01/04/2005

E C.M.L. pede a Silva Melo que a processe

Como era de esperar, a Vereação da Cultura da C.M.L. ripostou ontem, publicamente, às declarações de Silva Melo, que aqui já comentámos. Este estado de coisas não deixa de ser curioso, face ao namoro que existiu nos últimos 4 anos entre um lado e o outro desta questão do Centro de Artes do antigo edifício de A Capital. Mas, se tivermos em linha de conta o que tem sido a política cultural da C.M.L. ao longo, não destes últimos 4 anos, mas ao longo de décadas, é altura de dizer que o pelouro da Cultura devia ser extinto.

A Cultura não se faz de exposições sobre cultura, nem de palavras de circunstância em sessões públicas, nem de proliferação de assessores, nem de má gestão dos espaços culturais, nem do "lavar de mãos" em casos como os do Convento dos Inglesinhos, os cinemas Paris ou Odéon, a casa de Garrett, etc., etc.. O dinheiro não serve de desculpa, havendo dinheiro para tudo menos para a Cultura.

Dois exemplos caricatos:

1. Em plenas celebrações sobre Bordalo Pinheiro, o que temos é uma casa-museu fechada, envergonhada sobre si própria, diminuta face à importância de Bordalo, e que está e continuará em obras de "Santa Engrácia"; em relação à qual a C.M.L. promete resolver tudo brevemente ... em ano de eleições.

2. Há cerca de 3 anos envolvi-me pessoalmente num projecto de viabilização do Cinena Odéon (o Projecto Novo Odéon), belíssima sala de cinema, que está à venda e a cair há demasiado tempo, e que urge recuperar para o convívio dos lisboetas, já que a maior parte deles ignora o quão bela ela é.

O projecto pressupunha uma parceria com a CML, que juntasse meios financeiros para a compra e recuperação do espaço. Pois bem, da Vereação da Cultura nunca tivemos qualquer resposta oficial, apesar de o mesmo ter sido entregue formalmente. O mais que conseguimos foi um contacto informal com 1 assessora da Srª Vereadora, que visitou o cinema connosco, e com 1 assessor do Sr.Presidente, que me garantiu ir propôr à Presidência a compra do cinema. Tempos mais tarde fiquei a saber que ambos se haviam desvinculado da CML. Para cúmulo, tive inclusive a informação que os serviços da CML chegaram a perder o meu projecto. Provavelmente, em ano de eleições, lá voltarão a falar no velhinho Odéon.
PF

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