25/08/2010

Águias de bronze do portão da Ogma foram retiradas


In Público (25/8/2010)
Por Jorge Talixa

«A decisão da Força Aérea Portuguesa (FAP) e da administração da Ogma-Indústria Aeronáutica de Portugal de retirarem as duas grandes águias de bronze que encimavam as colunas do portão principal da empresa de Alverca está a ser contestada por antigos e actuais funcionários. Os símbolos da Ogma foram ali colocadas há mais de 80 anos e o seu "desaparecimento" deu já origem a uma petição que reclama a sua reposição no local.

A administração da Ogma justifica que não fará sentido manter as águias quando a empresa já não pertence ao Estado e à FAP e que procurou garantir a sua preservação em articulação com a Força Aérea. Certo é que a petição lançada em Maio já recolheu mais de 400 assinaturas e vai ser entregue ao chefe de Estado-Maior da Força Aérea e aos presidentes da Ogma e da Empordef (empresa pública que representa os 35 por cento que o Estado ainda detém na Ogma). O documento sublinha que, desde a sua inauguração, em 1919, o portão das antigas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA) "sempre foi um símbolo para todas as gerações que, diariamente, passaram por ele", e diz que foi com surpresa que os trabalhadores souberam, no final de Abril, da remoção das duas águias de bronze. "Este acto levou a que actuais e ex-funcionários da Ogma se sentissem indignados e revoltados com a delapidação do que consideram património histórico da Ogma, da Força Aérea e da cidade de Alverca", prossegue a petição.

Eduardo Bonini, presidente da Ogma, explicou, entretanto, que "as águias são um símbolo da FAP" e que, por isso, houve um entendimento entre as partes para que fossem doadas à Força Aérea Portuguesa, que para elas prometeu encontrar destino. "A Força Aérea estava presente na empresa enquanto estatal. A partir do momento em que ela (Ogma) deixou de ser estatal, temos uma relação excelente com a FAP e com o comando do Depósito Geral de Material da Força Aérea, mas concluímos que não fazia sentido o símbolo da FAP estar presente no portão de entrada de uma empresa privada", acrescentou.»

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Que mais irá acontecer nessas OGMA?

7 comentários:

Anónimo disse...

Como é santa a ignorância! São este tipo de argumentos que têm levado à destruição, constante e progressiva, de património valiosíssimo e de outro menos valioso materialmente mas de importância imaterial.
Não se recuperam palácios porque eram reais e estamos em república, não se recuperam igrejas porque são religiosas e temos um estado laico, mudam-se os nomes das ruas, pontes e edificações porque o regime agora é outro, etc...
Mas que país de complexos, as coisas mudam mas as novas ideologias são tão comprometidas e mal resolvidas que se precisa deste tipo de argumentos para solidificar aquilo que deveria crescer livremente no espírito das pessoas. Não há paciência para tanta mediocridade, que país asfixiado com tanta mediocridade!

Anónimo disse...

Nao concordo consigo. É é precisamente porque acontece o contrário do que diz que as águias devem retornar ao local de origem, ou seja, recuperam-se Palácios Reais apesar de vivermos em República, recuperam-se Igrejas e património religioso apesar de sermos eum estado laico e de as mesmas serem utilizadas para culto de um religião e de serem. É o Estado que custeia essas obras (por poucas que sejam) nao é nem a Casa Real nem a Igreja obviamente uma vez que se tratat de património Nacional pois foi construido com fundos publicos. E é por isso mesmo que o património deve ser emcarado um bem "para sempre" e nao como algo passageiro ao sabor de uns incultos, que é o que infelizmente sao a maior parte dos nossos empresários e administradores de empresas estatais ou nao (resalvadas as excepções que as há felizmente).

Maxwell disse...

A petição é on-line? onde posso assinar?

Paulo Ferrero disse...

http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=PPPA2010

Rodrigo disse...

Se forem para as portas do Glorioso, vão muito bem!

Anónimo disse...

Anónimo das 3:11,

confesso que não percebi a sua mensagem em vários pontos. Por exemplo não entendo como é que a retirada das águias demonstra o Estado/República a funcionar no seu melhor. Não entendo quando diz que palácios foram construídos com dinheiros públicos e as igrejas também - isso é aplicar um conceito que surgiu no séc. XIX a edificações muito anteriores. Em todo o caso a discussão deste tema não é para ser filosófico/política mas somente de bom senso: o património é para preservar escrupulosamente e sem cedências.

Carlos disse...

Suponho que a seguir retirem também as cruzes de cristo, afinal também são símbolos da FAP...