24/05/2011
Loja de sanduíches vai substituir alfaiataria Piccadilly no Chiado
"È, nesta sucessão de casos, que nos surpreende o silêncio sistemático da C.M.L.... e do seu responsável máximo na área do Urbanismo Comercial, Arq. Manuel Salgado" ...
( A.S.R.C. a 20/10/2010 neste "blog" )
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Proprietários de casa quase centenária passam a atender clientes em atelier a poucos metros do antigo espaço ( por Ana Henriques in Publico )
A antiga alfaiataria Piccadilly, no Chiado, em Lisboa, fechou as portas há cerca de um mês, e vai ser substituída por uma loja de uma cadeia de sanduíches.
Constrangimentos financeiros levaram os proprietários a aceitar a indemnização proposta pelo senhorio, um fundo imobiliário do banco Millenium, para se irem embora. A loja encerrou, mas o negócio continua por perto: com menos de metade dos empregados, a Piccadilly atende agora a clientela num primeiro andar da Rua Anchieta, situado no mesmo prédio da livraria Bertrand, onde a alfaiataria funcionou desde 1924.
"O senhorio foi-nos pressionando para sairmos, alegando que precisava do espaço para colocar um elevador para o condomínio de habitação que está a ser instalado nos andares de cima. E também para abrir um hall de entrada para o prédio", conta uma das proprietárias da Piccadilly, Teresa Mendonça. "Infelizmente, afinal o que vai para lá é uma Companhia das Sandes". Uma publicação da Câmara de Lisboa dedicada aos estabelecimentos históricos da capital conta que a Piccadilly vestiu membros de governos de vários cantos do mundo: "Aprumou políticos, diplomatas e artistas e teve acesso a alguns segredos de Estado".
O escritor Aquilino Ribeiro, por exemplo, era aqui conhecido por ter os bolsos sempre deformados, pelo excesso de coisas que metia lá dentro. Mário Soares e Jorge Sampaio também estiveram entre os clientes da casa, que hoje cobra entre 1800 e 2000 euros por um fato. Se é caro? "Já inclui limpeza a seco e passagem a ferro durante todo o período de vida da peça", frisa Teresa Mendonça. "E há pessoas que continuam com o fato impecável 20 anos depois de ele ter sido confeccionado à mão".
O corte da alfaiataria, clássico, distingue-se pelo estilo inglês, justo ao corpo. "A nossa principal clientela per- tence à aristocracia", descreve a proprietária.
Muito do mobiliário de madeira da loja foi levado para o atelier da Rua Anchieta, tal como a grande placa preta com letras douradas com o seu nome. "A antiga loja tem uns tectos lindíssimos em abóbada. Não sei o que lhes vai acontecer", refere Teresa Mendonça.
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Completa-se ... assim o processo ... sem explicações de qualquer tipo, ou um sinal de preocupação ou sensiblidade pela perda deste pedaço de tradição, identidade e qualidade na vida quotidiana do estratégicamente tão importante Chiado, por parte da C.M.L.
Exactamente o mesmo processo incompreensível que o Correeiro e a Nova Açoreana.
“Obra a Obra”.... Lisboa ... Empobrece .
António Sérgio Rosa de Carvalho
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1 comentário:
a nossa principal clientela pertence à aristocracia... aí é que está o problema. o único aqui com tiques de aristocrata é o jeeves (a butler's name by the way) e só um não chega para manter o negócio.
não quer com isto dizer que perfiro ver lá a loja das sandes, mas não vamos culpar quem não tem culpa.
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