O presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, bem no centro de Lisboa, afirma que a frequência com que a autarquia tem recebido queixas é excessiva e, por isso, quer medidas concretas.
A Assembleia Municipal de Lisboa votou favoravelmente esta terça-feira uma recomendação em que pede à câmara que regule “com urgência” a atividade dos tuk-tuk, os veículos turísticos que nos últimos meses começaram a proliferar pela cidade e que têm sido o alvo de muitas queixas dos taxistas e moradores das zonas históricas da capital.
“A atividade diária e constante dos Tuk-Tuk provoca muito ruído e poluição pelos sítios onde passam e tem vindo a causar um crescendo mal-estar nos residentes dos bairros históricos, pondo em causa o seu direito à privacidade e à tranquilidade”, lê-se no texto elaborado pelo presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho (PS), que tem a seu cargo precisamente as áreas da cidade onde a passagem deste tipo de veículos é mais frequente.
Na apresentação da proposta, esta terça-feira à tarde na reunião do órgão deliberativo da autarquia, Miguel Coelho referiu que “com demasiada frequência os cidadãos se têm dirigido à freguesia” com queixas relativas aos tuk-tuk, especialmente nos bairros de Alfama e Mouraria. Estes veículos, disse, “maçam muito as pessoas que [ali] moram”.
E, por isso, o grupo socialista na assembleia pediu à câmara que “elabore com urgência um regulamento, no âmbito das suas competências, que discipline a atividade dos tuk-tuk, em particular os circuitos, as paragens e uso da via pública, assim como o horário para o exercício desta atividade”. Mais, o PS quer que as juntas de freguesia sejam tidas em conta na criação dessas normas. “Ainda não fui auscultado enquanto presidente da junta”, comentou Miguel Coelho, para quem os tuk-tuk são “uma atividade interessante para o turismo”, apesar de tudo.
Desde que apareceram, os tuk-tuk têm sido alvo de muita contestação, sobretudo da parte dos taxistas, que acusam os novos veículos de concorrência desleal, uma vez que algumas empresas que operam tuk-tuk dão aos turistas a possibilidade de fazerem percursos livres e não previamente estabelecidos, como acontece com outros serviços turísticos.
No passado dia 10 de novembro realizou-se uma reunião entre deputados municipais de Lisboa e representantes do setor táxi, onde terá sido garantido que a regulamentação dos tuk-tuk já está a ser preparada. “Penso que resolverão o problema, nem outra coisa seria de esperar”, comenta Florêncio de Almeida, presidente da ANTRAL, ao Observador.
A recomendação levada esta terça a assembleia municipal teve os votos favoráveis de todos os grupos parlamentares, à exceção do PSD e do Partido Ecologista “Os Verdes”, que se abstiveram.
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7 comentários:
É como outros problemas que existem em Lisboa, tal e qual: permitiu-se que a situação chegasse a um ponto irremediável para ir com toda a calma atamancar umas medidas que não irão resolver nada.
criar mais regulamentos?!?!?! já há vários que se podem utilizar. por exemplo: a lei do ruído. a polícia municipal podia comprar uns medidores e começar a multar (a sério, não fazer uma ou duas acções de fiscalização para aparecer nos media) os que ultrapassam os limites legais. outro regulamento que já existe e pode começar a ser utilizado (nos tuk tuk e em todos os outros veículos): o código da estrada. começar a multar a sério quem para em cima dos passeios. começar a cobrar a sério pelo estacionamento. estou convicto que estas duas medidas - já existentes - regulariam de imediato a actividade dos tuk tuk.
Mas fooi dada às trotinetas autorização para fazer serviço de táxi? Eu não sou taxista nem tenho interesses na actvidade, mas isso seria absolutamente espantoso se não se passassem coisas absolutamente espantosas neste terceiro-mundo lisbieta.
Os tuk tuk são um atentado à identidade da zona histórica, estão a transformá-la numa grande montanha russa terceiro mundista, além da desviarem os turistas de monumentos, museus e da Lisboa já ali a seguir à beira rio e colinas (onde passam cada vez menos turistas9, além da gritante falta de segurança, concorrência desleal aos táxis, etc etc
OS TUK TUK e similares DEVEM SER PROIBIDOS !!!
Esta é uma falsa polémica. O sr. presidente da Junta acha que são uma praga, a verdadeira praga dos grafittis, da noite tresloucada, da destruição constante do património, nada disso parece captar a atenção fina dos senhores autarcas. Os desgraaçdos tuk-tuks, esses sim, são um atentado a qualidade de vida na cidade histórica a qual, diga-se em abono da verdade, não existe.
O raciocínio falacioso do anterior comentário é muito usual entre nós: como existem outras erradas não se pode criticar outras.
Apesar de tudo ainda existe alguma qualidade na Lisboa histórica, para moradores e turistas, e muitas zonas ainda estão habitadas.
Para que a qualidade e a identidade de Lisboa aumente, É PRECISO PROIBIR OS TUZ TUK
Reagindo ao comentário do anónimo das 12.14,
cada um é livre de achar errado o que bem entender.
Agora, numa cidade em que as prioridades não existem, em que a Baixa está prestes a transformar-se num mega parque hoteleiro, em que a cidade histórcia estoira com a noite impune, em que mais de duas dezenas de palácios históricos estãoa cair, em que a arquitectura de transição é vítima de uma destruição sem paralelo na recente história da cidade, muito espanat que se venha embirrar com os tuk-tuks.
Como sempre fazem-se as perguntas erradas, como sempre perde-se o tempo com falsas questões. Esta é uma evidência. A única cosia falaciosa em tudo isto, é que nos vendam gato por lebre e nós ainda aplaudamos.
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