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19/06/2009

"CALOR" - O Fim










Acreditámos que a sua morte anunciada, poderia estar mais longe do que pensáramos...

Afinal, a casa que outrora pertenceu aos irmãos Serpa, os famosos hoquistas, tombou hoje, dia 19 de Junho de 2009.

No seu lugar aparecerá, certamente, mais um prédio a inundar a Benfica antiga, que é pena não ser melhor preservada, à semelhança do que alguns têm feito.




Considerando (para quem desconhece a freguesia de Benfica):



A freguesia de Benfica, à semelhança de outras freguesias de Lisboa, é ainda constituída por um núcleo histórico, datando do século XIX, o qual se estende desde o Largo Ernesto da Silva, passando pelos edifícios remanescentes da antiga Quinta do Tojalinho, nas traseiras da Igreja de Benfica, prolongando-se em seguida pela Rua Ernesto da Silva.

Alguns destes edifícios encontram-se incluídos no "Inventário Municipal de Património" da Câmara Municipal de Lisboa (vide in págs. 113 e 114) - ou seja, apesar de não serem pertença do município, são considerados exemplares arquitectónicos históricos dignos de importância (entre os quais se incluêm, a título de exemplo, o Pátio Ripamonti e a Vila Ana e Vila Ventura).

No que diz respeito ao caso concreto do edifício mencionado no presente post, o mesmo não se encontrava incluído nesse Inventário, tal como a casa térrea ao lado da que foi demolida (foto nº 2) e a casa de dois andares nas suas traseiras (foto nº 3 - por sinal, foi nesta casa que viveu o patriarca dos Lobo Antunes - bisavô da geração actual -, antes de se ter mudado para esta outra - verificar informação mais detalhada nesta entrevista) também não se encontram.

No entanto, à semelhança do que felizmente já vai sendo feito em alguns pontos desse núcleo mais antigo de Benfica, talvez, fosse interessante que estes conjuntos habitacionais fossem preservados e mantidos (como forma de perpetuar a história de Benfica), podendo mesmo ser utilizados para serviços comunitários (como Bibliotecas, Centros de Dia, Creches, etc.).





22/10/2008

PSD obriga Costa a fazer regulamento das casas

In Diário de Notícias (22/10/2008)
FRANCISCO ALMEIDA LEITE

«Lisboa. Moção aprovada na Assembleia Municipal
António Costa foi ontem intimado pela Assembleia Municipal de Lisboa (AML) a entregar um regulamento sobre a atribuição de património disperso na capital. A bancada do PSD na AML foi a autora da moção, que acabou por ser aprovada com os votos favoráveis de todas as forças políticas, à excepção do PS, que votou contra. (...)»

08/10/2008

AML quer ver lista de casas atribuídas pela autarquia

In Público (8/10/2008)

«Os líderes das bancadas municipais do PSD e do Bloco de Esquerda exigiram ontem na assembleia municipal (AML) a divulgação da lista de casas atribuídas pela autarquia.
O deputado social-democrata Saldanha Serra questionou o socialista António Costa por que motivo "não divulga a lista das pessoas que têm casa da Câmara Municipal de Lisboa". O presidente da autarquia pediu na semana passada um parecer à Comissão Nacional de Protecção de Dados sobre a possibilidade de divulgar a lista do património municipal disperso, quem o ocupa e as rendas praticadas. Porém, o líder da bancada do PSD considerou que o pedido de parecer à comissão "é excessivamente cauteloso e mesmo desproporcionado, numa situação em que está em causa a utilização de património municipal".
Também Heitor de Sousa (BE) pediu a divulgação de "quem beneficiou, quando beneficiaram e durante quanto tempo beneficiaram e a assunção de responsabilidades por quem tem a obrigação de as fazer". O deputado defendeu ainda a "divulgação imediata e integral da listagem" destas habitações. "Porque é que o presidente há um ano e três meses e a vereadora da Habitação há um ano e três meses ainda não tomaram medidas para regulamentar de vez esta situação?", questionou Carlos Barroso, deputado do CDS-PP.
António Costa, na sessão destinada a debater o Estado da Cidade, anunciou que o novo Plano Director Municipal será apresentado em Março do próximo ano. O presidente da câmara desafiou a assembleia a aprovar o PDM e a não o adiar como já fez com outras medidas do PS. A construção do "grande interceptor entre Alfama e o Cais do Sodré que vai permitir finalmente que a totalidade do esgoto da cidade de Lisboa tenha tratamento" foi outra obra assegurada por Costa, que viu a oposição lamentar a forma como a Liscont, detida pela Mota-Engil, administrada pelo socialista Jorge Coelho, vai beneficiar com o alargamento do terminal de contentores de Alcântara. PÚBLICO/Lusa »

01/10/2008

Pactos de silêncio

«Por Mário Crespo


No Outono de 1989 conduzi na RTP os debates entre os candidatos a Lisboa. O grande confronto foi PS/PSD. Duas candidaturas notáveis. Jorge Sampaio, secretário-geral, elevou a política autárquica em Portugal a um nível de importância sem precedentes ao declarar-se candidato quando os socialistas viviam um dos seus cíclicos períodos de lutas intestinas. O PSD escolheu Marcelo Rebelo de Sousa.

No debate da RTP confrontei-os com a fotocópia de documentos dos arquivos do executivo camarário do CDS de Nuno Abecassis. Um era o acordo entre os promotores de um enorme complexo habitacional na zona da Quinta do Lambert e a Câmara. Estipulava que a Câmara receberia como contrapartida pela cedência dos terrenos um dos prédios com os apartamentos completamento equipados. Era um edifício muito grande, seguramente vinte ou trinta apartamentos, numa zona que aos preços do mercado era (e é) valiosíssima. Outro documento tinha o rol das pessoas a quem a Câmara tinha entregue os apartamentos. Havia advogados, arquitectos, engenheiros, médicos, muitos políticos e jornalistas. Aqui aparecia o nome de personagem proeminente na altura que era chefe de redacção na RTP.

A lista discriminava os montantes irrisórios que pagavam pelo arrendamento dos apartamentos topo de gama na Quinta do Lambert. Confrontados com esta prova de ilicitude, os candidatos às autárquicas de 1989 prometeram, todos, pôr fim ao abuso. O desaparecido semanário Tal e Qual foi o único órgão de comunicação que deu seguimento à notícia. Identificou moradores, fotografou o prédio e referiu outras situações de cedência questionável de património camarário a indivíduos que não configuravam nenhum perfil de carência especial. E durante vinte anos não houve consequência desta denúncia pública.

O facto de haver jornalistas entre os beneficiários destas dádivas do poder político explica muito do apagamento da notícia nos órgãos de comunicação social, muitos deles na altura colonizados por pessoas cuja primeira credencial era um cartão de filiação partidária. Assim, o bodo aos ricos continuou pelas câmaras de Jorge Sampaio e de João Soares e, pelo que sabemos agora, pelas câmaras de outras forças partidárias. Quem tem estas casas gratuitas (é isso que elas são) é gente poderosa. Há assessores dispersos por várias forças políticas e a vários níveis do Estado, capazes de com uma palavra no momento certo construir ou destruir carreiras. Há jornalistas que com palavras adequadas favoreceram ou omitiram situações de gravidade porque isso era (é) parte da renda cobrada nos apartamentos da Quinta do Lambert e noutros lados. O silêncio foi quebrado agora que os media se multiplicaram e não é possível esconder por mais vinte anos a infâmia das sinecuras. Os prejuízos directos de décadas de venalidade política atingem muitos milhões.

Não se pode aceitar que esta comunidade de pedintes influentes se continue a acoitar no argumento de que habita as fracções de património público "legalmente". Em essência nada distingue os extorsionistas profissionais dos bairros sociais das Quintas da Fonte dos oportunistas políticos que de suplicância em suplicância chegaram às Quintas do Lambert. São a mesma gente. Só moram em quintas diferentes. Por esse país fora



In Jornal de Notícias

20/03/2007

Casas de Wenceslau de Moraes e de Rafael Bordalo Pinheiro

Numa altura em que

1 se tornou óbvia a necessidade de preservar as casas onde moraram grandes vultos da cultura portuguesa;

2 em que está a ser elaborado um Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE);

3 em que o Turismo Cultural é considerado estratégico para a cidade de Lisboa,

propõe-se à Câmara Municipal de Lisboa que elabore um projecto de reabilitação, valorização e divulgação das casas onde nasceram Wenceslau de Moraes e Rafael Bordalo Pinheiro.

Propõe-se ainda que essas casas sejam integradas em roteiros Turístico-Culturais que englobem, designadamente, o património mais significativo existente no Largo de S. Domingos, nas ruas das Portas de Santo Antão, S. José e S. Marta, e ainda o Elevador do Lavra e o Jardim do Torel.


Casa de Wenceslau de Moraes


A casa onde Wenceslau de Moraes nasceu em 1854, situada na rua Cruz do Torel, nr.4 é, desde há muito, ponto obrigatório de visita da esmagadora maioria dos turistas oriundos do Japão. Apesar do interesse que, à partida, este local desperta, a visita é decepcionante, já que o edifício está muito descaracterizado e, à excepção de uma lápide colocada pelo Rotary Club, nada existe neste local que lembre esse grande vulto da cultura portuguesa que promoveu de forma exemplar a amizade e o conhecimento entre o Oriente e o Ocidente e “cujo pensamento político e económico antevia as alterações que se verificaram muito mais tarde, ao longo do século XX, e a emergência do Japão dentro da comunidade dos grandes países.” A reabilitação/valorização/divulgação desta casa será, sem dúvida, uma mais valia em termos de oferta cultural para a cidade e dará continuidade ao projecto das Comemorações dos 150 anos do nascimento de Wenceslau de Morais, que se realizaram em 2004, por iniciativa do Instituto Camões.


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Casa de Rafael Bordalo Pinheiro


A casa onde nasceu Rafael Bordalo Pinheiro em 1846 situa-se no nr. 47 da Rua da Fé. Uma lápide, de iniciativa camarária, assinala o facto, no entanto, a casa encontra-se profundamente degradada. A reabilitação/valorização/divulgação desta casa seria, sem dúvida, o culminar do extenso programa de acções, levado a cabo em 2005 pela Câmara Municipal de Lisboa, para comemorar o primeiro centenário da morte de “uma mas figuras nacionais mais marcantes da segunda metade do século XIX”.


Ana Alves de Sousa