In Público (6/8/2010)
Por Marisa Soares
«Medida avança quando a Carris reestruturar a rede, diz o vereador com o pelouro da mobilidade, Nunes da Silva
O vereador com o pelouro da Mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Nunes da Silva, anunciou ontem a possibilidade de implantar um novo sistema de semáforos na cidade, que dê prioridade aos autocarros em alguns locais e diminua o tempo de paragem. A colocação do novo sistema depende agora de um acordo entre a autarquia e a Carris, bem como da disponibilidade financeira, dado que é "um investimento pesado".
O novo sistema será semelhante ao que existe na margem sul do Tejo: quando o autocarro se aproxima de um cruzamento com semáforos, envia um sinal e o programa do semáforo é "refeito" para que seja accionada a luz verde. "Queremos associar isso à reestruturação da própria rede [da Carris] para que não se esteja a investir em eixos que neste momento não se justifiquem", explicou o vereador à Lusa, acrescentando que não faz sentido aplicar o novo sistema no eixo entre as avenidas da República, Fontes Pereira de Melo e da Liberdade por haver uma "boa oferta de metropolitano".
Nunes da Silva aproveitou para criticar a falta de reestruturação efectiva da Carris na Baixa, onde há 71 circulações de autocarro por minuto e duas linhas do metropolitano. O autarca refere que a CML alertou a empresa para o facto de a sua oferta estar "em cima" de duas linhas do metro, o que "descura ou diminui a oferta" em outros locais mais necessários.
Contactado pelo PÚBLICO, o secretário-geral da Carris, Luís Vale, remeteu quaisquer esclarecimentos para os dados do mais recente relatório e contas da empresa. Sublinha, ainda assim, que "a Carris não fez qualquer crítica à câmara sobre o esquema de circulação na Baixa".
Porém, no relatório lê-se que as alterações à circulação naquela zona penalizaram o transporte público, nomeadamente durante o período de encerramento da Av. Ribeira das Naus para as obras de saneamento. O aumento dos tempos de circulação no atravessamento da Baixa e a alteração dos locais de paragem resultaram numa "penalização dos passageiros em termos de acessibilidade e conforto", refere o documento.
Quanto ao novo sistema de semáforos, Luís Vale aplaude o anúncio do vereador, já que o assunto tem estado em cima da mesa nas reuniões entre as duas partes. com Lusa»
...
Verdade seja dita que o serviço da Carris melhorou bastante nos últimos anos, independentemente da Rede 7. Não creio que o problema do trânsito em Lisboa sejam os semáforos, antes me parece ser de quem os tem comandado, porque na maior parte das vezes que a CML muda isto ou aquilo dá a ideia que as coisas têm sido programadas em cima de uma mesa de café, no final de uma refeição.
06/08/2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
11 comentários:
Eu não sei como hei-de classificar as afirmações deste Vereador. Incompetentes? Falta de lucidez? Aterrou hoje na CML e não sabe o que fazer? Qualquer uma das três serviria. É certamente um político que certamente não sabe do que fala. E que não sai do seu gabinete para comprovar a realidade no terreno.
O ML tem duas radiais na Baixa. Apenas duas. A da Almirante Reis (procedente do Cp Grande) e a da Estrada da Luz (procedente da Pontinha). Em nenhuma destas radiais a Carris tem serviços para a Baixa em cima do ML, à excepção da Almirante Reis onde anda um autocarro a cada 21 minutos, de piso rebaixado, adequado àquelas pessoas de mobilidade reduzida que não podem utilizar o ML.
Existe uma outra linha, fruto da reestruturação da CARRIS face ao ML, que permite viagens directas entre os pontos servidos por diferentes linhas do ML. É o 36 que faz a total ligação do eixo Central com autocarros articulados e frequências inferiores a 10 minutos. Anda sempre cheio e vende muitas tarifas de bordo. Todas as outras linhas da CARRIS sobrepõem-se ao ML porque assim tem de ser. Não cabe na cabeça de ninguém cortar o 15 ou o 759 a Cais do Sodré ou a Santa Apolónia respectivamente só porque há uma linha de ML que faz duas paragens iguais à CARRIS. São linhas radiais que aproximam os bairros mais periféricos às praças centrais. Quem fala do 15 e do 759 fala de todas as Radiais da CARRIS procedentes de cada uma das 4 zonas coloridas e que faz terminal na Baixa.
Não nos podemos esquecer da descontinuidade ferroviária da Baixa de Lisboa, à qual se acrescenta por motivos mais que técnicos o transporte fluvial, que obriga ao estabelecimento de conexões entre os 4 terminais. Se o Rossio está ligado a todos eles pelo ML, as restantes estão ligadas pela Ponte-Bus Cais do Sodré-Santa Apolónia, infelizmente ainda pouco organizada mas com uma oferta bastante frequente após o aumento das viagens do 35 (antes rede 7) e no 782, bem como na criação da carreira 781 e aumento das viagens do 28 aos fins de semana e feriados.
As declarações do Vereador entram em total rota de colisão com os interesses dos munícipes que o elegeram e com os milhares de pessoas que todos os dias são afectados. Prova não só das declarações da CARRIS no relatório de contas, bem como nas seguintes palavras referidas pela Provedoria do Cliente:
"Temos continuadamente argumentado junto da autarquia, no sentido de se evitar uma degradação das condições de operação proporcionadas aos nossos serviços na zona da Baixa que se reflectem negativamente na oferta proporcionada aos nossos clientes e à vivência desta zona da cidade.
Contudo, os nossos argumentos nem sempre têm tido tradução prática, assistindo-se a uma significativa degradação da acessibilidade decorrente das medidas de ordenamento adoptadas pela edilidade."
Com a medida, as carreiras mais afectadas são precisamente as da Ponte-Bus Cais do Sodré-Santa Apolónia, que continuam a fazer serviço para lá desta área cobrindo todo o Arco Marginal, cujo tempo de viagem cresceu do simples para o dobro e há registos de viagens que demoraram 3 x mais do que o tempo previsto na era Pré-António Costa.
A carreira 790 foi também seriamente afectada ao deixar de ter paragem no Cais do Sodré. Circula agora mais vazia, não permitindo a ligação da linha de Cascais e do Montijo, Seixal e Cacilhas até aos Hospitais Centrais e à Faculdade de Ciências Médicas.
Convido todos aqueles que são prejudicados com as ideias-pós-almoço como já li neste blogue, a mandarem o seu protesto para
Finalmente consegui concordar com a opinião deste autor!
Também tens razão:)
Mas o certo é que há locais completamente esquecidos (horários, paragens, viaturas) em Lisboa.
E convém não esquecer que os utilziadores do metro são diferentes dos utilizadores dos autocarros, se bem que os Altos Comandos não tenham essa noção.:)
Como qualificar estas declarações de um Vereador? Incompetentes? Com falta de lucidez? Desconhecedoras dos problemas dos cidadãos? Vindas de um homem que começou a trabalhar há 1 dia? Só sei que é um político que certamente não sabe do que fala. E que não sai do seu gabinete para comprovar a realidade no terreno.
O ML tem duas radiais na Baixa. Apenas duas. A da Almirante Reis (procedente do Cp Grande) e a da Estrada da Luz (procedente da Pontinha). Em nenhuma destas radiais a Carris tem serviços em cima do ML, à excepção da Almirante Reis onde anda um autocarro a cada 21 minutos, de piso rebaixado, adequado àquelas pessoas de mobilidade reduzida que não podem utilizar o ML.
Existe uma outra linha, fruto da reestruturação da CARRIS face ao ML, que permite viagens directas entre os pontos servidos por diferentes linhas do ML. É o 36 que faz a total ligação do eixo Central com autocarros articulados e frequências inferiores a 10 minutos. Anda sempre cheio e vende muitas tarifas de bordo. Todas as outras linhas da CARRIS sobrepõem-se ao ML porque assim tem de ser. Não cabe na cabeça de ninguém cortar o 15 ou o 759 a Cais do Sodré ou a Santa Apolónia respectivamente só porque há uma linha de ML que faz duas paragens iguais à CARRIS. São linhas radiais que aproximam os bairros mais periféricos às praças centrais. E quem fala do 15 e 759 pode falar de todas as Radiais da CARRIS que fazem terminal na Baixa ou numa das 4 estações e cuja origem não é servida por qualquer outro transporte público com passagem na Baixa.
Não nos podemos esquecer da descontinuidade ferroviária da Baixa de Lisboa, à qual se acrescenta por motivos mais que técnicos o transporte fluvial, que obriga ao estabelecimento de conexões entre os 4 terminais. Se o Rossio está ligado a todos eles pelo ML, as restantes estão ligadas pela Ponte-Bus Cais do Sodré-Santa Apolónia, infelizmente ainda pouco organizada mas com uma oferta bastante frequente após o aumento das viagens do 35 (antes rede 7) e no 782, bem como na criação da carreira 781 e aumento das viagens do 28 aos fins de semana e feriados.
As declarações do Vereador entram em total rota de colisão com os interesses dos munícipes que o elegeram e com os milhares de pessoas que todos os dias são afectados. Prova não só das declarações da CARRIS no relatório de contas, bem como nas seguintes palavras referidas pela Provedoria do Cliente:
"Temos continuadamente argumentado junto da autarquia, no sentido de se evitar uma degradação das condições de operação proporcionadas aos nossos serviços na zona da Baixa que se reflectem negativamente na oferta proporcionada aos nossos clientes e à vivência desta zona da cidade.
Contudo, os nossos argumentos nem sempre têm tido tradução prática, assistindo-se a uma significativa degradação da acessibilidade decorrente das medidas de ordenamento adoptadas pela edilidade."
Com a medida, as carreiras mais afectadas são precisamente as da Ponte-Bus Cais do Sodré-Santa Apolónia, que continuam a fazer serviço para lá desta área cobrindo todo o Arco Marginal, cujo tempo de viagem cresceu do simples para o dobro e há registos de viagens que demoraram 3 x mais do que o tempo previsto na era Pré-António Costa.
A carreira 790 foi também seriamente afectada ao deixar de ter paragem no Cais do Sodré. Circula agora mais vazia, não permitindo a ligação da linha de Cascais e do Montijo, Seixal e Cacilhas até aos Hospitais Centrais e à Faculdade de Ciências Médicas.
Convido todos aqueles que são confrontados com o estúpido esquema de circulação a enviar uma comunicação de manifestação do desagrado para
'ver.fernando.nunes.silva(arroba)cm-lisboa.pt'
Como qualificar estas declarações de um Vereador? Incompetentes? Com falta de lucidez? Desconhecedoras dos problemas dos cidadãos? Vindas de um homem que começou a trabalhar há 1 dia? Só sei que é um político que certamente não sabe do que fala. E que não sai do seu gabinete para comprovar a realidade no terreno.
O ML tem duas radiais na Baixa. Apenas duas. A da Almirante Reis (procedente do Cp Grande) e a da Estrada da Luz (procedente da Pontinha). Em nenhuma destas radiais a Carris tem serviços em cima do ML, à excepção da Almirante Reis onde anda um autocarro a cada 21 minutos, de piso rebaixado, adequado àquelas pessoas de mobilidade reduzida que não podem utilizar o ML.
Existe uma outra linha, fruto da reestruturação da CARRIS face ao ML, que permite viagens directas entre os pontos servidos por diferentes linhas do ML. É o 36 que faz a total ligação do eixo Central com autocarros articulados e frequências inferiores a 10 minutos. Anda sempre cheio e vende muitas tarifas de bordo. Todas as outras linhas da CARRIS sobrepõem-se ao ML porque assim tem de ser. Não cabe na cabeça de ninguém cortar o 15 ou o 759 a Cais do Sodré ou a Santa Apolónia respectivamente só porque há uma linha de ML que faz duas paragens iguais à CARRIS. São linhas radiais que aproximam os bairros mais periféricos às praças centrais. E quem fala do 15 e 759 pode falar de todas as Radiais da CARRIS que fazem terminal na Baixa ou numa das 4 estações e cuja origem não é servida por qualquer outro transporte público com passagem na Baixa.
Não nos podemos esquecer da descontinuidade ferroviária da Baixa de Lisboa, à qual se acrescenta por motivos mais que técnicos o transporte fluvial, que obriga ao estabelecimento de conexões entre os 4 terminais. Se o Rossio está ligado a todos eles pelo ML, as restantes estão ligadas pela Ponte-Bus Cais do Sodré-Santa Apolónia, infelizmente ainda pouco organizada mas com uma oferta bastante frequente após o aumento das viagens do 35 (antes rede 7) e no 782, bem como na criação da carreira 781 e aumento das viagens do 28 aos fins de semana e feriados.
As declarações do Vereador entram em total rota de colisão com os interesses dos munícipes que o elegeram e com os milhares de pessoas que todos os dias são afectados. Prova não só das declarações da CARRIS no relatório de contas, bem como nas seguintes palavras referidas pela Provedoria do Cliente:
"Temos continuadamente argumentado junto da autarquia, no sentido de se evitar uma degradação das condições de operação proporcionadas aos nossos serviços na zona da Baixa que se reflectem negativamente na oferta proporcionada aos nossos clientes e à vivência desta zona da cidade.
Contudo, os nossos argumentos nem sempre têm tido tradução prática, assistindo-se a uma significativa degradação da acessibilidade decorrente das medidas de ordenamento adoptadas pela edilidade."
Com a medida, as carreiras mais afectadas são precisamente as da Ponte-Bus Cais do Sodré-Santa Apolónia, que continuam a fazer serviço para lá desta área cobrindo todo o Arco Marginal, cujo tempo de viagem cresceu do simples para o dobro e há registos de viagens que demoraram 3 x mais do que o tempo previsto na era Pré-António Costa.
A carreira 790 foi também seriamente afectada ao deixar de ter paragem no Cais do Sodré. Circula agora mais vazia, não permitindo a ligação da linha de Cascais e do Montijo, Seixal e Cacilhas até aos Hospitais Centrais e à Faculdade de Ciências Médicas.
Convido todos aqueles que são confrontados com o estúpido esquema de circulação a enviar uma comunicação de manifestação do desagrado para
Já agora podiam aproveitar e re-programar os semáforos 'todos' da cidade, para em vez de darem 10 segundos aos peões e 60 segundos aos automóveis de 'verde', fazerem o inverso. É preciso mais medidas - e mais sérias e mais corajosas - de dissuasão de uso do transporte individual em Lisboa. E os semáforos da forma como estão programados não ajudam. Apenas beneficiam o automóvel individual. É mais uma razão para a cidade estar como está: Um gigantesco parque de estacionamento.
Nunca vivi numa cidade tão inimiga do peão como Lisboa, e já vivi em várias...
Subscrevo-te Filipe.
Não sei como ainda tens coragem para escrever estes testamentos! Eu já perdi a pica.
Os transportes não vão melhorar. Os vereadores não percebem um cu de transportes nem estão interessados em perceber.
Lembras-te daquela experiencia de faixas BUS a tempo parcial na Cidade Universitaria? Era de caras que nunca ia funcionar. Só alguem que não anda na rua é que acha que com a aproximação dum autocarro, os carros subitamente saem da frente. Ainda para mais que desde as remodelações da frota para autocarros redondinhos as pessoas perderam todo o respeito que ainda tinham por este meio de transporte. Mandam-se para a frente dum autocarro de qualquer maneira, param o carro em qualquer esquina e põe-se a mandar bitaites que o autocarro tem espaço para passar, por não perceberem que o problema não são os cerca de 3 metros de largura da frente, mas sim os 12m de comprimento e a falta de espaço para a traseira varrer na curva, etc...
O meu comentario do meia dia e onze refere-se ao comentario do Paulo Ferrero.
Eu tenho alguns comentários repetidos, pois à hora de os enviar dava erro e tinha de os refazer todos.
Xico, eu ainda tenho a esperança que a situação se altere. Cada vez que lá passo, tantas quantas as vezes que faço Cais do Sodré a Santa Apolónia porque a linha de Cascais não tem estação comum com a do Norte, vejo a explodir de raiva e junto dados para enviar mais uma reclamação pelo site da CML.
Ainda hoje cerca das 22h, o 28 para passar o Cais do Sodré demorou quase tanto tempo como a ir de Belém para lá. E é o 28, a carreira mais longa da rede!!
Vejam a notícia do JN (mais completa)
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Lisboa&Concelho=Lisboa&Option=Interior&content_id=1634964&utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%253A+JN-PAIS+%2528JN+-+Pais%2529
Já para não falar das pessoas que não têm passe L mas somente o da Carris... E o tempo que se perde a subir e descer para as estações do Metro? Deixem-se de invenções, revejam toda a sinalização, semafórica e da normal (já agora...), arranjem os passeios, multem quem estaciona em sítios indevidos e prejudica realmente toda a gente (só a receita para o estado nalgumas ruas de Lisboa como a Morais Soares, por exemplo) e verão como as coisas melhoram-
Enviar um comentário