Estudo avalia se compensa colocar painéis fotovoltaicos em telhados lisboetas.
Artigo interessante devido à necessidade imperativa de desenvolver alternativas energéticas ... Mas atenção ! ... É necessário desenvolver legislação para integrar "painéis solares" nos telhados de telha (cerâmicas ou "canudo" ) ... para não falar dessa necessidade absolutamente imperativa em zonas históricas.
Deixo-vos além do artigo no Público ... dois pequenos textos introdutórios,um deles do British Heritage.
António Sérgio Rosa de Carvalho.
Uma boa idéia para incentivar o uso de energia solar em locais onde é imprescindível a aparência das telhas cerâmicas por seu contexto histórico, são as telhas solares desenhadas por Roberto Corvaglia e Sante Bortoletto da empresa italiana REM S.p.A. Com os grandes incentivos legais que estão sendo dados pelo governo italiano para promover o uso da energia solar num país onde o sol brilha com intensidade, esta pode ser a solução ideal para cidades históricas como Veneza onde não se pode usar outro tipo de telha que não seja a cerâmica e muito menos colocar placas solares cobrindo o visual da coberta.
As telhas solares de plástico com cobertas moldadas através da injeção de PLEXIGLAS®, foram denominadas de TechTile e seu aspecto é similar ao de uma telha cerâmica tradicional. No centro da telha se encontram os módulos solares térmicos sob um painel transparente feito com PLEXIGLAS®, porque o material conta com uma transmissão superior a 90 % deixando passar muito mais luz que outros plásticos que, além de tudo, não são tão resistentes aos raios UV e amarelam com o tempo.
Além desse cuidado, para que as células solares escuras não se vejam desde o exterior, Corvaglia e Bortoletto desenharam a estrutura interna dos painéis bem fina, para que possibilitem a entrada dos raios do sol sem que sejam vistas no lado exterior, que permanece com a cor da cerâmica tradicional. Também contam com resistência as intempéries e apesar de existirem módulos de telhas unidas pré-fabricadas para que se possam cobrir um telhado rapidamente, cada telha funciona independentemente das outras, fato que mantém a produção de eletricidade mesmo que uma se caia.
The Government wants to encourage microgeneration and in April 2009 announced changes to permitted development rights for microgeneration, for both householders and commercial property. This makes the installation of microgeneration equipment easier. Climate change, and the actions required to mitigate it and adapt to it, will have a significant effect on the historic environment. Policy formulation in this area is innovative and may have implications for the perception of the historic environment sector by Government
English Heritage's position
English Heritage has developed a position statement on microgeneration, aimed at property owners and local planning authorities. This helps them determine whether the installation of equipment is likely to be acceptable in relation to the historic environment. The document provides building owners with guidance on the issues they need to consider when thinking about installing microgeneration equipment, before they have met a manufacturer/installer and had a system designed for their property.
By helping owners and local planning authorities come to a balanced view on the acceptability of proposals, English Heritage will help to ensure minimal long term damage to the historic environment
Estudo avalia se compensa colocar painéis fotovoltaicos em telhados lisboetas.
Por Marta Spínola Aguiar in Público
O objectivo é baixar a factura eléctrica e permitir aos moradores saber qual o tempo de retorno do investimento
"Reduzir os consumos" é o primeiro objectivo. Perceber o potencial solar dos telhados lisboetas é o segundo. Foram estas duas premissas que levaram Teresa Santos e Sérgio Freire, investigadores do Sistema Nacional de Informação Geocientífica (e-Geo), a estudarem o potencial fotovoltaico da cobertura dos edifícios. E já começaram em Alvalade.
"Fizemos o estudo para fotovoltaicos e não térmicos", diz Sérgio Freire. Estes painéis destinam-se "à produção de energia eléctrica e vão reduzir os custos, que é o que queremos. Além disso são consumos com vantagens ecológicas porque é uma fonte renovável", explica.
E o resultado é satisfatório para os investigadores. O modelo fornece para cada edifício "um valor médio de radiação solar anual, uma estimativa do período de retorno do investimento em módulos fotovoltaicos e ainda a estimação do consumo de energia eléctrica per capita", dizem.
A investigação demorou cerca de seis a sete meses. "Tínhamos um projecto, o Geostat, em que estávamos a estudar os dados de detecção remota e a sua possibilidade de serem utilizados em aplicações municipais", afirma Teresa Santos.
Com a Câmara Municipal de Lisboa no topo das prioridades, os investigadores começaram a analisar o potencial fotovoltaico no topo dos edifícios. A orientação da cobertura, o número de horas de sol por dia e ao longo do ano, a eficiência da tecnologia de conversão, as características dos topos dos edifícios e a sombra provocada pelos prédios envolventes foram as particularidades que Teresa Santos e Sérgio Freire atentaram para perceberem se o estudo era ou não viável. Mas "é viável e a área disponível [para a colocação dos painéis] tanto existe no prédio como numa moradia", salienta a investigadora. "Num prédio há gastos, por exemplo de elevadores, mas nós temos isso em conta", adita.
Os investigadores querem que o projecto cresça, mas "estamos num impasse, estamos à espera de fundos". Por enquanto, a divulgação tem sido feita à base de artigos académicos. "A nível de câmaras municipais, apresentámos à de Cascais, mas apesar de acharem o projecto interessante acharam que não era um investimento prioritário", confessa Teresa Santos. E o mesmo aconteceu com a Lisboa E-nova, a Agência Municipal de Energia e Ambiente da capital.
O objectivo dos investigadores é alargar o estudo a todo o país. Hoje, apenas está disponível para a freguesia de Alvalade, mas estas novas "ferramentas de gestão urbanística e de planeamento urbano" vão permitir analisar o território em escalas de trabalho e temáticas distintas. Quanto ao futuro, Teresa Santos e Sérgio Freire pretendem "incluir a avaliação do potencial solar térmico, bem como a possibilidade de reconversão de todos de edifícios em "coberturas verdes"".
3 comentários:
Muito bonito mas temo que neste país seja desperdiçado o esforço. Não podemos esquecer que aqui pessoas insuspeitas pensam que janelas de aluminio ou PVC em casas antigas são uma solução normal e até de mais fácil manutenção, ou marquises fechadas, ou janelas diferentes na mesma fachada, portas de entrada substituidas por alumínio, ou árvores cortadas por as mais ridículas razões, praças renovadas no mais inovador (e batido) design de autor são já regra na relação com o espaço público.
Não temos futuro se não respeitamos o passado. Estamos a tornar-nos num povo sem linha ou rumo, dignos de pena ou troça dos nossos (im)pares europeus.
Nem pensar nisto em Zonas Históricas.
Os portugueses incluindo historiadores de arquitectura e alguns defensores do património construído ainda não compreenderam a beleza e raridade em termos internacionais do nossos TELHADOS
Quero corrigir umas gralhas no meu artigo, uma vez que já não vou a tempo no papel:
- O e-GEO significa Centro de Estudos de Geografia e Planeamento Regional
- O trabalho é também do DEGGE, da faculdade de ciências da universidade de Lisboa
Obrigada pela divulgação
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