27/02/2013

Imagens de Marca - Lisboa/Portugal (continuação)

Tinha-me ficado, no meu último artigo (aqui), pela análise da trindade árvores/fontes/esplanadas e quão importante é em dias de calor mas mais importante ainda numa cidade com história, visitada por milhares de turistas, e que se quer amiga e atrativa para quem aqui vive ou espera viver.
E se sobre os temas árvores e fontes muito pouco de bom se pode constatar, resta-nos a última parte da equação, na esperança que aqui sejamos um exemplo.
É este o panorama geral das esplanadas da cidade, ainda que as fotografias sejam meramente indicativas porque a realidade é bastante mais...pitoresca!

No Largo do Conde Barão as espalanadas são, em tudo, condizentes com o edificado: decrépitas. Esta zona, com exemplos únicos de arquitetura pombalina, industrial e comercial, a decrepitude espalha-se por todo o lado... e o potencial de ser um bairro exemplar e chique é enorme, nas mãos de outro povo.

Estas malogradas esplanadas eram somente indescritíveis; aqueles toldos, aqueles sofás e até o porco a rodar no espeto tinham um quê de surreal, com a Praça de Touros por trás. E a julgar pelos protestos quando foram desmanteladas havia quem as achasse dignas. Coisas...

Quando estas estilosas cadeiras não estão a ser usadas ficam empilhadas assim na via pública. E no entanto a localização poderia fazer deste espaço um dos mais concorridos da zona. Dá Deus nozes...

No Largo do Carmo alguns bancos públicos estão a atrapalhar o normal funcionamento das esplanadas. Isto prova que Portugal não é amigo das empresas.

Diretamente saídas do catálogo 2012/13 Esplanadas de Áreas de Alimentação de Centros Comerciais. Mas como são versáteis e o público parece não saber a diferença, também podem ser usadas no mais importante espaço público do país.

O vermelho é uma cor ótima para esplanadas. Passa com uma enorme quantidade de marcas patrocinadoras de mobiliário de esplanadas. Brrr! Arrepiei-me!
Sendo verdade que nos últimos tempos têm surgido esplanadas de qualidade por todas a cidade, principalmente em terraços de hotéis, o fato é que o panorama é bastante mau. Mesmo as novas esplanadas da Avenida da Liberdade estão transformadas em pequenas feiras com música alta e luz neon. A da Praça Camões causa uma grave problema de limpeza na praça.

Mas como deveria ser? Vamos ver como fazem lá por Atenas, o tal país que é muito pior que nós:
Os gregos têm esplanadas em qualquer espaço, por mínimo que seja, nem que seja uma mesa e duas cadeiras. Mas não vejo mobiliário de plástico e com publicidade

Esta é uma daquelas esplanadas que se pode ver por qualquer lado na cidade. Esta, sem importância nenhuma e numa área de escritórios, é limpa e ordenada.

Na zona da Plaka, uma espécie de Alfama, encontram-se muitos espaços como este. Quanto ao estacionamento das motas, acreditem que nem lá eles estacionam como em Lisboa, apesar das aparências.
Não podia deixar de fazer referência a outra cidade, porventura a mais verde da Europa: Berlim.
Raramente uma rua, por mais inexpressiva que seja, não tem uma fileira de árvores, frondosas e antigas. E aquelas infindáveis ruas residenciais estão cobertas de esplanadas agradabilíssimas. Se têm problemas com o barulho? Sim, têm, mas gerem-no com avisos pendurados, avisos verbais e pedidos educados para abandonarem o espaço. É um prazer, verdadeiro, percorrer essas ruas à noite. As esplanadas estão onde devem estar: onde vive gente, onde gente.

Continua...

4 comentários:

Anónimo disse...

A esplanada do Campo Pequeno tal como estava não era a coisa mais agradável à vista e à própria circulação dentro dela, mas pelo menos era um espaço onde se podia estar e beber qualquer coisa.
Retiraram tudo e o que or lá há agora são umas esplanadas aborrecidas, descaracterizadas e que nem sequer geram muito movimento porque não servem muitas bebidas e não geram o mesmo ambiente mais descontraído que motivava a ficar por ali a aproveitar o espaço exterior do Campo Pequeno.
Porque tiveram de retirar tudo?
Não podiam simplesmente modificar, dialogar civilizadamente, talvez até com a ajuda de algum arquitecto ou designer da Câmara planear melhor aquele espaço, torná-lo mais digno e elegante, sem perder a qualidade de atrair e manter as pessoas a disfrutar daquele espaço?
Eu gosto de sair a pé na zona onde moro e agora não há nenhum sítio como essa esplanada "feia" que foi simplesmente abolida. E se antes se viam algumas pessoas por essas esplanadas agora não se vê quase ninguém, só um ou outro turista a comer nos restaurantes do Campo.
Alguma moderação a julgar e condenar estes espaços podia conseguir muitos melhores resultados. E isto aplica-se a muitas outras situações.

Já agora, como nota final, devo dizer que uma posição extremista não colhe simpatias e por vezes serve como contra-argumento para aquilo que defendemos.

Anónimo disse...

Caro Anónimo das 4:58,

a minha posição extremista vai exatamente no sentido para que se façam esplanadas por todo o lado, mas boas, bonitas, dignas. O argumento de "é melhor uma esplanada má do que nenhuma" que defende não colhe a minha simpatia nem respeito porque esse é o estado actual das coisas: temos péssimas esplanadas porque é melhor do que nada ter.
Quanto a arquitectos e técnicos da CML reformularem estas esplanadas a que se refere no Campo Pequeno tenho dois comentários: já haviam aprovado os planos iniciais para as esplanadas que não foram cumpridos;e de arquitetos e tecnicos da CML está o inferno e Lisboa cheia!
A.M.C.

Anónimo disse...

A esplanada fotografada no largo do conde barão é onde se pode usufruir do mais suculento kebab de Lisboa. O atendimento é muito bom e recomendo. Pena toda a envolvente estar abandonada com fachadas entaipadas e com placards a cair onde se pode ler "Diga Lisboa, Lda"

Assinado: O júri do melhor kebab de Portugal

Xico205 disse...

Alem do kebab bom, as cervejas são bastante baratas e o café está aberto todos os dias até ás duas da manhã. Costumo frequentar nos meus parcos tempos de lazer.