BAIRRO AZUL: a elegância dos anos 30

Às 15H começamos a nossa visita ao emblemático Bairro Azul, desta vez guiados por Ana Alves de Sousa, moradora no bairro e grande apaixonada pelo Art Déco de Lisboa. Tal como no Bairro das Colónias, também aqui tivemos o privilégio de entrar em alguns átrios de prédios. E para surpresa de todos, foi ainda possível entrar num apartamento, recuperado com grande sensibilidade por um jovem casal (em imóvel projectado por Cassiano Branco). A visita ficou concluída com a subida à cobertura em terraço de um dos prédios de gaveto: desse dramático miradouro  vimos não só o contexto urbano do bairro (com aquele centro comercial pesado e excessivo mesmo em frente...) mas também  o interior do quarteirão com as características escadas de emergência em ferro. Felizmente, e após longo trabalho e persistência da Comissão de Moradores, o Bairro Azul  foi classificado como de Interesse Municipal. Mas também aqui foi por todos observado o problema das obras pouco criteriosas, revelando falta de informação sobre a estética Art Déco lisboeta. O maior problema é talvez a alteração caótica de caixilharias - incluindo a destruição de marquises originais, construídas em esbeltos perfis de ferro. Fomos ainda informados que por vezes se vêm contentores de obras cheios de estuques, portas e portadas originais - como é possível destruir os elementos que precisamente levaram à classificação do bairro?! Tudo isto prova que não basta classificar, é essencial criar um regulamento para salvaguardar os valores patrimoniais. Em comparação com o Bairro das Colónias, aqui os arruamentos já estão todos arborizados e os moradores têm o privilégio de estar rodeado de belos jardins e parques.