17/12/2007

Cascais Soviética? Descubra as diferenças!

Proposta de El Lissitzky (1890-1941),

ainda jovem com 35 anos de idade,

edificio a Nuvem de Ferro (Wolkenbugel), para Moscovo em 1925.

Proposta de Rem Koolhaas (1944-),

senilidade precoce, com 46 anos de idade,

para Moscovo em 1990, projecto recusado!


Proposta de Gonçalo Byrne (1941-),

à beira da reforma com 66 anos de idade,

para Cascais em 2007.








Igreja de Santo António de Campolide continua a cair aos bocados!

Chegado por email:

«Exmos. Senhores

Serve a presente para lhe dar conta da necessidade duma intervenção urgente na igreja da paróquia de Santo António de Campolide, classificada de monumento nacional e propriedade do Estado.

O referido imóvel está em estado avançado de degradação e sofre de graves problemas estruturais, colocando em risco não só o património mas a vida de quem utiliza a igreja e o serviço religioso.

A grave degradação deste imóvel histórico foi já objecto de uma carta dirigida ao Governo pelo Exmo. Provedor de Justiça que alertou para a necessidade de obras urgentes.

A própria igreja ostenta ainda um banner na sua lateral fazendo eco da necessidade das respectivas obras.

É essencial encontrar uma solução para que no imediato sejam realizadas obras de recuperação urgente na Igreja de Santo António de Campolide.

Agradeço que divulgue esta mensagem urgente.

Gonçalo Eça»

Nota: Já deramos conta desta urgência aqui.

Câmara discute hoje Orçamento para 2008

In Sol Online (17/12/2007)

«O orçamento para 2008 da Câmara de Lisboa, de 546 milhões de euros, o primeiro no âmbito do plano de saneamento financeiro, é discutido hoje em reunião extraordinária do executivo municipal

O orçamento para 2008 totaliza 546 milhões de euros, representando um corte de 32 por cento no valor global da despesa, face a 2007, de acordo com a proposta apresentada a semana passada pelo presidente do município, António Costa.

A estimativa de receita extraordinária sofre um grande corte, passando de 312 milhões de euros em 2007 para 45 milhões de euros em 2008.

Está prevista uma redução de cinco por cento nas despesas com pessoal e dentro desta categoria a redução de 60 por cento nas horas extraordinárias.

O orçamento e as grandes opções do plano 2008-2011 assentam no cumprimento do plano de saneamento financeiro, visando o pagamento das dívidas da câmara e uma forte contenção para não gerar novas dívidas.

Entre as medidas que permitam assegurar a sustentabilidade estão a reestruturação do sector empresarial municipal e dos serviços da câmara.

Está prevista uma redução de cinco por cento nas despesas com pessoal e dentro desta categoria a redução de 60 por cento nas horas extraordinárias.

A estimativa de receita extraordinária sofre um grande corte, passando de 312 milhões de euros em 2007 para 45 milhões de euros em 2008.

De acordo com o documento, as receitas estruturais são de 493 milhões de euros e os contratos programa somam 7,5 milhões de euros.

Lusa/SOL»

Ainda há 5600 habitantes sem água canalizada em casa

In Jornal de Notícias (17/12/2007)

«Chafarizes são a "salvação" para milhares de lisboetas
Helena Neves *

Os chafarizes ainda são a única solução para cerca de 5600 moradores de Lisboa que vivem sem água canalizada. Uma realidade bem conhecida de Maria Lucinete, que já perdeu a conta aos jarros com água que carregou na última década. Com 64 anos e depois de sobreviver a dois acidentes vasculares cerebrais, Maria Lucinete desce com "muito custo" a rua principal do Bairro da Liberdade, em Campolide, para ir buscar água ao chafariz, encostado ao Aqueduto das Águas Livres. Mas a tarefa mais difícil é subir a rua, muito íngreme, com dois garrafões cheios de água.

Chegando ao portão da vila operária onde reside, surge outro obstáculo uma escada ainda mais íngreme, onde mal cabe uma pessoa e sem corrimão onde se possa amparar. Os garrafões ficam à porta, numa varanda exígua, assim como os alguidares cheios de água. Envergonhada, Maria Lucinete mostrou a sua casa: uma assoalhada mínima que faz de quarto e cozinha, apenas com uma cama, um fogão e muitos objectos à mistura.

Lá fora, na varanda, tem uma sanita que não pode utilizar porque a água vem toda para fora. "Tenho de fazer as necessidades num balde e depois deitar ao lixo", contou a moradora, que toma banho em casa, num alguidar "Fico mais à vontade do que se fosse ao balneário público".

Instalar água canalizada em casa está fora das possibilidades financeiras de Lucinete, que mal tem dinheiro para pagar a renda de casa, cerca de 62 euros. "É muito dinheiro", exclamou a moradora, que para sobreviver faz recados aos vizinhos a troco de "um a dois euros".

Noutra rua do mesmo bairro mora José Manuel Paulos, que se desloca apoiado em duas muletas devido a uma deficiência nas pernas. Por essa razão tem de pagar a um vizinho para lhe ir buscar água ao chafariz. "Moro aqui há 53 anos e nunca tive água", contou o morador, que, ironicamente, tem casa de banho, onde "apenas" faltam torneiras. Em vez disso, tem cântaros cheios de água espalhados pelo espaço.

A senhoria de José Paulos construiu a casa de banho com a intenção de instalar as canalizações, mas acabou por nunca o fazer. Entretanto morreu e a casa passou para vários herdeiros, o que complicou a situação do inquilino, sem dinheiro para suportar a instalação da água.

* Lusa (...)»

Helena Roseta quer novo método para avaliar terrenos na Câmara de Lisboa

In Público (17/12/2007)
Ana Henriques

«Cidadãos por Lisboa estão convencidos de que o município perde dinheiro nas transacções imobiliárias em que participa, por falta de rigor nos cálculos

A vereadora Helena Roseta, do movimento Cidadãos por Lisboa, apresenta hoje na reunião de câmara um novo método para avaliar os terrenos que a autarquia compra, vende e troca. A arquitecta entende que é tempo de aumentar o rigor nas transacções imobiliárias que envolvem a Câmara de Lisboa, e nas quais o município "perde dinheiro de certeza absoluta". Em causa tanto está a frequente entrega ou venda de pequenas parcelas de terrenos camarários a construtores civis para efeitos de acerto de lote como negócios de grandes dimensões.

"A Câmara de Lisboa continua a proceder a transacções de terrenos (alienações, cedências ou permutas) com base na simples avaliação interna realizada pelos serviços municipais, sem dispor, que se saiba, de bases de dados geo-referenciadas a partir dos dados que deveriam ser fornecidos pela Direcção-Geral das Contribuições e Impostos e sem recorrer a auditorias externas", pode ler-se nos considerandos da proposta que os Cidadãos por Lisboa põem hoje à discussão.
A ideia de Helena Roseta é que a autarquia peça ao Ministério das Finanças a lista das transacções e das actualizações das matrizes das propriedades dos últimos cinco anos, nos termos do Código das Expropriações. Objectivo: adequar as avaliações feitas pelos serviços camarários aos valores de mercado, uma vez que o actual método se mostra "algo aleatório", baseando-se em "contas que não se percebem muito bem".
"Umas vezes são feitas com base nos custos de mercado, outras vezes com base em custos controlados", diz a vereadora. E dá como exemplo o negócio dos terrenos do Sporting, no âmbito do qual, e para espanto seu e de outros vereadores da oposição, os serviços camarários fizeram equivaler o valor de 600 metros quadrados no Campo Grande ao de mais de seis mil no "interface" do Cais do Sodré, estes últimos propriedade da autarquia. "Já aconteceu na mesma sessão de câmara haver uma proposta de venda de terrenos a mil euros o metro quadrado e outra a 88 euros", prossegue.
Auditorias podem ajudar
A arquitecta sabe melhor do que a maioria que grande parte do valor de um terreno provém da edificabilidade nele permitida. Mas mesmo assim não se conforma com o actual método de avaliação, "que não é certificado". "Ao autorizar xis metros quadrados de construção em determinado local, um vereador está a emitir moeda", alerta.
Os Cidadãos por Lisboa propõem que a base de dados geo-referenciada da Câmara de Lisboa passe a incorporar informações sobre o valor dos solos transaccionados, informações essas que devem ser disponibilizadas a toda a gente. Por outro lado, quando uma transacção ultrapassar determinado valor, o município deve requerer uma avaliação externa que integre pelo menos duas auditorias, "cujos métodos de cálculo e respectivos resultados deverão ser comparados com os utilizados pelos serviços da Câmara de Lisboa". Aqui, o objectivo é evitar situações como a da permuta dos terrenos do Parque Mayer pelos da Feira Popular, alvo de uma avaliação especial que não conseguiu, ainda assim, evitar suspeitas de favorecimento e recurso aos tribunais.
6600
metros quadrados é a área dos terrenos municipais do Cais do Sodré que a Câmara Municipal de Lisboa vai entregar ao Metropolitano, no âmbito do negócios de terrenos com o Sporting Clube de Portugal.

600
metros quadrados é a área junto à estação de metro do Campo Grande que, em troca, o Metropolitano entregará à câmara, sem pagamentos adicionais. A autarquia irá, por sua vez, entregar estes terrenos ao clube desportivo para ali construir prédios. »

16/12/2007

Tiepolo, Rubens e Brueghel sem terem quem os contemple

Público de Hoje

É um dos segredos mais bem guardados de Lisboa: uma casa-museu que alberga peças únicas mas que ninguém conhece.
(...)
Uma das mais importantes colecções privadas de arte de Portugal está às moscas. A directora da Casa-Museu Medeiros e Almeida não esconde o número desconcertante de visitantes por mês: "Uma média de 500, mas há dias em que não temos um único."
É uma média inferior à do museu de arqueologia de Albufeira, por exemplo. A diferença é que o Medeiros e Almeida fica no centro de Lisboa e alberga tesouros de valor incalculável, de quadros de Tiepolo, Brueghel, Rubens, Delacroix e Ribera a uma colecção de relógios que impressiona qualquer um. Os especialistas não hesitam em fazer comparações entre esta colecção e a de Calouste Gulbenkian. A falta de visibilidade da primeira deve-se, em grande parte, à falta de divulgação. "Não temos um tostão de apoio público", diz a directora, Teresa Vilaça, para justificar aquele que é um dos maiores e mais bem guardados segredos de Lisboa, enquanto percorre os salões de paredes e tectos de madeira com pinturas.
Quem passa à beira do discreto palacete oitocentista da Rua Rosa Araújo, nas imediações do Marquês de Pombal, não imagina as maravilhas que ele encerra - nem os dramas que as suas peças contam. Como o serviço de chá usado por Napoleão no seu exílio em Santa Helena, em prata e ébano, ou o relógio de bolso do general Junot, que acabou os seus dias louco - um Breguet de ouro pelo qual o coleccionador Medeiros e Almeida, nascido em 1895 e falecido em 1986, pagou a módica quantia de quatro mil contos nos anos de 60. Quando soube do montante envolvido na compra Salazar telefonou a Medeiros e Almeida a pedir-lhe para ver a peça, que não chega a ter seis centímetros de diâmetros. O coleccionador era um homem do regime, embora não se coibisse de se relacionar com quem entendia.
"Sacrifício exemplar"
Também no capítulo das artes decorativas a casa-museu se distingue pela raridade de algum do seu imenso espólio. Na sala das porcelanas há 20 séculos de história, dos objectos em terracota às exóticas terrinas do séc. XVIII. No mobiliário o destaque vai para uma cómoda lacada Luís XV decorada com paisagens chinesas e roubada por Goering de Paris durante a ocupação nazi. Fabricada por um marceneiro de renome, é comprada por um comerciante de arte português logo em 1947. "Vale o preço de uma herdade completa com vacas e tudo", escreve então o Diário de Notícias.
Pouco virado para a vida rural, é a partir desta altura que Medeiros e Almeida atinge o auge da sua carreira de empresário, o que lhe permite tornar-se um dos maiores coleccionadores de arte do país. Nos leilões chega a disputar peças aos principais museus da Europa. Este é o momento certo para conseguir as raridades na posse das famílias arruinadas pela II Guerra, e ele não hesita. Até porque os negócios que fez durante o conflito correram-lhe bem, nomeadamente o abastecimento de combustível à aviação aliada, conta Teresa Vilaça.
Nalguns casos o coleccionador espera anos até conseguir determinada peça. Mas quem hoje contempla a escultura de Bernini na sala do lago, o colorido púlpito barroco indo-português da capela ou o rebuscado relógio em cristal de quartzo, lápis-lazuli, pérolas e prata oferecido por Luís da Baviera à imperatriz austríaca Sissi não tem dúvidas: foi um esforço bem sucedido.
Vista por um especialista, Anísio Franco, como "um caso exemplar do sacrifício de um proprietário para doar o seu espólio à comunidade", a colecção continua à espera de uma afluência de público que a obrigue a alargar o horário de funcionamento. Inaugurada há seis anos, a casa-museu abre das 13h às 17h30 aos dias de semana, e a partir das 10h00 aos sábados. Aos domingos está fechada.

Vamos lá subir mais um bocadinho.....

Ficam abaixo listados (por ordem classificativa) os melhores blogs portugueses na categoria “Cidade ou Região” segundo a opinião expressa pela nomeação do público e do júri do MBP

1º. Avenida Central
2º. A Cidade Surpreendente
3º. Portoponto
4º. Alentejo Magazine
5º. Beijós XXI
6º. A Baixa do Porto
7º. Intervenção Maia
8º. Murça Terra de Encanto
9º. Aqui d’Algodres
10º. Alentejo Litoral
11. Cidadania LX


(lista roubada no: http://antoniopovinho.blogspot.com/ )

15/12/2007

o pianista polaco-francês PIOTR ANDERSZEWSKI fala de Lisboa


Parte de uma entrevista dada ao diário espanhol "EL PAIS",por um dos mais destacados pianistas da actualidade, PIOTR ANDERSZEWSKI:

"Para Anderszewski, el paraíso de las nuevas tecnologías encierra más esclavitudes de las que parece a simple vista. "Padecemos una bulimia de información, todo está al alcance demasiado rápido y no hay tiempo para digerir las ideas. Amo el silencio, lo necesito para recargar el espíritu. El silencio es muy importante para un músico y como mi profesión me obliga a viajar continuamente, además de explorar las calles, los bares y los museos de los lugares que visito me fijo especialmente en la calidad del silencio que tiene cada ciudad. No hay dos iguales. Por eso adoro Lisboa, su calidad de silencio no tiene parangón. Y en esa calma, en su proverbial lentitud -nada que ver con el ritmo alocado de París, donde tengo mi residencia, aunque cada vez paso menos tiempo-, encuentro mucha felicidad. Es la antítesis del estilo de vida americano. En Estados Unidos cultivan la idea de que todo es posible, que alguien que es muy viejo puede rejuvenecer, que una persona tremendamente obesa puede adelgazar hasta parecer un modelo o que el más pobre del barrio puede hacerse rico. Pero todo esto sólo es una ilusión. Por eso encuentro más sabia la actitud resignada que encuentras en la vieja, primitiva y a veces bárbara Lisboa, donde encuentras gente que asume la fatalidad con la mayor naturalidad, aceptan que hay cosas que no se pueden cambiar. Es un estado de ánimo, como la tristeza, que el fado explica con absoluta grandeza".

MUDE vai mesmo mudar… como era previsível


Foto: Pedro Cunha

Ponto prévio: esta coisa estranha saída da cabeça de Santana Lopes de misturar design e moda... Mesmo sabendo nós quanto na moda se faz apelo ao design. Mas… por favor. É como criar um Museu da Arquitectura e do Asfalto. Ou pior ainda, talvez. Que raio de misturas. Bom mas agora nem é disso que se trata, mas sim da sua sede. Afinal o Palácio Verride já não é.
«O Museu do Design e da Moda (MUDE), com inauguração prevista para finais de 2008, já não vai para o Palácio Verride, conhecido como Palácio de Santa Catarina, em Lisboa. O edifício oitocentista, no bairro histórico de Santa Catarina, perto do Bairro Alto e do Chiado, tinha pronto um projecto de requalificação apresentado pelo executivo de António Carmona Rodrigues há apenas um ano, mas este foi abandonado pelo executivo de António Costa, em funções desde Agosto.»
«(…) desde o início especialistas apontaram como escolha arriscada devido ao mau estado de conservação, dificuldade de climatização e fragmentação de áreas - o MUDE teria 1800 metros quadrados em oito andares. Segundo o projecto do arquitecto Alberto Caetano e do empresário Manuel Reis, deveria expandir-se para a via pública, ocupando uma parte do largo com vista para o Tejo onde desemboca a Rua do Marechal Saldanha, o principal acesso a Santa Catarina.»
E as obras? Santana em 2002 adquiriu parte. A CML daí para cá tem «investido em portugueses como Ana Salazar, Fernando Brízio e Miguel Vieira Baptista. Bárbara Coutinho, a directora do museu, encetou também negociações com os herdeiros de Daciano da Costa (1930-2005) para o depósito do espólio de um dos maiores pioneiros do design nacional.»
Público Última Hora, ontem à tarde

14/12/2007

Caro......Pai Natal


Aproveito para lhe enviar esta carta com alguma antecipação. Sei que este mês é de arromba na sua actividade, e que o seu saco de prendas já deve estar cheio de iPods, Chanel, lingerie fina, e tudo o mais. Neste cantinho da Europa já temos muitas dessas coisas, mas há falta de outros “presentes”, tão velhos e óbvios, que raramente aparecerão nas suas listas de desejos. Por isso caro Pai Natal, dê uma olhadinha no fundo do seu saco, e veja se encontra algo disto:

- Cidade sustentável e com as suas características preservadas

- Cidade limpa e jardins tratados

- Parqueamento ordenado

- Passeios arranjados, limpos, e PARA os peões

- Prédios habitados, conservados, e sem graffiti

.......e já agora um bocadinho mais de civismo, cidadania, e solidariedade para todos nós.

Reabilitação do Capitólio já tem o aval da Câmara


(in Global Noticias, 14.12.2007)

Autarquia lança concurso internacional para dar início à recuperação de um monumento que pretende ser uma ‘âncora’ do novo Parque Mayer

A Câmara de Lisboa aprovou, na última reunião do Executivo, que terminou na noite de anteontem, a abertura de um concurso internacional para a reabilitação do Teatro Capitólio, um edifício classificado, que a autarquia quer transformar na"âncora" do novo Parque Mayer.
O vereador do Urbanismo, Manuel Salgado (PS), afirmou que "a ideia é que, no final do próximo ano, se possa iniciar a obra de restauro". "É um prazo bastante apertado, já que se trata de um concurso internacional. Mas gostávamos que no final de 2009, o Capitólio estivesse recuperado",declarou o autarca. A reabilitação do teatro prevê a recuperação do projecto original do arquitecto Cristino da Silva, que foi "muito adulterado" e a "modernização dos equipamentos cénicos". "O Capitólio deverá ser a âncora de todo o conjunto do Parque Mayer", defendeu Manuel Salgado. O teatro deverá tornar-se num espaço para várias artes de palco – dança, representação e música, entre outras.

O concurso público para o Capitólio é um processo à parte da reabilitação do Parque Mayer no seu todo,que está a ser alvo deumconcurso público de ideias. Manuel Salgado defendeu ainda que o lançamento do concurso "é um sinal da prioridade que o novo Executivo Municipal quer dar à reabilitação".

O Teatro Capitólio, no Parque Mayer, que abriu ao público em 1931, foi o primeiro grande edifício do Movimento Moderno em Portugal e foi seleccionado para a lista World Monuments Watch – 100 Most Endangered Sites de 2006.
(Foto: Horácio de Novais, 1931)

Alguém que a clone e a importe para Lisboa, JÁ!


Chama-se Baronesa Thyssen e acaba de ganhar em toda a linha. Siza que se cuide.

Como curiosidade, deixo link para uma adivinha que andou noutro blogue, que tem tudo a ver com esta quinta perdida ao largo de Peniche.

Fonte: JA

Situação das agências europeias em Lisboa é "caricata", diz Manuel Salgado

In Público (14/12/2007)

«A construção, sem licença camarária, das sedes da Agência Europeia de Segurança Marítima e do Observatório Europeu da Droga no Cais do Sodré, em Lisboa, é considerada uma situação "caricata" pelo vereador do Urbanismo, Manuel Salgado.
"Sem licença de obras não há licença de utilização e sem licença de utilização não há ligação de serviços", como água ou luz, sublinhou o autarca, quarta-feira, dia em que a Câmara adiou a emissão da licença pedida a posteriori, já com os edifícios em pé, pela Administração do Porto de Lisboa, promotora da
obra.
"Como é que é possível o pedido de licenciamento só chegar quando se está neste ponto?", questionou Manuel Salgado, acrescentando que este projecto é "emblemático" das "dificuldades de relacionamento" entre o município e a administração portuária. O autarca responsabiliza a anterior vereação pelo sucedido: "Quando tomámos posse em Agosto [os edifícios] estavam praticamente construídos. Foi um processo conturbado que levanta dúvidas a muita gente". Apesar disso, Manuel Salgado, que é arquitecto de profissão, atribui "grande qualidade arquitectónica" ao projecto, da autoria do seu colega Manuel
Tainha.
A Câmara Municipal de Lisboa vai agora entrar em conversações com a administração portuária, até porque tem dúvidas, quer sobre o alcance dos arranjos exteriores que falta fazer no local, quer sobre a segunda fase do projecto, que prevê a construção de mais um edifício para "ampliação das próprias agências". A inauguração destas agências está prevista para o final do ano.
A Administração do Porto de Lisboa emitiu ontem um comunicado em que alude a várias aprovações camarárias relacionadas com este processo, sem, no entanto, prestar esclarecimentos concretos sobre o assunto. PÚBLICO/Lusa»

É caricato, sim senhor. É sintomático, sim senhor. Só que a caricatura vem directamente da AR onde, em sede de comissão, foi concedida, «de cruz», a autorização às agências europeias de se sediarem junto ao rio, pois então, em espaço nobre, conforme exigência das mesmas. Sintomático do estado de subserviência constante em relação à CE. E isso não vai acabar nunca, pelo menos mais 1-2 gerações.

Elevador ganha videovigilância

In Jornal de Notícias (14/12/2007)

«A Carris vai instalar "videovigilância no Elevador da Glória", durante o primeiro trimestre de 2008, numa tentativa de prevenir os constantes "actos de vandalismo" ao monumento nacional, disse à Lusa o secretário-geral da empresa, Luís Vale, acrescentando que a empresa está a concluir o respectivo processo legal.

As duas cabines do elevador foram recentemente "vandalizadas" com "Tags", assinaturas de nomes feitos com tinta de spray, após a recuperação e a reabertura do transporte, em meados de Setembro. "A Carris já reparou duas vezes o Elevador da Glória, desde Setembro", estando a preparar nova intervenção naquele transporte, adiantou o responsável.

As duas cabines de transporte, de cor amarelo forte, foram pintadas com grafitos, estando as frentes do transporte preenchidas com letras e riscos de várias cores fortes. A lateral direita de uma das cabines foi totalmente pintada incluindo os vidros e madeiras, bem como as partes em chapa que cobrem as engrenagens mecânicas do elevador.

Para além do Elevador os autores das "pinturas", também deixaram as "suas marcas" em fachadas de alguns prédios ao longo da calçada da Glória, escolhendo apenas as que foram recuperadas e de paredes direitas, como é o caso do prédio na Travessa do Fala-Só e instalações da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

O segundo ascensor mais antigo de Lisboa (Glória), por cima do túnel do Rossio, transporta cerca de 1,2 milhões de passageiros anuais, , entre turistas e utilizadores locais. Foi inaugurado a 24 de Outubro de 1885 e classificado como Monumento Nacional em Fevereiro de 2002.»

Completamente de acordo. Sendo MN, é suposto haver um raio de protecção mas o que se vê ali bem perto: o inenarrável cenário de bombardeamento do Largo da Oliveirinha, com um projectinho de estacionamento subterrâneo... Até quando?

Igreja e centro paroquial do Parque das Nações deverão estar prontos em 2014

In Público (14/12/2007)
Catarina Prelhaz

«Orçado em 4,5 milhões de euros, o complexo ocupará 4000 metros quadrados da zona norte da antiga Expo

Igreja com 650 lugares, auditório com 300, centro pastoral, espaço residencial, capelas mortuárias e cartório, estacionamento para 350 viaturas e até uma zona de comércio com esplanada darão corpo ao novo complexo paroquial de Nossa Senhora dos Navegantes, no Parque das Nações (Lisboa), cujas obras deverão estar concluídas em 2014.
Abrangendo uma área de 4000 metros quadrados (só a igreja ocupa 2200), o projecto está orçado em 4,5 milhões de euros, um montante que ficará na totalidade ao encargo daquela paróquia.
"Queremos que a nova igreja seja mais um marco de referência na linha do horizonte da cidade de Lisboa, tal como o Cristo-Rei, o Padrão dos Descobrimentos ou a Torre de Belém", sintetizou ontem o arquitecto responsável, José Dias Coelho, durante a apresentação formal do projecto.
Situado na zona norte da antiga Expo 98, nas imediações da Ponte Vasco da Gama, o novo complexo pretende servir a comunidade católica local, que desde a criação da paróquia de Nossa Senhora dos Navegantes em Julho de 2003 apenas dispõe de um pavilhão de 700 metros quadrados, outrora utilizado para venda de apartamentos.
"Este é um novo conceito de templo, desafiador de toda a comunidade cristã e da própria sociedade", qualificou o pároco Paulo Franco, em alusão ao traçado arquitectónico da futura igreja. "Tivemos de considerar que se trata de uma comunidade maioritariamente jovem e de um conjunto habitacional que não se enquadra propriamente na cristandade tradicional", justificou.
Daí que, segundo Paulo Franco, o projecto, incorporando simbologia religiosa e marinha, contemple áreas tão distintas como um templo e uma área comercial com restaurante, café e duas lojas: "São coisas que não entram em confronto. Queremos que este seja um espaço para as pessoas, onde elas se possam encontrar, e um local com que estas se identifiquem."
Embora a bênção da primeira pedra esteja prevista para 2008, as obras do novo complexo deverão arrancar apenas dentro de aproximadamente cinco anos. Entretanto, segundo Paulo Franco, prosseguirá a operação de angariação de fundos, que, para além dos cerca de 1400 fiéis da paróquia e de toda a comunidade local, visa cativar o investimento de empresas. "Foi graças a este esforço que conseguimos comprar o terreno da igreja à Parque Expo por 250 mil euros. As pessoas pensam que a nova igreja é financiada pelo Estado, o que é totalmente falso", frisou aquele pároco. »

Corrijam-me, se estiver enganado, mas esta igreja é a mesma que era para ter sido concebida como catedral, e que PSL queria à viva força dar ao brasileiros Óscar Niemayer ... de mesma forma, presumo, que «deu» o P.Mayer a Gehry? Só que a coisa foi travada a tempo, com o próprio brasileiro a contribuir para isso, ao recusar-se vir a Lisboa por odiar andar de avião. Há males que vêm por bem...

Bragaparques chega a tribunal

In Diário de Notícias (14/12/2007)
LUÍSA BOTINAS

«Em causa está a alegada oferta de 200 mil euros em troca de silêncio
O julgamento do caso de alegada corrupção activa que envolve o sócio-gerente da Bragaparques, Domingos Névoa, e o vereador de Lisboa eleito pelo Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, está marcado para 11 de Março de 2008.

Domingos Névoa foi acusado pelo Ministério Público (MP) de um crime de corrupção activa. Em causa está uma presumível oferta de 200 mil euros ao vereador do BE Sá Fernandes para que este recuasse nas críticas que fez ao negócio entre a Câmara de Lisboa e aquela empresa para a permuta de terrenos do Parque Mayer e da Feira Popular. A acusação sustentou-se nas conversas entre Domingos Névoa e Ricardo Sá Fernandes, advogado e irmão do vereador, que funcionou como "agente infiltrado". O despacho de acusação, concluído a 9 de Janeiro pelo procurador Rosário Teixeira, do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), descreve todos os passos de Névoa para levar José Sá Fernandes a desistir de um processo no Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa e para que o autarca fizesse uma declaração pública, ilibando a Bragaparques de qualquer responsabilidade pelos termos do contrato com a autarquia lisboeta.

Segundo o documento, Domingos Névoa procurou Ricardo Sá Fernandes para que este estabelecesse uma ponte de diálogo com o irmão. Foi após um contacto inicial entre Ricardo Sá Fernandes e Domingos Névoa que a Polícia Judiciária e o MP começaram as investigações.

Quando foi conhecido o despacho de acusação do MP, o vereador congratulou-se com o facto: "O senhor Domingos Névoa quis calar-me a troco de dinheiro e mostrou que era este o hábito que tinha para tratar os seus negócios", disse. Em causa está uma permuta entre a Bragaparques e a câmara dos terrenos do Parque Mayer, na Avenida da Liberdade, e os da Feira Popular, em Entrecampos.

Entretanto, Domingos Névoa anunciou, a 15 de Junho, que iria pedir mais de 500 mil euros de indemnização a Ricardo Sá Fernandes, em três queixas-crime por alegada difamação. A primeira queixa por difamação e injúrias tem como base uma entrevista dada, em Janeiro de 2007, pelo jurista lisboeta ao semanário Sol. Foi em Fevereiro do ano passado que José Sá Fernandes denunciou nas páginas do semanário Expresso a tentativa de corrupção de que terá sido alvo. Domingos Névoa, acusado de um crime de corrupção activa para acto ilícito, incorre numa pena de seis meses a cinco anos de cadeia. »

Ou muito me engano ou este caso ainda vai fazer correr muita tinta. Oxalá o Parque Mayer e o Capitólio não saiam a perder no final de tudo.

13/12/2007

Abuso de situação do Estado de forma descarada, arrogante, altaneira


É no centro de Lisboa, à vista de todos. Uma situação «caricata» e muito mais. Isto tem sido um abuso difícil de entender. Tem sido um desplante do Estado central. Tem sido um despautério e um desrespeito. Mas também, verdade se diga, ninguém na autarquia (nem Santana nem Carmona) pôs os pontos nos is. Ninguém colocou o Estado central no seu lugar. Ninguém embargou. Ninguém mandou demolir. Ninguém actuou.
E o Estado demonstrou na prática que tem um grande desprezo pela lei e pelo Poder Local.
... Saiba do que falo: aqui. Vai interessar-lhe.

on the waterfront with style


Lisboa foi destacada num artigo do New York Times,
The 53 Places to Go in 2008.

Câmara aprova demolição parcial na Duque de Loulé

In Lusa (12/12/2007)

«Lisboa, 12 Dez (Lusa) - A Câmara de Lisboa aprovou hoje a demolição parcial de um edifício na Avenida Duque de Loulé, criticada por vereadores da oposição e pelo Fórum Cidadania Lisboa, que destaca uma padaria que é "exemplar raro da arquitectura do ferro".

O vereador do Urbanismo, Manuel Salgado (PS), afirmou que o projecto de arquitectura das obras do edifício do número 42 da Avenida Duque de Loulé já tinha sido autorizado pelo último executivo".

"A fachada é mantida, há alterações no interior e o acrescento de um piso", explicou aos jornalistas na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do executivo municipal.

O Fórum Cidadania Lisboa manifestou-se contra esta demolição, em comunicado, sublinhando que o "imóvel do início do séc. XX inclui no piso térreo uma antiga padaria, exemplar raro da arquitectura do ferro de Lisboa".

A vereadora do movimento Cidadãos por Lisboa Helena Roseta destacou hoje esta particularidade do edifício, que será destruída e sublinhou: "Mantém-se a fachada e o resto vai tudo fora".

Segundo o Fórum Cidadania Lisboa, "o imóvel e antiga padaria fazem parte do inventário municipal do património proposto na revisão do PDM [Plano Director Municipal]".

Para a associação, a Avenida Duque de Loulé é um "paradigma da má gestão do património arquitectónico da capital", onde "16 imóveis com valor patrimonial foram demolidos, incluindo três Prémio Valmor".

Manuel Salgado afirmou comungar "inteiramente das preocupações do Fórum Cidadania Lisboa" mas referiu as "dificuldades" com que se confronta devido a "uma série de compromissos do passado, já que era uma prática corrente demolir para construir de novo".

"É uma situação que se tem de inverter, até porque é uma interpretação um pouco extensiva do PDM. A lei diz que as demolições só devem ser autorizadas quando exista plano de pormenor ou inviabilidade do edifício do ponto de vista técnico ou económico", afirmou.

O vereador do Urbanismo afirmou que actualmente os serviços fazem uma vistoria para avaliar o "valor patrimonial e o estado de conservação".

"Se destruirmos todos os edifícios, qualquer dia Lisboa é igual a qualquer periferia descaracterizada", disse.

A vereadora Helena Roseta criticou que o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico tenha vindo a ratificar processos de reabilitação como o do número 42 da Duque de Loulé, em que apenas a fachada é mantida.

"A arquitectura não é a fachada. Penso que nem se devia chamar reabilitação, é uma espécie de cenário", defendeu.

A vereadora dos Cidadãos por Lisboa salientou ainda a "necessidade de a Avenida Duque de Loulé ter um trabalho de conjunto", devido ao património arquitectónico que congrega, integrado no plano do engenheiro Ressano Garcia nos finais do séc. XIX.

Para além do licenciamento da demolição e ampliação e reabilitação do edifício situado no número 42 daquela avenida, foi igualmente aprovado em Câmara o projecto da obra de alteração e ampliação do edifício situado nos números 111 a 119.»

12/12/2007

Lisboa "Entelada"

Já se tornou um hábito — batemos o recorde de suspiros todos os dias, esmurramos o volante do pobre coitado Fiat Idea que não tem culpa alguma, e abanamos a cabeça, provavelmente em negação ou como quem já não tem voz e se resignou que nada pode fazer.
E tudo isto acontece em pouco mais de dez quilómetros diários, sagrados, desde dez metros abaixo da Duque de Loulé, onde comprámos uma casa centenária que carinhosamente chamamos de "Martinha", e a Gago Coutinho das vivendas milionárias, onde a nossa filha aprende as letras, os números e as lengalengas de antigamente, ligeiramente retocadas, porque atirei o pão ao gato, mas o gato não comeu é muito menos cruel do que a versão original que outrora nos ensinaram.
A cidade dói-nos.
Olhamos para ela, todos os dias, como se fosse a última vez, fotografamo-la de todos os ângulos possíveis, por vezes, aproveitamos as janelas e as portas escancaradas de propósito, e entramos sem convite; de mansinho, deixando tudo como o encontrámos, abandonado, em silêncio absoluto, visitamos uma cidade em coma sem esperança de melhoras, e guardamos na memória — o único sítio onde a podemos guardar, sabemo-lo bem —, a glória e a riqueza de tempos que não voltam mais.
A cidade por nossa causa, e só por nossa causa, não está em paz.
E vamos nisto, todos os dias, só me vem à cabeça o conselho da minha mãe — "Não vibres, Diana, não vibres, só te faz mal..." —, e a cidade, a cada dia, nos dói mais. Valem-nos as Ginkgo Bilobas douradas, antes de ficarem nuas, espalhadas um pouco por toda a cidade, e os Jacarandás que andam baralhados com o aquecimento global, e que sete meses depois da sua floração, em pleno Dezembro, ainda estão pintados de lilás, no Largo do Rato, na Praça da Alegria, no Rossio, e aqui e acolá ao longo de toda a Avenida 5 de Outubro.
Por estes dias, a cidade "entelou-se". Edíficios devolutos, os "meus devolutos", como lhes chamo em tom maternal, taparam-se com retratos de notáveis portugueses (vejo atletas, homens da bola, infelizmente ainda não vi nenhum notável, em formato gigante na minha cidade, que se tenha distinguido na ciência).
Na Câmara, certamente, não entrou qualquer pedido de licenciamento — condição que deveria ser "sine qua non" para a colocação de uma tela na fachada de um edifício —, mas o Estado paga largos milhares para esconder a vergonha apodrecida da cidade, e fazer um pouco de propaganda nada barata — leio na alta blogosfera que só o fotógrafo arrecadou 300 mil euros pelos retratos. A Câmara de Lisboa arrecada taxas de ocupação do espaço público. O lisboeta, esse, não ganha nada — apenas ruído e esquizofrenia em grande formato.
Mas o descaramento propagandístico e o caos no espaço público de Lisboa vai mais longe, consegue ir mais longe que isso — é como eu digo, todos os dias esta cidade me surpreende e damos connosco a perguntar, entre suspiros e acenos de cabeça, por que raio é que não vamos pagar 0,5% de IMI para outra freguesia, onde pelo menos me varram as folhas do Outono tardio.
Dois imóveis classificados pelo Igespar — Palácio Foz e Teatro Nacional D. Maria II — estão totalmente tapados pela campanha que promove a imagem de Portugal no estrangeiro. Portugal, Europe's West Coast? Lamento: Portugal, Europe's Best Joke.

Recomendação de «Os Verdes» aprovada na AML, com excepção do ...

Ponto 5, curiosamente. Mais pormenores aqui.

“Qualidade de vida graças à administração municipal”

«A administração municipal suíça é responsável – em colaboração com os governos estaduais e federal – pela oferta dos serviços públicos básicos para todos os habitantes, suíços ou estrangeiros residentes. Por conseguinte, a qualidade de vida da população depende essencialmente da qualidade da administração municipal.
Os serviços de educação pública, saúde pública, transporte público, segurança pública e os serviços sociais são administrados ou coordenados pelas prefeituras, porque são elas que conhecem de perto as necessidades da população. Por Paul Ammann, Natal, Brasil

Para poder oferecer esses serviços a todos os habitantes – suíços e estrangeiros residentes – a prefeitura municipal precisa saber, em primeiro lugar, quantas pessoas residem no município. Por isso cada habitante é registrado.

Nascimentos, pessoas que mudam de um município para outro, estrangeiros que querem residir na Suíça, ou suíços que voltam do estrangeiro ao país, devem registrar-se, dentro de poucos dias, no Controle Municipal dos Habitantes.

O novo habitante recebe informações sobre a história do município, os serviços públicos oferecidos e as obrigações de cada cidadão. Dentre estas destacam-se o imposto de renda, a obrigatoriedade da educação e do seguro de saúde, o cuidado com o meio ambiente.

Com base nos números atuais e nos cenários prospectivos a prefeitura planeja a oferta dos serviços a longo prazo. Há municípios que trabalham com planos e cenários prospectivos de 30 anos, como, por exemplo, a cidade de Davos, cujo Cenário (chamado Leitbild, veja link no final do artigo) abrange o período de 2006 a 2036.

Os cenários demográficos do governo federal têm um horizonte de 50 anos (2000 a 2050), destacando as faixas etárias e o gênero da futura população. Assim cada prefeito sabe por quantas pessoas ele é e será responsável. Para as crianças e jovens ele deve planejar, construir e equipar as escolas. Para as pessoas idosas ele prepara casas devidamente providas e os atendentes qualificados para acolher a geração da terceira idade.

Para todos ele deve planejar oportunidades de esporte e cultura, garantir o atendimento à saúde e oferecer a todos segurança pública. Ele deve organizar o sistema de transporte público de modo que os habitantes prefiram utilizar os trens e ônibus confortáveis em vez de dirigir seus próprios veículos.

Como financiar os serviços públicos

A prefeitura é também responsável pela receita. Os municípios recebem mais ou menos um terço da arrecadação total dos cerca de dez tipos de impostos cobrados, por isso eles estão interessados, de um lado, pelo controle rigoroso das declarações de todas as pessoas físicas e jurídicas e pela manutenção da justiça fiscal.

De outro lado, eles procuram tornar o município atrativo para residentes de elevada renda (atores de cinema, pilotos de formula I, esportistas campeões) e empresas lucrativas, porque com os impostos dos contribuintes de maior renda e fortuna o município alcança mais rapidamente a receita de arrecadação prevista no orçamento público.

A prefeitura não precisa de uma receita superior à despesa, em conseqüência é possível baixar, no exercício seguinte, a alíquota fiscal para todos os contribuintes – daquele município.

A atratividade do município, evidentemente, não depende somente do prefeito. A população colabora, cuidando das flores nas janelas das casas, dos jardins, das calçadas, do meio ambiente em geral e preserva os equipamentos comunitários, sobretudo os do transporte público.

Pouco cacique para muito índio

Os prefeitos dispõem de poucos colaboradores diretos. Em 85% das prefeituras há apenas 4 a 6 secretários, o que significa que, na maioria dos municípios, cada secretário e o próprio prefeito acumulam várias secretarias.

Quanto ao legislativo, em muitos municípios os vereadores são voluntários, não recebem salário, apenas um modesto jetom por sessão. Por isso a corrupção é relativamente pequena. Eles não têm assessores e a maioria das câmaras não tem empregado efetivo.

Em 28% dos municípios constata-se uma nítida tendência de transferência de competências do legislativo ao executivo. Estudos mostram que entre 1988 e 1998 a influência dos partidos políticos diminuiu no âmbito municipal em geral e na administração municipal em particular. Muitos executivos municipais não são filiados a um partido, em Genebra a proporção dos executivos sem-partido chega a 42%, em Vaud a 58%.

Política versus administração profissional

Já no Terceiro Mundo, o papel da política é preponderante. Vários países, no afã de mostrar que são democráticos, concentram a atenção na pura formalidade e visibilidade das instituições democráticas. Por isso eles elegem um enorme contingente de "representantes do povo", federais, estaduais, municipais e os dotam com amplos privilégios.

Esses políticos ocupam cada vez mais o espaço do executivo e dos técnicos o que prejudica a prestação profissional dos serviços públicos, e, por conseguinte, diminui a qualidade de vida da população.

Ao mesmo tempo, porém, experiências em municípios dos mesmos países confirmam que, onde a administração municipal desfruta de espaço técnico e profissional, os municípios prosperam e a qualidade de vida melhora.»

In Swissifo


Carlos Sousa

Petição «Alguém acuda ao Salão Nobre do Conservatório, por favor!»


Estamos quase nas 3.600 assinaturas, mas precisamos de mais de 4.000.

Por favor, assine e divulgue!

foto: VM

Lisboa propõe corte de 32 por cento na despesa para 2008

In Público (12/12/2007)
Catarina Prelhaz

«Contenção é a palavra de ordem do orçamento para o próximo ano. Autarquia deverá acabar 2007 abaixo do limite de endividamento

De 799 para 546 milhões de euros: a proposta da Câmara Municipal de Lisboa para o orçamento de 2008 prevê uma redução de 32 por cento nas despesas relativamente a 2007, uma estratégia que, segundo a vereação, visa travar o endividamento da autarquia.
"É um grande corte, mas é também uma contenção essencial para garantirmos que não nasçam novas dívidas", justificou ontem o presidente da câmara, António Costa, durante a apresentação do plano de orçamento e de actividades para o próximo ano. "Este não será o orçamento e o mandato das grandes obras, mas das pequenas grandes coisas decisivas para a vida urbana", preveniu.
Já quanto ao financiamento, prevê-se um decréscimo de cerca de 86 por cento das receitas extraordinárias face ao montante de 2007 (de 312 para 45 milhões de euros), situação que, de acordo com António Costa, "põe fim ao problema do irrealismo" com que a actual vereação se defronta.
"Vamos pôr termo ao empolamento das receitas para sustentar um orçamento sem base de financiamento e à geração de défices sucessivos", avançou o autarca, acrescentando que "a situação só não foi mais trágica, porque, quando o endividamento se foi tornando insuportável, os fornecedores deixaram de fornecer". "Era possível na tesouraria cabimentar a cobertura efectiva até 800 milhões de euros, mas não existia essa receita para pagar", explicou.
O aproveitamento dos recursos da própria câmara é uma das prioridades do plano para 2008, saldando-se na redução em 11 por cento das despesas com fornecimentos e serviços externos e, até 2009, no decréscimo para metade da verba destinada ao arrendamento de instalações para serviços.
No mesmo sentido, serão vendidos cerca de 1100 fogos municipais e terrenos, cuja verba obtida reverterá inteiramente para a requalificação de bairros municipais ou para a amortização da dívida e "nunca para financiar actividade corrente do município", frisou António Costa.
Por outro lado, a preocupação com o saneamento financeiro da autarquia traduz-se também na redução em cinco por cento nas despesas com o pessoal (ver outro texto), bem como na aposta em critérios mais apertados de atribuição de subsídios e transferência de verbas, estimando-se uma redução destas despesas na ordem dos 30 por cento.
O lançamento do Simplis (programa de modernização e simplificação administrativa) e a reestruturação das empresas municipais, com a fusão das três sociedades de reabilitação urbana e a sua provável integração numa EPUL (Empresa Pública de Urbanização de Lisboa) renovada, são outras das estratégias traçadas.
A aposta na contenção alicerça-se ainda no estabelecimento de parcerias com o Estado, juntas de freguesia, Santa Casa da Misericórdia, Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, Instituto de Turismo de Portugal e empresas privadas (ver outro texto).
a Ainda que as despesas com a administração pública e com a segurança perfaçam cerca de 45 por cento da despesa orçamentada, o reforço da acção social e o lançamento do Plano Verde (32 por cento) estão, a par do saneamento financeiro, no topo das prioridades da Câmara de Lisboa para o período 2008-2013. "O orçamento de 2008 (...) é o mais solidário e o mais verde que a cidade já teve", sintetizou o vereador eleito pelo Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes.
Estratégia social
O plano de actividades para 2008 contempla a reabilitação dos bairros da Amendoeira, Lóios, Condado e Armador (em parceria com o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana) e Padre Cruz, Boavista, Liberdade e São João de Brito, bem como a recuperação dos bairros históricos e da Baixa-Chiado (esta com o apoio do Instituto de Turismo de Portugal). Em parceria com a Santa Casa da Misericórdia serão também construídas duas residências para idosos e cinco creches. Em 2008 prevê-se ainda que se inicie a construção de sete novas escolas e a recuperação de outras 26. Na mira da reabilitação estarão também infra-estruturas como o Pavilhão Carlos Lopes, as piscinas do Areeiro e Campo Grande e equipamentos desportivos nos Olivais e São João de Brito. Uma outra aposta prende-se com a atribuição de habitações municipais com contrato de arrendamento e o início do processo de venda de 1100 daqueles fogos aos inquilinos.
Espaços verdes
A construção de cerca de 85 quilómetros em vias pedonais e cicláveis e a criação de corredores verdes, ligando jardins e parques da cidade (Monsanto-Parque Eduardo VII, Benfica-Parque Periférico-Quinta das Conchas, Gulbenkian-Jardim do Arco Cego-Bela-Vista), marcam o arranque do Plano Verde.
O investimento na limpeza e manutenção dos espaços públicos e a reabilitação de zonas verdes como a Estufa Fria e a abertura do Jardim de São Pedro de Alcântara e do Parque Bensaúde são outras das actividades previstas para o ano que marcará ainda o lançamento do projecto de revisão do Plano Director Municipal.
Prosseguirá o anunciado combate ao estacionamento em segunda fila, a recuperação das passadeiras e o reforço da semaforização, bem como o alargamento da área de intervenção da Empresa Municipal de Estacionamento (EMEL).
O município de Lisboa deverá deixar no fim do ano a lista de autarquias que excederam os limites legais de endividamento, revelou António Costa. "Se dia 31 de Dezembro fosse hoje, podíamos estar satisfeitos", adiantou o autarca, explicando que tal situação é "essencial" para evitar novas sanções e para que seja revista no primeiro semestre do próximo ano a penalização referente a 2006.
Nesse ano, Lisboa foi a segunda autarquia que mais execedeu os limites de endividamento (em 10 milhões de euros), apenas ultrapassada por Vila Nova de Gaia (11,9), facto que lhe valeu um corte de 10 por cento nas verbas transferidas mensalmente pelo Governo através do Fundo de Equilíbrio Financeiro (perfazendo 261,4 mil euros em 39 prestações).
Cinco por cento é quanto a câmara propõe subtrair às despesas com pessoal para 2008, um corte que António Costa admite ser "difícil", mas "essencial" para evitar uma situação de ruptura financeira. Ainda assim, este tipo de despesas continua a perfazer 43,6 por cento da verba total orçamentada, uma parcela entendida como "excessiva" pela actual vereação. "A câmara não pode ser um problema para a cidade, tem de ser algo útil, que possa servir os cidadãos", explicou António Costa.
Por outro lado, a redução de cinco por cento nas despesas com os funcionários inclui um corte de 60 por cento no pagamento de horas extraordinárias. É que, segundo o presidente da autarquia, cerca de 20 por cento dos encargos com o pessoal são relativos a este tipo de horário.
Uma outra linha de actuação traçada para 2008 diz respeito à clarificação das relações com o "elevado número" de trabalhadores avençados que colaboram com a autarquia, frisou António Costa. Nesse sentido, estão previstas a integração no quadro privativo dos trabalhadores que tenham com a autarquia uma relação materialmente laboral e a normalização das remunerações daqueles que se mantiverem naquele regime. "Este tem de ser um orçamento de grande rigor. Não contraímos um empréstimo para deixarmos novas dívidas para outros pagarem", concluiu o presidente da câmara.»

11/12/2007

S.O.S. Avenida Duque de Loulé ... a propósito da votação, amanhã, do pedido de demolição do nº 42:

AVENIDA DUQUE DE LOULÉ - paradigma da má gestão do património arquitectónico da capital

A Avenida Duque de Loulé, parte integrante do grande plano visionado pelo Eng. Ressano Garcia nos finais do séc. XIX, era uma das artérias mais caras e nobres da capital. A 4 de Dezembro de 1902 a jovem avenida era baptizada "Avenida Duque de Loulé" por deliberação Camarária. Na primeira década do séc. XX, a fase de maior intensidade construtiva, a avenida transformou-se numa das moradas onde as melhores arquitecturas da cidade se exibiam, reflectindo os gostos, o poder económico e o estatuto social da burguesia lisboeta. Luxuosos palacetes e prédios de rendimento engrandeceram a avenida. A Av. Duque de Loulé, tal como a Av. Fontes Pereira de Melo, tem um grande significado para a história da cultura arquitectónica e urbanística da capital.

Em toda a área das Avenidas Novas trabalharam alguns dos melhores arquitectos nacionais da viragem do séc. XX. Dos vários palacetes erguidos na Av. Duque de Loulé três receberam mesmo o reconhecimento do prestigiado Prémio Valmor (em 1907, 1909 e 1919). Só as avenidas da Liberdade e da República conseguiram mais arquitectura premiada. Apesar das irreflectidas demolições que ocorreram na Av. Duque de Loulé durante as últimas décadas do séc. XX, e já inícios do presente, ainda sobrevivem exemplares notáveis da arquitectura que marcou a Lisboa do princípio do séc. XX. Destes, cerca de 20 imóveis estão propostos para o próximo PDM (revisão do Inventário Municipal do Património).

Mas apesar do indiscutível valor do património arquitectónico que ainda sobrevive nesta avenida, e apesar de parte dele estar mesmo protegido pelo PDM, a maioria dos proprietários continua a entregar pedidos de demolição à CML. E a CML continua a deferir muitos destes pedidos. Neste momento existem já dez imóveis em risco de serem demolidos, incluíndo o último palacete que resta na Av. Duque de Loulé.

Mas não é apenas o património arquitectónico da Av. Duque de Loulé que está em risco. A própria placa central, elemento essencial do plano urbanístico das Avenidas Novas idealizado por Ressano Garcia, está completamente degradada, com problemas graves de estacionamento selvagem, árvores de alinhamento em falta, mortas ou em mau estado. Também no passado recente, e na lógica obsoleta de priveligiar o tráfego automóvel, os passeios laterais foram reduzidos a um tamanho que não convida ao andar a pé, para além de colocarem em causa a própria segurança dos peões. E mais recentemente foi proposto o esventramento da avenida para a construção de um túnel, integrado no projecto do túnel do Marques.

Por todos estes motivos, a Av. Duque de Loulé constitui um paradigma da má gestão do património arquitectónico e urbanistico da capital. Assim, o Forum Cidadania Lx faz um apelo ao actual executivo da CML para que inicie a alteração deste cenário urbano de terceiro mundo.


AVENIDA DUQUE DE LOULÉ - 2007 - OS FACTOS:


16 IMÓVEIS COM VALOR PATRIMONIAL DEMOLIDOS, incluíndo 3 Prémio VALMOR:

-Av. Duque de Loulé, 77. Projecto do Arq. António de Couto Abreu. Prémio Valmor de 1907. Demolido em 1954. Foi o primeiro edifício galardoado com o prémio a desaparecer da capital.

-Av. Duque de Loulé, 72-74. Projecto do Arq. Adolfo Marques da Silva. Menção Honrosa do Prémio Valmor de 1909. Demolido em 1965.

-Av. Duque de Loulé, 47. Projecto do Arq. Álvaro Augusto Machado. Prémio Valmor de 1919. Demolido em 1961.

10 IMÓVEIS COM VALOR PATRIMONIAL EM RISCO DE DEMOLIÇÃO:

-Av. Duque de Loulé, 10. Imóvel do início do séc. XX actualmente devoluto e abandonado. Do projecto arquitectónico fazem parte frisos de azulejos da famosa Fábrica de Cerâmica Lusitânia. Estes azulejos, de grande qualidade artística, são considerados raros por se tratar de uma produção de influência italo-flamenga de finais do séc. XVI. O Museu Nacional do Azulejo está a tentar organizar com o Pelouro da Cultura da CML uma eventual operação de desmonte dos paineis uma vez que o imóvel se encontra em risco elevado de acções de vandalismo (alguns paineis já foram furtados). Entretanto, deu entrada na CML um "pedido de informação prévia" em 2007. Pelo modo como o proprietário abandonou e desprezou este exemplar único da arquitectura lisboeta é de prever que no futuro próximo dê entrada na CML um "pedido de demolição".


-Av. Duque de Loulé, 35. O último sobrevivente dos vários palacetes erguidos ao longo desta avenida nobre. Imóvel de arquitectura eclética com vãos neo-góticos e interiores com tectos de estuque artístico. Encontra-se devoluto mas em bom estado de conservação pois esteve ocupado por serviços do Estado. A 24 de Janeiro de 2007 deu entrada na CML um "pedido de demolição". Este é o derradeiro palacete da avenida mas mesmo assim é proposta a sua demolição.


-Av. Duque de Loulé, 36-42 torneja Rua Ferreira Lapa, 45. Imóvel do início do séc. XX que inclui no piso térreo uma antiga Padaria, exemplar raro da arquitectura do ferro de Lisboa . Este imóvel fecha um quarteirão particularmente sensível porque tem uma frente para a antiga Rua de Andaluz, importante conjunto urbano onde se destaca a setecentista Casa da Quinta da Cruz do Tabuado (Rua do Andaluz, 46-52). O imóvel e antiga Padaria fazem parte do Inventário Municipal do Património proposto na revisão do PDM. Deu entrada na CML um "pedido de demolição" a 21 de Dezembro de 2006.


-Av. Duque de Loulé, 70. Imóvel Arte Nova de grande qualidade arquitectónica, nomeadamente os trabalhos escultóricos de excepção na fachada. Já foi alvo de um pedido de demolição, reprovado, na década de 90. Faz parte do Inventário Municipal do Património do PDM. Actualmente encontra-se totalmente devoluto e abandonado pelo proprietário, possivelmente numa estratégia de aguardar que o imóvel se degrade de modo a viabilizar um próximo pedido de demolição.

-Av. Duque de Loulé, 81-83. Imóvel do início do séc. XX com fachada Arte Nova. Faz parte do Inventário Municipal do Património do PDM. Já foi alvo de um pedido de demolição, reprovado na década de 90. Mas a 28 de Março deste ano deu entrada na CML um "pedido de informação prévia" que poderá resultar mais tarde num novo pedido de demolição.



-Av. Duque de Loulé, 86-88, 90-92, 94-96. Conjunto notável de 3 edifícios de habitação colectiva do início do séc. XX denunciando forte influência da arquitectura parisiense. As fachadas ecléticas, misturando detalhes Arte Nova e neo-renascentistas são únicas em Portugal. Faz parte do Inventário Municipal do Património do PDM. Em 2005 eu entrada na CML um "pedido de ampliação" que poderá incluir a destruição integral dos ricos interiores.

-Av. Duque de Loulé, 112-122. Imóvel do início do séc. XX apresentando uma fachada original com vãos de formas assumidamente Arte Nova com vitrais, uma situação rara em Portugal. Deu entrada na CML um "pedido de demolição e construção" a 12 de Outubro de 2004. O pedido foi indeferido e o imóvel encontra-se actualmente devoluto e abandonado.

-Av. Duque de Loulé, 119 torneja Rua Camilo Castelo Branco, 17. Imóvel do início do séc. XX de fachada composta por frisos de azulejos Arte Nova e rara composição de vãos de desenho assimétrico e varandas de gaveto. Faz parte do Inventário Municipal do Património proposto para o novo PDM. A 17 de Novembro de 2006 deu entrada na CML um "pedido de ampliação" que poderá vir a traduzir-se mais tarde num pedido de demolição parcial, ou mesmo total como aconteceu em 2006 com o notável gaveto em frente (Av. Duque de Loulé, 126).

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1 IMÓVEL COM VALOR PATRIMONIAL DEMOLIDO EM 2006:



-Av. Duque de Loulé, 126 torneja Rua Camilo Castelo Branco. Era um imóvel também do início do séc. XX, de grande qualidade arquitectónica, que rematava um quarteirão da avenida. A fachada de composição elegante, apresentava balcões de ferro forjado de desenho original. Pela qualidade arquitectónica, a fachada deste imóvel deveria ter sido incluída no Inventário Municipal do Património do PDM. A 16 de Fevereiro de 2004 deu entrada na CML um "pedido de demolição" (proc. nº 970213/EDI/2004). Este pedido foi deferido e a demolição concluída em 2006. A 30 de Novembro de 2006 deu entrada na CML um "pedido de licenciamento para construção" (nº 1598/EDI/2006) que está para despacho de aprovação de arquitectura no director municipal desde 27 de Junho de 2007. Em menos de 3 anos se apaga da cidade um edifício de qualidade, recurso patrimonial que era possível e aconselhável conservar para as futuras gerações.

Lisboa, 10 de Dezembro de 2007

Fernando Jorge, Paulo Ferrero, Júlio Amorim e Virgílio Marques


Fotos: FJ

Celebração do Tratado de Lisboa




As cores da Europa no céu de Lisboa
Espectáculo de música e pirotecnia marca assinatura do Tratado de Lisboa
Um espectáculo de música clássica e fogo de artifício, promovido e organizado pelo Turismo de Lisboa, Turismo de Portugal, ip, e Câmara Municipal de Lisboa, com o apoio da Região de Turismo do Algarve e da Parque EXPO, marca, dia 13 de Dezembro, a assinatura, na capital portuguesa, do novo Tratado Reformador da Europa – Tratado de Lisboa.
A festa, com a qual se pretende celebrar este momento histórico, terá lugar no Cais Português, junto ao Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações, pelas 21h30.

O programa da festa é composto por um concerto de música clássica pela Orquestra do Algarve que, dirigida pelo Maestro Cesário Costa, vai executar obras de R. Strauss, Elgar, Luís de Freitas Branco, Mascagni, Dvorak, Copland, Stravinsky e Beethoven, numa actuação sincronizada com um espectáculo de pirotecnia da responsabilidade da Lusoevents.
O objectivo desta iniciativa é o de celebrar com a população o novo Tratado Reformador europeu, cuja cerimónia de assinatura terá lugar no Mosteiro dos Jerónimos, em Belém.Menos de dois meses depois de terem chegado a acordo, em Lisboa, sobre o teor do novo Tratado Reformador, que substitui a fracassada Constituição Europeia – inviabilizada em 2005 pelos referendos negativos em França e na Holanda – os mais altos dignitários e representantes da Europa dos 27 regressam agora à capital portuguesa para a assinatura deste documento que marcará, certamente, a Europa do futuro.
A cobertura jornalística da cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que antecedeu esta assinatura, foi assegurada por cerca de 1.300 profissionais portugueses e estrangeiros de centenas de órgãos de comunicação social que, a partir de Lisboa, deram a conhecer ao mundo, os pormenores sobre o novo Tratado de Lisboa.
Assumida como “prioridade das prioridades” da presidência portuguesa da União Europeia, que termina no próximo dia 31 de Dezembro, a assinatura deste Tratado assume-se como um marco importante na história da UE.

• Espectáculo de música e pirotecnia
• Cais Português, junto ao Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações
• Quinta-feira, 13 de Dezembro, às 21h30
• Entrada livre

Parque Mayer

A comissão do Parque Mayer na Assembleia Municipal de Lisboa vai alertar hoje para o «risco de ruína eminente» de edifícios e para as contrapartidas financeiras que a Bragaparques, antiga proprietária do espaço, deve aos comerciantes do local.
in D.D.

«APOIO À CAMPANHA PELO HOSPITAL DE DONA ESTEFÂNIA - PATRIMÓNIO DA MÃE E DA CRIANÇA»

Assine e divulgue, S.F.F

Câmara leva empréstimo novamente a votos

In Diário de Notícias (11/12/2007)
FILIPE MORAIS

«Envio de pedido ao Tribunal de Contas adiado

O processo do empréstimo para o saneamento das contas da Câmara Municipal de Lisboa vai ser hoje de novo votado. Segundo apurou o DN, a Assembleia Municipal (AM) da cidade deve votar novamente a proposta de um empréstimo total de 400 milhões de euros, a fim de conseguir uma maioria de dois terços para cumprir a Lei das Finanças Locais e evitar um eventual chumbo do Tribunal de Contas (TC). A proposta deveria ter seguido ontem para o TC, mas só será enviada amanhã.

Em causa está a Lei 2/2007, de 15 de Janeiro, que no artigo 38 define que um contrato de empréstimo que se mantenha por mais de dois mandatos deve "ser objecto de aprovação por maioria de dois terços dos membros da Assembleia Municipal". No entanto, o empréstimo em Lisboa foi aprovado com 48 votos a favor (das bancadas do PS, PCP, BE e Os Verdes) e 58 abstenções (das bancadas do PSD e do CDS/PP), num total de 107 deputados.

A presidente do órgão, Paula Teixeira da Cruz (PSD), entende que o que há a considerar é o "quórum deliberativo", pelo que a votação realizada na última semana será legal. O mesmo entendimento têm as bancadas da esquerda na AML, tal como a presidência da autarquia. Para evitar que o processo não passe no TC, a AM vai hoje votar novamente a proposta. Fonte camarária disse ao DN que, "se for esse o entendimento da AML, pode fazê-lo". O objectivo seria o de conseguir a necessária maioria absoluta dos 107 deputados municipais, o que implica que pelo menos parte do representantes do PSD votem a favor, já que a bancada laranja tem maioria absoluta neste órgão municipal.

No entanto, depois da disputa de votos na última sessão, o líder social--democrata na AML, Saldanha Serra, confirmou ontem à Lusa que o partido está disponível para uma nova votação e até para, "no limite", votar a favor, caso os votos laranja sejam necessários para a viabilização do empréstimo. "No limite encaramos a possibilidade de, explicando porquê, votar favoravelmente essa proposta, considerando aquilo que foi o nosso compromisso", afirmou Saldanha Serra. Isto porque a proposta aprovada saiu de uma sugestão do PSD, reduzindo o objectivo socialista de 500 para 400 milhões de euros. "Somos a favor da transparência, do cumprimento das leis, da normalidade, portanto, estamos disponíveis para tudo o que se venha a considerar necessário para sanar esta situação de aparentemente incumprimento de uma norma legal". O deputado sublinhou ainda que o PSD não tem "duas caras. Comprometemo- -nos a viabilizar uma proposta de 400 milhões. A ter que ser necessário, do ponto de vista formal, corrigir essa deliberação, continuamos a cumprir com o que dissemos".

Além do PSD, também o PS, PCP, CDS/PP, BE e Os Verdes manifestaram disponibilidade para repetir a votação. Heitor de Sousa (BE) afirma mesmo que "é mais uma discussão entre especialistas. O sentido político foi claramente de aceitar a realização do empréstimo". A proposta precisará então de uma maioria de 54 votos a favor, num universo de 107 deputados.»

Sedes de instituições europeias em Lisboa foram construídas sem licenciamento

In Público (11/12/2007)
Catarina Prelhaz

«Obras nos edifícios da Avenida Ribeira das Naus estão em fase de conclusão, mas só amanhã serão submetidas à apreciação
da câmara municipal

O complexo de 30 mil metros quadrados que irá albergar as sedes da Agência Europeia de Segurança Marítima e do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência já está em fase de conclusão, mas o licenciamento da empreitada na Avenida Ribeira das Naus só amanhã será alvo de apreciação por parte da Câmara Municipal de Lisboa.

"Os serviços só agora concluíram o processo de avaliação, porque têm andado com alguma lentidão", explicou o assessor da presidência da autarquia, Duarte Moral, recordando que o projecto de arquitectura já tinha sido avalizado em reunião de câmara em Novembro de 2006.
Questionado sobre a pertinência de um licenciamento a posteriori, aquele porta-voz retorquiu que se trata de um procedimento obrigatório e cujo adiamento não pode ser imputado a uma vereação que tomou posse há apenas três meses. "Esse é um problema que tem de ser posto à vereação anterior", rematou.
Orçado em 24,3 milhões de euros, o complexo de três edifícios será arrendado pela Administração do Porto de Lisboa àquelas duas agências europeias por um período de 25 anos.
Em discussão na reunião de câmara de amanhã estará também a construção de um novo hotel na Avenida da Liberdade, cuja instalação numa zona protegida em termos patrimoniais já granjeou fortes críticas por parte do movimento Fórum Cidadania Lisboa.
"O projecto (...) atentará contra a estética não só da Avenida da Liberdade (...), como implicará o desfigurar da estética e da harmonia da Rua Rodrigues Sampaio", censura aquele movimento num comunicado enviado aos vereadores.
A proposta de licenciamento, avalizada pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar), prevê a construção de raiz de um novo edifício com mais quatro andares do que o imóvel original, preservando apenas a fachada deste último, afectado por uma derrocada na década de 90.
"Cremos que é escandaloso o parecer positivo do Igespar, argumentando com o precedente em termos de autorização dada a outros casos para que se aumentassem as cérceas", critica o Fórum, exortando os autarcas a rejeitarem a proposta, cuja discussão havia sido inicialmente agendada para 31 de Outubro.
Para além dos licenciamentos e da atribuição de verbas a escolas, instituições de solidariedade social e outros organismos, estará também em cima da mesa a questão da falta de verbas da autarquia, que leva desta vez o vice-presidente, Marcos Perestrello, a propor a desvinculação de Lisboa da Rede Polis, projecto que permite a cidades e regiões europeias dialogarem sobre problemas ambientais e de mobilidade.
"A permanência na Rede Polis implica o pagamento da correspondente quota anual de 9450 euros", sublinha aquela proposta, acrescentando que "face aos constrangimentos orçamentais, a edilidade não tem usufruído na sua plenitude da participação no projecto".
Presença marcada na reunião terá ainda a organização da 30.ª edição do Rali Lisboa-Dakar, que poderá ver aprovada a atribuição de uma verba de 400 mil euros, bem como a isenção do pagamento de taxas. "O município, reconhecendo que este evento [que decorre de 1 a 5 de Janeiro], pela visibilidade e reconhecimento mundial que encerra, constituirá uma enorme mais-valia para a cidade de Lisboa, considera ser de interesse público o apoio à respectiva organização", lê-se na proposta subscrita pelo presidente da autarquia, António Costa»

Chegado por email:

«Apelo à solidariedade dos lisboetas

A Comunidade Vida e Paz promete realizar iniciativa
Lisboa: assaltado armazém que reunia géneros para jantar de Natal dos sem abrigo - 09.12.2007 - 17h26 PUBLICO.PT
(...)A RTP adiantou que o portão do armazém, localizado na zona dos Olivais e cedido pela Câmara Municipal de Lisboa, não apresentava sinais de arrombamento.
Segundo Elisabete Cardoso, entre os bens roubados contam-se comida embalada recolhida pela associação para confeccionar as 4500 refeições que prevê distribuir durante os dias 14, 15 e 16, nos jantares organizados na Cantina 1 da Universidade de Lisboa.
A voluntária lamentou também o desaparecimento de inúmera roupa que seria distribuída durante a acção de solidariedade, nomeadamente “centenas de pares de meias novas” recolhidas durante uma campanha que decorreu a nível nacional. No seu sítio na Internet, a Comunidade Vida e Paz revelava que até ao final de Novembro tinham sido recolhidos 12 mil pares de meias.
Apesar do assalto, a associação pretende levar por diante o jantar de Natal, apelando, por isso, à solidariedade dos lisboetas, para que nos próximos dias seja possível recolher os bens alimentares para confeccionar as refeições previstas. “Precisamos da ajuda de toda a gente”, apelou a voluntária
A Comunidade Vida e Paz é uma instituição particular de solidariedade social, tutelada pelo patriarca de Lisboa, e tem por objectivo apoiar os sem abrigo da capital.
Telf: 21 846 01 65 / 91 234 02 22- geral@alvalade.cvidaepaz.org
(Isabel G)»

10/12/2007

O Senso e a Cidade l Aguardo atenta


aqui na página 8 ou

Existem moradas que me faltam e o miradouro de São Pedro de Alcântara é uma delas. Mesmo depois de o visitar sem autorização, no passado Julho, e porque era inadmissível não partilha-lo com um amigo viajante do mundo, é urgente a devolução deste marco lisboeta à dinâmica da cidade.

Irmão geográfico do renovado Elevador da Glória, este jardim construído no séc. XIX, também conhecido pelo nome de António Nobre está construído em socalcos, numa das encostas das sete colinas. Um ponto de referência, para quem se move no Bairro Alto e no Príncipe Real, este jardim goza de uma das fotografias mais viciantes do leste da cidade, com a imagem dos bonitos bairros da Graça, São Vicente de Fora e Castelo de São Jorge.

Prometida pelo vereador do ambiente e espaços verdes da Câmara de Lisboa, José Manuel de Sá Fernandes, a devolução está prevista para o início de 2008. Depois de quase um ano de obras paradas, por falta de pagamento da Câmara de Lisboa ao empreiteiro, e como um dos detalhes urgentes a resolver no combate à “Lisboa paralisada” de António Costa, a conclusão dos trabalhos reiniciados em Setembro são fulcrais à auto-estima dos lisboetas. As intervenções nos lagos, estátuas, pavimentos, zonas verdes, iluminação pública e mobiliário urbano, com orçamento de 987 mil euros têm ainda previsto (e espero que com bom senso) a construção de um espaço de cafetaria, que será concessionada a uma gestão privada.

Por estas linhas aguardo atenta, uma das varandas onde costumo abraçar a cidade, e como escrevia o poeta que empresta o nome ao jardim, me esperam tardes de sonho em que a poesia escorre.


coluna de opinião publicada a 10 de Dezembro no Meia Hora

09/12/2007

Porta 65 longe de dinamizar o centro de Lisboa

Decreto-Lei n.º 308/2007 de 3 de Setembro

"O incentivo ao arrendamento por jovens (IAJ) foi criado pelo Decreto -Lei n.º 162/92, de 5 de Agosto, com o objectivo de facilitar aos jovens o acesso à habitação no regime de arrendamento e criar condições favoráveis à mobilidade residencial, enquanto factores fundamentais para o desenvolvimento equilibrado das comunidades."

(...)

"Volvidos 14 anos de aplicação do IAJ, importa adequá-lo à presente realidade social e económica, tendo em consideração, quer as características do actual mercado de arrendamento, quer o perfil e as efectivas necessidades dos jovens que recorrem hoje àquele mercado."

(...)

"No âmbito dessa iniciativa, desenvolveu -se o programa Porta 65 — Arrendamento por Jovens que regula os incentivos aos jovens arrendatários, pretendendo estimular estilos de vida mais autónomos por parte dos jovens, através de um apoio no acesso à habitação."

"O programa pretende, ainda, promover a dinamização do mercado de arrendamento, estimulando, ao mesmo tempo, a reabilitação do edificado para esses fins e a revitalização de áreas urbanas degradadas e de concelhos em perda demográfica."

(...)

em http://forumdacasa.com/discussion/128/porta-65-arrendamento-por-jovens-legislacao/


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In Diário de Notícias (9/12/2007)
Manuel Esteves

"O mercado de habitação não dispõe de oferta de apartamentos que cumpram as condições impostas pelo novo programa de apoio ao arrendamento jovem."

(...)

"...é residual o número de apartamentos disponíveis para arrendamento que cumprem os limites máximos impostos pelo novo programa Porta 65 - que substitui o antigo Incentivo ao Arrendamento Jovem (IAJ) - para o valor das rendas a comparticipar pelo Estado.

Estes limites máximos - designados como Renda Máxima Admitida (RMA) - variam segundo a dimensão do apartamento e as regiões do País em que se situam.

Para a região da Grande Lisboa, por exemplo, a renda máxima admitida para apartamentos T0 ou T1 é de 340 euros."

Isto mesmo pode ser confirmado em casa.sapo.pt, através de uma simples pesquisa no motor de busca.

Assim, em Lisboa, dos 1863 apartamentos disponíveis para arrendamento (com renda anunciada), só 31 têm preços dentro dos intervalos definidos pelo novo programa. São 27 T2 ou T3 e quatro T4 ou T5 (ver tabela). Na cidade do Porto, as conclusões são ainda mais impressionantes: Dos 487 apartamentos para arrendamento na cidade invicta, só um cumpre estes requisitos.

O DN fez ainda o mesmo exercício para duas cidades de menor dimensão: Coimbra e Setúbal. Em nenhuma delas havia sequer um apartamento que cumprisse as condições do novo programa.

Vale a pena lembrar, contudo, que os limites para a renda máxima apoiável pelo Porta 65 aplicam-se a regiões mais amplas do que as cidades. Por exemplo, não há limites específicos para a capital, mas sim para a Grande Lisboa, para a qual o DN não fez uma pesquisa. É natural que nas localidades limítrofes a Lisboa se encontrem casas com rendas mais baixas, mas seria de esperar que um programa como o Porta 65 promovesse a fixação dos jovens nos centros das cidades onde trabalham e passam a maior parte do seu tempo."

(...)

em http://dn.sapo.pt/2007/12/09/economia/apoio_jovens_exclui_quase_todas_casa.html

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(os reforços semânticos nas transcrições são meus)

Confirma-se.
Os estúpidos, segundo a terminologia de Carlo Cippola, habitam o pelourinho. E quando se mexem, ah, ainda que para se coçarem, tamanho é o desengonçamento.
É esse espalhafato, para eles e para nós, que normalmente sai desculpado.

Como não sei se me apetece continuar a abanar a cabeça e aplaudir-lhes as macacadas, por isso, bute mandar fechar a capital e mudar os nossos jovens todos para galinheiros de T0s a 340 Euros por mês, na periferia, só para os levar à bancarrota?
Não vejo outra saída.

Mário Miguel

08/12/2007

Animatógrafo do Rossio: 100 anos!



Animatógrafo do Rossio

Localização: Rua dos Sapateiros, nº 225-229

Inauguração: 8 de Dezembro de 1907

"Fundado em 8 de Dezembro de 1907, pelos irmãos Ernesto Cardoso Correia e Joaquim Cardoso Correia, que fundaram a firma Correia & Correia, oferecia uma lotação de mais de cem lugares e situava-se na Rua dos Sapateiros, nº 229, junto ao Arco Bandeira.A sua fachada é uma das mais características de Lisboa, sendo para a época, um dos raros exemplos do estilo "Arte Nova"; os relevos exteriores são executados em madeira esculpida e os azulejos (datados de 1907 e assinados por M. Queriol), que se encontram entre as portas e a bilheteira, são ornamentados com duas figuras femininas, com cabelos entrelaçados e segurando entre as mãos dois caules de plantas, rematadas por lâmpadas.Embora criado para a exibição cinematográfica, pela sua sala passou também um teatro muito especial – uma companhia de Teatro Infantil. Após algumas épocas teatrais, regressa novamente à exploração cinematográfica, actividade que vai manter até à abertura de uma sex shop, actividade que ainda hoje mantém." (in http://revelarlx.cm-lisboa.pt/)

Fotos: Artur Goulart, 1961, Arquivo Fotográfico Municipal

Um (in)feliz aniversário... para quando um futuro mais condigno para o centenário Animatógrafo do Rossio?

07/12/2007

CAMPANHA PINHEIROS DO NATAL

Se este ano pretende adquirir um pinheiro natural para comemorar o seu Natal, opte por um exemplar com raíz e, quando as festividades acabarem, não o deite para o lixo.

Alguns destes pinheiros, porque têm raízes, podem sobreviver, contribuindo para a melhoria do ar que respiramos.

Contacte a Associação Lisboa Verde, Tef. 213906899, de forma a combinarmos a melhor maneira de recolher o seu pinheiro, que será transplantado para uma "Zona Verde" da cidade de Lisboa, onde a sua sobrevivência será assegurada.

Pode mesmo assistir a essa replantação, visitá-lo quando quiser e ter o prazer sem preço de o ver crescer de novo!

Lisboa Verde agradece, desde já, a sua colaboração e deseja-lhe um Bom Natal e Próspero Ano Novo.

Pinto Soares


Texto editado

Trânsito condicionado em Lisboa. Como sobreviver à cimeira UE/África


In Sol Online (7/12/2007)

Marina do Parque das Nações vai ter mais 80 lugares

In Diário de Notícias (7/12/2007)
LUÍSA BOTINAS

«No Verão de 2009, a Marina do Parque das Nações estará pronta para voltar a ser um dos principais pólos de atracção daquela zona da cidade. Depois de oito anos a degradar-se, como consequência de um contencioso que envolveu o concessionário da infra-estrutura e os seus credores e que culminou com a sua aquisição por parte da Parque Expo, a Marina do Parque das Nações reabrirá dentro de ano e meio, "com comércio, restaurantes, animação e mais 80 lugares para embarcações", disse ao DN o presidente da Parque Expo, Rolando Borges Martins.

O projecto de reabilitação da marina, que tem um investimento de dez milhões de euros, prevê o fecho da bacia sul, através de um sistema de comportas (para desta forma evitar o seu assoreamento), a criação de um anteporto e a impermeabilização dos molhes e fecho de toda a extensão da ponte-cais. A bacia sul será ainda adaptada para poder receber 580 embarcações - mais 80 do que as inicialmente previstas - de 10, 12 e 15 metros (...)»

06/12/2007

Ai, Mouraria da velha Rua da Palma,
onde eu um dia deixei presa a minha alma
.

A Mouraria continua na mesma. Sem rei nem roque.

Degradada, moralmente abatida, e apagada, procura em vão o seu caminho.

Bairro com cerca de 7000 eleitores recenseados, e ainda 7000 emigrantes vivendo em condições desumanas, com problemas de salubridade, de recolha de lixos, tráfico e consumo de droga a cêu aberto numa zona restrita do bairro, fraco policiamento, ausência de jardins, espaços infantis, entre outros graves problemas, arrasta-se no tempo, à espera de pelo menos, ter o mesmo acompanhamento que Alfama e o Castelo seus vizinhos, têem tido.

Um vasto património sofre a sua degradação. A questão urbanística é uma das mais prementes.
Largas dezenas de prédios a precisar de uma intervenção urgente, dezenas de outros entaipados, obras paradas, são um espelho de um bairro esquecido.

Aguardamos a construção do prometido Hotel de charme, no Palácio dos Marqueses de Ponte de Lima, esperando que o mesmo trouxesse uma revolução ao bairro.

Os idosos constituem no seu todo, a larga maioria (silenciosa) dos habitantes .

O comércio deprimido mal resiste, e o que vai mantendo o tecido social vivo e activo, são os imigrantes que nos vendem batatas e azeite, bric à brac, roupas e sapatos, e tal e qual os senhores Manueis de antigamente nos vão acompanhando as vidas desiguais.

Restam alguns comerciantes, num bairro de Severas, Maurícios e Marizas, onde não há uma CASA de FADO, e estoicamente sobrevive um Anos 60, no séc XXI.

Ainda temos tasquinhas, ginginha e água pé no tempo dela, quintais com hortas e nespereiras, procissões rezadas nas ruelas, cozido à portuguesa e sardinha a pingar no pão, mas depois a recolha de lixo não funciona (também por culpa dos fregueses), ou as ruas não são lavadas porque dizem, não há pessoal camarário que chegue.

Temos Marchas, e orgulho nelas, Sto António e bailaricos, e às janelas pomos bandeiras portuguesas, manjericos, mas depois não temos equipamentos desportivos, ou um Espaço Jovem bem equipado.

Aqui falta-nos tudo.

Gostávamos de viver como se vive noutros bairros.