31/01/2008

Pilaretes na R. do Século


Nunca sei se estas coisas são coincidência ou um secreto desejo dos serviços municipais em agradar os movimentos de cidadãos, mas fico feliz por saber que hoje já não seria possível fazer parte deste post. Estão colocados pilaretes na Rua do Século.


Fica ainda por resolver o problema dos graffitis, muito mais difícil.

20 comentários:

daniel costa-lourenço disse...

já é um começo...

Podiam dar umas voltinhas pelas envolventes...

Filipe Melo Sousa disse...

Mais uma contribuição para a desvalorização das casas em Lisboa.

Anónimo disse...

BOAS NOTÍCIAS!!!!

ABA disse...

não quero ser desmancha-prazeres, mas está por provar que esta seja a melhor solução. a celeridade desta acção suscita naturais dúvidas, pela constatação que noutras zonas, mesmo no bairro alto, a relativa facilidade com que os pilaretes são arrancados, deixa a calçada ainda em pior que anteriormente...
como já vi aqui referido, as marcas amarelas no chão, se fossem levadas a sério, como noutros lugares, seriam mais pedagógicas e esteticamente funcionariam muito melhor.

Anónimo disse...

Soube que a intervenção, já planeada há algum tempo, foi da Junta de Freguesia de Santa Catarina.
A mesma Junta removeu há uns anos graffitis do Largo do Chafariz da R. do Século e informou que assim que tenha mais disponibilidade financeira, irá intervir novamente no local e procurará assegurar uma manutenção continuada daquele espaço monumental

FJorge disse...

Mais uma contribuição para a valorização das casas em Lisboa.

daniel costa-lourenço disse...

desvalorização?! Basta consultar qualquer imobiliária e a resposta é outra.

Quem opta por viver no centro da cidade aceita os seus constragimentos.

Caso contráio vai para fora ou paga um condomínio privado na zona antiga com estacionamento próprio.

Pilaretes não são a solução ideial (como nenhuma é) mas pelo menos ajudam a facilitar a circulação e a entrada de viaturas de emergência nestes bairros, ajudando a melhorar a qualidade de vida das pessoas.

O facto de poderem ser arrancados não pode ser argumento para não serem colocados, pois assim não se pintariam prédios pelo risco de serem grafitados...

Não se pode continuar a achar que continuará a existir construção eterna de parques de estacionamento e viadutos nas cidades para acolher o direito absoluto de possuir e trazer carro para o centro, porque simplesmente as cidades (antigas) não aguentam. e significaria o seu fim.

Nem mesmo as cidades americanas construídas sem limites, com grandes avenidas e muitos parques sofrem com o excesso de automóveis.

ABA disse...

O facto de poderem ser arrancados não pode ser argumento para não serem colocados, pois assim não se pintariam prédios pelo risco de serem grafitados...

como resultado de os pilaretes serem deitados abaixo pelos carros, ficam os buracos na calçada, um perigo para os peões; a consequência de um prédio ser grafitado é só estética

FJorge disse...

"Não se pode continuar a achar que continuará a existir construção eterna de parques de estacionamento e viadutos nas cidades para acolher o direito absoluto de possuir e trazer carro para o centro, porque simplesmente as cidades (antigas) não aguentam. e significaria o seu fim." EXACTAMENTE! Em todo o centro historico de Amesterdão não existe um unico parque de estacionamento para moradores.

Filipe Melo Sousa disse...

É preciso ter algum orgulho no seu analfabetismo para se afirmar que um andar sem possibilidade de estacionamento não fica desvalorizado.

Anónimo disse...

Concordo.
É uma vergonha os carros não caberem nos patamares dos respectivos andares e terem de ocupar o MEU passeio.

É uma vergonha...

Anónimo disse...

É preciso ter algum orgulho no seu analfabetismo para se afirmar que numa rua sem passeio o apartamento fica desvalorizado.

Anónimo disse...

Uma opinião contra-corrente:

Ao definir claramente e alargar o espaço de circulação dos automóveis estamos a aumentar a sua velocidade. Ao colocar pilaretes em passeios com um metro (e este não é o pior dos exemplos) estamos a reduzir o espaço dos peões - não a aumentar, porque numa rua com 8-10 metros quase todos os peões andam (e bem) no meio da rua. Ao definir um miserável corredor estamos a retirar legitimidade a esta prática que até devia ser incentivada - estas ruas deviam ser dos peões de fachada-a-fachada autorizando a circulação de carros a baixas velocidades.

Para ruas deste tipo geralmente o mais aconselhável é adoptar o sistema de rua mista com prioridade aos peões (como aliás é comum no resto da Europa).

Sou a favor do uso de pilaretes, mas em muitos destes casos de ruas históricas estreitas, podem ser a pior emenda que o soneto - ver o caso da Rua da Rosa que se tornou uma auto-estrada desde que se colocou pilaretes.

Mário

ABA disse...

Uma auto-Estrada??? :))))
Que exagero!!!
Uma Via Rápida ainda vá...

daniel costa-lourenço disse...

o facto de se ter tornado mais rápida continua a não ser um argumento contra os pilaretes.

Tem é de ser aumentada a fiscalização. E se forem arrancados, têm de ser repostos.

Ainda assim prefiro as ruas do centro histórico assim, permitindo uma circulação fácil de viaturas, nomeadamente, bombeiros e mini autocarros.

Como disse, não há soluções consensuais. Há que encontrar aquelas que têm mais prós que contras. Esta tem mais prós.

Anónimo disse...

António,

Exagero de facto, mas acho que fica a perceber onde queria chegar.

Daniel,

Não percebo que tipo de fiscalização se refere: velocidade?

Nas ruas mistas a circulação continua a ser fácil. Têm é que ter formas (físicas e não só) de que a velocidade não ultrapasse os 30 km/h e que a prioridade seja dos peões.

Não soluções consensuais. Mas deveria haver um consenso: ruas com menos de 8 metros de largo os peões deveriam sentir legitimidade e seguros de fachada-a-fachada. Os pilaretes são necessários para evitar estacionamento - mas temos que ir mais além. Se não, ficamos todos a perder.

Mais. A rua do Século não devia ter tráfego de atravessamento - que aumentará com a colocação de pilaretes.

O meu ponto não é contra pilaretes. Mas que os peões neste tipo de ruas não devem ser obrigados a circular em corredores de um metro e que não deve haver tráfego de atravessamento. Tudo isto é possível e realista com pequenas medidas que têm que ser implementadas ao mesmo tempo que os pilaretes.

Funcionamento orgânico da rua quando havia poucos veículos e quando havia andavam a baixas velocidades:
http://www.geocities.com/labirintocont/anodesrseculo.jpg

Nota: os passeios serviam como "para-choques" das fachadas e para controlar a drenagem da rua. Sempre foram ignorados pelos peões. E bem.

Mário

daniel costa-lourenço disse...

A rua Do Século é, naturalmente, uma rua de atravessamento, tendo o mesmo perfil e vocação da Rua da Rosa.

Para que assim não seja teria de se pensar numa solução mais global que passaria por desvitar o trãnsito de atravessamento da zona central de lisboa.

Concordo que os peões não devem ser demasiado castigados, mas numa rua estreita como esta até é uma solução igualitária e penso que, ainda assim, é a melhor solução.

O atenuar da velocidade poderia ser feito com o levantamento da faixa das passadeiras, que obrigaria os carros a parar, com o limite de 30kms hora, entre outros.

óbvio que para acabar com a ditadura dos automóveis não se pode transferir demasiadas limitações para os peões.

Mas como disse, a resolução dos problemas de trânsito de lisboa não passa pelas soluções rua-a-rua mas sim soluções integradas e globais para toda a cidade e área metropolitana.

Anónimo disse...

Caro Daniel,

Devo dizer que a sequência de posts sobre pilaretes são extremamente bem-vindas e já os enviei a várias pessoas pq coincidem com o que digo há muito tempo a muitas pessoas que os criticam.

O espaço que eles ocupam é infinitamente menor que um carro ilegal.

Aqui só estamos a discutir detalhes - que até podem ser importantes e interessantes.

Só me refiro aos efeitos perversos de "limpar" de carros ruas com larguras entre 8-10 metros. Tem efeitos positivos - ficam mais bonitas. Mas tem inegavelmente os efeitos negativos de que falei. No caso da rua do Século é ainda mais grave que a Rua da Rosa porque é a descer!

Só alguns comentários:

Temos que ter cuidado com o uso da palavra "naturalmente". Por vezes decisões erradas de décadas não são naturais, nem aconselháveis. O perfil da rua da Rosa ou do Século são em quase tudo muito semelhantes ao resto da malha do BA. Repito: numa rua residencial com aquele perfil não podemos aceitar que sejam de atravessamento.

Concordo que uma das soluções poderá ser plataformas transversais de quando em quando. Não devem no entanto ser passadeiras de peões, pq uma rua deste tipo não deve haver passadeiras de peões - deve ser mista com prioridade ao peão do principio ao fim. As plataformas podem ser feitas com lógica de desenho urbano - por exemplo, prolongar o Largo até à Escola de Dança em frente; subir o cruzamento com a Rua da Academia das Ciências; etc. Não é muito diferente da sua sugestão mas é importante perceber pq é que não deve ter passadeiras.

A solução pilaretes está longe de ser igualitária: 2 metros para os peões e 4 metros para os automóveis. O problema principal é que com os pilaretes sobre os passeios (porquê?) deixa uma situação em que alguém com uma criança pela mão não pode se cruzar com outro peão com conforto. Não é um passeio, é um corredor animalesco.

Enfim, acho que estamos de acordo em relação ao fundamental. Mas já acreditei mais nas grandes soluções globais e integradas. Penso que o importante é ter uma visão e um ponto de vista (a protecção e conforto dos mais vulneráveis) - depois, fazer.

Mário

Anónimo disse...

É preciso ter muito orgulho no seu analfabetismo para se afirmar que um andar sem possibilidade de estacionamento fica desvalorizado.

em que planeta vive o filipe?

no planeta dos SUVs.

no planeta dos velhos do Restelo.

Filipe Melo Sousa disse...

Então eu explico-lhe devagarinho para entender: uma pessoa disposta a comprar uma casa já tem o suficiente para comprar um carro, é normalmente uma pessoa activa, e precisa de se deslocar. Precisa no dia seguinte de pegar o carro de novo, sem que este tenha sido rebocado. Se aquele local não lhe proporciona essa possibilidade, compra casa noutro sítio. Funciona desse modo a lei da oferta e de procura. Quando baixa a procura de um bem, o seu preço de transacção baixa.

:)