27/07/2012

Bairro Alto com mais estacionamento e parque em estudo no Príncipe Real.

Bairro Alto com mais estacionamento e parque em estudo no Príncipe Real
"A tentativa da Câmara de Lisboa de construir, há 11 anos, um estacionamento subterrâneo debaixo da praça esbarrou num coro de protestos de habitantes e ambientalistas. E também nas objecções do Instituto Português do Património Arquitectónico, que considerou que a obra implicaria riscos de carácter patrimonial e ambiental. Debaixo do jardim está o reservatório de água da Patriarcal." 


As antigas instalações do jornal A Capital, no Bairro Alto, vão albergar um silo com 179 lugares, previsto para 2014.


Bairro Alto com mais estacionamento e parque em estudo no Príncipe Real
Por Ana Henriques in Público
Câmara quer transformar quarteirão onde funcionou jornal A Capital em silo automóvel, não pondo de lado hipótese de construir parque subterrâneo nas imediações de jardim. Igespar vai ter de se pronunciar
A Câmara de Lisboa tem planos para instalar um silo automóvel no quarteirão onde funcionou o jornal A Capital, no Bairro Alto.
Bastante antes disso, talvez este ano ainda, um condomínio privado situado junto ao Calhariz, no mesmo bairro, disponibilizará aos noctívagos 80 lugares na garagem do prédio. Os projectos do vereador da Mobilidade, Nunes da Silva, passam ainda por construir mais parqueamento noutra zona da cidade carenciada de lugares, a zona entre o Príncipe Real e São Bento. "Aqui existem quatro hipóteses de localização, duas subterrâneas e duas em silo", explica. Se a autarquia optar pela solução enterrada, poderá construir o estacionamento numa das laterais da Praça do Príncipe Real. Nunes da Silva assegura que o jardim será, neste caso, integralmente preservado.
A tentativa da Câmara de Lisboa de construir, há 11 anos, um estacionamento subterrâneo debaixo da praça esbarrou num coro de protestos de habitantes e ambientalistas. E também nas objecções do Instituto Português do Património Arquitectónico, que considerou que a obra implicaria riscos de carácter patrimonial e ambiental. Debaixo do jardim está o reservatório de água da Patriarcal.
Outra alternativa passa por a empresa americana que está a comprar vários edifícios na zona para reabilitar e arrendar, a Eastbanc, fazer mais uma cave num deles, na Rua da Escola Politécnica, de forma a albergar um parque público. Este processo está, no entanto, mais atrasado que o do Bairro Alto, uma vez que ainda não foi escolhida nenhuma localização. No caso do quarteirão de A Capital, entre a Rua Diário de Notícias e a Rua do Norte, o projecto deverá incluir a preservação da fachada e a manutenção dos seus três andares. O processo está a ser acompanhado pelo Instituto do Património Arquitectónico: "Houve um primeiro contacto com o Igespar e não foram levantadas objecções, mas ainda não foi apresentado o projecto, que há-de ser elaborado", descreve Nunes da Silva. Na melhor das hipóteses, os 179 lugares, metade dos quais serão reservados a moradores, estarão prontos lá para 2014, depois de os diferentes vereadores aprovarem a iniciativa. O silo destina-se a ser explorado pela Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL), que está neste momento a elaborar um anteprojecto e um estudo económico. O seu custo deverá rondar os seis milhões de euros.
A Câmara de Lisboa mantém ao abandono o antigo edifício de A Capital desde que, em 2002, dali despejou a companhia de teatro Artistas Unidos, por razões de segurança. "O edifício esteve para continuar a ter um uso cultural mas as obras necessárias ao cumprimento dos regulamentos de segurança e estabilidade obrigavam a um investimento muito forte", conta o vereador da Mobilidade. "Também se pensou em ali instalar um equipamento social, como um jardim-de-infância, mas encontraram-se outras soluções". Com o parque do Largo do Camões a abarrotar quase constantemente resolveu-se ocupar A Capital. A ideia parece agradar a moradores e comerciantes vizinhos, que só lamentam a década de abandono.
Além destes parques, a autarquia tenciona ainda construir novos estacionamentos no Campo das Cebolas (um silo), junto ao mercado de Arroios, em Campo de Ourique (Praça Afonso do Paço e Largo da Igreja de Santa Isabel), na Rua D. João V, em Benfica (no Bairro das Pedralvas e na Rua da República Peruana), na Estrada da Luz, na Rua Flores de Lima (junto à Avenida dos EUA). Os últimos sete parques serão subterrâneos e objecto de concursos para concessão, construção e exploração.

Residentes têm direito de opção
EMEL atribui dísticos para zonas vizinhas
Os moradores de ruas com estacionamento tarifado podem, caso habitem numa área de fronteira, pedir à EMEL (Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa) que lhes atribua um dístico para uma zona que não a que lhes estava atribuída. O esclarecimento foi feito ontem pelo provedor de Justiça, em resposta a uma queixa de um cidadão que pretendia obter dístico de residente para zona de estacionamento tarifado contígua à da sua casa.
A medida já está prevista no novo regulamento da EMEL mas é ainda pouco aplicada. Pretende-se, assim, dar resposta às queixas dos moradores de zonas muito congestionadas que se viam impossibilitados de estacionar em locais próximos menos procurados pelos automobilistas.

8 comentários:

Anónimo disse...

Quanto custam estes projectos?

Moro e trabalho em Lisboa, não uso carro particular.
Por isso acho legítimo perguntar saber quanto mais dos meus impostos vai servir para facilitar ainda mais a vida a quem polui o nosso ar, estaciona em cima dos nossos passeios, atropela tantos peões, desumaniza tanto a nossa cidade.

Carlos Medina Ribeiro disse...

A maioria dos parques de estacionamentos estão à moscas (ou muito longe de esgotados).
Av. de Roma, Alameda, C. Pequeno, Pr. Londres, Pr. Chile...
Alguns chegam mesmo a ter pisos encerrados por falta de fregueses!

Anónimo disse...

Conheço pessoas que vivem em Lisboa em bairros a norte do Marquês de Pombal e cada vez que se deslocam até ao Chiado, Baixa ou Bairro Alto usam o carro em vez do metro ou outro transporte público. Este "hábito" tem de ser travado através do melhoramento do serviço do metro e da Carris e não com ainda mais parques de estacionamento. Aliás, entre o do Camões, Carmo, Combro, Figueira, Restauradores e Praça do Município já existem suficientes. As pessoas não os usam, preferem arriscar e estacionar em cima de passeios porque dizem que os parques são caros.
Ou seja, Lisboa é pobre e não pode ser gerida como uma cidade rica. Digam não a mais parques de estacionamento e sim a melhores transportes e melhores zonas pedestres e espaços públicos.

João Rosa disse...

Sonhem sonhem! Quero vir isto a avançar....só por cima do nosso corpinho....

Anónimo disse...

esta gente nao aprende mesmo..
parece que é por criar mais 150 lugares, que custam varios milhoes de euros aos lisboetas, que o estacionamento se resolve milagrosamente..
quantos mais milhoes terao de gastar para verem que quanto mais parques criam mais carros vêm?

alem disso maior parte da gente que vem de carro para esta zona nem sao moradores de Lisboa mas sim de outros concelhos

Usassem esse €€€ para financiar mais autocarros noturnos à carris e tinha mais efeito..

Paulo Nunes disse...

Subscrevo embora, por este caminho, em 2014 já devam ter acabado com os transportes públicos...

João Pimentel Ferreira disse...

Nesta tugolândia onde reina a carrocracia, o político comum é tão medíocre e inútil que não consegue ver "the big picture"!

PT tem 580 carros por mil habitantes, só ultrapassado por Luxemburgo (país riquíssimo com salário mínimo de 2500€) e Itália (país rico com muita indústria automóvel). Em terceiro lugar vem a tugolândia, país paupérrimo e falido, com salários miseráveis a ser regido pela troica, mas o país da Europa com mais km de autoestradas por habitante e onde cada tuga tem um carro.

E é neste estado de calamidade económica extrema, que os autarcas (medíocres e inúteis) sempre ao sabor populista dos interesses imediatos, enchem as cidades com carros com parques de estacionamento subterrâneos nos centros, deveras onerosos, e incentivando o munícipe comum a usar o carro, degradando a economia nacional, julgando que assim resolvem alguma coisa.

Eu pergunto: Quantos litros de vinho e quantas rolhas temos de exportar, para poder importar tantos carros?

E para quando uma verdadeira consciencialização nacional para o uso de transportes públicos?

Arre que esta gente é burra...

Anónimo disse...

Deixo aqui o link do concurso para o silo automóvel no bairro alto acabadinho de sair!
http://www.espacodearquitectura.com/index.php?id=64&conid=1521