Pela primeira vez na história da cidade as iluminações vão ser financiadas inteiramente por privados, através de um concurso lançado pela autarquia. O investimento total do projecto estima-se entre dois e três milhões de euros e foi assegurado por patrocinadores, que terão publicidade presente em alguns dos locais iluminados.
Segundo Vasco Perestrelo, da empresa Multimédia Outdoors Portugal (MOP), que venceu o concurso, a publicidade não estará em mais de dez locais e garantiu que a sua presença não será excessiva, mas antes "integrada no projecto" de iluminação e animação da cidade, disse hoje em conferência de imprensa.
Ao investimento dos privados junta-se a verba de 200 mil euros que a autarquia irá transferir para as juntas de freguesia, no âmbito das iluminações de bairro. O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa (PS), sublinhou que "este novo modelo marca uma ruptura com um modelo desenvolvido durante anos", através de um protocolo com a União de Comerciantes.
No ano passado, a autarquia pagou a esta associação um milhão de euros de dívida referente a iluminações de anos anteriores e a iluminação de 2008 ficou cingida estritamente à verba de cerca de 400 mil euros estabelecida no protocolo entre a União de Comerciantes e a Câmara.
"Percebemos que era insustentável", disse António Costa, justificando o lançamento do concurso para um projecto de iluminação e animação exclusivamente pago por patrocinadores.
Sob o tema "conto de luz", as iluminações terão como fio condutor os contos de Natal e como epicentro a Praça do Rossio dedicada à história do "Quebra-Nozes", o bailado com música de Tchaikovsy e libreto de Lev Ivanov, que estreou em 1892 na cidade russa de São Petersburgo.
Quatro eixos diferentes
As iluminações serão divididas em quatro eixos: História, Natureza, Sonho e Inclusão Social.
O eixo História, dedicado à história do "quarto Rei Mago", abrange a zona ribeirinha, de Belém à Ribeira das Naus, enquanto o eixo Natureza, dedicado à história das "três árvores", inclui a Avenida da Igreja, Alvalade, Avenida de Roma, Areeiro, Praça de Londres, Avenida Guerra Junqueiro, Avenida Almirante Reis, Rua Morais Soares, Martim Moniz e Santa Apolónia.
A Rua Castilho, Ferreira Borges e Amoreiras constituem o eixo Sonho, sobre a história do "sapateiro e dos gnomos mágicos", e a Baixa-Chiado e a Avenida da Liberdade formam o eixo da Inclusão Social, dedicado ao "Quebra-Nozes".
As iluminações serão acesas no dia 15, num evento em que participará a Orquestra Metropolitana de Lisboa.
Contactado pela Lusa, Pedro Feist, que preside a uma das associações de comerciantes que integram a União de Associações do Comércio e Serviços, considerou que a iniciativa "é uma boa ideia".
Pedro Feist, que é simultaneamente vereador do movimento Lisboa com Carmona, afirmou que foi este o mecanismo encontrado face às dificuldades financeiras da autarquia.
A União integrou a comissão do júri do concurso para as iluminações e Pedro Feist assegurou existir "sintonia nesta matéria" entre a Câmara e os comerciantes.
"Espero que se tenha encontrado uma boa solução. Será uma experiência que se põem em prática e que poderá a vir a merecer correcções", sustentou.
In público
2 comentários:
Já agora, gostava de saber se esta abundância de iluminações se integra nos planos da redução da factura energética e se as lâmpadas são ou não de incandescência...
Adenda:
Refiro-me obviamente à factura energética do país, tão falada pelo licenciado Sócrates.
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