01/07/2010

Câmara viabilizou plano para zona do Parque Mayer

In Público (1/7/2010)
Por Ana Henriques


«A Câmara de Lisboa viabilizou ontem, embora com reticências, o plano de pormenor do arquitecto Manuel Aires Mateus para o Parque Mayer e áreas adjacentes, como o Jardim Botânico. Trata-se de mais um passo de muitos que ainda terão de ser dados para que a transformação do recinto seja uma realidade.

"É um projecto sem sonho", observou o vereador social-democrata Santana Lopes - embora admitindo que há sonhos que podem sair caro, talvez numa referência aos 100 milhões de euros que custaria, se tivesse ido por diante, a execução do projecto encomendado por si, quando era presidente da câmara, ao arquitecto Frank Gehry para o mesmo local. Dois ou três teatros, um hotel e restaurantes são alguns dos equipamentos previstos no plano ontem aprovado, e contra o qual apenas o CDS-PP votou contra. Já o PSD decidiu abster-se, apesar das várias críticas que fez ao projecto. "Fomos informados de que a Câmara de Lisboa pediu ao Ministério da Cultura para demolir o Teatro Maria Vitória [inserido no recinto]. Será verdade?". Santana Lopes queria saber, mas o presidente da autarquia, António Costa, não lhe respondeu. Seja como for, uma das principais objecções do PSD relaciona-se com a área do parque prevista para equipamentos culturais, considerada diminuta, mesmo quando comparada com as promessas eleitorais de António Costa. Para o CDS-PP, o problema é outro: os lugares de estacionamento previstos são insuficientes. E se a vereadora do Cidadãos Por Lisboa Helena Roseta salientou as vantagens deste plano relativamente ao de Gehry, nomeadamente por causa da redução da área de construção, não deixou de frisar a necessidade de ter em conta todos os que têm emitido opinião sobre ele. É o caso da Liga dos Amigos do Jardim Botânico, que o vê como "muito nefasto", por entender que algumas das suas opções podem levar à perda de pedaços significativos desta zona verde. Aires Mateus considerou não haver "nenhuma dificuldade" com estas objecções, assegurando que irá reunir-se com a associação.»

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