in Correio da Manhã
14 Agosto 2010
14 Agosto 2010
Visconde do Rio Seco dificilmente pensaria no século XIX ter graffiti em vez de azulejos na fachada de sua casa. Dois séculos depois, o azul dos painéis deu lugar a inscrições, que dão um sinal de abandono ao palácio da camara de Lisboa.
Este é um dos muitos exemplos de edifícios em Lisboa que, apesar de constarem do Inventário do Património Municipal, estão marcados com graffiti, degradados ou abandonados há anos.
Muitos são propriedade municipal, como é o caso do Palácio Visconde do Rio Seco, na rua da Atalaia, que a autarquia já quis vender para que fosse transformado em hotel de charme, mas cujo destino ficará traçado com a futura instalação de uma esquadra da PSP.
Quando a Lusa visitou o local, alguns funcionários da Câmara de Lisboa retiravam do interior azulejos que ali haviam sido guardados.
O abandono chegou também à Quinta Nossa Senhora da Paz, no Lumiar, que a autarquia pretende ceder parcialmente (em direito de superfície) à Área Metropolitana de Lisboa, que ficará com a obrigação de reabilitar os edifícios abrangidos pela área a ceder.
Os privados não tiveram melhor sorte. Um exemplo quase chocante é o antigo convento onde chegou a estar instalado o Hospital de Arroios, na Praça do Chile.
Há seis anos ainda houve uma tentativa de o transformar em condomínio de habitação, demolindo quase integralmente o hospital, um projecto analisado na sequência da sindicância aos serviços do Urbanismo da autarquia e que, por violar o Plano Director Municipal (PDM), acabou por não avançar.
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