Antes, os graffitis, sempre discutíveis porque ofendem a propriedade alheia, surgiam em muros ou edifícios devolutos. Pouco a pouco, foram sendo substituídos por vandalismo gráfico que invade todo o género de superfícies em Lisboa.
Hoje, a cidade de Lisboa encontra-se coberta de gatafunhos a que eufemísticamente alguns chamam “tags”, frases, palavrões e toda a sorte de pinturas. Indiferentes a monumentos, edifícios de habitação, equipamentos, sinais de trânsito, quiosques, elevadores, metro ou comboio, tudo serve para dar lugar ao vandalismo gráfico. Indiferentes à zona ou ao suporte, tudo serve para sujar em Lisboa: na Baixa e zonas históricas, nas avenidas novas ou nos bairros mais recentes, Lisboa é hoje uma cidade com uma imagem suja e desleixada.
A câmara de Lisboa, pela voz do presidente, anunciou uma operação de limpeza de graffitis e tags das paredes do Bairro Alto. Na ocasião foi anunciado que aquela seria apenas uma primeira fase de uma operação que iria ser alargada a outras zonas da cidade.
O que se verifica hoje em toda a cidade é um clima de total impunidade dos delinquentes que sujam a cidade em total desrespeito pelo património público ou privado, agredindo a cidade e os lisboetas. Em Lisboa, sujar e danificar paredes, monumentos ou equipamentos é um crime que compensa. Parece que não há nem autoridade, nem fiscalização nem capacidade operacional de contrariar este caos.
Perante a situação caótica a que se chegou em Lisboa importa tomar medidas de excepção. Medidas duras e rigorosas que reponham a cidade numa condição “normal”. É preciso agir com coragem e determinação. Lisboa precisa. Lisboa merece!
António Prôa
texto publicado no "Jornal de Lisboa"
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8 comentários:
Só para dizer que concordo em absoluto consigo e que já vi, em Lille, cidade muito turistica do norte de França, brigadas (furgões) anti-grafitti, que, ao que me parece estão em serviço todo o dia e não se vêm as paredes das casa e monumentos sujos con esta incivilidade. Claro que deve ser um serviço do município, mas ganha a cidade (lojas, restaurantes, cafés e esplanadas) toda com estas brigadas.
E as entradas da recém-inaugurada estação de metro do Saldanha, linha vermelha? Que vergonha, a condizer com o lindo arranjo urbanístico da envolvente...
Zonas de Lisboa há onde o entretenimento do pessoal rasca que anda na rua até às tantas em alta berraria é partir os retrovisores dos carros estacionados por onde passam.
A polícia não pode ou não quer saber disso para nada.
Precisamos de pôr em marcha algum tipo de acção. Precisamos de uma acção PODEROSA! Haverá?
Há. Acabar com o PS, CDU, BE e todo o lixo politico que para aí anda.
Devolver ao cidadão o sentido de Estado e o orgulho na nossa pátria querida.
é ARTE, dizem eles...
Não será assim tão simples...! Há que compreender a sub cultura dos grafitters e entender que esses tags que nada têm de artístico, são apenas assinaturas e consideradas como uma marcação de território, como tal terão de ser visíveis e principalmente duradouros no local onde são feitos, isto porque existem vários "gangs" rivais. A solução encontrada em algumas cidades da costa oeste do estados unidos foi: primeiro fazer uma limpeza geral e retirar os tags e grafitis e como manutenção a solução derradeira foi a de sensibilizar os cidadãos para pintar, limpar ou apagar qualquer grafiti, no momento em que fosse visto. Desta forma o grafitter via eliminada a sua forma de demarcação de território, após 2 ou 3 vezes o local nunca mais voltava a ser "tagado". Por isso esta solução passa pela sensibilização dos munícipes que infelizmente continuam indiferentes a degradação do espaço público e à constante poluição visual das cidades. Eu, tenho feito a minha parte...tenho sempre guardadas latas de tinta e referencias das cores...! Não?
Normalmente põe remendos com um tom diferente à parede!
Fica tão mal como as joalheiras que a minha mãe me punha nas calças em pequeno!
Mal por mal, antes os teags.
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