17/08/2010

"Ter as rolantes e andar pelos degraus é tolice"

In Jornal de Notícias (17/8/2010)
Telma Roque

«As avarias nas escadas rolantes da rede do Metropolitano de Lisboa deixam os utentes com os nervos em franja e as pernas cansadas. Nos Olivais, uma das escadas está avariada há meses. Na Baixa-Chiado, a situação é "crónica". Os idosos são quem mais sofre.

“Isto não funciona há tanto tempo que já perdi a noção do mês em que as escadas deixaram de funcionar”, desabafa Ana Gonçalves, à saída do metro, nos Olivais. “A mim não causa grande transtorno, mas é uma situação que incomoda sobretudo os idosos. Eu vejo que eles têm dificuldade e não sei se desconhecem ou têm medo de usar o elevador”, avança por sua vez, Vítor Rodrigues, utente habitual do metro.

“Por que é que é preciso demorar tanto tempo a resolver uma avaria. Então a empresa tem as oficinas para quê? Deviam lá ter peças em stock. Ter as rolantes ali à mão de semear e andar pelos degraus é uma tolice, ou melhor, eu é que me sinto tolo”, critica César Martins, um outro utente.

Questionado, o Metropolitano de Lisboa justifica que ?tem conhecimento da situação e assegura que estão a ser tomadas todas as providências necessárias para proceder à reparação do material com a maior brevidade, por forma a retomar o normal funcionamento das escadas mecânicas da estação Olivais?.

Sobre outras avarias, e no caso concreto da Baixa-Chiado, argumenta que, muitas vezes, as anomalias devem-se a actos de vandalismo. A empresa assegura que sempre que é reportada qualquer anomalia, “os equipamentos são imediatamente colocados fora de serviço para verificação e reparação, surgindo por vezes situações em que dada a complexidade da avaria detectada implica um período de reparação, infelizmente, mais longo do que o que seria desejado”, acarretando transtornos.

Na estação Baixa-Chiado, que se encontra a grande profundidade, subir degraus torna-se penoso. Antónia Oliveira, 75 anos, brinca com o assunto. “Parece que estou a pagar uma promessa”, diz. Já mais a sério, lá desabafa que as pernas ficam cansadas e diz não entender como é que a situação se repete quase diariamente. “Uma pessoa chega à superfície completamente esgotada e quanto está carregada com sacos ainda pior”.

O Metropolitano – que está registado no Facebook, onde tem inclusive um tópico para receber mensagens sobre anomalias no funcionamento da rede – defende-se das críticas, explicando ao JN que estas escadas têm pendentes muito altos, “com elevadíssimo grau de utilização e frequentemente sujeitas a inúmeros actos de vandalismo que acabam por sabotar o seu usufruto” por parte das pessoas que circulam na rede.»

...

He, he, as desculpas do Metro para o seu laxismo são fantásticas! O que está em causa, quase de certeza, é poupar uns milhares em manutenção. Os passageiros? Que dêem à perna, o que vendo bem só lhes faz bem;-)

16 comentários:

Anónimo disse...

Nos Olivais um dos Elevadores está avariado à quase um ano !!!!

Se alguém se lembrar o dia exacto que avariou podemos realizar uma festa de aniversário :-)

Filipe Melo Sousa disse...

pagam 0,80 de bilhete e querem um serviço de luxo. Isto é sem dúvida o país do "ai-o-meu-direitozinho"

Anónimo disse...

O problema é que o metropolitano de Lisboa tem acabado com as oficinas de manutenção que tinha e tem entregue tudo a privados que cobram bem mais e efectuam um serviço pior!!

Anónimo disse...

Este Filipe não é o tal que não anda de transportes públicos porque são para os pobres! Então se são para os pobres - na sua cabeça, é claro - como pensa aumentar os bilhetes? Já que é tão economicista não compreende que se aumentarem os preços os pobres usam menos, logo menos receitas! Não compreendo este homenzinho, é tudo liberal, cada um faz o que quer, carros nos passeios, nas ruas, construção nova a substituir a antiga que dá personalidade às cidades e tudo o mais que ele veio aqui atirar. Será que ele não compreende que isso foi o que provocou a situação actual da cidade: cada um faz o que quer e a lei é para os tolos!

Filipe Melo Sousa disse...

tradução de qualquer frase que tenha a palavra "economicista" = recursos escassos não devem nunca ser geridos

Anónimo disse...

Caro Filipe,
em economia política a economicidade é a relaçao entre o custo e o benefício a ser observado.
Assim sendo decerto que a Carris, o Metropolitano, a Transtejo não estão à altura do benefício se entender o benefício como lucro. Mas o mais importante beneficío é medido em facilidade de vida e democratização dos recursos e possibilidades e isso não pode ser afastado das preocupacões da sociedade, por mais veleidades liberais possam assomar às mentes iluminadas que vão aparecendo por aí sem que essas mentes tenham a coragem de admitir o que realmente as anima - não me vai dizer que o Filipe, tão liberal, tem preocupações sociais e só quer o que é bom para a sociedade! O Filipe defende o que é bom para si e para os seus, ponto final!
Mas desta feita fechem-se também os hospitais que não dão lucro – diga lá que não lhe sabe bem não pagar monstrusidades quando tem que ir ao hospital – os museus, as Bibliotecas, as Universidades – se estudar numa universidade pública quanto paga pelos seus estudos?
Modernize-se, solidarize-se…cresça!

Filipe Melo Sousa disse...

solidarizo-me comigo. já pago o quanto basta. se quiser sustentar o luxo dos outros, chegue-se à frente. despeje mais uns trocos em monstros mal geridos. eu é que não sou parvo

Anónimo disse...

Já que está numa maré de slogans publicitários então apetece-me dizer: “O leão mostra a sua raça”.
Eu não sei qual é o seu signo, se leão ou outra coisa mas ficou agora bastante explicito o que realmente sente e pensa, que solidariedade é algo que usa primeiro consigo. Primeiro que vigorem os seus interesses particulares e que estes prevaleçam ao bem estar de todos. O que faz neste espaço, então? Cidadania Lx trata exactamente disso, de cidadania. O que preconiza não tem nada a ver com cidadania, e como ninguém aqui está particularmente interessado no seu umbigo o qual deve conhecer melhor que ninguém porque passa horas a olhar para ele, procure um outro espaço para impôr as suas pérolas de sabedoria, algo como “Estou a borrifar-me para os outros, onde é que se recebe o meu?

M Isabel G disse...

Paulo
Essa malta do MEtrO tem muita graça:)
Era pô-los a subir e a descer as escadas ou, no mínimo, andar de transportes,mas isso era pedir demasiado.
Uma falta de educação e respeito pelos utentes que lhes pagam os vencimentos.
Terra desgraçada.

M Isabel G disse...

Paulo
Essa malta do MEtrO tem muita graça:)
Era pô-los a subir e a descer as escadas ou, no mínimo, andar de transportes,mas isso era pedir demasiado.
Uma falta de educação e respeito pelos utentes que lhes pagam os vencimentos.
Terra desgraçada.

Anónimo disse...

Mas ainda respondem ao Filipe Melo???o man adora isto.

Filipe Melo Sousa disse...

Esse slogan seria muito mais honesto do que "cidadania". Afinal, fazer lobbying em benefício próprio vendendo hipocritamente a banha da cobra tem um nome muito feio que me vou abster de dizer. Num país cheio de parasitas ainda arranjam maneira de criticar quem os sustenta e chama-lo de interesseiro. Ele há coisas fantásticas...

Raul Nobre disse...

É assim mesmo, a estes tipos que não têm dinheiro os "Alípios" acabam com eles. Vamos mas é fazer parques de estacionamento para os nossos carros e para os dos nossos papás. Acabemos com os transportes públicos.Quem não tem dinheiro para ter carro que ande a pé ou que não saia de casa. Estou consigo senhor Alípio.

Filipe disse...

O passadiço de Alcântara começou assim. Cada vez mais tempo desligado para poupar em manutenção.
Seguindo a lógica, daqui por uns anos Lisboa deixa de ter metropolitano. Não vejo o que é que os utentes das linhas de Cascais e Cintura são menos do que os do ML!

Mais a sério, as escadas de Alcântara por baixo das Avenidas e da linha de Cascais (acesso às gares) também raramente funcionam.

Anónimo disse...

Não seria mais barato de pôr um elemento da segurança ao lado das escadas que avariam mais??

Jose S. Clara disse...

O problema de fundo é que não há dinheiro no ML. Estão falidos.

Deveriam ter tido o bom senso de gastar menos na arte das estações e deixar a "pastilha" do Estado Novo em vez de irem buscar inspiração à grandiosidade das estações do Metropolitano de Moscovo...

E agora têm que cortar em alguma coisa, não pode ser na segurança d linha, que seja no conforto dos passageiros.