13/08/2010

Um PEDIDO...





Chegado por e-mail:


«Caros amigos do Cidadania LX: gostaria de vos pedir ajuda no sentido de publicarem no blogue este acontecimento que me parece incompreensível e absurdo mas que se passou ontem. Tenho pedido à CMLisboa a sua intervenção para efectuar limpezas nos terrenos do Casal Ventoso, mas sempre sem qualquer efeito. Anteontem, enviei o mail infra, apelando para a resolução de uma situação em particular e especialmente degradante. Quando cheguei a casa ontem, pelas 18h, deparo-me com o problema resolvido na forma como atestam as fotos em anexo. Fiquei incrédula, enviei um mail com as fotos aos Espaços Verdes, mas não me conformo com esta atitude por parte da autarquia. Penso mesmo que quem está a dirigir aquele departamento devia ser imediatamente suspenso. Não era uma árvore centenária, mas era uma árvore bem grande e carregada de frutos. Mataram a árvore, deixaram o lixo.
Posso contar com o Cidadania LX para mostrar publicamente o que considero um crime?
Se entenderem redijo um pequeno relato dos factos...


Muito grata e com os melhores cumprimentos,
Gui Abreu de Lima



Exmo. Senhor Vereador dos Espaços Verdes:


A encosta do Casal Ventoso está a tornar-se numa lixeira a céu aberto, no perímetro adjacente à Rua Maria Pia e contíguo à Rua Guilherme Anjos. Acumula-se o lixo que não é removido há meses e meses, apesar de ter já pedido ajuda à Autarquia nesse sentido. Entulhos, seringas, e outros dejectos perigosos impedem as pessoas de ali se deslocarem e agora os toxicodependentes já dormem de baixo de uma figueira localizada a 5 metros da Guilherme Anjos. É o espectáculo degradante com que nos deparamos todos os dias. Colchões, papelões, garrafas, roupas e afins, além de ser uma casa-de-banho de todos os que por ali circulam diariamente. O departamento de Higiene e Resíduos Urbanos informou-me que a limpeza das zonas verdes compete ao departamento de Espaços Verdes. Eu apelo à CML e a esse Gabinete, em especial, para que nos ajude no sentido de manter aquele espaço minimamente limpo. A população não merece conviver com esta realidade. Afinal a CML veio em 2009 anunciar um "Parque Urbano do Casal Ventoso" que não traduziu qualquer mudança nem mais-valia para os seus moradores e que se degrada de dia para dia. Estamos exactamente na mesma situação terceiro mundista de sempre numa das freguesias mais emblemáticas do coração da cidade de Lisboa. As crianças não têm aqui onde brincar, os mais velhos não têm um lugar ao ar livre onde estar, quando há área de sobra aproveitável e que podia ser devolvida à população.
Agradeço os vossos bons ofícios no sentido de, pelo menos, retirarem o lixo e de tratarem desta questão dos sem-abrigo que nas últimas semanas dormem quase à porta das nossas casas em condições desumanas.



Grata e com os melhores cumprimentos,
Maria Lima
»

10 comentários:

Jorge Pinto disse...

Assim se vão alienando os eleitores, sr. JSF e sr. presidente da CML.

Anónimo disse...

Cara Maria Lima:

Parece-me que os serviços municipais foram até bastante expeditos a "tratarem desta questão dos sem-abrigo que nas últimas semanas dormem quase à porta das nossas casas em condições desumanas", lembro que "agora os toxicodependentes já dormem de baixo de uma figueira localizada a 5 metros da Guilherme Anjos".

Aposto que agora já não dormem lá - problema resolvido!

Devia era agredecer!

Anónimo disse...

Este país odeia árvores. Sei de Câmaras Municipais da área metropolitana que também são muito céleres a aparecer de moto-serra em vez de fazerem limpeza do terreno. Também o cidadão comum derruba árvores porque..."fazem sombra". Para além do "problema da sombra", que tanto incómodo causa, pelos vistos o seu derrube poderá vir a contribuir resolver problemas sociais como os sem-abrigo e a toxicodependência!? Não sei como ninguém pensou nisso antes.
Ana Almeida

Anónimo disse...

Caro anónimo das 4:03,

compreendo o seu sarcasmo mas não tenho a certeza se a autora deste post o compreenderá. Não é raro ouvir repetir argumentos como o que transcreve mas o que choca é que as pessoas não compreendem o verdadeiro alcance do que dizem, de forma leviana (parece-me), e nem se apercebem da total insensibilidade mascarada de pretenso moralismo ou caridade.
Quanto ao corte da árvore não posso deixar de me sentir traído por quem é suposto proteger a natureza e na CML tem esse cargo mas toma decisões deste género. Quando é que destruir árvores vai ser um crime punido? É que sermos uma sociedade evoluida depende também disso!

Xico205 disse...

Subscrevo o comentario das 4:03PM.

A CML não tem legitimidade para proibir quem quiser de dormir onde quer. O terreno é privado? Não é pois não?

Tiravam o lixo, e logo a seguir os sem abrigo arranjavam outros colchões. E você continuava a queixar-se.

Pronto agora tem o problema rsolvido.

Xico205 disse...

Subscrevo o comentario das 4:03PM.

A CML não tem legitimidade para proibir quem quiser de dormir onde quer. O terreno é privado? Não é pois não?

Tiravam o lixo, e logo a seguir os sem abrigo arranjavam outros colchões. E você continuava a queixar-se.

Pronto agora tem o problema rsolvido.

Unknown disse...

e quem diz que os sem abrigo não continuam a dormir debaixo da árvore cortada?ou não arranjam outra árvore que escape a esta fúria camarária de cortar árvores? Este é um bom exemplo de como NÃO se resolvem os problemas. Alguem está senil para os lados do departamento de espaços verdes da CML."Em Lisboa as casas constroem-se pelos telhados..."

Xico205 disse...

Quem dorme debaixo de uma árvore procura sombra ou abrigar-se do vento e da chuva.

Não me parece que uma arvore cortada ofereça tais condições.

Unknown disse...

Se se cortarem as árvores todas de Lisboa, acabam-se os Sem-abrigo.Então é isso,é essa a estratégia dos espaços verdes!Brilhante, esta gente está muito á frente!!

Xico205 disse...

Há sitos onde os sem abrigo não chateiam e deixam-nos estar. Aqui na Meia Laranja houve uma queixa.

Outros sitios há como o T. do Paço em que todas as manhãs os cantoneiros da camara lavam as arcadas porque os finórios dos ministros não podem cheirar o xixi e o cocó dos sem-abrigo, maneira que eles são corridos à mangueirada, e se não levam os cartões onde dormem vai tudo para o lixo.