Embora de sempre, a ideia de que os vários concessionários de infra-estruturas instaladas no subsolo abusam da utilização do espaço público nas suas intervenções é cada vez mais evidente em Lisboa.
Concessionários da distribuição e fornecimento de água, electricidade, gás, comunicações e até o Metropolitano usam e abusam do espaço público de Lisboa na renovação ou ampliação das suas infra-estruturas, ocupando passeios com estaleiros e materiais ou instalando diversos elementos à superfície.
Parte do cenário atrás descrito é inevitável. A manutenção ou modernização das infra-estruturas e melhoria dos serviços prestados por estas empresas implica intervenções que provocam algum transtorno aos cidadãos.
Mas não é admissível que este condicionamento à utilização do espaço público provocado por estas entidades se prolongue para além do estritamente necessário ou que diversas intervenções se sucedam prolongando o ambiente de estaleiro em que muitas zonas de Lisboa se encontram.
As actuais intervenções da EPAL em muitas zonas da cidade têm-se arrastado muito para além do tempo previsto, deixando passeios quase impraticáveis, causando grande incómodo para os cidadãos.
Também o metropolitano tem provocado elevado transtorno nas obras que se prolongam durante anos, ficando os arranjos á superfície por concluir, como acontece actualmente, de forma insuportável, na zona da Av. Duque de Ávila.
Qualquer intervenção deve ser fiscalizada pela câmara municipal que deve impor normas rigorosas de forma a minimizar o transtorno provocado. O respeito pelos cidadãos tem de ser a prioridade imposta pela autarquia e cumprida por quem tem de usar o espaço que é de todos. As infracções às regras e os atrasos nas intervenções devem ser punidas de forma exemplar.
texto publicado na edição de Agosto do Jornal de Lisboa
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
O autor deste artigo tem 100% de razão. Colocam-se "estaleiros" impunemente onde dá na real gana do senhor empreiteiro. E por vezes por lá ficam "esquecidos" meses e meses. E quando se pergunta aos residentes nesses locais como é que aquilo é possível, eles respondem com ar de troça que o empreiteiro "entrou com umas massas" por fora. Façam a experiência e perguntem.
Se a EMEL tem fiscais para multar os carros mal estacionados, porque razão a Câmara não faz o mesmo quanto aos ATENTADOS à cidade de Lisboa?
Infelizmente não é só em Lisboa, este é um mal nacional, Portugal é um imenso estaleiro onde cada empreiteiro faz como melhor lhe convém.
Quanto á questão "Se a EMEL tem fiscais para multar os carros mal estacionados, porque razão a Câmara não faz o mesmo quanto aos ATENTADOS à cidade de Lisboa?" a resposta é fácil, gostava no entanto de corrigir a pergunta, onde diz "multar carros mal estacionados" devia dizer "multar carros estacionados" porque aquilo que a EMEL faz não é multar o mau estacionamento é multar quem estaciona...
Mas voltando a questão a resposta é realmente fácil, a EMEL multa, as pessoas reclamam, e depois pagam
os EMPREITEIROS simplesmente pagam...
Enviar um comentário