01/04/2005

Casa de Garrett/Nota de Imprensa

No seguimento das notícias vindas hoje a público dando conta de parecer negativo da CML/Vereadora da Cultura sobre a casa de Almeida Garrett, cumpre-nos, como autores da petição sobre a mesma, considerar o seguinte:

1. É extraordinário que a CML/Cultura ache que Garrett não merece ter uma casa-museu, e que Lisboa e os lisboetas não merecem ter uma casa-museu de Garrett.
2. É extraordinário que a CML reconheça implicitamente que não consegue reunir um espólio que permita abrir uma casa-museu.
3. É extraordinário que a CML, tendo um departamento de Reabilitação Urbana, mais uma vez opte pela "Demoliçao Urbana" de um edifício bonito, que há muito devia ter sido classificado, e que está inserido numa rua de que importa manter a traça.
4. É extraordinário que no parecer da CML/Cultura surja como argumento o facto de já existir, a apenas algumas centenas de metros da casa de Garrett, uma casa-museu, a de Fernando Pessoa.
5. E é extraordinário que no parecer da CML/Cultura surjam como argumento os supostos encargos financeiros de uma operação de compra, restauro e viabilização do espaço, para o que seria suficiente o ordenado anual de alguns assessores da CML, por exemplo.

Face a tudo isto, e ao facto de em Madrid, a apenas 600 km de Lisboa, Lope de Vega (que, para quem não souber, está para o teatro em Espanha, como Garrett está para o nosso), existir uma casa-museu de visita obrigatória, é caso para perguntar se os Conjurados de 1640 voltariam a reunir, se soubessem o que viria a ser Portugal, passados pouco mais de 360 anos.
PF

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