Mostrar mensagens com a etiqueta Fundação Champalimaud. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Fundação Champalimaud. Mostrar todas as mensagens

03/10/2012

Complexo do Hospital Miguel Bombarda/Pedido de audiência à Sra. Presidente da Fundação Champalimaud

Exma. Senhora Presidente da Fundação Champalimaud
Dra. Leonor Beleza

Como será do conhecimento de V. Exa, é nosso propósito desde há anos, enquanto movimento de causas que somos, totalmente independente e voluntarista; a defesa do património da cidade de Lisboa.

Nessa perspectiva, em finais de 2010, mal foram divulgadas pelos órgãos de informação as intenções especulativo-construtivas que se gizavam na altura para os terrenos e edifícios do Hospital Miguel Bombarda - unidade de saúde histórica e geneticamente ligada à psiquiatria e às neurociências -, abraçámos como nossa a causa da busca por uma solução digna para aquele antigo complexo hospitalar.

De então para cá, e apesar do IGESPAR ter classificado em 24 de Dezembro de 2010 o Pavilhão de Segurança (panóptico) e o Balneário D.Maria II como Conjunto de Imóveis de Interesse Público e de ter incluido todos os restantes edifícios hospitalares na Zona Especial de Protecção , nada ocorreu de facto em termos de preservação e de recuperação efectivas daquele património classificado, muito menos se alteraram os termos de referência de certo Estudo Prévio urbanístico entretanto desenvolvido e aprovado pela CML, ainda que de forma oficiosa, e que continua a apontar para a construção de várias torres para habitação e, por isso, para a demolição de muita da edificação actualmente de pé (exceptuando, obviamente, os edifícios entretanto classificados pelo IGESPAR e, de certa maneira, ainda que novamente de forma oficiosa, entregues à CML para futura gestão). Também está previsto o esventramento de terrenos para abertura de arruamento desde a Rua Gomes Freire e túnel de escoamento de tráfego para poente, por exemplo.

Face ao descrito, o Fórum Cidadania Lx tem vindo a aderir a várias iniciativas da sociedade civil e a desenvolver outra tantas da sua própria iniciativa, no sentido de sensibilizar quem de direito para a necessidade de se salvaguardar o máximo possível todo o património edificado do complexo hospitalar do Miguel Bombarda, e se assegurar que a readaptação daquele espaço seja o mais possível digna e respeitadora da memória histórica do local. Assim;

- Co-promovemos o abaixo-assinado “Pela continuidade e desenvolvimento do Museu de Pintura de Doentes e das Neurociências no Hospital Miguel Bombarda” (em anexo) – desiderato subscrito por uma série de individualidades mas até hoje por atender por quem de direito;
- Reunimos a vários níveis na Assembleia da República e com as instituições sob a tutela do então Ministério da Cultura para que fosse respeitado o espólio físico e documental clínico do Hospital Miguel Bombarda – cuja efectiva salvaguarda, apesar da Recomendação da AR (também em anexo) ainda está por garantir; é de sublinhar que o Arquivo e Acervo do Hospital incluem, sem hiatos, desde 1848, na sua integralidade, dezenas de milhar de processos clínicos, de processos de admissão/correspondência e processos médico-legais, importantíssimos para a investigação no domínio das neurociências, da sociologia e do comportamento humano, além de cerca de 6.000 fotografias, 6.000 desenhos e pinturas, colecções de tatuagens, de escritos de doentes, e de largos milhares de manuscritos, um Arquivo extremamente valioso no plano internacional.
- Solidarizámo-nos com a criação da Associação Portuguesa de Arte Outsider (http://aparteoutsider.org, site com páginas dedicadas ao Hospital);
- Propusemos à Câmara Municipal de Lisboa, mas sem sucesso, que negociasse com a ESTAMO, S.A., empresa tomadora daquele complexo hospitalar, de modo a que ali fosse instalado o Arquivo Municipal de Lisboa (obviamente em conjugação com a manutenção e ampliação, por sua parte, do Museu do Hospital, único na Península Ibérica), em vez do projecto preconizado pelo já citado Estudo Prévio (arq. Belém Lima);
- Temos vindo a solicitar reuniões ao Ministério da Saúde e com os responsáveis da ESTAMO, S.A., com vista a encontrar-se uma outra solução para o complexo do Hospital Miguel Bombarda (solicitações ainda sem resposta...).

Chegados aqui, e perante a inércia e/ou o desinteresse dos poderes públicos e a intransigência inexplicável da CML em não aceitar a solução "Arquivo Municipal", cremos que a Fundação Champalimaud poderá ser, efectivamente, o parceiro decisivo para que seja finalmente encontrada a solução óptima em termos de readaptação do complexo do Bombarda, ou seja, uma solução que encontre o equilíbrio ideal entre preservação de um património imóvel, móvel e de memória que é muito raro na Europa, e assegurar novas funções nas áreas do Conhecimento e da Investigação ligadas à Saúde.

Cremos que a Fundação Champalimaud seria o agente ideal para protagonizar essa solução, em conjunto com outras entidades, bem entendido, e poderia sê-lo no âmbito das neurociências, a exemplo do que sucede com The Brain and Creativity Institute, na Califórina. Que melhor instituição do que a prestigiada Fundação Champalimaud para desenvolver no complexo do Bombarda um pólo de investigação (e, porque não, também de cuidados de saúde?), mantendo intocável a componente cultural, física e imaterial do local e de todos quantos por ali passaram?

Vimos, por isso, solicitar a V. Excelência, uma audiência a fim de melhor expormos este assunto, colocando-nos, desde já, à inteira disposição de V.Exa. para o que for necessário.

Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos.

Bernardo Ferreira de Carvalho, Carlos Moura, Rita Matias, João Mineiro, Nuno Caiado, João Pedro Barreto, António Araújo, Paulo Lopes, Fernando Jorge e Rita Silva

(Foto)

04/10/2010

Pôr a ciência no hospital para derrotar o cancro


In Público (4/10/2010)
Por Ana Gerschenfeld

«Investigação científica e prática médica irão beneficiar neste centro de uma interligação considerada única no mundo

Três perguntas a Leonor Beleza
À procura das bases neurais do comportamento humano
Chuva de estrelas
Instituição vai gerir activos de 500 milhões de euros
"Portugal não tem praticamente lugar na investigação clínica"

"Esta é a Janela da Esperança", diz-nos Raghu Kalluri, apontando para um grande janelão que rasga a parede à nossa frente, por cima das nossas cabeças, ao nível dos andares superiores. Acabamos de entrar no átrio, com três andares de pé direito, do edifício principal das novas instalações da Fundação Champalimaud.

Ainda é um estaleiro - o PÚBLICO visitou a obra há uma semana de capacete de plástico, colete e botas especiais -, mas na companhia de Kalluri, especialista do cancro da Universidade de Harvard e director do futuro Centro do Cancro que aqui deverá começar a funcionar em meados do próximo ano, percebe-se como vai estar estruturada a principal componente do Centro Champalimaud de Investigação, situado na doca de Pedrouços, em Lisboa, e que vai ser inaugurado amanhã.

O poético nome da janela, salienta Kalluri, é do arquitecto do edifício, Charles Correa, e simboliza uma das visões de base que presidiu à sua concepção. "Este é um dos primeiros edifícios no mundo onde o hospital, a prática que consiste em ver doentes, e a investigação destinada a identificar novos medicamentos estão integradas", tinha-nos dito Kalluri, uns dias antes desta visita, numa entrevista que será publicada amanhã no P2. "É dos poucos lugares onde os doentes que entram no hospital podem ver cientistas a fazerem experiências. E os cientistas, enquanto trabalham, podem ver os doentes a entrar no hospital. Os doentes vêem que algo está a ser feito para eles, o que lhes dá esperança no futuro, e os investigadores percebem que vão ter de trabalhar ainda mais para salvar os doentes."

A "janela" não é o único ponto de ligação visual do mundo da ciência com o mundo da medicina. Um pouco mais à frente, entramos na área onde, do lado direito, ficará o hospital de dia. E, do lado esquerdo, abre-se um terraço com vista para um jardim interior (ao nível da cave) com altíssimas palmeiras e outras árvores tropicais. Um quadrilátero cujas paredes meias com o edifício também são de vidro, deixando ver o que se passa nos dois andares superiores, onde ficarão alojados todos os laboratórios científicos do centro. "As pessoas que estiverem à espera de uma consulta poderão ver daqui os cientistas a trabalhar", frisa Kalluri.

[...]

Investigação translacional

Tudo aqui está carregado de simbologia. Aliás, o próprio centro chama-se, em inglês, Center for the Unknown, com a ideia de desconhecido a ligar os feitos dos navegadores portugueses do século XV à exploração das terras incógnitas da ciência no século XXI e no futuro. A Torre de Belém e o Padrão dos Descobrimentos estão mesmo ali ao lado, conferindo ainda mais força onírica às palavras.

Mas a ideia-chave por detrás de tudo isto é muito concreta: "investigação translacional". A investigação translacional é uma tendência emergente na prática científica que tem por objectivo tornar os resultados científicos de base mais rapidamente utilizáveis na prática - na clínica, neste caso.

"Investigação translacional", diz-nos Fátima Cardoso, que vai dirigir a unidade de cancro da mama do centro (ver entrevista na página seguinte), "é fazer a ponte entre os que só fazem trabalho de laboratório e os que só fazem trabalho na parte clínica."

[...]

Já cá fora, e até ao Tejo, há toda uma área totalmente pública - e também desprovida de barreiras físicas -, que inclui um anfiteatro ao ar livre ao pé da água e, no segundo edifício do complexo, um restaurante, um auditório e um espaço de exposições. "Por enquanto, ainda é um estaleiro", diz Kalluri. "Mas dá para imaginar como irá ser."

01/10/2008

Câmara aprova projecto de arquitectura da Fundação Champalimaud

A Câmara de Lisboa aprovou hoje o projecto de arquitectura do centro de investigação da Fundação Champalimaud na zona ribeirinha de Pedrouços, concebido pelo arquitecto Charles Correa, que será realizado sem discussão pública.

O projecto foi aprovado com a abstenção do movimento Cidadãos por Lisboa e do Bloco de Esquerda durante a reunião do executivo municipal que decorreu à porta fechada.

O vereador do Urbanismo, Manuel Salgado (PS), considerou que o projecto será "um contributo importantíssimo para a valorização da zona de Pedrouços" e que o debate público da obra, embora não formalmente, acabou por realizar-se com a apresentação e debate do projecto na Câmara, Junta de Freguesia de Belém e na Ordem dos Arquitectos.

Pelo movimento Cidadãos por Lisboa, a vereadora Helena Roseta lamentou a chumbo da sua proposta que defendia a discussão pública do projecto,

(...)

O vereador comunista Ruben de Carvalho ressalvou que apesar de a CDU ter viabilizado o projecto, mantém dúvidas quanto à área envolvente: "é uma peça de grande qualidade arquitectónica, mas está no meio de um matagal, não se percebe bem o que vai acontecer ali, ainda para mais na fronteira entre os concelhos de Lisboa e Oeiras", afirmou.

(...)

O vereador eleito pelo Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, frisou que "a discussão pública teria sido o ideal".

(...)

O projecto contempla dois edifícios distintos situados num dos extremos da Doca de Pedrouços.

O edifício principal, com quatro pisos acima do solo e um piso subterrâneo, irá acolher as áreas de diagnóstico e de tratamento, os laboratórios de investigação básica e os serviços administrativos.

Esta unidade irá comunicar, através de uma ponte de vidro, com um outro edifico de menores dimensões, com três pisos de altura destinados aos escritórios da Fundação, centro de conferências, auditório, área de exposição e restaurante.

O projecto inclui ainda um anfiteatro ao ar livre junto ao Rio Tejo e um parque de estacionamento subterrâneo com 455 lugares.

A área envolvente será alvo de uma intervenção paisagística, acautelando a "intenção de se dinamizar um parque verde na margem do rio, aberto à utilização pública".

O perfil transversal da Avenida de Brasília vai passar a ter duas filas de circulação viária por cada sentido, tendo sido exigida apresentação do respectivo pedido de licenciamento de obra de urbanização de rede viária.

(...)

Noticia completa em RTP.pt

26/09/2008

Resolução do Conselho de Ministros que suspende parcialmente o PDM, por 5 anos p/ implementação do proj. Fund.Champalimaud / Docapesca

Aprovado ontem no C.Ministros, há de ser publicado:

«6. Resolução do Conselho de Ministros que suspende parcialmente o Plano Director Municipal de Lisboa, pelo prazo de cinco anos para a implementação do projecto do Centro de Investigação da Fundação Champalimaud
Esta Resolução vem suspender parcialmente o Plano Director Municipal de Lisboa, pelo prazo de cinco anos, com vista à implementação do novo projecto do Centro de Investigação da Fundação Champalimaud.
O «Centro de Investigação da Fundação Champaulimaud» constituirá, na intenção manifestada pela Fundação Champaulimaud, um local de investigação científica multidisciplinar transnacional e de referência no campo da biomedicina.
Nessa medida, garantirá as condições para que investigadores e académicos nacionais e estrangeiros desenvolvam projectos de excelência com aplicação clínica (prevenção, diagnóstico e tratamento), nas áreas das neurociências e da oncologia. O Centro disporá, igualmente, das mais modernas tecnologias para investigação biomédica, bem como das infraestruturas necessárias a programas de mestrado e de doutoramento no campo da biomedicina.
É um projecto de significativo interesse para o País, que suscita já, neste momento, atenção na comunidade científica internacional. A sua localização em Lisboa contribuirá para valorizar a cidade, quer pela qualidade do edifício projectado, quer pela presença de um centro de excelência científica relevante para a agenda internacional da ciência. O desenvolvimento do projecto em causa permitirá a criação de cerca de 700 postos de trabalho, principalmente de cientistas e pessoal altamente qualificado.
»

Independemente do projecto, que é bonito, e dos objectivos, que são bons, há 3 comentários que nunca deixarei de fazer:

1. Suspender-se o PDM a pedido é um péssimo princípio, pelo que neste caso se aplica a velha máxima atribuída (mal) a Maquiavel.

2. Mais uma vez se transmite a ideia, generalizada, como se sabe, de que quem é grande tem um tratamento e quem é pequeno tem outro, pelo que se desperdiça aqui uma oportunidade para se dar um bom exemplo de que assim não é.

3. Não tenho memória de qualquer outro projecto, de promotor privado ou público, que tenha andado de forma tão célere a nível processual quanto este. É caso para dizer que o TGV já chegou a quem de direito.

17/09/2008

Câmara vai pedir suspensão do PDM para avançar com Fundação Champalimaud

A Câmara Municipal de Lisboa vai pedir a suspensão do Plano Director Municipal (PDM) para poder avançar com o projecto da Fundação Champalimaud em Pedrouços, revelou hoje a vereadora Helena Roseta.

"O artigo 23 do PDM que diz que os edifícios na frente ribeirinha não podem ter mais do que 50 metros de extensão impedia a concretização do projecto. De qualquer forma, como ele próprio cria um novo sistema de vistas o Executivo autárquico decidiu pedir ao Governo a suspensão do plano", afirmou Helena Roseta.

(...)

"A proposta de levar o projecto a debate público foi bem acolhida", disse Helena Roseta, acrescentando que isso não deverá atrasar a conclusão da obra prevista para 2010.

Helena Roseta revelou ainda que distribuiu pelos vereadores um Estudo da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL), ao qual teve acesso esta semana, sobre os edifícios devolutos e mostrou alguma perplexidade por esse trabalho concluído há quase um ano e não ter sido divulgado.

(...)

"Este (prédios devolutos) é um problema gravíssimo da cidade de Lisboa e o trabalho tem aspectos bastante importantes sobretudo para o programa local de habitação" pelo qual Helena Roseta está responsável.

A vereadora explicou ainda que deverá apresentar um primeiro esboço do programa Local de Habitação no final de Setembro e que uma das ideias é criar uma bolsa para recolher todos os estudos, análises e testes feitas nas universidades sobre esta questão.

noticia completa em rtp.pt


Fundação Champalimaud tem de superar ilegalidades

In Público (17/9/2008)
Ana Henriques

«A implantação da sede da Fundação Champalimaud na zona de Pedrouços é hoje discutida pelos vereadores na reunião da Câmara de Lisboa, mas não será submetida a votos, uma vez que o aparecimento no local de três novos edifícios, o mais al-
to deles com quatro pisos, e um auditório ao ar livre levanta alguns problemas de natureza legal.
Em causa está o facto de se tratar de um equipamento não portuário - com escritórios e laboratórios de
Plano Director Municipal classifica ainda como de uso portuário. O mesmo regulamento determina que, em Lisboa, "os novos edifícios na frente ribeirinha não podem constituir frentes contínuas de dimensão superior a 50 metros". E o projecto em causa, da autoria do arquitecto Charles Correa, não cumpre esta disposição. O vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, pensa que nenhum destes problemas constituirá um entrave inultrapassável, uma vez que "há um consenso alargado sobre a fundação ficar sediada em Lisboa e sobre a qualidade do projecto de arquitectura. »

16/09/2008

Fundação Champalimaud na Docapesca





Amanhã, vai a reunião de CML o projecto de arquitectura da Fundação Champalimaud para a zona actualmente ocupada pela Docapesca. O projecto, que, acentue-se, é BONITO, tem, contudo, algumas arestas que precisam de ser limadas, a saber:


1. Há que saber, muito precisamente, se os termos de passagem de testemunho dos terrenos da APL para a Fundação são os suficientes do ponto de vista legal.

2. Se a altura e cércea agora propostas, respectivamente, 20.33m e 15.43m, cumprem ou não o Regulamento Geral de Edificações Urbanas.

3. Se o centro de investigação viola ou não o PDM.

4. Se o sistema de vistas é respeitado no que toca à impossibilidade de se constituirem frentes contínuas superiores a 50 m.

5. Se as artérias existentes e a criar na zona suportam o impacto de tráfego que se prevê com a construção deste projecto.

6. Se o estacionamento subterrâneo de 455 automóveis em piso subterrâneo impermeabiliza o solo em maior grau do que as fundações dos prédios ali existentes.

7. Se está assegurada a eficiente e ecológica gestão dos resíduos hospitalares.

8. Se, dada a dimensão e impactos vários do projecto, o procedimento a seguir não deve ter um amplo debate público. Acho que deve.

02/06/2008

Câmara apresenta em Junho plano global para toda a frente ribeirinha

In Sol Online /Lusa (2/6/2008)

«A Câmara de Lisboa elaborou um plano estratégico para toda a frente ribeirinha, desde o Parque das Nações a Pedrouços, que será apresentado no início de Junho ao Governo, revelou o vereador Manuel Salgado

«Quando assinámos o protocolo com o Estado assumimos o compromisso de elaborar um plano estratégico para toda a frente Tejo. Esse estudo está concluído, será apresentado no início de Junho e é muito mais vasto e ambicioso do que a proposta da Parque Expo», disse Manuel Salgado, em entrevista à agência Lusa.

O vereador sublinhou ainda que este plano é «uma visão de futuro a longo prazo» e «servirá de guião para as várias intervenções que vão ser feitas nesta zona».

Salgado adiantou que este plano tem «cenários alternativos» e «propostas pesadas», mas afastou qualquer possibilidade de especulação imobiliária.

«Admito para a zona de Pedrouços, que não está estudada, que à volta doca pesca, onde ao lado vai aparecer a Fundação Champalimaud, possam aparecer outras estruturas deste tipo, mas nunca o loteamento no sentido da promoção imobiliária», garantiu.

Quanto à zona de Pedrouços e questionado sobre a possibilidade de uma intervenção conjunta das autarquias de Oeiras e Lisboa, Manuel Salgado limitou-se a afirmar: «há contactos estabelecidos, mas ainda não está nada definido».

Eliminar as barreiras entre a cidade e o rio é uma das linhas orientadoras do plano estratégico global para a frente Tejo que a Câmara de Lisboa preparou.

«É possível fazer muito mais do que o que existe hoje. A ligação pode ser muito mais contínua, sem a barreira do comboio e via rápida», afirmou.

Dar continuidade aos percursos ao longo da zona ribeirinha e aumentar a permeabilidade da cidade até à margem e depois utilizar toda a frente ribeirinha como espaço público.

«Não quer dizer que não existem equipamentos, como já existem, de restauração, ou culturais [como o museu do Oriente] e que junto à doca de recreio possam aparecer outros equipamentos», acrescentou.

Lusa/SOL»

E a Feira Popular, porque não colocá-la na zona da Lusalite, na Cruz Quebrada? Aquilo que ali está é para especulação imobiliária?

17/10/2007

Costa satisfeito por acolher fundação

In Jornal de Notícias (17/10/2007)

«O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa (PS), considerou "prestigiante" para a capital acolher a sede da Fundação Champalimaud, projectada pelo arquitecto Charles Correia, escusando-se a comentar o projecto que foi ontem apresentado à autarquia.

"Não devo falar em concreto sobre o projecto", disse à Lusa António Costa, quando questionado sobre a volumetria do futuro edifício, cujo "pré-projecto" foi apresentado ontem à autarquia pela presidente da fundação, Leonor Beleza, e pelo arquitecto de origem goesa Charles Correia.

O autarca da capital sublinhou que o projecto do centro de investigação da fundação visa a localização "na zona de Pedrouços, que é uma localização fantástica, mas muito sensível", na frente ribeirinha.

"Tem que haver um grande trabalho de colaboração entre a equipa criativa e a Câmara de Lisboa para que tudo possa correr da melhor forma", sustentou. (...)»

É melhor esperar pelo projecto...

04/10/2007

CML pede contas à Fundação Champalimaud

In Público (4/10/2007)
Ana Henriques

«Leonor Beleza negociou construção de centro de investigação à beira-rio em Pedrouços com porto de Lisboa, mas autarquia quer ter uma palavra a dizer

O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, chamou ontem Leonor Beleza para almoçar com ele e com vereadores das restantes cores políticas. Objectivo do repasto: saber pormenores sobre a instalação da fundação Champalimaud em Pedrouços, à beira-rio, aparentemente decidida sem que a autarquia tenha sido consultada sobre o assunto.
Apesar de a futura construção de um centro de investigação em neurociências e na área do cancro, bem como de um hospital de dia, ter sido noticiada há seis meses, na sequência de negociações entre a administração portuária e a fundação gerida por Leonor Beleza, foram vários os autarcas que ontem se mostraram surpreendidos com o facto, que tem como pano de fundo uma guerra antiga.
Há muito que a câmara lisboeta reivindica a gestão das zonas ribeirinhas desafectadas da actividade portuária, queixando-se de que os administradores do porto aqui cortam e riscam sem dar cavaco à autarquia, licenciando novas construções. António Costa frisou ontem que desde 1999 que os licenciamentos de obras nas zonas não portuárias da cidade, como é o caso dos terrenos da Docapesca, em Pedrouços, competem à autarquia.
O vereador Carmona Rodrigues, que foi informado das intenções da fundação quando era presidente da câmara, no anterior mandato, explicou que o projecto pertence ao arquitecto de origem goesa Charles Correia, que concebeu um equipamento do género para o Massachusetts Institute of Technology. Os seus planos para Pedrouços consistem num edifício de dois andares acima do solo e os restantes pisos enterrados, a construir na zona onde hoje existe uma escola de pesca, inserido numa nova zona verde de acesso público com um anfiteatro aberto para o rio. "Tipo Gulbenkian", sintetizou o autarca. Em troca da cedência dos terrenos pela administração portuária a fundação poderá oferecer cursos e bolsas de investigação, acrescentou. "O Governo gostaria que tudo ficasse pronto até às comemorações do centenário da República", ou seja, dentro de dois anos.
A instalação da fundação na cidade é consensual entre os vereadores, muitos dos quais defendem no entanto a sua integração num plano de ordenamento da frente ribeirinha, e não o seu crescimento avulso à beira-rio em jeito de facto consumado, como parecia estar prestes a suceder.»

Fundação Champalimaud vai para Pedrouços

In Sol Online (4/10/2007)
Por Margarida Davim

«A presidente da Fundação, Leonor Beleza, almoçou esta quarta-feira com os vereadores das várias forças políticas da Câmara de Lisboa para apresentar o projecto de um centro de investigação para a Doca Pesca

António Costa convidou Leonor Beleza e os cabeças de lista das várias forças representadas na Câmara de Lisboa para um almoço com um projecto para a frente ribeirinha na ementa.

Aos vereadores, Beleza apresentou o projecto da Fundação Champalimaud para os terrenos da antiga Doca Pesca, em Belém.

Um plano que a vereação ainda não viu traduzido em maquete, mas que deverá ser apresentado pelo arquitecto Charles Correia – um indiano de ascendência goesa, responsável pela sede do Massachusetts Institute of Technology (MIT) nos Estados Unidos – ainda este mês, na Câmara de Lisboa.

Um anúncio que foi feito, depois de a Fundação ter ponderado outras localizações, em Cascais e Oeiras, e sendo que há várias autarquias interessadas em acolher esta sede.

Os termos da cedência dos terrenos em causa – para onde chegou a estar pensada a America’s Cup – ainda não estão definidos, mas já foram alvo de negociações entre o Governo e o anterior executivo camarário de Carmona Rodrigues.

De acordo com Carmona, «não está prevista a cedência gratuita dos terrenos», mas sim um direito de superfície por um período de tempo ainda não definido, que pode ter a troca de serviços como contrapartida.

«Essa cedência pode ser negociada em géneros», explicou Carmona, dando o exemplo de cursos de formação que podem ser leccionados pela Fundação. Para António Costa este é «um projecto de grande interesse para a cidade», que mereceu «um grande consenso de todos sobre a grande utilidade deste centro de investigação».

A obra, que deverá ter apenas dois pisos de construção em altura – sendo os restantes andares subterrâneos – implicará a demolição dos edifícios da escola de pesca e terá uma zona de espaço público, com jardins, e um anfiteatro aberto virado para o rio Tejo.

PSD, PCP, BE e o movimento Cidadãos por Lisboa também se congratularam com a possibilidade da construção do centro de investigação científica em Lisboa, aguardando porém por mais detalhes sobre o projecto em concreto.

José Sá Fernandes, do Bloco de Esquerda, diz que a apresentação que foi feita «foi muito superficial» e que vai «analisar» o projecto hoje apresentado por Leonor Beleza. »

Não sei se o processo de divulgação será o melhor - almoço? - mas parece-me que entre os inenarráveis armazéns da Docapesca (uma sociedade, recorde-se, que deveria ser extinta, pois é apenas um maná para boys) e um edifício de 2 andares desta fundação, e sobretudo a própria actividade desta, parece-me que não há esoclha possível. O problema é de fundo: mais uma vez os terrenos da zona ribeirinha são alvo de promoção imobiliária. Não aprendemos, de facto, e não há nada a fazer. Porque não instalar a fundação num dos "n" edifícios de prestígio abandonados por essa Lisboa? Porquê o rio? Porque não deixar o rio para as pessoas, para o desporto, para o lazer? Somos mesmo parvos... caso contrário nunca teríamos permitido a demolição da estação de comboios de Pedrouços ... agora vai fazer falta, ou não?