Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa,
Exma. Sra. Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa,
Exma. Sra. Directora-Geral do Património Cultural,
Exmo. Sr. Vereador do Urbanismo,
Exma. Sra. Vereadora da Cultura,
Exmos. Senhores Deputados Municipais,
No seguimento de notícias vindas a público dando conta da entrada para apreciação na CML de um pedido de informação prévia (PIP) relativo a projecto urbanístico que, a ser aprovado pela CML, implicará a demolição da Vila Martel, uma vez que o mesmo tem como objectivo a ampliação de um hotel (já em construção) para o lote da Vila Martel, para nele construir estacionamento subterrâneo);
Considerando que a Vila Martel, que se localiza sob a Rua das Taipas, está registada na Carta Municipal do Património (item 45.56), pertencendo assim ao conjunto de vilas e pátios objecto de especial atenção pela CML, por cuja salvaguarda e valorização se têm batido individualidades como o Arq. Nuno Teotónio Pereira;
Considerando que a Vila Martel, fundada em 1883, faz parte da História da cidade de Lisboa – basta referir que, por exemplo, Columbano viveu na Vila Martel durante 20 anos, e José Malhoa, Carlos Reis, Eduardo Viana, Jorge Colaço e José Campas aí tiveram os seus ateliers, por ali passaram Antero de Quental e o escultor Francisco Franco, entre o final do século XIX e o início do século XX, Nikias Skapinakis, entre 1956 e 2015, e por lá passaram Sá Nogueira e Bartolomeu Cid dos Santos ("refúgio e mansões de trabalho de pintores e escultores", como referiu Fernando Madaíl no DN, em 2008);
Considerando que isso mesmo releva do articulado do Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE), em vigor, designadamente ao referir-se-lhe como “bem com valor arquitectónico e ambiental cuja preservação se pretende assegurar” e onde “qualquer intervenção deve visar a preservação das características arquitectónicas do edifício”, sendo apenas permitidas “obras de reabilitação e de ampliação, desde que aceites pela estrutura consultiva”;
Considerando que a Vila Martel se encontra habitada e está em razoável estado de conservação, e que tudo quanto acaba de ser referido deixará de existir se o referido PIP for aprovado pela CML;
Apelamos à Câmara Municipal de Lisboa, à Assembleia Municipal de Lisboa e à Direcção-Geral do Património Cultural, para que REPROVEM este pedido de informação prévia, façam CUMPRIR o Plano Director Municipal e o regulamento do PUALZE.
QUEREMOS UMA VILA MARTEL QUE PRESERVE E CONTE A SUA HISTÓRIA!
Assine por favor a PETIÇÃO e divulgue-a. Obrigado.
SUBSCRITORES
4 comentários:
Pergunto-me para que querem preservar uma aldeia saloia perdida nas colinas e da qual ninguém nunca ouviu falar, e onde ninguém mora. É só o fetiche de tudo embargar?
Filipe, obrigado por ter estado presente.
Sabemos que mudou de opinião.
Um dia destes vai voltar sozinho à Rua das Taipas nº. 55 e refletir sozinho, de que afinal os artistas portugueses que por ali estiveram foram vultos importantes da cultura portuguesa.
Filipe, o respeito que tem por si irá decerto faze-lo perceber melhor porque defendemos Lisboa.
Por acaso mora lá gente, Filipe. E gostam muito de lá morar. Esses comentários são só para espalhar brasas.
O hotel é um autêntico mostrengo. Basta dar uma "perninha" ao Jardim/Miradouro do Torel para ver o aspecto da "coisa" e a sua completa falta de diálogo, e relação, com a arquitectura envolvente. Parece que largaram um bloco monolítico no topo Colina. Já para não falar do futuro auditório da Santa Casa, do barrigudo, que promete homenagear as velhinhas televisões Trinitron.
Pobre 7ª Colina..
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