22/12/2009
LISBOA É...
Orçamento Participativo 2010
A Câmara Municipal de Lisboa (CML) foi alertada por cidadãos participantes na 1ª fase do Orçamento Participativo (OP) para a existência de propostas apresentadas nesta fase que não surgiram na lista de projectos colocados à votação.
Analisadas as situações identificadas, foi detectada uma avaliação inadequada por parte dos serviços da CML relativamente a algumas propostas apresentadas, que teriam condições para virem a ser transformadas em projectos e colocadas à votação.
Face a esta situação e porque entende que o orçamento participativo é um processo emblemático de participação dos cidadãos na vida da cidade que deve ser credível e transparente, a CML decidiu, no dia 18 de Dezembro, anular a 2ª fase do OP.
O objectivo é colocar novamente à votação dos cidadãos de Lisboa a lista de todas as propostas apresentadas que cumpram os critérios previamente definidos.
Apresentamos as nossas desculpas pelo sucedido e convidamo-los, desde já, a participar na votação de projectos que decorrerá no período entre 30/12/2009 a 15/01/2010.
Com os melhores cumprimentos,
A Equipa do Orçamento Participativo
P.S. Pela parte que nos toca, desculpas aceites. Siga em frente.
Prédio do Hot Clube de Portugal ardeu
“Eram cerca de 3h00 quando vi uma nuvem de fumo e alertei os bombeiros”, conta Vasco Morgado jr, que mora no prédio contíguo. “O fogo começou na cobertura do edifício e veio por ali abaixo”.
À excepção do Hot Clube, de um restaurante e de uma tertúlia, que funcionavam entre o rés-do-chão e a cave, o edifício não tinha mais ocupantes, encontrando-se devoluto nos andares superiores.
Ignora-se a origem das chamas, embora seja possível que sem-abrigo se tenham introduzido de forma clandestina no prédio, entrando pelas traseiras.
Red Bull Air Race justifica mudança para o Tejo com "limitações naturais" no Douro
Por Luís Filipe Sebastião
«Responsável da prova aponta outra razão para a procura de novas localizações: o "sucesso futuro" do próprio campeonato, levando em conta o rápido crescimento da corrida aérea
A mudança da Red Bull Air Race para o rio Tejo ficou a dever-se a "limitações naturais" no Porto e em Gaia, que condicionavam o desenvolvimento técnico desta prova aérea, explicou ontem Bernd Loidl, presidente executivo da empresa que organiza a competição.
A zona ribeirinha de Lisboa, adiantou o responsável da Red Bull Air Race GmbH, "tem para oferecer uma área completamente diferente para a corrida, com um espaço amplo no estuário do Tejo, o que permitirá desenhar e proporcionar aos pilotos um traçado extremamente exigente".
É neste contexto que a organização da prova entende que, na perspectiva do campeonato aéreo programado para 2010, as cidades do Porto e de Gaia apresentam "limitações naturais que não se ajustam aos moldes deste desporto". Isto porque a organização tem procurado desenvolver, com a Federação Aeronáutica Internacional, os percursos de acordo com as capacidades dos pilotos e a evolução técnica dos aviões. Ou seja, no Douro o percurso implicava manobras em altura, enquanto no Tejo será também possível realizar acrobacias na horizontal.
Nesse sentido, Bernd Loidl esquivou-se a admitir se os aviões Edge 540 voltarão a rasgar, com velocidades superiores a 370 quilómetros por hora, o céu sobre o Douro, preferindo ver como corre a prova no estuário do Tejo. E avisa que a empresa "tem sido contactada por muitas cidades interessadas em receber a corrida".
Seis empresas consultadas
O primeiro fim-de-semana de Setembro vai receber a derradeira prova do Red Bull Air Race. Durante sexta-feira, sábado e domingo uma dezena e meia de pilotos vão fazer acrobacias num percurso balizado por pilaretes insufláveis com 20 metros de altura, entre a Ponte 25 de Abril e a Torre de Belém. De acordo com o contrato assinado com a Associação de Turismo de Lisboa, serão criadas zonas de observação para no mínimo 100 mil espectadores e criada uma pista com hangares no terrapleno de Algés, para a logística e a aterragem e descolagem de aeronaves.
Vitor Costa, director-geral do Turismo de Lisboa, reafirmou que partiu da empresa o interesse em realizar a prova no Tejo e que os 3,5 milhões de euros a pagar à organização se justificam pelo impacte no sector hoteleiro e projecção da imagem turística da região. A título de exemplo, referiu que só as quatro centenas de pessoas envolvidas na prova representam dois milhões de euros para a hotelaria.
O Turismo de Lisboa lançou um concurso junto de seis empresas de marketing e eventos - Realizar, Ativism, Omnicom Media Group, PA Leading, Euro RSCG e João Lagos Sports - para até 18 de Janeiro apresentarem propostas de patrocínios que totalizem no mínimo 2,5 milhões de euros. Ao montante das empresas devem juntar-se 500 mil euros do Turismo de Portugal, verba idêntica ao apoio atribuído à ultima edição da prova no Porto e em Gaia.
Na apresentação da prova, no Turismo de Lisboa, Isaltino Morais mostrou-se confiante na mais-valia do evento para a Área Metropolitana de Lisboa, mas notou que "a participação da Câmara de Oeiras não se faz contra ninguém". O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, também frisou que a corrida não deve dividir o país e voltou a reafirmar a disposição para que a prova se realize "sequencialmente ou alternadamente" no Tejo e noutras cidades portuguesas.»
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A mim pouco me dá se a Red Bull Air Race vem ou não para Lisboa (não tomo o líquido nem gosto por aí além de malabarismos aéreos - nesse campo prefiro os trapezistas, "amadores" ou profissionais, tanto faz), mas não deixo de achar esquisito o seguinte:
- Que se gaste 3,5 M€ com esta prova (não sei quanto custaram ao Porto as outras edições mas imagino...);
- Que Lisboa faça "entente" com uma autarquia liderada por um condenado;
- Que Lisboa e Porto concorram entre elas quando deviam concorrer com Madrid e Barcelona ou Valência, por exemplo.
Arquitecto holandês quer praça subterrânea na colina do castelo
«Lieuwe Op"t Land idealizou um grande átrio debaixo da terra encimado por uma cúpula gigantesca, com lojas, restaurantes e elevadores para o castelo de S. Jorge
Um projecto de risco com custos exorbitantes
Um arquitecto holandês propôs à Câmara de Lisboa a construção de uma grande praça subterrânea e de elevadores em fossos escavados na rocha, no interior da colina do Castelo de S. Jorge, em Lisboa, como solução urbanística para o acesso da Baixa ao monumento.
Numa publicação que entregou por sua iniciativa na autarquia lisboeta, e a que a agência noticiosa Lusa teve acesso, o arquitecto de 86 anos Lieuwe Op"t Land, radicado em Portugal, defende a construção de um átrio subterrâneo ao nível da Baixa, por baixo do castelo, comunicando com este através de elevadores.
Além da construção de um grande átrio no interior da colina, encimado por uma cúpula de 20 mil metros quadrados de área, o arquitecto sugere que a rocha seja perfurada com furos verticais para aí serem montados vários elevadores, não só para visitantes e habitantes como também para o transporte de mercadorias.
Lieuwe Op"t Land propõe que este átrio seja "um local de encontro e de convívio social", com uma estação de metro, lojas e restaurantes em redor dos acessos aos elevadores. E planeou um túnel para o ligar ao Martim Moniz, com entrada pelo antigo Salão Lisboa. O projecto prevê a retirada de um milhão de metros cúbicos de terra da colina. O arquitecto, que reside na Ericeira, faz depender a viabilidade desta ideia de estudos geológicos destinados a determinar se existem condições de segurança, nomeadamente em termos de solidez da rocha, que permitam executar a obra. Mas considera esta uma solução arquitectónica exequível, graças às técnicas modernas da engenharia. Por decorrerem no subolo, estas obras não iriam trazer transtornos para os moradores nem fechar temporariamente o castelo, argumenta.
A Câmara de Lisboa confirmou ontem ter recebido a sugestão de Lieuwe Op"t Land, mas esclareceu desde logo que não a aproveitará. Quer pelos custos e pelos riscos a ela associados, quer porque está a preparar uma outra solução que passa pela colocação de escadas rolantes e elevadores dentro de dois edifícios já existentes, um prédio na Rua dos Fanqueiros e o mercado do Chão de Loureiro. A obra não ficará pronta antes do final de 2010. PÚBLICO/Lusa»
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A ideia de aproveitamento da rocha por debaixo do castelo, mais precisamente por baixo do terreiro da estátua a D.Afonso Henriques, não é nova.
Com efeito, já dois dos nossos colunistas o tinham feito, os Arq. Alves Coelho e Arq. Formozinho Sanchez, há anos, respectivamente, por perfuração do maciço logo à entrada da R. Costa do Castelo, depois das escadinhas do Chão de Loureiro, e por perfuração da rocha, junto ao terreno vazio (e, aparentemente, sem dono), defronte à porta do Chapitô.
Compreende-se a ideia: para se ter um acesso facilitado ao Castelo (monumento, bairro, freguesia) desde a Baixa, não chegam os elevadores e escadas-rolantes dentro de prédios, desde a Rua dos Fanqueiros até Chão do Loureiro e daqui à Costa do Castelo. Falta o resto.
Só que o resto é perigoso, muito caro e envolveria um projecto muito demorado com todo o transtorno que daí adviria. Por isso, acho que é melhor deixarmos o último troço de acesso ao cimo do monte para as ... pernas. É um óptimo exercício.
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Por outro lado, há sempre a tentação de intervir do lado do Martim Moniz. Por isso o estapafúrdio elevador de João Soares. Também aqui a solução poderia passar por percursos complementares de elevadores e escadas rolantes em prédios e terrenos municipais, embora já sejam poucos. Mas ainda há essa possibilidade: facilitar as pessoas a subirem até à Rua Costa do Castelo, mais uma vez. Além disso o Teatro Taborda agradeceria.
Contudo, o melhor meio de acesso "lá acima" desde o Martim Moniz continua a ser o eléctrico. Que se tirem de vez os carros que impedem a circulação dos eléctricos. Que as carreiras sejam mais frequentes.
Nota: Esta notícia também foi publicada no DN.
Lisboa quer poupar dois milhões até 2013 na eficiência energética
«A Câmara de Lisboa faz hoje o balanço de um ano da Estratégia Energético-Ambiental que definiu para a capital e apresenta novas medidas que, na área da eficiência energética, permitirão poupar cerca de dois milhões de euros
Só com as novas medidas que a autarquia prevê lançar ao nível da iluminação pública e dos semáforos a autarquia prevê evitar a emissão de mais de oito mil toneladas de CO2 todos os anos.
Numa conferência nos Paços do Concelho, que contará com a participação do presidente da autarquia, dos vereadores do Ambiente, Sá Fernandes, e da Mobilidade, Nunes da Silva, além do presidente da Lisboa E-Nova, serão apresentadas novas medidas nas áreas da recolha selectiva e limpeza urbana, redução do consumo de energias primárias e estrutura ecológica, com a criação de mais corredores verdes.
Na área da mobilidade a aposta vai para as zonas onde a velocidade é limitada a 30 quilómetros por hora, um conceito já em prática na capital, e para a aplicação de um tarifário diferenciado nos parques de estacionamento da EMEL para desincentivar o uso do automóvel no centro da cidade.
Será igualmente abordado o plano para redução do trânsito de atravessamento na Avenida da Liberdade para diminuir os níveis de poluição encontrados naquela zona da capital.
Esta iniciativa surge como a resposta de Lisboa às negociações conseguidas em Copenhaga, na Cimeira do clima, que terminou no final da semana passada.
A Estratégia Energético-Ambiental para Lisboa foi aprovada em 2008 e, na altura, definia como metas, entre outras matérias, a redução em 8,9 por cento do consumo de energia primária (relativamente a 2002) e da média anual de 1,85 por cento, através de uma actuação prioritária no sector dos edifícios e transportes rodoviários.
Contudo, a Câmara Municipal definiu para si própria metas mais ambiciosas, com uma redução anual de consumo de energia na ordem dos 1,95 por cento para conseguir uma diminuição global de 9,4 por cento até 2013.
No consumo de água a redução definida é de 7,8 por cento relativamente a 2004 e nas perdas uma diminuição de 15,6 por cento.
No sector dos materiais, a recolha selectiva, que em 2006 representava 0,15 tonelada/habitante deverá atingir as 0,19 toneladas/habitante em 2013, ou seja, um aumento de 29 por cento.
Lusa / SOL »
Fogo destruiu cobertura de prédio devoluto
«Um incêndio destruiu a cobertura de um prédio devoluto na Praça da Alegria, durante a madrugada.
O incêndio teve início pelas 03:22h e foi dado como extinto às 05:27h, disse à Agência Lusa fonte dos Sapadores de Bombeiros de Lisboa.
No combate às chamas estiveram 40 homens, com o apoio de 11 viaturas, pormenorizou a fonte, adiantando que as equipas dos Sapadores ainda se encontravam no local cerca das 07:30h, em acções de rescaldo.
A fonte dos Sapadores adiantou que a origem do incêndio é desconhecida e que o prédio estava desabitado à excepção do rés-do-chão, onde funciona um restaurante. »
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É impressionante o número de fogos "espontâneos". Cada vez há mais. Trata-se do melhor meio para ver aprovados projectos de alterações, ampliações e construções novas nos centros históricos das nossas cidades. Sempre impunemente, portanto.
Mas não há quem ponha fim a isto? (Cont.)
Ao fim de 6 meses (seis meses) a CML encontrou uma solução: colocou um sinal de Paragem Proibida.
Eu tenho de confessar a minha perplexidade envergonhada: não consigo encontrar uma explicação para esta solução. Ou melhor, encontro várias, mas nenhuma delas me satisfaz inteiramente: pensamento mágico; incompetência; "marimbismo"; negligência.
Até um marciano conhece o respeito que a sinalização vertical suscita nos automobilistas lisboetas, certos que estão da impunidade. Seria portanto mais ou menos óbvio para qualquer pessoa que os automóveis continuariam a estacionar onde sempre o fizeram - as consequências são exactamente as mesmas: isto é, nenhumas para os condutores e aborrecidas para os peões com dificuldades. Infelizmente, essa evidência não se estende à ou às pessoas que na CML optaram por sinalização em vez de um impedimento físico de estacionar: e eu confesso-me envergonhado, pois não encontro uma explicação satisfatória.
Auto-flagelação da Carris?
É óbvio que a principal causa das baixas velocidades de exploração - que também levam à baixa frequência dos autocarros - é o excesso de automóveis a circular, mas quando um autocarro é obrigado a parar ainda mal arrancou, não pode haver milagres. No fundo parece-me ser reflexo da aversão a andar a pé mais de uma centena de metros que existe entre nós.
Câmara de Lisboa forçada a adiar votação
A Câmara de Lisboa adiou a votação dos projectos do Orçamento Participativo depois de detectar que 40 propostas apresentadas pelos cidadãos não tinham sido consideradas pelos serviços camarários, explicou o presidente daquela autarquia, António Costa, refere a Lusa.
«Houve um serviço que não fez sequer o tratamento das propostas e estas não foram incorporadas. É inadmissível e tem de o fazer agora. Houve outros serviços que excluíram projectos com fundamentos que não entendemos como aceitáveis. (¿) Em Janeiro vamos votar não só os projectos que já estavam para votação como cerca de 40 ideias que não foram consideradas», explicou António Costa, à margem de uma conferência de imprensa sobre a corrida Red Bull Air Race.
Questionado sobre se temia que este tipo de falhas do serviço desprestigiasse o orçamento participativo, o autarca respondeu que foi «exactamente por isso que adiaram a votação».
«O orçamento participativo assenta na confiança das pessoas e se as pessoas vêm que as suas propostas não são tidas verdadeiramente em conta sentem-se frustradas e não acreditam neste processo. Foi por isso que não deixamos passar em branco», afirmou António Costa.
A votação das propostas dos cidadãos de Lisboa vai decorrer entre 30 de Dezembro e 15 de Janeiro.
Este é o segundo ano em que a capital apresenta um orçamento participativo e no último dia de apresentação das propostas dos cidadãos 721 pessoas registaram-se on-line e inscreveram 296 projectos.
Em 2010, a fatia do orçamento dedicada aos projectos decididos pelos munícipes mantém o montante de cinco milhões de euros reservado em 2009, cerca 5,4 por cento do orçamento de investimento anual da autarquia.
Via http://www.tvi24.iol.pt
21/12/2009
FELIZ NATAL LISBOA
Carruagens revelam meio século de Metro
A mostra intitula-se "50 anos a transportar Lisboa - Uma viagem no tempo" e foi montada nas duas primeiras carruagens "ML7" que circularam na rede do Metropolitano de Lisboa (ML) há 50 anos.
A inauguração está marcada para as 17.30 horas de hoje, na estação Cais do Sodré, seguindo-se, a partir das 19 horas, um concerto de gala pela Lisboa Film Orchestra, que tocará em exclusivo bandas sonoras cinematográficas de renome.
A partir de amanhã, as duas carruagens poderão ser visitadas na estação Alvalade, entre as 10 e as 19.30 horas, todos os dias, até 15 de Janeiro. Trata-se de mais um evento incluído nas comemorações para assinalar o 50º aniversário da inauguração do ML.
Uma das atracções da exposição será o filme realizado por Artur Duarte, precisamente em 1959 - ano da entrada em funcionamento do ML - , e que serviu para explicar aos futuros clientes como funcionava e como utilizá-lo.
O filme foi encomendado pelo administração do ML à Tóbis e foi exibido, no dia 15 de Novembro desse ano, nas salas do S. Luís, Alvalade, Tivoli, Condes, Éden e Monumental. No filme, Artur Agostinho servia de cicerone a um jovem casal, interpretado pela actriz estreante Gina Maio e o já falecido antigo jogador de futebol do Benfica Francisco Calado.
Como complemento ao filme, a empresa distribuiu milhares de desdobráveis intitulados "Manual do Passageiro", através do qual, com recurso a pequenos textos e imagens, explicava como interpretar a sinaléctica existente nas estações e nos comboios, como adquirir os bilhetes e que cuidados de segurança a ter.
Durante a fase de obra, tinham também sido distribuídos uns folhetos intitulados "Manual do Mirone", tal a curiosidade dos lisboetas face aos trabalhos de construção e o número de pessoas que diariamente espreitava pelas janelas feitas propositadamente nos tapumes dos estaleiros .
Exemplares destes dois manuais estarão também expostos nas carruagens, bem como outros documentos originais, diversas fotografias que ilustram as várias fases pelas quais passou ML, o fardamento utilizado pelos funcionários e antigos equipamentos.
In JN
Intendente, Projecto de reabilitação deve avançar
«O Largo do Intendente tem de ser recuperado, reabilitado e repovoado, para que o tráfico de droga, os toxicodependentes e os roubos desapareçam dali. O remédio para a doença é receitado pelo presidente da Junta de Freguesia dos Anjos, João Grave, frisando que, "se não houver intervenção, acaba por suceder o mesmo que aconteceu na Baixa. Fica tudo vazio sem moradores e os prédios desabitados degradam-se muito mais depressa". Revelou ao DN que "há uma candidatura para fundos destinados à reabilitação do espaço público do Largo do Intendente, num projecto que ficará concluído até 2012". "Há uma tendência para que se faça a reabilitação e a repovoação do Intendente e que isso afastará a toxicodependência dali. Espero que isso se concretize num prazo de cinco anos", admitiu o autarca. "A médio prazo, esta zona será de grande desenvolvimento imobiliário, pois até tem uma rede de transportes muito boa, tem comércio, serviços, restauração e tem muito boa localização. É muito central", salienta João Grave. Recorda que "em 2003 e 2004 fez-se uma intervenção no Largo do Intendente e foram retiradas camionetas que serviam para ocultar tráfico e consumo de droga.»
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Não é só a chaga do Intendente que tem de ser tratada, é todo o eixo da Almirante Reis e respectivas transversais, a começar pela zona do Conde de Pombeiro, de um lado, e do Bairro das Colónias, do outro, esse bairro que já devia ser classificado como de interesse municipal/público.
Perguntinha da praxe: que é feito da "mega-empreitada" anunciada aos quatro ventos por PSL, supostamente concebida por eminentes professores da Independente? Eis um processo que passou despercebido à sindicância.
Alunos criticam estacionamento excessivo no IST
«O Instituto Superior Técnico (IST), uma das "escolas de referência de urbanismo e transportes em Portugal", dá o mau exemplo ao permitir estacionamento excessivo e em cima dos passeios dentro da instituição. Esta é a opinião de três alunos do IST que dirigiram uma carta aberta a António Serra, presidente do conselho de gestão do IST.
Tiago Carvalho, Filipe Beja e Rosa Félix estão preocupados com a "mobilidade sustentável" no campus da Alameda, que tem cerca de 750 lugares de parque, e não compreendem como é que aquela escola superior pode "manter um estacionamento quase gratuito dentro do campus e em interferência com os peões".
Os alunos querem fomentar a "adopção de transportes públicos", sugerindo uma tarifa de acordo com "o custo do estacionamento" em Lisboa. "A sensibilização e a educação para uma política de transportes públicos não devem apenas existir dentro das salas de aulas", dizem. I.M.S.»
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Realmente, já não bastava o IST ter construído duas torres de vidros, totalmente ilegais, diga-se, para os seus darem o mau exemplo, atolhando os já reduzidos espaços públicos do que resta do belo projecto original do Técnico com carros, onde, por acaso, se lecciona, e bem, em prol do uso do transporte público.
Aquilo que faz falta ao "Zé"
Com efeito, aquilo a que se assistiu no séc. XX, com o aparecimento da World Wide Web, representa em autonomização e individualização da capacidade de manifestação de ideias, algo só comparável à "revolução de Gutenberg", cuja invenção da impressão mecânica libertou a palavra escrita do domínio absoluto da Igreja, e levou à revolução protestante.
Portanto, tal como então, o "génio está fora da garrafa", mas agora à velocidade do clique, e não há maneira de o controlar.
Perante a crise acentuada de credibilidade que os políticos vivem, os portugueses emanciparam-se, passaram à segunda plataforma do processo de manifestação e participação democrática, e transformaram-se na sociedade civil, munidos de uma arma e espaço impossível de controlar. A Internet.
Hoje em dia, independente-mente dos seus antecedentes ideológicos e das convicções políticas presentes, os cidadãos encontram-se no "fórum" de manifestação cívica, unidos apenas pelos temas de intervenção.
Ora, o fenómeno "Zé" constitui um evidência de tal forma explícita da conspurcação deste processo, que se torna quase num mistério. Ele, por si só, não merece a nossa atenção, mas apenas porque é um eleito que se revela prisioneiro do mecanismo "politiqueiro" e, portanto, capaz de causar destruição.
Vindo da democracia participativa, paladino de causas, representante da sociedade civil e da cidadania, o "Zé" teve uma evolução e demonstrou uma capacidade de adaptação ao jogo maquiavélico da "politiqueira", com "tiques" que ultrapassaram a velocidade dos "cliques" internéticos.
Assim, neste último caso do Jardim do Príncipe Real, foi revelado um tal autismo, um tal cultivo do vago e impreciso, um tal desprezo pelos eleitores, atingindo o seu ponto culminante na trapalhada de esclarecimentos ilustrada pelo artigo do PÚBLICO da autoria do José António Cerejo, incluindo "manobras" e "teses" paralelas de assessor e improvisação de licenciamentos, que poderemos considerar que foi já atingido o estado "adulto" da "politiqueira".
Ora isto, na área dos espaços verdes torna-se particularmente grave, especialmente quando se trata de um todo, como no caso do Príncipe Real, indivisível, entre ideal paisagístico, conceito urbano e arquitectura.
Apesar de tardio no séc. XIX, o Príncipe Real representa o único exemplo em Lisboa do square à inglesa, com a respectiva english landscape no seu conceito de jardim.
Portanto, o que estamos à assistir, é à repetição da mesma atitude aplicada no edificado da Lisboa romântica, com a mesma destruição do património, agora vivo, em nome de um conceito vago de "requalificação".
Mas esta atitude também transporta em si, implícita e explicitamente, o "tique" do "quero, posso e mando", tratando os eleitores como atrasados mentais ou velhos do Restelo.
Perante isto, surge a World Wide Web como o espaço livre de acção e manifestação, através dos seus blogues, redes sociais e correio electrónico.
Assim, neste caso específico, no mesmo dia em que a quantidade de árvores a cortar, a sacrificar, passava "de seis e uma de grande porte" a 47, podia-se seguir na Net, a velocidade a que a sociedade civil, digeria o choque, reagia e se organizava...
Perante o argumento da presumível doença ou fraqueza estrutural das árvores, as explicações devem ser dadas antes do acontecimento e não durante a operação-relâmpago.
Perante o argumento das espécies invasoras, ter-se-á que ter em conta que estamos a lidar com entidades vivas... não se trata de objectos decorativos descartáveis. Uma árvore substituta levará quarenta anos a atingir o seu estado adulto.
Portanto, o "Zé", que se pretendia perfilar, agora, como paladino verde, não poderia também, no plano do simbólico ter escolhido pior momento para esta acção... o período em que o planeta tenta decidir sobre o seu sombrio destino ambiental em Copenhaga. Chegou portanto a altura de nos perguntarmos, não se "o Zé faz falta" mas o que faz falta ao "Zé"!
António Sérgio Rosa de Carvalho
Historiador de Arquitectura
In Público
20/12/2009
Querem fazer uma cidade por nichos
E se a cidade deixar de ter lotes e passar a ter clusters? Essa é a proposta do arquitecto de Joan Busquets para a área envolvente à Gare do Oriente.

A localização da estação de alta velocidade na Gare do Oriente é a grande "oportunidade" que justifica o Plano de Urbanização que Joan Busquets, considerado por muitos o pai da renovação urbana de Barcelona, está a desenvolver para a área entre os Olivais e o Parque das Nações, em Lisboa. Através de um modelo original que propõe a divisão da zona de intervenção em mais de uma dezena de "clusters",e da aposta na fixação de actividades inovadoras como a biotecnologia e as tecnologias de informação, o arquitecto ambiciona prolongar o "big bang" que considera ter sido a Expo-98.
A proposta de Joan Busquets, cuja versão preliminar já foi aprovada pela Câmara de Lisboa, assenta numa "estratégia dupla". Por um lado, a criação de "uma pequena downtown" em redor da estação ferroviária e, por outro, a organização do restante espaço como um "sistema de peças, os clusters, que têm a sua independência". Quem viver ou trabalhar na "downtown" , vai poder estabelecer a pé a relação com a Gare do Oriente. Nesta área, a habitação será claramente minoritária, representando apenas dez por cento da construção. Serão sobretudo lofts ou apartamentos de pequena tipologia. Predominantes serão os serviços e a hotelaria e comércio, numa definição alargada que inclui também restauração, espaços recreativos e salas de espectáculos ou de congressos.
Para peões e bicicletas
São 13 "clusters" (nichos) que o arquitecto propõe. Cada um deles terá habitação e serviços em pé de igualdade. Vinte por cento da área edificada será consagrada ao comércio e à hotelaria. "A cidade vai fazer-se por fragmentos", sintetiza Joan Busquets, explicando que, idealmente, não haverá mais do que três ou quatro proprietários no interior de cada um desses nichos, que serão autónomos mas terão comunicação entre eles.
O arquitecto e professor na de urbanismo quer que essa comunicação possa ser feita a pé ou em bicicleta. Daí que assuma, desde logo, o encargo de alterar profundamente a Avenida Infante D. Henrique, torná-la apetecível para os "edifícios de primeiro valor" que lá pretende instalar. Joan Busquets considera que "na história de Lisboa as avenidas são muito mal tratadas pelos carros". Por isso, quer arborizar e abrir a peões e ciclistas aquele que é o eixo central da área de intervenção deste plano de urbanização.
O arquitecto defende, ainda, que não há necessidade de fazer "grandes parques" entre os Olivais e o Parque das Nações. A sua aposta passa, antes, pela criação de pequenos espaços ajardinados no interior de cada cluster. Se por questões de segurança tal se vier a revelar desejável, Joan Busquets garante que é possível encontrar uma solução que permita fechá-los durante a noite.
A directora de Planeamento Urbano da Câmara de Lisboa, Teresa Almeida, lembra que a prática habitual é intervir na cidade a partir da sua divisão em lotes. Mas a filosofia que Busquets procura é diferente e, por isso, aquela responsável sublinha o carácter "inovador" desta estruturação do território em clusters. Aos 13 nichos já referidos, o arquitecto planeia juntar um último, singular pelo facto de ter como única proprietária a Empresa Portuguesa das Águas Livres. A expectativa da autarquia e também do autor do plano é que a zona junto à estação da alta velocidade tenha "capacidade de fixação de empresas e actividades".
Inspiração: 22@Barcelona
Joan Busquets foi beber inspiração ao projecto 22@Barcelona, que arrancou no início da década, com o objectivo de transformar os quase 200 hectares de solo industrial de Poblenou no distrito da inovação. No caso da zona oriental de Lisboa, a ideia é que as antigas zonas industriais dêem lugar a actividades emergentes.
O balanço oficial desse projecto catalão, publicado em Dezembro de 2008, diz que 1441 empresas estavam em vias ou já se tinham instalado naqueles 200 hectares. Daquele universo empresarial, cerca de 69 por cento pertenciam a um dos cinco sectores eleitos como estratégicos pela capital da Catalunha: media, tecnologias de informação e comunicação, tecnologias médicas, energia e design. O objectivo de Barcelona era criar 150 mil empregos, permitindo em simultâneo uma renovação urbana, económica e social.
É esta realidade que se pretende clonar em Lisboa, com a ajuda de uma estação onde convergem todos os meios de transporte, assinala João Busquets.
Na década de 1980, o arquitecto coordenou o Urbanismo de Barcelona. Baseado nessa experiência, sugere que a Câmara de Lisboa conceda benefícios fiscais às "actividades inovadoras".
Quanto à sempre controversa questão das cérceas, o arquitecto que, numa ocasião anterior já tinha adiantado que os edifícios previstos não teriam cérceas superiores às do vizinho Parque das Nações, garante: "Não vamos ter grandes alturas".
Teresa Almeida, por seu lado, explicou ao Cidades que não foram ainda fixados valores, mas sempre acrescenta que os prédios mais altos vão pontuar de forma regular o trajecto ao longo da Avenida Infante D. Henrique. Como é comum, os prédios mais altos serão as referências desse canal de circulação.
Projecto não é consensual
Apesar de considerar que está tudo ainda numa fase muito preliminar, Ruben de Carvalho, vereador da Câmara de Lisboa já tem "duas grandes objecções" à proposta de urbanização da área envolvente à Estação do Oriente, que foi apresentado na última quinta-feira, em Lisboa. Por um lado, o vereador comunista discorda da construção de edifícios em frente à gare, porque isso pode cortar as vistas para "o apeadeiro mais caro da Europa". Por outro lado, preocupa-o o futuro incerto das instalações camarárias na Avenida Infante D. Henrique, onde trabalham cerca de mil pessoas.
Ainda durante a campanha para as últimas eleições autárquicas, aquele vereador da CDU tornou públicas as suas reservas, explicando que aquelas instalações - onde funcionam as oficinas eléctricas e de reparação e manutenção da frota bem como os serviços de metrologia -, apareciam assinaladas a vermelho num documento distribuído numa reunião camarária de Setembro. O vermelho é uma das cores usadas para assinalar perigo; na legenda desse documento, correspondia a novos edifícios ou parcelas a construir.
Ruben de Carvalho continua hoje a questionar se há algum projecto de alienação destes terrenos, apesar de o presidente António Costa e o vereador Manuel Salgado terem sido "categóricos" ao afirmarem que nada estava previsto nesse sentido.
Praça subterrânea
Questionada pelo Cidades sobre o futuro dessas instalações nos Olivais, a directora municipal de Planeamento Urbano não foi clara. Teresa Almeida começou por dizer que não estava prevista qualquer deslocalização dos serviços camarários, mas depois acabou por admitir que a área que estes ocupam pode vir a diminuir para receber "outro tipo" de serviços.
Quanto ao surgimento de edificações em frente à Gare do Oriente, a responsável adiantou que serão "edifícios com alguma volumetria mas que deixam respirar a estação". E sublinhou que vai ser feita a "valorização" do alçado poente da infra-estrutura projectada por Santiago Calatrava, que hoje "é muito desinteressante".
Sobre a estação, Joan Busquets frisou que quer que ela constitua "um elemento central" e não "um elemento barreira", mas admitiu que o caminho de ferro pode ser "um grande obstáculo". Para o vencer, o arquitecto propõe que se dê "maior continuidade aos espaços inferiores" da Gare do Oriente, fazendo com que o nível subterrâneo deste equipamento como que "se converta numa grande praça que vai de um lado ao outro" da ferrovia.
Segundo informações da Câmara de Lisboa, a concretização deste plano de urbanização, cuja proposta final deverá estar concluída em Março de 2010, devendo depois ser remetida para discussão camarária, a cidade de Lisboa ganhará 4692 novos habitantes e dará emprego a 5309 pessoas.
Além da requalificação da Avenida Infante D. Henrique, outra das mais-valias que a autarquia associa ao projecto é a intervenção no degradado bairro municipal da Quinta das Laranjeiras.
Participação cívica: "Incomodem! Por que é que não incomodam mais?"
Envolvimento na resolução de problemas pode e deve ser maior, dizem entidades e especialistas
O alfinete de cabeça amarela mantém-se vai para dois meses espetado ao fundo da Rua do Alecrim, num mapa virtual de Lisboa povoado de pontinhos vermelhos.
Cada ponto representa uma queixa por resolver. "O local é crítico a nível de limpeza, mas é regularmente limpo", escreveram os serviços camarários, à laia de desculpa, numa nota anexa ao alfinete que teima em não passar a verde.
As centenas de transeuntes, muitos turistas incluídos, vindos do Chiado, todos os dias se deparam com o cenário de imundície quando desembocam no Cais do Sodré: latas de cerveja e de sangria, restos de lixo e um cobertor uns metros adiante, sinal de que alguém sem abrigo tomou como sua a zona defronte do prédio devoluto. A escassas centenas de metros do local, os serviços responsáveis pelo sistema de queixas on-line que recebeu a reclamação da Rua do Alecrim dizem que mantêm o sítio debaixo de olho. O queixoso escreveu que na zona convivem alegremente ratos e baratas.
Depois de uma fase em que era difícil aceder ao sistema de queixas on-line do Na Minha Rua - uma cópia do londrino Fix My Street -, as estatísticas começam a falar por si: em Outubro foram resolvidas 84 das 193 queixas recebidas; em Novembro 59 de 185; e já este mês foram solucionadas 19 reclamações das 73 que chegaram. Os buracos no asfalto e a falta de pintura das faixas de rodagem são das queixas mais frequentes.
Ângelo Mesquita, director municipal e responsável pelo serviço, admite que os números ainda não são satisfatórios. "Por vezes pedem-nos para limparmos prédios que são propriedade privada, o que só podemos fazer com uma ordem do tribunal. Também nos enviam reclamações cuja resolução é da responsabilidade de outras entidades..." Foi o que aconteceu esta semana, quando a zona da Avenida Almirante Reis ficou diversos dias sem iluminação pública: "A avaria era da EDP, mas foi à câmara que as pessoas se queixaram." E a autarquia não conseguiu acelerar a reparação da rede eléctrica, pelo que a rua ficou várias noites às escuras.
Falta interactividade
Um dos problemas do Na Minha Rua é a falta de interactividade: o munícipe pode ver se o alfinete virtual correspondente à sua queixa já passou a amarelo ou a verde, mas não há ninguém para o contactar ou dar explicações. "Às vezes, uma resposta em tempo é mais importante que uma solução fora de tempo. Sobretudo para encorajar o uso do direito de cidadania", observa o sociólogo Manuel Villaverde Cabral.
Mesmo sem ter olhado para o decréscimo do número de queixas diárias deste sistema - de 18 queixas diárias no mês de lançamento baixou para 12 neste momento -, Villaverde Cabral sabe do que fala quando usa o termo "entupimento". Os canais de reclamação existem mas são menos usados do que podiam ser, porque os cidadãos "antecipam o fracasso" das suas queixas e desistem antes mesmo de as apresentarem, habituados que estão a esse entupimento e à derrota na relação com quem pensa estar acima de si. "É o resultado de vários séculos de burocracias", considera.
Encarregue, juntamente com outras personalidades de prestígio, de gizar uma carta estratégica para Lisboa, o investigador do Instituto de Ciências Sociais João Seixas delineou diferentes formas de participação dos cidadãos na vida da maior cidade do país. Não descobriu a pólvora: em cidades como Paris funcionam, há algum tempo, os conselhos de cidadãos, grupos de munícipes que influem decisivamente na vida do seu bairro e da cidade. Nalguns casos são escolhidos para esta função de reflectir sobre os problemas da cidade através de sorteio. É o chamado "empowerment" cívico. "Permitir a participação dos cidadãos não é dar-lhes migalhas" de poder, frisa João Seixas. "E o seu aumento de poder não equivale a uma diminuição da responsabilidade dos eleitos."
Se se pensar que as cidades constituem um terreno privilegiado para a inovação democrática, a dimensão do desafio sobe de nível. Mas em Lisboa ainda há muito caminho a percorrer, como explica: "A cidade não detém uma comunidade política urbana consistente. As elites continuam pouco interessadas nas problemáticas da cidade."
Orçamento participativo
A criação, na autarquia, de um pelouro do associativismo e da participação cívica é outra sugestão do investigador, que pensa que há ainda muitas competências a descentralizar, nomeadamente em matérias como o orçamento participativo. Este mecanismo cria a possibilidade de serem os cidadãos a decidir onde gastar parte das verbas da autarquia. Lisboa usou-o pela primeira vez em 2009, e a votação para as prioridades a eleger em 2010 começou segunda-feira. Outras autarquias do país também aderiram a este mecanismo. Mas é possível aprofundá-lo, fazendo-o descer à escala das freguesias ou de agrupamentos de freguesias.
Carnide é, desse ponto de vista, uma freguesia exemplar. As três centenas de sapatos que, por estes dias, se acumulam defronte da junta são disso prova: este ano, o presidente desta autarquia local, o comunista Paulo Quaresma, pediu aos habitantes e às instituições da freguesia - sejam centros de saúde ou esquadras - que lhe fizessem chegar nesta quadra um sapatinho com um desejo colectivo escrito num postal. Houve quem falasse numa piscina, outros acham que o que faz mesmo falta é um parque infantil. O calçado deu origem a uma exposição de rua. Quanto aos pedidos, pelo menos parte deles serão inscritos no plano de actividades da junta, que, como tem meios escassos, se baterá pela sua concretização junto da câmara.
Paulo Quaresma admite que não é um homem querido do presidente do município, tantas as reclamações que lhe faz chegar: "Sou incómodo."
Este antigo professor primário meteu o mesmo vício no corpo dos moradores de Carnide, a quem pede opinião para tudo e mais alguma coisa. Por isso, quando a câmara se ofereceu para construir uma nova escola na freguesia as suas primeiras palavras foram: "Calma aí, vamos negociar." E as 16 salas de aula inicialmente previstas acabaram afinal por ser acompanhadas de um recreio coberto e de um espaço desportivo que não estavam incluídos no projecto inicial, mas que a população reclamou. Desde 2002, quando assumiu pela primeira vez a presidência da junta, que pratica esta gestão participada: "As pessoas não se podem demitir da intervenção." E os frutos são visíveis: "Nos últimos actos eleitorais a freguesia ficou seis a dez por cento acima da média nacional de afluência às urnas." Há um ano, a junta foi premiada pelo Observatório Internacional de Democracia Participativa por um projecto de promoção da cidadania junto de crianças e jovens.
O prémio de Matosinhos
A vida de Francisco Vidinha corria bem até ao dia em que alguém se lembrou de lhe colocar um vidrão à porta de casa, na Rua Serpa Pinto, 326, em Matosinhos. "Quase tropeço nele quando saio de casa", lamenta, acrescentando que "a situação é particularmente penosa aos fins-de-semana em que, normalmente, depositam garrafas até cerca das duas horas da madrugada."
Como ninguém gosta de ouvir vidro a partir quando dorme um sono descansado, Francisco Vidinha apresentou, a 20 de Novembro, uma queixa através do site da Câmara de Matosinhos, na secção Voz do Munícipe. O protesto de Francisco Vidinha, assim como vários outros, está disponível, on-line, no site da Câmara de Matosinhos, acompanhado da respectiva resposta municipal: "Informamos que o vidrão vai ser transferido para a Rua 1.º de Dezembro."
Noutros casos, a eficácia não é tão grande, mas também não poderia ser. Como no caso de Alfredo Pinho, que se queixou do ruído provocado pelos automóveis que constantemente passam na auto-estrada A28. A câmara declinou responsabilidades, mas indicou a concessionária de auto-estradas a quem este cidadão se deve dirigir.
Graças ao seu esforço de modernização administrativa, a Câmara de Matosinhos recebeu, em Setembro último, um prémio internacional da Microsoft, para "Melhor Projecto de Serviço ao Cidadão". O que enche de orgulho o presidente da autarquia, Guilherme Pinto. "A Câmara de Matosinhos tem os melhores serviços on-line do país", atesta.
O presidente da câmara acrescenta que estão ainda a desenvolver um sistema para colocar on-line todos os processos relacionados com urbanismo. No futuro, será possível ao cidadão consultar, num computador, em que ponto ou em que departamento camarário se encontra, por exemplo, o pedido de licenciamento de obra que pretende.
O presidente na rádio
Neste concelho vizinho do Porto existe também um programa na Rádio Clube de Matosinhos, com cerca de 20 anos de existência, em que o presidente da autarquia responde aos telefonemas dos cidadãos e às perguntas colocadas pelo jornalista. Um sucesso, segundo o director desta rádio, João Lourival. Mas o programa tem estado suspenso, por falta de comparência de Guilherme Pinto, desde que este foi reeleito na presidência da câmara. O autarca explica porquê: "Não dá para falar com todos os cidadãos que querem ligar. Por isso, quero ver se se remodela o programa com mais abertura aos cidadãos."
De Matosinhos para o concelho vizinho, João Cottim Oliveira é o provedor dos cidadãos com deficiência na Câmara do Porto e na Área Metropolitana do Porto. Em cada uma destas instituições recebe entre 250 a 300 reclamações ou pedidos de informação por ano. Na autarquia portuense, as queixas prendem-se com conflitos entre vizinhos nos condomínios mais antigos, via pública e serviços. Quanto a informações, a procura de emprego domina claramente, seguindo-se os benefícios fiscais associados à compra de casa e de carro.
A escala muda no caso da Área Metropolitana do Porto, composta por 16 concelhos, alguns de perfil mais urbano e outros mais rurais. Aqui, o grosso das queixas recebidas por João Cottim Oliveira é sobre problemas de transportes. Nos pedidos de informação, o emprego volta a dominar, mas há também muito pedidos sobre educação para crianças com necessidades especiais.
O provedor dos cidadãos com deficiência considera "muito positiva" a taxa de sucesso na resolução das queixas que lhe são apresentadas. No próximo ano, promete desenvolver iniciativas associadas às comemorações dos 100 anos da República Portuguesa. Entre elas, estará uma aplicação informática, dinâmica, que deverá estar disponível no site da área metropolitana até final do próximo ano. Nessa aplicação, o cidadão poderá ficar a conhecer os sítios para onde pode deslocar-se em cadeira de rodas ou canadianas.
Ajuda ao consumo
Já o Centro de Informação de Consumo e Arbitragem do Porto abriu em Maio de 1995 e até ao fim do passado mês de Setembro recebeu 45.219 pedidos de informação/reclamações. No ano passado, por exemplo, cerca de 3700 pessoas recorreram aos serviços deste centro. Nos outros anos, o número total foi aproximadamente o mesmo. A grande maioria das queixas prende-se com banca/crédito, seguros e comunicações.
Existem cerca de 1900 empresas que contrataram com o centro e aceitam as suas decisões, entre as quais gigantes como a Portugal Telecom, EDP ou Vodafone. Por isso, não espanta que, nos cálculos de Isabel Afonso, directora do Centro de Informação de Consumo e Arbitragem do Porto, a taxa de sucesso na resolução de problemas ronda "60 a 70 por cento". Por outro lado, muitas vezes os cidadãos são informados sobre os seus direitos e percebem que não têm razões para reclamar. "A fase de informação é extremamente importante e, por vezes, permite que o conflito nem se chegue a instalar", destaca Isabel Afonso.
Por seu turno, a Metro do Porto orgulha-se de uma "taxa de satisfação de 75,9 por cento, a mais elevada taxa de satisfação no nosso país entre os diversos operadores de transportes públicos". Mas, ainda assim, registaram já cerca de 2000 queixas desde o início deste ano. Curioso é verificar que 87,03 por cento destas queixas têm a ver com aplicação de multas aos utentes. Restam 9,63 por cento sobre o serviço e 3,34 por cento em relação a obras da Metro do Porto.
Também surpreendente é verificar que a queixa mais comum recebida por Carlos Brito, provedor da Sociedade de Transportes Urbanos do Porto (STCP), diz respeito ao acolhimento por parte do condutor, a par dos clássicos atrasos. Mas há também muitas reclamações por o autocarro passar mais cedo do que o previsto. O cancelamento de viagens - muitas vezes a primeira do dia - é outro aspecto que origina muitas queixas, assim como as consequências das greves.
Queixas em Coimbra
Depois de quatro anos como provedor do Ambiente e da Qualidade de Vida Urbana de Coimbra, o segundo a exercer o cargo, Massano Cardoso, epidemiologista e professor da Faculdade de Medicina, tem um apelo a fazer: "Incomodem! Por que é que não incomodam mais?" No período em que esteve em funções, correspondente ao último mandato da Câmara de Coimbra, não foram mais de cem por ano os munícipes que se lhe dirigiram para fazer valer os seus direitos.
"Talvez seja uma questão de cultura. Os portugueses queixam-se muito, mas entre eles, nos cafés, nos transportes públicos, nos locais de trabalho. Raramente formalizam as queixas e, neste caso, nem há o argumento do medo de represálias: se se tivessem dirigido a mim, seria eu a queixar-me por eles, o anonimato seria garantido", diz.
Para além de serem poucas as queixas, muitas foram feitas pelas mesmas pessoas, "munícipes com uma forte consciência cívica". Outros deram-se ao trabalho de enviar e-mails (provedoria.ambiente@cm-coimbra.pt) ou de telefonar (239 724167) para o "insultar". "Recebi mensagens incríveis, a maior parte a criticar-me por causa do "tacho"." Dá uma gargalhada: "Não deve haver muitas pessoas que, não ganhando um cêntimo pelas funções que exercem, gastando alguns euros para as exercer e sendo insultadas por o fazerem, desejem, ainda assim, ser incomodadas."
Diz que foi com "voluntarismo e consciência cívica" que, apesar da pouca participação dos cidadãos, manteve, ao longo dos anos, a visibilidade da provedoria. Tanto por ter tornado públicas as posições e emitir pareceres por iniciativa própria, como também por ter levado a sério a independência que lhe é garantida, apesar de ser eleito pela assembleia municipal sob proposta da câmara.
Enquanto em funções, não só contrariou e criticou a câmara como gerou ou alimentou polémicas, como no caso da extinção do serviço Ecovia (de estímulo ao estacionamento fora do centro da cidade) ou do protesto contra a passagem do IC2 pela Mata do Choupal.
Massano Cardoso disse não ter qualquer indicação sobre se existe a intenção do executivo municipal, novamente presidido pelo social-democrata Carlos Encarnação, de voltar a propô-lo para o cargo. Se tornasse a exercê-lo, afirma, uma das suas prioridades seria tentar obter recursos para divulgar a provedoria e apelar à participação dos munícipes. "Há demasiada passividade, demasiada. E isto incomoda", queixa-se.
19/12/2009
demolição + 5 caves + fachada centenária = Reabilitação à Portuguesa
Mais três funcionários da EMEL agredidos
Por Cláudia Bancaleiro e Luís Filipe Sebastião
«Trabalhadores da empresa municipal de estacionamento estão cansados de agressões verbais e físicas e reclamam mais segurança
Três trabalhadores da Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) foram agredidos na madrugada de ontem quando estavam a desbloquear viaturas na zona de Campo de Ourique, denunciou o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal. Os funcionários, em plenário, resolveram exigir à empresa e à Câmara de Lisboa medidas que garantam a sua segurança.
Os funcionários foram agredidos por indivíduos, não identificados, quando desbloqueavam viaturas durante o turno da noite. Depois de terem sido ameaçados com armas brancas, foram pontapeados e socados, necessitando de receber tratamento hospitalar.
Ana Pires, dirigente sindical, disse ao PÚBLICO que os três funcionários já tiveram alta hospitalar, mas ficaram "bastante feridos". A sindicalista lamenta mais um caso de agressão e a falta da actuação por parte da EMEL e da autarquia para prevenir o que diz ser "uma escalada de violência" contra os funcionários da empresa municipal. "Só quando um trabalhador aparecer morto é que se irá tratar deste assunto", notou.
Estas foram das agressões mais graves sofridas por empregados da EMEL, a par de uma funcionária que foi agredida a soco por um casal que viu a sua viatura bloqueada por se encontrar em transgressão às regras de trânsito. Ana Pires defende que os trabalhadores não deveriam actuar sozinhos como acontece actualmente, nomeadamente nos horários nocturnos, mas em equipa de dois, e com o acompanhamento de um elemento da Polícia Municipal, como acontecia no passado. Estas são algumas das propostas que fazem parte de uma resolução, aprovada num plenário realizado ontem à tarde, que será entregue à administração da empresa. No plenário, os trabalhadores debateram ainda outras questões laborais, como o acordo de empresa e os horários de trabalho.
Os trabalhadores da EMEL cumpriram uma greve no passado dia 25 de Novembro para exigir a manutenção das 30 horas semanais de trabalho no caso dos operacionais (fiscalização e parques de estacionamento) e a redução de 37 para 35 do número de horas cumpridas pelos administrativos. Reivindicações que os trabalhadores vão expor aos responsáveis municipais na sessão pública camarária marcada para 30 de Dezembro.»
Concurso gastronómico elege os seis melhores restaurantes de Lisboa
Por Ana Rita Faria
«Aparentemente, o júri não conseguiu decidir-se entre a garoupa com polenta cremosa do Eleven, o bacalhau com todos à Panorama e o robalo escalfado em água do mar com açafrão do Tavares. Juntando às delícias da cozinha a qualidade do serviço e o ambiente, o concurso gastronómico Lisboa à Prova deu ontem o seu veredicto, atribuindo a classificação de três garfos (primeiro lugar) a seis restaurantes da capital.
Além do Eleven (o primeiro restaurante de Lisboa a receber uma estrela Michelin), do Tavares (o mais antigo de Portugal) e o Panorama (no Hotel Sheraton e com vista panorâmica sobre Lisboa), os vencedores foram a Casa da Comida (de cozinha tradicional portuguesa), o Valle-Flôr (do Hotel Pestana Palace) e o Varanda do Ritz (no Hotel Ritz).
À distinção máxima de três garfos soma-se o destaque que os vencedores irão ter no Guia Gastronómico de Lisboa. Este guia, com cerca de 200 páginas, será lançado no primeiro trimestre de 2010 e inclui os 73 finalistas do Lisboa à Prova, todos com um garfo. O concurso, concebido pela consultora de comunicação Única, é promovido pela Câmara Municipal de Lisboa, pelo Turismo de Portugal e pela Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal.
No total, concorreram ao Lisboa à Prova 206 restaurantes, que foram avaliados através de visitas anónimas do júri e premiados em três categorias: cozinha tradicional portuguesa, cozinha do mundo e cozinha de autor e de fusão de novas tendências.
Além dos seis grandes vencedores, 14 restaurantes foram premiados com dois garfos: o 100 Maneiras, AdLib, A Travessa, Alma, Bocca, Espaço Açores, Faz Figura, Flores (Hotel Bairro Alto), Gemelli, Guarda Real (Hotel Real Palácio), o Poleiro, Solar dos Presuntos, Suite e Tamarind.
Até ao final do ano será ainda apurado o restaurante vencedor resultante da votação telefónica do público, cujas receitas revertem para a instituição de solidariedade Entrajuda. Para 2010, além da publicação do guia gastronómico, o Lisboa à Prova junta mais uma acção às que já desenvolveu ao longo do ano para promover os restaurantes. No dia 21 de Janeiro, o Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, da Fundação Calouste Gulbenkian, recebe provas de quatro restaurantes.
A anterior (e primeira) edição do Lisboa à Prova realizou-se em 2006/2007. Na altura, nove restaurantes receberam os três garfos. Entre eles estavam alguns vencedores deste ano (o Eleven, o Valle-Flôr e o Varanda) e outros como a Galeria Gemelli, Luca, Na ordem... com Luís Suspiro, O Poleiro, Pragma e Terreiro do Paço. Este último, do chefe Vítor Sobral, permanece fechado devido às obras na Praça do Comércio, enquanto o Pragma, no Casino de Lisboa, deu lugar ao Suite, mantendo-se Fausto Airoldi no comando da cozinha.»
...
Tem piada, e eu a pensar que o melhor restaurante de Lisboa era a baiúca dos manos Rocha, ali para as bandas dos bombeiros de Alvalade...
Câmara prometeu pagar projecto de Troufa que Soares doou à igreja
Por José António Cerejo
«Na história da igreja do Restelo ainda há muito por esclarecer mas duas coisas são certas: autarquia fez promessas contraditórias que não cumpriu
Intervenientes no processo remetem-se ao silêncio
João Soares, ex-presidente da Câmara de Lisboa, prometeu em 1997, através de um protocolo, ceder à paróquia de São Francisco Xavier o projecto da polémica igreja do Restelo, que o seu amigo Troufa Real disponibilizara "gaciosamente" à autarquia. Quatro anos depois, a duas semanas das eleições ganhas por Pedro Santana Lopes, a câmara aprovou um subsídio de cerca de 234 mil euros para a paróquia pagar os projectos, incluindo os "graciosos" de Troufa Real.
Ainda muito está por perceber na história da igreja em forma de caravela, com uma torre de 100 metros de altura, cujo projecto a Assembleia Municipal de Lisboa pediu há duas semanas que fosse revisto, o mesmo defendendo dias depois o bispo auxiliar de Lisboa D. Carlos Azevedo. Falta saber como é que o projecto foi parar às mãos de Troufa Real, qual a validade dos compromissos assumidos pela câmara e o que já pagou à paróquia. O padre diz que só recebeu 25 mil euros. A câmara diz que não sabe se pagou alguma coisa.
O pároco António Colimão disse há semanas ao PÚBLICO que a autarquia lhe prometeu 234 mil euros, por escrito, para pagar os projectos de Troufa, e que só recebera 25 mil. Ao Expresso afirmou o mesmo, esclarecendo que foi por indicação de Soares que Troufa o contactou. João Soares, contudo, assegurou ao PÚBLICO que não foi ele a impor o arquitecto. "Quem me apresentou o padre foi o próprio Troufa", adiantou, frisando não se recordar de ter sido atribuído qualquer subsídio à paróquia para pagar projectos.
O actual vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, por seu lado, garantiu que desconhecia a existência de qualquer protocolo em que a autarquia prometesse apoiar a obra.
Os protocolos desaparecidos
Um protocolo encontrado esta semana pelo PÚBLICO no processo de licenciamento da construção da igreja faz, porém, alguma luz sobre a escolha do arquitecto. O documento, que segundo os elementos disponíveis nunca foi aprovado pelo executivo, tem a assinatura de João Soares e do padre António Colimão, tendo sido assinado em 25 de Junho de 1997, na presença de D. Albino Cleto, actual bispo de Coimbra. O seu artigo sexto reza assim: "... a câmara municipal, uma vez mais associando-se às aspirações da comunidade católica da freguesia de São Francisco Xavier, proporcionará à Fábrica Paroquial o projecto da arquitectura do equipamento religioso, que o professor arquitecto José Troufa Real graciosamente colocou à disposição da autarquia, bem como todo o acompanhamento na execução da obra." Ou seja, Troufa Real dava o projecto e a câmara oferecia-o à igreja, garantindo o acompanhamento dos trabalhos.
Quatro anos depois, em 2 de Dezembro de 2001, por proposta do vereador das Finanças de João Soares, a história deu uma volta e foi aprovado por unanimidade o protocolo de que falava Colimão mas de que Soares não se lembrava e que Salgado desconhecia. Resultado: a câmara comprometeu-se a atribuir um subsídio à paróquia, até 234 mil euros (46,8 mil contos), para que esta pagasse "a realização do projecto de arquitectura e das especialidades", bem como "a assistência técnica" da obra. O projecto acabou por ser aprovado já em 2005 e os trabalhos começaram há semanas.»
18/12/2009
Orçamento Participativo
Anulação da 2ª Fase do Orçamento Participativo
A Câmara Municipal de Lisboa foi alertada por cidadãos participantes na 1ª fase do Orçamento Participativo (OP) para a existência de propostas apresentadas nesta fase que não surgiram na lista de projectos colocados à votação.
Analisadas as situações identificadas, foi detectada uma avaliação inadequada por parte dos serviços da CML relativamente a algumas propostas apresentadas, que teriam condições para virem a ser transformadas em projectos e colocadas à votação.
Face a esta situação a CML decidiu anular, hoje, dia 18 de Dezembro, a 2ª fase do OP. O objectivo é colocar novamente à votação dos cidadãos de Lisboa a lista de todas as propostas apresentadas que cumpram os critérios previamente definidos.
Assim, a 2ª Fase do OP (votação de projectos) voltará a estar operacional no período entre 30/12/2009 a 15/01/2010.
In cm-lisboa.pt
É mau que o erro tenha existido mas foi detectado a tempo e será corrigido, vamos esperar para ver se o é efectivamente
Debate: Obras no Jardim do Príncipe Real
O Comércio do Bairro Azul – Que Futuro?

Havia “lugares” de fruta e de legumes, talho, mercearia, leitaria, carvoaria, peixaria, drogaria, capelista, carpintaria, sapateiro, barbeiro, cabeleireiro, farmácia, padaria, café, retrosaria, papelaria, quiosque, etc. etc. etc. Era um bairro “auto-suficiente”. Quem aqui morava não precisava de “ir à Baixa”: tudo podia ser comprado no Bairro!
A década de 70 foi o auge da era das boutiques: algumas das lojas mais prestigiadas de Lisboa estavam neste Bairro e a Avenida Ressano Garcia era uma das ruas mais chics de Lisboa. Era conhecida em Portugal inteiro como “A Rua das Boutiques”.
Nos anos 80/90 os escritórios invadiram o Bairro. Começou o processo de desertificação, os moradores passaram a ser maioritariamente pessoas idosas, a insegurança aumentou e as lojas “esconderam-se” atrás de pesadas grades. Os moradores deixaram de passear à noite pelo Bairro. Todos se sentiam inseguros. Iniciou-se o “círculo vicioso” que ainda se vive na actualidade: o comércio fecha cada vez mais cedo e aos fins-de-semana por falta de clientes, as pessoas vão para fora do Bairro por falta de oferta. Nesses anos as boutiques começaram também a perder terreno face à concorrência dos Centros Comerciais e das lojas de grandes marcas internacionais.
Em Novembro de 2001 a abertura do El Corte Inglés, com uma área de 47.000 m2, foi mais um rude golpe nas lojas do comércio tradicional do Bairro Azul.
Hoje existem em todo o Bairro Azul (Rua Ramalho Ortigão, Av. Ressano Garcia, Rua Fialho de Almeida, Rua Júlio Dantas, frentes do Bairro na Rua Marquês de Fronteira e Av. António Augusto de Aguiar), cerca de 80 estabelecimentos de porta aberta.
Muitas lojas têm ainda rendas antigas mas já há também muitas que têm rendas actualizadas e custos elevados de funcionamento. Como as lojas do Bairro têm geralmente áreas pequenas torna-se, por vezes, difícil rentabilizar os negócios e torná-los competitivos.
Há também muitas lojas encerradas, algumas há vários anos. São cerca de 25% do total das lojas do Bairro. Na sua maioria, essas lojas têm as montras sujas, tapadas com cartões e papéis, as grades corridas, e fazem “má vizinhança” aos estabelecimentos vizinhos que estão em funcionamento.
Apesar das melhorias, e dos estabelecimentos que abriram recentemente as suas portas no Bairro, o Bairro Azul mantém um aspecto um pouco “abandonado”: muitos edifícios estão decadentes, o espaço público está degradado, sujo e permanentemente em obras, a oferta é escassa e pouco variada, há ainda estabelecimentos que encerram à hora do almoço e a maioria fecha cedo e aos fins-de-semana, mesmo na época do Natal.
Tudo isto contribui para que o Bairro Azul seja ainda “um corredor de passagem” para um enorme fluxo de peões que hoje por aqui circula diariamente e o Bairro ainda não voltou a ser um sítio apetecível para a população vir regularmente passear, ver as montras, lanchar ou fazer compras.
Novas Realidades
Nos últimos anos a cidade e o seu comércio mudaram muito e o nosso Bairro não foi excepção. É preciso aproveitar todas as oportunidades que entretanto surgiram:
Novos Clientes:
O Bairro deixou de ser um Bairro isolado para estar actualmente rodeado de grandes edifícios: Escola Marquesa de Alorna, Mesquita Central de Lisboa, SAMS, Faculdades e Reitoria da Universidade Nova, Residências Universitárias, Teatro Aberto, Hotéis da Av. José Malhoa e da Av. Duque d´Ávila (cerca de 4.000 camas), Bancos Santander/Totta, Banco Popular, Fundação C. Gulbenkian, El Corte Inglés, Parque Eduardo VII, …
Esses equipamentos geram um movimento diário e intenso de pessoas que percorrem o Bairro. Todos os dias passam pelo Bairro milhares de potenciais clientes com necessidades de consumo que podem/devem ser satisfeitas dentro do Bairro, dando nova vida ao comércio local.
Por outro lado estão a vir novos residentes para o Bairro. São, na sua maioria, casais novos com filhos pequenos que anseiam por esse Comércio de Bairro. No entanto, são também clientes exigentes que querem novidade e qualidade naquilo que consomem, espaços atraentes e horários de funcionamento flexíveis que lhes permitam fazer as compras ou frequentar os estabelecimentos nos dias e às horas que lhes forem mais convenientes, como se passa já em muitas outras zonas da cidade.
O Bairro Vai Melhorar:
O Bairro Azul foi recentemente classificado pela CML. É Património da Cidade. A CML está a investir fortemente na requalificação do Bairro e tornou-o o primeiro Bairro de Lisboa onde se privilegia o peão – “Zona 30” - o que vai valorizar o Bairro Azul, promover a fixação de novos moradores e comerciantes e torná-lo mais visitado, designadamente, pelos turistas que se alojam nos hotéis que estão na sua periferia.
Os moradores e os comerciantes têm o mesmo objectivo. Todos sabem que um Bairro sem comércio é um bairro sem vida e por isso desde 2001 que a Comissão de Moradores procurou envolver os comerciantes no processo de requalificação e revitalização que tem vindo a sugerir para o Bairro Azul.
O comércio do Bairro tem que saber adaptar-se às novas realidades, divulgá-las e tirar partido delas!
Abates em Monsanto defendidos
«O chefe da Divisão de Matas da Câmara de Lisboa garantiu ontem que o abate de árvores provocado pelas obras da subestação eléctrica do Monsanto tem sido fiscalizado pela autarquia, rejeitando as críticas dos ambientalistas.
"Na zona onde os abates estavam previstos é óbvio que há clareiras, mas é impossível terem sido abatidas mais do que as 200 que estavam previstas porque isso tem sido fiscalizado", afirmou Artur Madeira. O responsável, que falava à Lusa durante uma visita ao Parque Florestal do Monsanto, realçou igualmente que algumas das árvores serão recuperadas.
A Plataforma por Monsanto alertou na quarta-feira para um agravamento da situação relativa ao corte de árvores no Monsanto e defendeu que as clareiras abertas apontam para um abate que "não se configura com uma limpeza de matas".
Isso é um disparate. A Plataforma tem toda a informação e, se tinha dúvidas, podia ter-nos contactado. O que não fez", afirmou, por seu lado, Joaquim Brioso, sublinhando que toda a operação está fundamentada em "relatórios fitopatológicos": "Algumas das árvores que estão a ser abatidas apresentavam doenças, que foram referenciadas nos pareceres do Laboratório de Patologia Vegetal Veríssimo de Almeida, do Instituto Superior de Agronomia, e do Instituto Nacional de Recursos Biológicos."
"Noutros casos, há pinheiros que estavam completamente secos e representavam não só um perigo para quem frequenta o parque, porque podiam cair, como também acabavam por impedir o saudável desenvolvimento de outras espécies", acrescentou.»
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Pois o problema é exactamente este: a divisão de matas, ou quem a dirige. Repare-se na incongruência completa que é os serviços jurídicos da CML estarem atados de pés e mãos em dar seguimento à decisão do executivo da CML passado em avançar com uma providência cautelar contra a suspensão parcial do PDM em Monsanto, decidida pelo Governo para ampliação (construção nova é mais verdade) da subestação REN; PORQUE, há um parecer favorável da divisão de matas da própria CML sobre essa mesma suspensão. Ou seja, a excelsa divisão não se importa que as obras da nova estação REN abatam centenas de árvores, como irão abater. Patético.
Lisboa quer expandir "big bang" da Expo-98 à envolvente da gare
Por Inês Boaventura
«Plano de Urbanização propõe acabar com o feudo dos automóveis na Avenida Infante D. Henrique e prevê intervenção na Quinta das Laranjeiras
A intervenção na zona oriental de Lisboa, a pretexto da Expo-98, foi "um big bang" com efeitos semelhantes aos de "um cataclismo". E o Plano de Urbanização da Área Envolvente à Estação do Orienteambiciona expandir os efeitos do "big bang" a novos terrenos.
Joan Busquets, autor do referido plano de urbanização, explicou ontem, naquela que foi a última conferência de um ciclo de divulgação de alguns planos de pormenor e de urbanização de Lisboa, que o seu projecto abrange uma área "quase tão grande" como o vizinho Parque das Nações. Fora isso, sublinhou o arquitecto que coordenou o urbanismo de Barcelona, são duas áreas "completamente diferentes".
A localização na Gare do Oriente da estação de alta velocidade é a "oportunidade" na génese deste plano de urbanização, que segundo Joan Busquets vai "tentar pôr em prática" duas realidades: por um lado, dar "mais carácter" à zona de construção mais recente e, por outro, investir em espaços "pendentes de requalificação", como o bairro camarário da Quinta das Laranjeiras. Também a Avenida Infante D. Henrique, que constitui o eixo central da área em causa, vai ser alvo de uma intervenção, com o objectivo de impedir que continue a ser um feudo de automóveis.
A directora municipal de Planeamento Urbano de Lisboa defende que a localização da estação da alta velocidade nesta zona de Lisboa vai representar uma"grande capacidade de fixação de empresas e actividades". Aliás, é isso mesmo que diversos estudos verificaram em situações semelhantes noutros países. Teresa Almeida adiantou que a proposta preliminar do Plano de Urbanização da Envolvente à Estação do Oriente está aprovada e a proposta final será apresentada em Março de 2010, para discussão na câmara e posterior envio à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional.»
17/12/2009
Para que servem os passeios na Travessa de S. Vicente?
Teatro Tália, será desta?
Ou será que este projecto que acaba de entrar na CML é apenas a repetição de outro apresentado há 4 anos, para armazém do arquivo morto do Ministério da Ciência e Tecnologia e que foi liminarmente chumbado (e bem) pelo então IPPAR?
(alguns actos da tragicomédia do Tália, aqui)
Abate polémico de árvores em Monsanto
A 'Plataforma por Monsanto' alertou ontem, quarta-feira, para um agravamento da situação do corte de árvores em Monsanto, Lisboa, e defendeu que as clareiras abertas apontam para um abate que "não se configura" com uma limpeza de mata.
"Aquilo que vimos no terreno não se configura com uma operação de limpeza de matas, ou de monda de árvores, como afirmou o vereador do Ambiente", disse à Lusa Artur Lourenço, da Plataforma, que junta associações ambientalistas como a Quercus e a Liga para a Protecção da Natureza (LPN). Na semana passada, na sequência de um comunicado da Plataforma, o vereador Sá Fernandes, responsável pelos pelouros dos Espaços Verdes e Ambiente Urbano, afirmou que além da limpeza de infestantes, como acácias, aquela intervenção é a chamada "monda de árvores", que "todos os anos se faz porque é necessário".
"A situação agravou-se de forma significativa junto à Alameda Keil do Amaral e com a rápida abertura de uma enorme clareira e de uma estrada para a REN [Rede Eléctrica Nacional] na zona do Zambujal", denunciou a Plataforma em comunicado, acrescentando que foi pedida uma reunião urgente com o presidente da autarquia. Os ambientalistas defendem que "o número de árvores cortado no caso das obras para a subestação eléctrica no parque florestal é muito superior às 200 que estavam previstas".
Contactado pela Lusa, o vereador Sá Fernandes afirmou que foi ao terreno e que não partilha da opinião da Plataforma. "Não têm razão. São mondas", defendeu.
Fonte da autarquia explicou que estas limpezas deveriam ser feitas todos os anos, mas, como tem havido poucos meios, a operação ficou "um pouco descuidada".
No caso da instalação da subestação eléctrica no Monsanto, a Plataforma já apresentou uma queixa ao comissário europeu para o Ambiente contra a suspensão do Plano Director Municipal (PDM) de Lisboa para permitir a obra. A suspensão do PDM foi decidida em Junho pelo Governo, apesar de o anterior Executivo ter chumbado a proposta, com os votos contra de toda a oposição. A 'Plataforma por Monsanto' defende que a obra, a realizar-se, não terá em conta qualquer estudo de impacte ambiental ou alternativas credíveis, argumento que a oposição no anterior Executivo utilizou para chumbar a proposta.
Apesar de ter sido estudada a possibilidade de a autarquia avançar com uma providência cautelar contra o Estado, os serviços jurídicos do município concluíram que, não obstante a construção da subestação violar o estatuto especial da área do Monsanto, a Câmara não conseguiria cumprir todos os requisitos de prova exigidos para este tipo de acção cível.
inJN
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A CML não conseguiria porque o próprio executivo deu logo, sem qualquer contestação ou estudo de alternativas, luz verde ao projecto. Inclusivamente os espaços verdes, deram logo o seu aval tendo por única preocupação que compensações deveriam negociar. Os espaços verdes não têm por obrigação a defesa manutenção dos mesmos espaços verdes? O PFM , enquanto maior espaço verde da cidade deveria ser encarado com um pouco mais de respeito. Já basta de pensar que "aquilo é tão grande que tirar mais umas árvores ou meter lá mais qualquer coisa que não cabe noutro lado ou porque é mais barato não faz mal nenhum". Infelizmente é assim que continuam a pensar.
Jardins e espaço público estão em maioria nas 102 ideias para 2010 que Lisboa pôs à votação
Por Inês Boaventura
«Fora dos temas dominantes está, entre outros, uma creche aberta 24 horas por dia e a limpeza de graffiti
Como se escolheu?
Cerca de 80 por cento das propos-tas que se encontram à votação, até ao próximo domingo, para o orçamento participativo de 2010 da Câmara de Lisboa referem-se a projectos para um mesmo tema: espaço público e espaço verde.
Não é líquido que sejam aquelas as áreas que mais preocupam os munícipes da capital, porque as 102 propostas postas à votação resultam de uma escolha da autarquia. O número de ideias apresentadas na primeira fase deste processo - que visa envolver os cidadãos nas decisões municipais - é bem maior [ver caixa], mas, no fim, é a preocupação com o espaço público e os jardins que domina o leque das possíveis escolhas.
Um dos projectos possíveis, orçado em 400 mil euros, é a criação de uma creche que funcione 24 horas por dia. Outro, com um custo de 60 mil euros, é a atribuição de três bolsas de investigadores para o Museu da Cidade. A terceira fase de construção do canil e gatil municipal, em Monsanto, com um custo de 375 mil euros, é outra das opções. E uma operação de limpeza de graffiti e cartazes nos bairros históricos de Lisboa, com um custo de 150 mil euros, também está lá à espera de apoios.
De entre o tema que domina, há projectos de requalificação de áreas degradadas, arborização e hortas urbanas, criação de equipamentos como áreas de recreio infantil, parques de merendas, circuitos de manutenção e pistas de dança, colocação de pi-laretes, remodelação da iluminação pública, concretização de percursos históricos, entre outros. Ao contrário do que aconteceu no ano transacto, em que um dos projectos vencedores previa a construção de ciclovias e outro o melhoramento de ruas para permitir a circulação de bicicletas, desta vez praticamente não há propostas nestas áreas.
Consulta e votação on-lineAté ao fim da tarde de ontem, o site da Câmara de Lisboa tinha registado 1176 votos. O montante disponibilizado pela autarquia para a concretização das ideias que recolherem mais votos é de cinco milhões de euros, valor idêntico ao do ano passado, ano em que a autarquia acabou por acrescentar mais 130 mil euros para permitir a inclusão de cinco projectos.
No ano passado, a autarquia pôs à votação apenas os projectos que correspondiam aos três temas com mais sugestões. Desta vez, o regulamento mudou e os participantes podem escolher entre todas aquelas que foram sugeridas e passaram pelo crivo dos serviços municipais. Foi, de resto, a câmara que estabeleceu o orçamento e o prazo de execução de cada uma das propostas que chegaram a esta segunda fase. Outra novidade é que, antes de votar na sua preferida, cada munícipe pode estudá-las todas e localizá-las num mapa disponibilizado no site da Câmara de Lisboa.
A Internet é o único meio de participação nesta medida que visa envolver os cidadãos na definição de projectos autárquicos e, nesta altura, a Net é também uma espécie de arma para quem pretende defender a proposta que submeteu à consideração. É o que estão a fazer, por exemplo, as juntas de freguesia de Carnide e da Sé. Esta última distribuiu um e-mail lembrando que há uma proposta sua com vista à requalificação do Largo do Marquês do Lavradio. A junta de Carnide, na sua newsletter, apela directamente ao voto na requalificação do Largo do Coreto.
A votação deveria ter começado na segunda-feira, e começou, só que já à noite.»
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Pare este peditório já dei e não volto a dar. Quanto aos temas mais escolhidos - espaço público e jardins - é natural que assim seja pois são a maior das vergonhas desta cidade. Mas os arranjinhos que são feitos deixam sempre muito a desejar. Vota quem quer.