26/02/2013

Imagens de Marca - Lisboa/Portugal (continuação)



Sendo Lisboa uma cidade com enorme exposição solar e embora não assolada pelas temperaturas escaldantes que se fazem sentir em cidades do sul de Espanha, por exemplo, temos ainda assim daqueles dias onde andar na rua é uma prova de resistência física ao calor. É nessas alturas que a trindade árvores/fontes/esplanadas fica acima na nossa lista de prioridades e só pensamos onde ir para desfrutar uma bebida fresca numa esplanada acomodada numa zona arborizada.
As árvores
Já se denunciou aqui neste espaço qual é a relação que os lisboetas têm com as suas árvores, que enviam para os serviços da CML pedidos de abate de árvores porque, espante-se, sujam a rua, fazem alergia, tiram-lhes o sol das janelas. E a CML faz-lhes a vontade porque afinal árvores são objetos a julgar como são tratadas – vide o processo de intervenção no Jardim do Príncipe Real, no Campo Grande, jardim na placa central na Praça de Londres, e…
É claro que os cidadãos que enviam tais pedidos negligenciam o fato de que o que suja as ruas é o lixo que deixam por lá, os contentores que ficam os dias inteiros na rua e depois são revirados por sem-abrigo, as centenas de caixotes que as lojas deixam à porta em vez de se fazer uma recolha personalizada e onde nunca se ocupasse o espaço público e os dejetos dos seus cães que não são apanhados segundo as regras de boa conduta. E já todos leram aqui o que tem acontecido com as árvores plantadas no Bairro Azul, mortas por ácidos por moradores porque sujam os carros!
Quanto à luz, ajuda bastante abrir as persianas durante o dia; nunca percebi como é possível que a maioria das janelas desta cidade têm as persianas corridas durante todo o dia, de inverno a verão mas, por outro lado, a exposição solar é um argumento quando se compra uma casa o que leva à situação bizarra de se pagar mais por uma casa com exposição solar que depois se combate com as persianas corridas o dia inteiro. Alguém compreende?
Quanto às alergias, esse fator deveria ter sido ponderado quando as pessoas decidiram mudar-se para determinada artéria.
Não hajam ilusões: Lisboa não é uma cidade verde!
Fontes, fontanários e lagos
Alguns exemplos que não espelham nem 1% da situação:

O Chafariz do Intendente. Datado de 1824, é encimado pelas armas do Reino Unido Portugal e Brasil, um momento muito fugaz da história comum dos dois países. Está seco e é um banco para pessoas desocupadas.

Fontanário do Largo Agostinho da Silva. Seco, arruinado.

As mais importantes fontes da cidade: os deuses aqui representados sofrem de uma doença de pele terrível que nem eles conseguem curar.

Chafariz de Dentro - Alfama. Um chafarz desta importância não passa agora de uma "chafarica", sendo que a chave para aceder ao interior é guardada por um senhor que mora acolá, e ...

O Chafariz d'el Rey, que remonta ao rei D. Dinis é uma peça escultórica e arquitetónica de altíssima qualidade, conferindo-lhe uma aura italianizante de extremo valor patrimonial. A sua conservação envergonha-nos.


 Como deveria ser?

Fontana dela Chiesa Nuova, em Roma

Fontana di Piazza Colonna, Roma


Fontana del Nettuno, Roma

 Estas fontes, como aliás todas nesta cidade, estão funcionais e estão conservadas.
Como é que vamos educar os nossos cidadãos e políticos a ter este grau de exigência e sensibilidade?

Continua...

2 comentários:

Anónimo disse...

Todos os problemas de Lisboa e de Portugal devem-se mesmo a isso: Baixo grau de exigência, de sensibilidade, de orgulho, de dignidade e de cultura!

Paulo Ferrero disse...

Excelentes posts, AMC :-)